domingo, 20 de julho de 2014
domingo, julho 20, 2014
Jamais Desista
Jó 10:1-22 - JÓ TERMINA SUA RESPOSTA A BILDADE
Continuamos na parte II, de cinco, de nossa
divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó continua
se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
B. O primeiro ciclo de discursos
– 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já
dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis
explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em
seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 –
7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 –
10:22 – estamos vendo em continuidade. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de
Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – continuação.
Já vimos no capítulo anterior que o
discurso de Bildade mostrou ele mesmo como um homem áspero, rude e insensível.
Agora é a vez de Jó responder. Já vimos que
para cada discurso, na ordem, Jó fala da amargura de sua alma, do tédio que
está experimentando com seu sofrimento que não parece ter fim.
Você já reparou que nos momentos de grande
alegria o tempo parece voar e nos de tristeza enlarguecer?
Jó estava cansado e não sabia o quanto isso
iria demorar. Ele sabia que em determinado momento de sua vida, tudo estava tão
bom e que, de uma hora para outra, tudo mudou drasticamente e ele agora estava
experimentando algo muito difícil de suportar.
Ele pede licença a Deus por que quer falar
e colocar para fora por meio de sua boca tudo aquilo que estava consumindo ele
por dentro, o qual era o seu amargor. Desabafar é muito bom e importante para
nós em qualquer que seja o momento de nossas vidas.
Ele pede a Deus que não o condene, mas que
o deixe divagar um pouquinho. Seu coração anseia por uma resposta porque quer
ele entender os fatos e saber o que se passa.
O interessante é que sua fala é totalmente
dirigida a Deus. Quem acabou de falar com ele e o detonar em sua fala foi
Bildade e agora ele busca a Deus em seu discurso.
Na sua primeira resposta também ele agiu
assim, primeiro retrucou com o que lhe falara e depois se dirigiu a Deus
buscando algo.
Dos versos 4 ao 7, o dilema visível de Jó
está cheio de ironia: ele reconhece que Deus é onisciente e que não precisa
investigar pecados como um promotor público comum. A única explicação possível
é que o Senhor sabe que Jó é inocente, mas prefere fazer de Jó a sua vítima
indefesa.
Jó reconhece no verso 7 a depravação total
do homem e ele fala que é iníquo. Não porque fosse filho de Belial, pelo
contrário, era um santo homem de Deus, do qual o próprio Deus tinha dado
testemunho dele.
Dos versos 8 ao 12, como o autor de Sal
139:13-16, Jó compreende que Deus o havia formado no ventre materno, lhe dado
vida e o abençoado. Agora ele não conseguia entender como o mesmo Deus bondoso
poderia maltratá-lo de maneira tão insensível.
Por isso que Jó apresenta sua oração a Deus
mostrando a sua fragilidade, temporariedade e pecaminosidade e pede ao Deus
criador, sustentador e mantenedor que aja em favor dele enquanto ainda dá para
socorrê-lo.
Jó reconhece que Deus - e não o diabo, nem o acaso - é que está no controle de tudo e de todas as coisas, por isso que insiste com
Deus apesar de seu aparente silêncio ou inatividade.
Ele verifica que não adianta lutar contra
Deus quando Deus está no controle, mas insiste com ele. Veja que nos versos de
14 a 15, tudo isso parece estar baseado na suposição equivocada de que o
sofrimento se devia à ira punitiva de Deus, por isso que diz “se eu pecar”.
Quando Jó exclama “se eu morrer” ele ai
está se voltando ao mesmo tema deprimente que expressou em 3:11. E dos versos
20 ao 22, ele repete seus sentimentos de 7:17-19.
Jó 10:1 A minha alma tem tédio da minha
vida;
darei
livre curso à minha queixa,
falarei
na amargura da minha alma.
Jó
10:2 Direi a Deus:
Não
me condenes;
faze-me
saber por que contendes comigo.
Jó
10:3 Parece-te bem que me oprimas,
que
rejeites o trabalho das tuas mãos
e
resplandeças sobre o conselho dos ímpios?
Jó
10:4 Tens tu porventura olhos de carne?
Vês
tu como vê o homem?
Jó
10:5 São os teus dias como os dias do homem?
Ou
são os teus anos como os anos de um homem,
Jó
10:6 Para te informares da minha iniquidade,
e
averiguares o meu pecado?
Jó
10:7 Bem sabes tu que eu não sou iníquo;
todavia
ninguém há que me livre da tua mão.
Jó
10:8 As tuas mãos me fizeram e me formaram completamente;
contudo
me consomes.
Jó
10:9 Peço-te que te lembres de que como barro me formaste
e
me farás voltar ao pó.
Jó
10:10 Porventura não me vazaste como leite,
e
como queijo não me coalhaste?
Jó
10:11 De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste.
Jó
10:12 Vida e misericórdia me concedeste;
e
o teu cuidado guardou o meu espírito.
Jó
10:13 Porém estas coisas as ocultaste no teu coração;
bem
sei eu que isto esteve contigo.
Jó
10:14 Se eu pecar, tu me observas;
e
da minha iniquidade não me escusarás.
Jó
10:15 Se for ímpio, ai de mim!
E
se for justo, não levantarei a minha cabeça;
farto
estou da minha ignomínia;
e
vê qual é a minha aflição,
Jó
10:16 Porque se vai crescendo;
tu
me caças como a um leão feroz;
tornas
a fazer maravilhas para comigo.
Jó
10:17 Tu renovas contra mim as tuas testemunhas,
e
multiplicas contra mim a tua ira;
revezes
e combate estão comigo.
Jó
10:18 Por que, pois, me tiraste da madre?
Ah!
se então tivera expirado, e olho nenhum me visse!
Jó
10:19 Então eu teria sido como se nunca fora;
e
desde o ventre seria levado à sepultura!
Jó
10:20 Porventura não são poucos os meus dias?
Cessa,
pois, e deixa-me,
para
que por um pouco eu tome alento.
Jó
10:21 Antes que eu vá para o lugar de que não voltarei,
à
terra da escuridão e da sombra da morte;
Jó
10:22 Terra escuríssima, como a própria escuridão,
terra
da sombra da morte
e
sem ordem alguma,
e
onde a luz
é como a escuridão.
Agora Jó encerra seu discurso resposta e o
outro seu amigo, Zofar, toma uso da palavra e baseado no que ouviu de Elifaz,
da resposta de Jó a Elifaz, de Bildade e de sua resposta a Bildade.
Zofar não será diferente dos outros dois. A
ideia ou pressuposto deles estava firmada na cosmovisão de que o sofrimento era
consequência imediata do pecado e se Jó sofria, isso era porque havia pecado em
algum lugar.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.