O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 19, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 19
Aqui temos o dilema de Pilatos que diante
do Senhor tem de tomar uma decisão. Existe uma decisão certa, mas ele não vai
toma-la, antes tomará outra decisão e com isso encaminhará o Senhor para seu
fim.
Era plano de Deus e sua vida estava para
ser derramada em sacrifício pela vida dos homens que Deus preparou de antemão
para serem salvos. Pilatos estava com medo, mas mesmo assim agirá dando
desculpas de que suas mãos estão livres e limpas do sangue de Jesus.
Não aguentando as pressões dos judeus e das
circunstâncias acaba cedendo e entregando Jesus para a crucificação sem nele
achar qualquer crime. Um absurdo! Ele tinha autoridade para tirar Jesus dali
porque tinha recebido essa autoridade de Deus e o Senhor reconheceu isso, mas
mesmo assim, contra o bom-senso e a sua consciência, condenou o inocente.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O MINISTÉRIO ALCANÇA O CLÍMAX (18.1-20.31) - continuação.
Como já dissemos, a morte e a ressurreição
de Jesus foram acontecimentos extraordinários e comprovaram que ele é o Messias
e o Filho de Deus.
Dos versos primeiro ao último do capítulo
20, veremos esse ministério alcançando o seu clímax.
Os quatro Evangelhos relatam os principais
acontecimentos da prisão, do julgamento, da crucificação e da ressurreição de Jesus.
Essa 4ª parte foi dividida em três seções
principais: A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) – concluiremos agora; B. A crucificação, a
morte e o sepultamento de Jesus (19.17-42) – veremos agora; e, C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus
(20.1-31).
A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) - continuação.
Essa seção é constituída de três subseções
principais: a. A prisão de Jesus (18.1-18) – já vimos; b. O julgamento perante Anás (18.19-27) – já vimos; e c. O julgamento perante
Pilatos (18.28-19.16) – concluiremos
agora.
c. O julgamento perante Pilatos (1 8.28-19.16) - continuação.
Nós vimos que o Evangelho de João apresenta
um relato do julgamento de Jesus diante das autoridades romanas em três fases
distintas:
(1)Perante
Pilatos (18.28-38).
(2)Perante
Herodes (Lc 23.5-12).
(3)Novamente
perante Pilatos (18.39-19.16).
João relata apenas a primeira e a terceira
fase, mas o faz de modo bem mais detalhado que os outros Evangelhos.
Em seguida, de Caifás os judeus levaram
Jesus para o Pretório - residência oficial do governador romano, Pôncio Pilatos
– vs. 18.28. Eles o levaram lá para não se contaminarem, principalmente por
causa da Páscoa.
O capítulo 19 começa com Pilatos mandando
açoitar Jesus, como se isso fosse resolver todas as coisas. Uma das maiores
autoridades constituídas, ali, entre os homens cometendo um erro brutal ao dar
início à execução da maior autoridade não somente da terra, mas do mundo
inteiro.
O açoite romano era extremamente doloroso,
pois era executado com um chicote de couro com ganchos de metal que rasgavam a
pele. É possível que Pilatos esperasse comover os acusadores de Jesus ao permitir
que testemunhassem esse castigo brutal.
Os soldados demonstraram um prazer sádico
em atormentar Jesus e escarnecer dele como o rei dos judeus. Eles até teceram
uma coroa de espinhos e a puseram na sua cabeça. Vestiram-no com uma capa de
púrpura, e, chegando-se a ele, diziam: "Salve, rei dos judeus! " E
batiam-lhe no rosto.
Com isso esperava Pilatos estar já
agradando aos que queriam aquele homem morto, mas era ledo engano. Pilatos não
via nele os crimes de que o acusavam – vs. 2-4.
Zombando, ao ver Jesus todos desfigurado,
sangrando, ferido e sujo, usando a coroa de espinhos e a capa de púrpura, disse
para eles que ali estava o homem deles, todo humilhado, ou seja, um coitado.
Era esse um modo natural de Pilatos
apresentar o acusado, mas, ao mesmo tempo, uma declaração providencialmente
apropriada: ali estava, de fato, aquele que reúne em si tudo o que a humanidade
poderia e deveria ser. Ele é o último Adão, o cabeça de uma nova humanidade
remida (1Co 15.45).
Ao vê-lo assim, não resistiram e pediram que
fosse crucificado. Eram eles os principais sacerdotes e os guardas. O ódio dos
principais sacerdotes era tanto que eles acabaram se transformando nos líderes
de uma turba.
Pilatos, finalmente, desistiu e disse para
eles que o tomassem e eles mesmos o crucificassem. Pilatos se irritou de tal
modo que não considerou que os judeus não tinham permissão de realizar uma
crucificação, ou então simplesmente ofereceu essa resposta sarcástica ao pedido
dos judeus.
Ele insistiu que não achava nele crime
algum. Pela terceira vez, Pilatos proclamou a inocência de Jesus (18.38;
19.4,6); essa narrativa corresponde ao relato de Lucas (Lc 23.4,14,22).
Os judeus insistiam com ele que Jesus tinha
de morrer, pois se declarou Filho de Deus, o que na verdade era mesmo. A
declaração se refere ao crime de blasfêmia do qual os judeus acusaram Jesus (Lv
24.16).
Diante disso, Pilatos ficou ainda mais
atemorizado. Talvez a mensagem de sua esposa (Mt 27.19) tenha abalado Pilatos;
nesse momento, Jesus foi retratado como uma figura sobrenatural.
O temor em seu coração não o fez agir em
favor do Filho de Deus e Pilatos estava mesmo assustado com o que estava
permitindo que tivesse sequência. Perguntou para Jesus de onde ele era afinal,
mas Jesus não lhe deu resposta.
Fica evidente aqui e ao longo de todo
julgamento que Jesus não estava tentando se libertar. Sua recusa em resistir à
prisão e ao julgamento fazia parte do seu sacrifício voluntário.
Pilatos não gostou desse silêncio de Jesus
e o provocou dizendo que tinha sobre ele autoridade para poder soltá-lo, ou
não. Jesus lhe responde que nenhuma autoridade terias sobre ele, se o seu Pai
não lhe tivesse dado.
Jesus reconhecia o plano soberano de Deus
que inclina até mesmo a perversidade de seus acusadores e a covardia de
Pilatos. Pedro (At 2.23) e a igreja primitiva (At 4.28) também deram testemunho
desse fato.
Diante disso, Pilatos fez de tudo para
soltá-lo, mas seus esforços não eram firmes, pois ele também estava cedendo às
pressões contrárias que sofria naqueles momentos. Os judeus apelaram dizendo
que se ele o livrasse, não estaria sendo ele amigo de César – vs. 12.
Uma declaração extraordinária vinda de
judeus do século 1. O povo judeu havia sido sujeitado à autoridade de uma
sucessão de impérios durante quase seis séculos e em várias ocasiões havia
lutado contra os gregos e romanos para obter sua independência (como voltariam
a fazer no final do século 1). No entanto, em termos comparativos, seu ódio
contra Jesus os torna "amigos de César".
Ouvindo isso, Pilatos trouxe Jesus para
fora e sentou-se na cadeira de juiz.
Estava chegando a parasceve pascal - para
os judeus, o dia de preparação do sábado ou para uma festa que coincidia com o
sábado. Acredita-se, em geral, que se trata de uma referência ao dia de
preparação para a comemoração da Páscoa (ou seja, quinta--feira).
Nesse caso, o Evangelho de João mostra
Jesus sendo crucificado no mesmo dia em que os cordeiros pascais eram
sacrificados (13.1-17.26), mas essa ideia parece conflitante com o registro dos
Evangelhos sinóticos, de acordo com os quais a crucificação de Jesus aconteceu
na sexta-feira.
É provável, porém, que a referência aqui
seja ao dia de preparação para o sábado da Semana de Páscoa (ou seja,
sexta-feira, pois o termo grego para -dia de preparação se refere, em geral, à
sexta-feira antes do sábado semanal).
Eis aqui o vosso rei, dizia Pilatos sentado
naquela cadeira de juiz. Até o último instante, Pilatos se referiu a Jesus como
"rei dos judeus". É possível que essa designação representasse um
esforço final de sua parte de comover os judeus; se era essa a sua intenção, não
foi bem-sucedida.
No verso 16, temos finalmente a sua
anuência entregando Jesus para ser crucificado e ai, os soldados se
encarregaram de Jesus.
Posteriormente, Pilatos ordenou que esse título
fosse escrito e colocado no alto da cruz (vs. 19), talvez como maneira de
insultar os judeus em retaliação por o haverem pressionado a executar Jesus.
Eles o retrucavam dizendo que não tinham
rei, senão César! Vinda dos judeus, essa proclamação representava uma traição a
Deus. Definitivamente, os judeus rejeitaram a Jesus e o rejeitam até ao dia de
hoje, século XXI, e continuarão a rejeitá-lo até reconhecerem que o messias que
estão aguardando é falso, sendo o próprio filho do diabo.
B. A crucificação, a morte e o sepultamento de Jesus (19.17-42).
Veremos dos versos 17 ao 42, a crucificação,
a morte e o sepultamento de Jesus. João registra vários detalhes desses acontecimentos
para mostrar a importância deles e para que os seguidores de Jesus nunca se
esquecessem do que seu Mestre havia feito por eles na cruz.
Jesus agora tinha a cruz para carregar. Foi
o que ele recebeu dos homens: uma cruz para nela ser crucificado. As cruzes
tinham várias formas. O fato de uma inscrição ter sido colocada sobre a cabeça
de Jesus (Mt 27.37) dá certa credibilidade à forma em que ela é normalmente
retratada.
Simão Cireneu foi forçado a carregar a cruz
de Jesus, talvez devido à fraqueza de Jesus depois do açoitamento brutal.
Apesar do que afirma a tradição, as Escrituras não falam que Jesus caiu três
vezes sob o peso da cruz. Ele estava indo para um lugar chamado Caveira, que em
aramaico era Gólgota.
Ao chegar em seu destino, o crucificaram.
A crucificação era um modo de execução
extremamente doloroso, que envolvia grande sofrimento por causa dos pregos nas
mãos e nos pés, da tensão dos músculos e tendões em todo o corpo, da grande
dificuldade de respirar, das dores de cabeça intensas, febre alta e muita sede.
Também envolvia a vergonha de ser exposto nu aos olhos do público.
Jesus foi crucificado ao lado de dois
ladrões. Dois criminosos que mereciam a pena de morte (Lc 23.4), foram
crucificados juntamente com Jesus, um detalhe que cumpriu as profecias (Is
53.12; Lc 22.37) e deu a Jesus a oportunidade de mostrar o seu poder salvador
ao resgatar um homem que estava à beira da morte eterna.
Pilatos então mandou preparar uma placa e
pregá-la na cruz, com a seguinte inscrição: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS –
vs. 19.
Os quatro Evangelhos registram a inscrição
de Pilatos com pequenas variações que devem, talvez, ser atribuídas ao fato de
terem sido escritas em três línguas, aramaico, latim e grego.
A forma apresentada por João - "Jesus
Nazareno" - possui um tom semita. Era costume colocar junto ao criminoso
uma inscrição declarando o motivo da condenação. O mais importante, e mais irônico,
é que essas palavras reconheciam Jesus oficialmente como Rei.
Houve protestos com relação ao que fora
escrito. Os principais sacerdotes diziam que a inscrição era uma ofensa à sua
nação. É possível que fosse justamente essa a intenção de Pilatos, pois ele se
recusou a mudar as suas palavras. Depois de ceder na questão principal, ele se
mostrou inflexível quanto a esse detalhe. Pilatos respondeu: "O que
escrevi, escrevi" – vs. 22.
Tendo sido crucificado, apanharam as vestes
de Jesus. Uma túnica tecida sem costura não era uma vestimenta incomum na
antiguidade. O registro desse detalhe é importante, não pelo valor da túnica,
mas por deixar clara a humilhação profunda de Jesus: ao oferecer-se como
sacrifício, absolutamente tudo lhe foi tirado. Esse fato também cumpre a
profecia de SI 22.18.
A lista apresentada no vs. 25 pode ser
entendida de modo mais apropriado como unia referência a quatro mulheres. Se
considerarmos que a irmã da mãe de Jesus é Maria, mulher de Clopas, obviamente
chegaremos à conclusão que as duas irmãs se chamavam Maria.
E possível que o Clopas citado aqui seja o
mesmo mencionado em Lc 24.18, e também o mesmo homem chamado Alfeu, pai dos
apóstolos Tiago e Mateus (Mt 10.3; Mc 2.14; 3.18; Lc 6.15).
Convém observar a coragem dessas quatro
mulheres. Algumas delas estavam presentes no sepultamento (Mt 27.61; Mc 15.47)
e na ressurreição de Jesus (Mt. 28.1; Mc 16.1; Jo 20.1-18).
Jesus estava na cruz e viu abaixo dele sua
mãe e o discípulo amado, João. Ele diz para ela e para ele. Mulher, eis ai teu
filho; e ao discípulo, eis ai a sua mãe.
Jesus não realizou a sua obra na cruz na
condição de filho de Maria, mas sim, de Mediador da nova aliança. No entanto, é
admirável que num momento de dor física e angústia mental intensas, o Senhor
tenha pensado nos outros, como indicam suas três primeiras declarações na cruz (Lc
23.34.43: Jo 19.26-27).
O cuidado terno de Jesus por sua mãe é
demonstrado na provisão de um lar mais apropriado até do que aquele que ela
teria com seus próprios filhos (Mt 13.55.56; Jo 7.5; 19.26-27).
Passou-se
um tempo e Jesus pode ver que tudo estava concluído, ou tudo já estava
consumado. A quinta e a sexta declarações na cruz foram proferidas pouco antes
da morte de Jesus.
A provação mais angustiante - o ato de
tomar sobre si, de maneira substitutiva, a ira de Deus contra o pecado (Mt
27.46; Mc 15.34), que foi acompanhado de trevas - havia chegado ao fim.
Para que ainda a Escritura se cumprisse ele
disse que tinha sede – vs. 28. É notável que numa situação de aflição extrema o
Senhor se preocupe em cumprir as Escrituras. Na verdade, outras duas das sete
declarações na cruz estão intimamente relacionadas com o Antigo Testamento (Mt
27, 46 é uma citação do SI 22.1 e Lc 23.46 cita o Sl 31.5; cf. Sl 69.21; 22.15).
Assim que provou, Jesus pode dizer que tudo
estava consumado. Corresponde ao que João relatou no vs. 28. Para muitos, o
sepultamento é o início da exaltação de Cristo, uma vez que ele foi poupado do
procedimento romano habitual de deixar o corpo de um criminoso na cruz durante
vários dias.
Deixar os corpos na cruz teria contaminado
a terra (Dt 21.23). É interessante observar que os judeus se aliaram aos
romanos para cometer um homicídio e depois fizeram questão de que se cumprisse
uma lei cerimonial judaica, a preparação.
Esse excesso de dor – o quebrar das pernas
- podia, por si mesmo, causar a morte. Certamente dificultava a respiração, uma
vez que a pessoa não podia mais se apoiar nas pernas para respirar. No caso de
Jesus nem foi necessário. Também isso aconteceu por causa das Escrituras que
diziam que nenhum de seus ossos seriam quebrados.
Para certificar-se da morte de Jesus, o
soldado abriu o lado de Jesus com uma lança. João coloca esse detalhe junto com
a descrição dos preparativos para o sepultamento nos vs. 39-40, e também a
designação específica do sepulcro no v. 41, a fim de eliminar qualquer dúvida
de que Jesus não estivesse morto.
Tanto o ato de traspassar o seu lado quanto
o fato de seus ossos não terem sido quebrados cumpriram as Escrituras do Antigo
Testamento (vs. 36-37).
Sua morte sem ossos quebrados cumpriu as
exigências rituais de Nm 9.12, também prefiguradas em SI 34.20. O
trespassamento cumpriu Zc 12.10.
João inclui o detalhe de sair sangue e água
do lado de Jesus como um depoimento tanto da realidade do corpo físico de Jesus
quanto de sua morte. E possível que também indique uma ruptura do coração que
ocorre somente em casos de agonia extrema.
Alguns comentaristas veem nesse fato um
significado simbólico e associam-no a 1Jo 5.6-8:
Este
é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas
por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a
verdade.
Porque
três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e
estes três são um.
E
três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes
três concordam num. (1 João 5:6-8).
Foi depois dessas coisas que aparece José
de Arrematei-a, um simpatizante secreto de Jesus, mencionado nos quatro
Evangelhos como relacionado ao sepultamento de Jesus. Não é citado em nenhuma
outra parte do Novo Testamento. Com a permissão de Pilatos, ele pode ter acesso
ao corpo para poder prepará-lo para o sepultamento.
Também Nicodemos ajudou José na preparação
do corpo. Nicodemos tinha levado cerca de trinta e quatro quilos de uma mistura
de mirra e aloés. Nicodemos fora mencionado anteriormente duas vezes nesse
Evangelho (3.1; 7.50).
Nicodemos providenciou uma grande
quantidade de especiarias aromáticas para a unção do corpo de Jesus. As
mulheres fiéis estavam presentes durante o sepultamento (Mt 27.61; Mc 15.47; Lc
23.55).
Tomando o corpo de Jesus, os dois o
envolveram em faixas de linho, juntamente com as especiarias, de acordo com os
costumes judaicos de sepultamento e o colocaram num jardim, onde havia um
sepulcro novo, onde ninguém jamais fora colocado.
Num jardim, foi criado o primeiro homem à
imagem e à semelhança de Deus.
Num jardim, foi ressuscitado o segundo
homem, o segundo Adão que é o resgate do primeiro.
Era esse o Dia da Preparação para os judeus
e visto que o sepulcro ficava perto, colocaram Jesus ali. A obra de salvação do
homem estava quase completa.
Jo 19:1 Então, por isso, Pilatos
tomou a Jesus
e mandou
açoitá-lo.
Jo 19:2 Os soldados,
tendo tecido
uma coroa de espinhos,
puseram-lha
na cabeça
e
vestiram-no com um manto de púrpura.
Jo 19:3 Chegavam-se a ele e diziam:
Salve, rei
dos judeus!
E davam-lhe
bofetadas.
Jo 19:4 Outra vez saiu Pilatos e lhes
disse:
Eis que eu
vo-lo apresento,
para
que saibais que eu não acho nele crime algum.
Jo 19:5 Saiu, pois, Jesus
trazendo a
coroa de espinhos
e o manto de
púrpura.
Disse-lhes Pilatos:
Eis o homem!
Jo 19:6 Ao verem-no,
os principais
sacerdotes
e os seus
guardas gritaram:
Crucifica-o!
Crucifica-o!
Disse-lhes Pilatos:
Tomai-o vós
outros
e
crucificai-o;
porque
eu não acho nele crime algum.
Jo 19:7 Responderam-lhe os judeus:
Temos uma
lei,
e, de
conformidade com a lei,
ele
deve morrer,
porque
a si mesmo se fez Filho de Deus.
Jo 19:8 Pilatos,
ouvindo tal
declaração,
ainda
mais atemorizado ficou,
Jo
19:9 e, tornando a entrar no pretório, perguntou a Jesus:
Donde
és tu?
Mas Jesus não
lhe deu resposta.
Jo 19:10 Então, Pilatos o advertiu:
Não me
respondes?
Não
sabes que tenho autoridade
para
te soltar
e
autoridade para te crucificar?
Jo 19:11 Respondeu Jesus:
Nenhuma
autoridade terias sobre mim,
se
de cima não te fosse dada;
por
isso, quem me entregou a ti
maior
pecado tem.
Jo 19:12 A partir deste momento,
Pilatos
procurava soltá-lo,
mas
os judeus clamavam:
Se
soltas a este,
não
és amigo de César!
Todo aquele
que se faz rei
é
contra César!
Jo 19:13 Ouvindo Pilatos estas palavras,
trouxe Jesus
para fora
e sentou-se
no tribunal,
no
lugar chamado Pavimento, no hebraico Gabatá.
Jo
19:14 E era a parasceve pascal,
cerca
da hora sexta;
e
disse aos judeus:
Eis
aqui o vosso rei.
Jo 19:15 Eles, porém, clamavam:
Fora! Fora!
Crucifica-o!
Disse-lhes Pilatos:
Hei de
crucificar o vosso rei?
Responderam os principais sacerdotes:
Não temos
rei,
senão
César!
Jo 19:16 Então, Pilatos
o entregou
para ser crucificado.
Jo 19:17 Tomaram eles, pois, a Jesus;
e ele
próprio,
carregando
a sua cruz,
saiu
para o lugar chamado Calvário,
Gólgota
em hebraico,
Jo
19:18 onde o crucificaram
e
com ele outros dois,
um
de cada lado,
e
Jesus no meio.
Jo 19:19 Pilatos escreveu
também um
título
e o colocou
no cimo da cruz;
o
que estava escrito era:
JESUS
NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.
Jo 19:20 Muitos judeus leram este
título,
porque o
lugar em que Jesus fora crucificado
era
perto da cidade;
e
estava escrito em
hebraico,
latim e grego.
Jo 19:21 Os principais sacerdotes diziam
a Pilatos:
Não escrevas:
Rei
dos judeus,
e
sim que ele disse:
Sou
o rei dos judeus.
Jo 19:22 Respondeu Pilatos:
O que escrevi
escrevi.
Jo 19:23 Os soldados, pois,
quando
crucificaram Jesus,
tomaram-lhe
as vestes
e
fizeram quatro partes,
para
cada soldado uma parte;
e
pegaram também a túnica.
A
túnica, porém,
era
sem costura,
toda tecida
de alto a baixo.
Jo 19:24 Disseram, pois, uns aos outros:
Não a
rasguemos,
mas
lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá
-
para se cumprir a Escritura:
Repartiram
entre si as minhas vestes
e sobre a
minha túnica lançaram sortes.
Assim, pois,
o fizeram os soldados.
Jo 19:25 E junto à cruz estavam
a mãe de
Jesus,
e a irmã
dela,
e Maria,
mulher
de Clopas,
e Maria
Madalena.
Jo 19:26 Vendo Jesus sua mãe
e junto a ela
o discípulo amado, disse:
Mulher,
eis aí teu filho.
Jo 19:27 Depois, disse ao discípulo:
Eis aí tua
mãe.
Dessa
hora em diante,
o
discípulo a tomou para casa.
Jo 19:28
Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado,
para
se cumprir a Escritura, disse:
Tenho
sede!
Jo 19:29 Estava ali um vaso cheio de
vinagre.
Embeberam de
vinagre uma esponja
e,
fixando-a num caniço de hissopo,
lha
chegaram à boca.
Jo 19:30 Quando, pois, Jesus tomou o
vinagre, disse:
Está
consumado!
E,
inclinando a cabeça,
rendeu
o espírito.
Jo 19:31 Então, os judeus,
para que no
sábado
não
ficassem os corpos na cruz,
visto
como era a preparação,
pois
era grande o dia daquele sábado,
rogaram
a Pilatos
que se lhes
quebrassem as pernas,
e
fossem tirados.
Jo 19:32 Os soldados
foram
e quebraram
as pernas
ao
primeiro
e
ao outro que com ele tinham sido crucificados;
Jo
19:33 chegando-se, porém, a Jesus,
como
vissem que já estava morto,
não
lhe quebraram as pernas.
Jo
19:34 Mas um dos soldados lhe abriu o lado
com
uma lança,
e
logo saiu sangue e água.
Jo 19:35 Aquele que isto viu testificou,
sendo
verdadeiro o seu testemunho;
e ele sabe
que diz a verdade,
para
que também vós creiais.
Jo 19:36 E isto aconteceu para se
cumprir a Escritura:
Nenhum dos
seus ossos será quebrado.
Jo 19:37 E outra vez diz a Escritura:
Eles verão
aquele a quem traspassaram.
Jo 19:38 Depois disto, José de
Arimatéia,
que era
discípulo de Jesus,
ainda
que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus,
rogou
a Pilatos lhe permitisse tirar o corpo de Jesus.
Pilatos
lho permitiu.
Então, foi José de Arimatéia
e retirou o
corpo de Jesus.
Jo 19:39 E também Nicodemos,
aquele que
anteriormente viera ter com Jesus à noite,
foi,
levando cerca de cem libras de um composto
de
mirra e aloés.
Jo 19:40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus
e o
envolveram em lençóis com os aromas,
como
é de uso entre os judeus
na
preparação para o sepulcro.
Jo 19:41 No lugar onde Jesus fora
crucificado,
havia um
jardim,
e neste, um
sepulcro novo,
no
qual ninguém tinha sido ainda posto.
Jo
19:42 Ali, pois, por causa
da
preparação dos judeus
e
por estar perto o túmulo,
depositaram
o corpo de Jesus.
Jesus morreu! O
inocente que não tinha pecado se fez pecado por nós. O justo morreu pelo
injusto para fazer deste um justificado pelo seu sangue. Deus não nos fez
justos em Cristo Jesus, antes, fomos justificados pelo Justo.
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