quarta-feira, 9 de março de 2016
quarta-feira, março 09, 2016
Jamais Desista
Tiago 1 1-27 - VOCÊ É PRATICANTE OU MERO OUVINTE DA PALAVRA?
Tiago foi escrito com o objetivo de ensinar
a sabedoria de Deus para podermos perseverar em meio às dificuldades até o
retorno de Cristo. Ela, provavelmente, foi escrita entre 44-62 d.C. Estamos
vendo o capítulo 1/5.
Breve
síntese do capítulo 1.
Tiago, meio-irmão de Jesus Cristo, meio irmão de Judas, o autor do livro
de Judas na Bíblia e não o Judas Isacariotes que traiu o Senhor, escreve esta
epístola, como ele mesmo diz, às 12 tribos da dispersão.
Quem era Tiago? Certamente, uma das autoridades juntamente com Pedro,
João e demais apóstolos: “Tiago era
altamente qualificado para escrever uma carta de conselhos à congregação
cristã. Era grandemente respeitado como superintendente na congregação de
Jerusalém. Paulo fala de “Tiago, o irmão do Senhor”, como uma das “colunas” na
congregação, junto com Cefas e João. (Gál. 1:19; 2:9) Que Tiago se destacava
vê-se do fato de que Pedro, ao ser solto da prisão, imediatamente mandou avisar
a “Tiago e aos irmãos”. E não foi Tiago quem agiu como porta-voz dos ‘apóstolos
e dos anciãos’ quando Paulo e Barnabé viajaram a Jerusalém para pedir uma
decisão a respeito da circuncisão? A propósito, tanto esta decisão como a carta
de Tiago começam com uma saudação similar: “Cumprimentos!” — outra indicação de
que tiveram um escritor comum. — Atos 12:17; 15:13, 22, 23; Tia. 1:1.”[1]
O
Senhor lhe apareceu – I Co 15:7 -, e isto o ajudou a solidificar sua crença no
Senhor, como o Deus ressurreto. Que engraçado, Tiago conviveu e certamente
brincou som seu irmão, mesmo assim precisou de um reforço para crer.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÃO (1.1).
Tiago saudou seus leitores cristãos como os
descendentes espirituais da Israel do Antigo Testamento. Tiago primeiro
identificou-se e depois identificou os seus leitores.
Tiago declarou ser um servo cativo, ou
escravo, de Deus e de Cristo. Um servo é alguém comprado que pertence a um dono
ou "senhor".
Isso indica não somente a humildade de
Tiago, mas também um profundo testemunho da sua fé em seu meio-irmão terreno
como seu Redentor (1Co 15.3).
Aqui o servo está ligado tanto a Deus como
a Jesus, um apoio teológico decisivo. Ele se direciona às doze tribos que se
encontram na dispersão. Essa expressão pode ser compreendida de duas maneiras.
Em primeiro lugar, Tiago pode estar se
dirigindo aos cristãos judeus que estavam espalhados entre as nações.
Em segundo, Tiago pode estar se dirigindo
até mesmo aos cristãos gentios dessa maneira, uma vez que tanto judeus como
gentios haviam sido reunidos num só corpo em Cristo juntamente com os doze
apóstolos, um número simbólico que lembra as doze tribos de Israel.
II. A SABEDORIA E SEUS EFEITOS NAS PROVAÇÕES (1.2-3.12).
Tiago explicou por que a sabedoria divina
era necessária e como ela se mostraria nas provações que viriam aos seus
leitores. Os cristãos devem pedir a Deus por sabedoria, o que ele concede
livremente a todos aqueles que não hesitam.
A sabedoria ensinará tanto ao rico quanto
ao pobre como viver em harmonia com os outros e com Deus. Simplesmente ouvir e
conhecer a Palavra não é suficiente; temos de obedecer a ela.
Os cristãos devem resistir à tentação de
proteger os ricos em detrimento dos pobres. Declarar a fé não é suficiente; ela
deve ser expressa em boas obras, especialmente com respeito aos pobres.
Os cristãos (especialmente os mestres)
devem controlar a própria língua, a qual tem grande poder para criar conflitos
e dificuldades na igreja.
Veremos de 1.2 a 3.12 a sabedoria e seus
efeitos nas provações. Tiago passou imediatamente para a sua preocupação
central: a sabedoria divina em meio às provações e aos sofrimentos.
Ele focalizou em cinco tópicos: pedir a
Deus sabedoria (1.2-18); obedecer à Palavra de Deus (1.19-27); não favorecer os
ricos (2.1-13); provar a fé por meio da obediência (2.14-26) e evitar o dano
causado pela falta de controle da língua dentro da comunidade cristã 3.1-12). Elas
gerarão a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. Pedindo a Deus por
sabedoria (1.2-18) – veremos agora;
B. Ouvir e fazer (1.19-27) – veremos
agora; C. Favorecendo o rico (2.1-13); D. Fé e obediência (2.14-26); e, E.
O controle da língua (3.1-12).
A. Pedindo a Deus por sabedoria (1.2-18).
Tiago encorajou seus leitores a verem suas
provações como um modo de amadurecer em Cristo, mas também os advertiu a não
atribuírem as tentações que vinham a eles a Deus.
Tiago dirigiu-se aos destinatários em
termos filiais, como pertencentes à família de Deus, a igreja visível.
O que se segue requer cuidadosa reflexão de
uma perspectiva teológica. Trata-se de um chamado a considerar o sofrimento do
um ponto de vista da confiança na soberania de Deus.
Os cristãos não devem sentir uma alegria
mórbida em seus sofrimentos, mas alegrar-se no meio das provações por causa dos
resultados positivos que o sofrimento traz.
Ninguém gosta de provações, privações ou
sofrimentos, mas o fato de estarmos passando por eles tem um significado. Tiago
tinha em mente uma categoria ampla e geral de provações. Mais adiante, a partir
dos princípios estabelecidos aqui, ele elaboraria uma discussão a respeito da
questão mais específica dos conflitos entre os crentes, especialmente entre os
ricos e os pobres (veja os vs. 9-11).
Que as provações deveriam ser motivo de
alegria está baseado no conhecimento que elas foram designadas por Deus tendo
em vista um propósito. Elas são provas de fé dadas com o objetivo de
desenvolver a perseverança. Por sua vez, a perseverança produz o amadurecimento
do caráter cristão (Rm 5.3-4).
Em termos bíblicos, a sabedoria é entendida
como incluindo conhecimento, discernimento, prudência, perspicácia, cuidado,
aprendizagem, orientação, capacidade, desenvoltura, planejamento e até mesmo
força heroica.
Tiago tinha em mente de modo especial a
sabedoria com respeito à retidão e a viver em relacionamento com outros
cristãos. Deus é a fonte da sabedoria, e ele a concede a todos os que
sinceramente a peçam a ele.
Essa expressão rara “homem de ânimo dobre” –
vs. 18 - foi possivelmente criada por Tiago. Ela sugere um homem que tem duas
almas; ele é instável, perseguindo objetivos que são conflitantes e mutuamente
excludentes.
Aqui pela primeira vez – vs. 9 e 10 - Tiago
dá a entender que as provações que ele tinha em mente envolviam conflitos entre
ricos e pobres. Ambos os grupos são exortados a orgulharem-se de suas posições.
O pobre pode ser rico em tesouros
espirituais e desfrutar de posição elevada no reino de Deus. O rico precisa
reconhecer que suas riquezas mundanas pouco significam.
Tiago possivelmente se referia aos cristãos
abastados que podiam regozijar-se no fato de terem aprendido onde estava o seu
verdadeiro tesouro. Se ele estava se referindo aos incrédulos, suas palavras
são irônicas.
Tiago chama de bem-aventurado o home que
persevera na provação. Isso ecoa os oráculos proféticos usados pelos profetas
do Antigo Testamento e por Jesus (Mt 5.3-11).
Há uma importante diferença entre uma
provação (vs. 12) e uma tentação (vs. 14). Muitas vezes, Deus prova o seu povo
para expor suas qualidades interiores (Gn 22.1; Ex 15.25; 16.4; SI 66.10), mas
Deus nunca tenta ninguém no sentido de levá-lo a pecar.
Tiago entendia que os cristãos podiam
facilmente atribuir suas tentações a Deus, pois eles sabiam que Deus é o
soberano sobre todas as coisas.
De fato, Jesus nos ensinou a orar "e
não nos deixes cair em tentação" (Mt 6.13) porque Deus permite que Satanás
faça suas obras más. No entanto, Tiago insistiu que é um perverso equívoco
atribuir motivos malignos, incluindo a tentação, a Deus.
No vs. 17 vemos que toda boa dádiva e todo
dom perfeito vem de Deus e ele a ninguém tenta. Ele somente concede dons que
estão de acordo com a sua imutável bondade.
Ele é o nosso Pai das luzes. Os luminares
da natureza variam em magnitude e estão sujeitos a fases, eclipses e sombras.
Deus é o autor da luz. Nele não há mudança de brilho ou claridade. Seu caráter
é imutável, não dado a oscilações.
Por essa razão, os cristãos podem estar
certos de que Deus não irá mudar de modo a tentá-los a pecar ou determinar
qualquer propósito para a vida deles que seja contrário a eles serem "como
que primícias" (vs. 18).
No entanto, cada um de nós é tentado por sua
própria cobiça, sendo por ela arrastado e seduzido – vs. 14. Diz John Owen que
quando estamos atraídos por algo, nós já entramos em tentação, porém ainda não caímos
nela.
Por sua decisão e desígnio, ele nos gerou
pela palavra da verdade. Isso se refere à graça da regeneração pela qual nós
somos adotados pela família de Deus (1 Pe 1.23). Isso ele fez para que fôssemos
como que primícias, como os primeiros frutos que ele criou.
As primícias não eram somente a primeira,
mas também o melhor, da colheita (Ex 23.19; 34.26; Lv 23.9-19; Ez 44.30). A
humanidade redimida é o ápice da criação de Deus, independentemente de quando
os seus membros individuais são levados à fé, bem como o início da redenção de
toda a criação (Cl 1.20).
Tendo estabelecido a importância de obter a
sabedoria divina nas provações da vida cristã, Tiago chamou a atenção para o
fato de que a ira humana não complementa a sabedoria do plano de Deus.
Essa verdade não deve ser somente ouvida,
mas também totalmente obedecida. Por isso que deveríamos ser prontos para
ouvir, tardios para falar e irar. A paciência e o respeito na maneira de falar
aumentam a paz e a harmonia e promovem um modo de viver justo na comunidade
cristã. A ira – vs. 20 – não produz a justiça de Deus, antes revela a nossa
imaturidade e falta de fé.
Em função disso, portanto, deveríamos nos
livrar de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitar humildemente
a palavra implantada em nós, a qual é poderosa para nos salvar – vs. 21. A lei
de Deus está escrita no coração dos cristãos (Dt 6.6).
Ouvir a Palavra com autenticidade deve
levar à ação piedosa. Não é suficiente saber que um cristão deve ser tardio
para se irar. Ele deve ser realmente tardio para se irar, ou seja, deve ser
praticante e não mero ouvinte apenas.
Aqueles que somente
ouvem a palavra, mas não a praticam estão se enganando a si mesmo e se torna
semelhante àqueles que olham a sua face num espelho. Os espelhos no mundo
antigo eram feitos de metal polido, e não de vidro.
A Escritura é um espelho
da necessidade da alma de graça que revela o nosso verdadeiro caráter. Aqui, no
entanto, Tiago advertiu contra ter os pecados expostos, mas se esquecer de
colocar em prática os ensinos da Escritura.
Tiago provavelmente usou essa expressão “Lei
perfeita” como um sinônimo da Escritura Sagrada, com ênfase particular na lei. Em
Cristo, a lei de Deus nos liberta da tirania das tradições humanas e da
futilidade por não ter uma orientação equivocada na vida (Jo 8.36; Rm 8.2; GI
5.13).
Tiago, no vs. 26, antecipou um tema do qual
ele trataria de modo mais extenso em 3.1-12. Aquele que se considera de Deus,
deve ter a capacidade de refrear a sua própria língua, caso contrário, de nada
vale sua religião.
E a religião que tem
valor é aquela religião pura e sem mácula – vs. 27. Tiago enfatizou que a
preocupação pela situação difícil das viúvas e dos órfãos é a verdadeira
dimensão de um tipo de obediência que é agradável a Deus.
Viver de acordo com a
sabedoria e a Palavra de Deus consiste em servir aos outros, e não em ser cheio
de orgulho (1.9-11).
A atenção às viúvas e
aos órfãos reflete a preocupação do próprio Deus (Dt 10.18; SI 68.5; 146.9).
Essa responsabilidade foi dada a Israel no Antigo Testamento (Dt 14.29; Ez
22.7).
Tg 1:1 Tiago,
servo de Deus
e do Senhor Jesus
Cristo,
às
doze tribos que se encontram na Dispersão,
saudações.
Tg 1:2 Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria
o passardes por
várias provações,
Tg
1:3 sabendo que a provação da vossa fé,
uma
vez confirmada,
produz
perseverança.
Tg 1:4 Ora, a perseverança deve ter ação completa,
para que sejais
perfeitos
e íntegros,
em nada
deficientes.
Tg 1:5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria,
peça-a a Deus,
que
a todos dá liberalmente
e
nada lhes impropera;
e
ser-lhe-á concedida.
Tg 1:6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;
pois o que duvida é
semelhante à onda do mar,
impelida
e agitada pelo vento.
Tg 1:7 Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa;
Tg 1:8 homem de
ânimo dobre,
inconstante em
todos os seus caminhos.
Tg 1:9 O irmão, porém, de condição humilde
glorie-se na sua
dignidade,
Tg 1:10 e o rico,
na sua
insignificância,
porque
ele passará como a flor da erva.
Tg 1:11 Porque o sol se levanta com seu ardente calor,
e a erva seca,
e a sua flor cai,
e desaparece a
formosura do seu aspecto;
assim
também se murchará o rico em seus caminhos.
Tg 1:12 Bem-aventurado o homem que suporta,
com perseverança, a
provação;
porque,
depois de ter sido aprovado,
receberá
a coroa da vida,
a
qual o Senhor prometeu aos que o amam.
Tg 1:13 Ninguém, ao ser tentado, diga:
Sou tentado por
Deus;
porque
Deus não pode ser tentado pelo mal
e
ele mesmo a ninguém tenta.
Tg 1:14 Ao contrário, cada um é
tentado pela sua
própria cobiça,
quando
esta o atrai e seduz.
Tg 1:15 Então, a cobiça,
depois de haver
concebido,
dá à
luz o pecado;
e
o pecado, uma vez consumado,
gera
a morte.
Tg 1:16 Não vos enganeis, meus amados irmãos.
Tg 1:17 Toda boa
dádiva
e todo dom perfeito
são lá do alto,
descendo
do Pai das luzes,
em
quem não pode existir variação
ou sombra de mudança.
Tg 1:18 Pois, segundo o seu querer,
ele nos gerou pela
palavra da verdade,
para
que fôssemos como que primícias das suas criaturas.
Tg 1:19 Sabeis estas coisas, meus amados irmãos.
Todo homem, pois,
seja
pronto
para ouvir,
tardio
para falar,
tardio
para se irar.
Tg 1:20 Porque a ira do homem
não produz a
justiça de Deus.
Tg 1:21 Portanto, despojando-vos
de toda impureza
e acúmulo de
maldade,
acolhei,
com mansidão,
a
palavra em vós implantada,
a qual é poderosa para salvar a
vossa alma.
Tg 1:22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra
e não somente
ouvintes,
enganando-vos
a vós mesmos.
Tg 1:23 Porque, se alguém
é ouvinte da
palavra
e não praticante,
assemelha-se
ao homem que contempla,
num
espelho, o seu rosto natural;
Tg
1:24 pois a si mesmo se contempla,
e
se retira,
e
para logo se esquece de como era
a sua aparência.
Tg 1:25 Mas aquele que considera, atentamente,
na lei perfeita,
lei da liberdade,
e nela persevera,
não sendo ouvinte
negligente,
mas
operoso praticante,
esse
será bem-aventurado no que realizar.
Tg 1:26 Se alguém supõe ser religioso,
deixando de refrear
a língua,
antes,
enganando o próprio coração,
a
sua religião é vã.
Tg 1:27 A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é
esta:
visitar os órfãos e
as viúvas nas suas tribulações
e a si mesmo
guardar-se incontaminado do mundo.
O que é simplesmente ouvinte da palavra e não praticante engana-se a si
mesmo como aquele que se contempla no espelho e logo se esquece de sua
aparência. Amados, temos praticado a palavra de Deus ou apenas contemplado ela?
A Deus toda glória! p/ Pr. Daniel Deusdete –
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.