quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
quinta-feira, janeiro 29, 2015
Jamais Desista
Isaías 63:1-19 - LAMENTOS E ARREPENDIMENTOS - DEUS É SOBERANO E O HOMEM RESPONSÁVEL.
Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 63 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e
restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração
(56:1 – 66:24).
2. O arrependimento que leva à
restauração (59:1-66:24).
a. Arrependimento e resposta 1 -
59:1-63:6
(2) A resposta de salvação de
Deus (59:14-63:6) - continuação.
Como já dissemos, até 63:6, finalizando essa
seção primeira “a. Arrependimento e Salvação 1”, veremos como será a resposta
de salvação de Deus. Tendo levado os leitores a confessarem o seu pecado,
Isaías agora lhes assegura que Deus responderia à sua situação deplorável e
libertaria Israel do exílio.
Também dividimos essa seção “(2)” em quatro
partes: a. O mal será vencido – 59:14 – 60:22 – já vimos; b. A proclamação do ano aceitável do Senhor – 61:1-11 – já vimos; c. A gloriosa Jerusalém
futura – 62:1-12 – já vista; e, d.
Julgamento das nações – 63:1-6 – veremos
agora.
É importante frisar que desde o primeiro
verso do capítulo 60 até ao verso 6, do capítulo 63, magníficas profecias sobre
o futuro dourado de Jerusalém encontram o seu cumprimento hoje na Jerusalém
celestial (isto é, na "Jerusalém lá de cima" Gl 4:26) e terão o seu
cumprimento definitivo nos novos céus e na nova terra, quando Cristo voltar (Ap
21:1-27). Que dia glorioso não será esse dia?
d. Julgamento das nações – 63:1-6.
No capítulo anterior, vimos uma breve
descrição da gloriosa Jerusalém futura em que a cidade se tornou o foco
enquanto Isaías descrevia as promessas de Deus quanto à salvação do exílio.
Aqui, nos próximos seis versículos, veremos
o julgamento das nações. Juntamente com a glória de Jerusalém aconteceria a
derrota e o julgamento de todos aqueles que se opuseram a Deus. Isso, realmente
é terrível! É como o caráter duplo da pregação que em um determinado público
gera a vida e em outro o juízo!
Quem é este que vem? O mesmo que viria ao
seu povo com salvação (62:11) também viria para julgar os outros. Edom, de
Bozra (cidade edomita localizada a cerca de 40 km a sudeste do mar Morto) aqui
é o representante das nações ímpias e orgulhosas (21:11-12; 25:10; 34:1-17; Sl
137:7; Jr 49:7-22; Lm 4:21-22; Ez 25:12-14; Jl 3:19; Am 1:11-12; Ob 14-15; MI 1:2-5).
Ele está de vestiduras escarlate e glorioso
em seu traje, marchando na plenitude da sua força, falando em justiça e
poderoso para salvar. As suas vestes estão assim vermelhas por que sozinho
pisou o lagar da ira de Deus.
Ninguém houve com ele capaz de pisar no
lagar – vs. 3 - e esmagar no seu furor os rebeldes e contradizentes, filhos do
diabo, cheios de toda perversão e maldade.
Está implícito nessa metáfora ampliada do
Dia do Senhor (Lm 1:15; JI 3:13; Ap 14:17-20; 19:15) que o lagar representa a
batalha e o suco representa o "sangue".
Essa passagem é aplicada a Cristo em Ap 19:15
porque a sua segunda vinda será o clímax do julgamento de Deus contra os seus
inimigos.
Ele contrasta, no vs. 4, o dia da vingança
de Deus com o ano da redenção dos redimidos. O julgamento e a redenção caminham
lado a lado. Um não pode acontecer plenamente sem o outro. O mesmo se dá, como
tenho falado, pregado e ensinado que a pregação tem a função dupla, tanto de
salvação quanto de juízo.
Apesar de procurar, não houve quem o
ajudasse e admirou-se de que ninguém o sustivesse, por isso que o seu braço – o
poder de Deus manifestado em seus atos de libertação e vingança - é que lhe
trouxe a vitória e foi o seu furor que o susteve – 40:10; 59:16. O fato é que
os israelitas não tinham condições de corrigir, por si mesmos, a sua situação,
de modo que Deus determinou-se a mediar em seu favor.
b. Arrependimento e resposta 2 - 63:7-66:24.
A partir de agora até 66:24 estaremos vendo
o arrependimento e a resposta 2 e assim, concluindo o livro de Isaías. Nesse
ponto, Isaías repete o padrão básico de arrependimento e lamento seguido pela
garantia de Deus de que ele restauraria o seu povo.
As duas seções principais são o lamento
(63:7-64:12) e a resposta de Deus (65:1-66:24). Isso nos obrigará a fazer a
seguinte divisão: (1) Lamento e arrependimento - 63:7-64:12 – começaremos a ver agora; (2) A resposta
de julgamento e salvação vindos de Deus - 65:1-66:24.
(1) Lamento e arrependimento - 63:7-64:12.
Isaías fornece aqui um lamento modelar para
levar os exilados ao arrependimento.
Isaías fez uma proclamação pública dos atos
poderosos do Senhor no passado (Sl 51:13-15; 89:1; 145:7).
Ele se refere a esses atos:
·
Como
"benignidades" (55:3; Sl 89:1; 54:6-8).
·
Como
"atos gloriosos" (isto é, louváveis; 60:6; SI 77; 78; 135; 136).
·
Como
"tudo o que o Senhor nos concedeu" (isto é, recompensas; Sl 13:6; 16:7).
·
Como
"grande bondade" (isto é, atos de fidelidade à aliança; SI 23:6).
·
Como
"misericórdias" (isto é, compaixão; ver na BEG, a nota sobre 14:1).
Ele afirmava que eles são seu povo, filhos
que não mentirão, "Filhos fiéis" (Êx 4:22; Dt 14:1), ao contrário de
1:2-4 que fala de filhos criados pelo Senhor que a ele se rebelaram. Filhos que
não procederão com falsidade e assim o Senhor se fez deles seu salvador.
Em toda a angústia deles, foi ele
angustiado, sendo que o anjo de sua presença os salvou. O sofrimento de Israel
no Egito (Êx 2.25) foi terrível, mas Deus esteve com eles. O Anjo da sua
presença - Éx 14:19; 23:20-23 – os conduziu - Êx 19:4; Dt 1:31; 32:10-12.
No seu amor e na sua compaixão, ele os
remiu, e os tomou, e os carregou todos os dias da antiguidade. Também fez assim
durante o cativeiro assírio e babilônico. É certo que João diz por isso – Jo 3:16
- que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único filho para que todo
aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna..
Apesar disso – vs. 10 – eles se rebelaram e
contristaram o seu Espírito Santo. Quando o povo de Deus se rebela contra ele,
isso traz tristeza e dor ao Espírito de Deus (cf. Sl 106:33, At 7:51; Et 4:30).
Por isso é que Deus se fez inimigo deles e mesmo pelejou contra eles – vs. 11.
Em meio ao sufoco e às lutas por causa da
rebelião, se lembraram do Senhor e dos dias da antiguidade, do período do êxodo
e da caminhada no deserto, do mar Vermelho (Êx 14:21-15:21). Moises foi
"pastor do seu rebanho". Jesus é nosso Pastor (Hb 13:20).
Eles perguntavam onde estava aquele que pôs
no meio deles o seu Santo Espírito Santo, fazendo uma alusão a Nm 11:17,25.
Continuavam a se lembrar do braço glorioso –
vs. 12, fazendo alusão a Êx 15:6; 51:9; do Senhor que fendeu as águas diante
deles pra fazer um nome eterno para si mesmo - Êx 14:16,21; Sl 78:13; do Deus
Todo-Poderoso que os guiou pelos abismos – vs. 13; Êx 15:5,8; Sl 106:9 sem se
quer fazer tropeçar qualquer um deles; do Sumo Pastor de Israel que os fez
descer ao vale como o gado – vs. 14 -, onde o Espirito de Deus lhes deu
descanso e assim os guiou e nisso fez para si e para a nação de Israel um nome
muito glorioso.
Depois dessas lembranças do Deus de Israel,
eles fazem uma cobrança forte a Deus como se este não lhes desse a mínima. Eles
rogavam que ele atentasse lá dos céus e visse lá de sua santa e gloriosa
habitação. Onde estão, diziam eles, o seu zelo e as suas obras poderosas?
Será que Deus os abandonaria em definitivo
e nada faria por eles? Teria Deus mesmo cessado sua ternura e estancado suas
misericórdias para com eles?
No desespero da situação apelam a ele como
Pai. Deus sempre foi o Pai do seu povo (64:8; Dt 32:6; Jr 3:4,19); eles são
seus filhos por adoção (Êx 4:22-23; cf: Jo 8:41). Nem Abraão, nem Israel eram
como ele, o Pai. O Pai não se esqueceria dos seus filhos, ainda que Abraão e
Israel o fizesse, mas ele, o Pai, não! Somente Deus é o redentor e somente ele
é desde a antiguidade, assim, somente ele pode libertar (vs: 5,8).
No verso 17, uma grande verdade teológica
que dá nó na cabeça de muitos teólogos não acostumados com a soberania de Deus,
com a responsabilidade humana e com o fato de não termos livre-arbítrio, ou
seja, não sermos capazes de agir contrariamente à nossa natureza.
Esse verso diz bem assim: “Por que, ó Senhor, nos fazes errar dos teus
caminhos? Por que endureces o nosso coração, para te não temermos? Faze voltar,
por amor dos teus servos, as tribos da tua herança.”
Deus faz com que aqueles que o rejeitam se
desviem (Rm 1:20-24). O Senhor endurece os corações dos incrédulos para lhes
dar aquilo que desejam. “Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer
endurece.” – Rm 9:18.
com
vestiduras tintas de escarlate?
este
que é glorioso no seu traje,
que
marcha na plenitude da sua força?
Sou
eu, que falo em justiça, poderoso para salvar.
Is
63:2 Por que está vermelha a tua vestidura,
e
as tuas vestes como as daquele que pisa no lagar?
Is
63:3 Eu sozinho pisei no lagar,
e
dos povos ninguém houve comigo;
eu
os pisei na minha ira,
e
os esmaguei no meu furor,
e
o seu sangue salpicou as minhas vestes,
e
manchei toda a minha vestidura.
Is
63:4 Porque o dia da vingança estava no meu coração,
e
o ano dos meus remidos é chegado.
Is
63:5 Olhei, mas não havia quem me ajudasse;
e
admirei-me de não haver quem me sustivesse;
pelo
que o meu próprio braço me trouxe a vitória;
e
o meu furor é que me susteve.
Is
63:6 Pisei os povos na minha ira,
e
os embriaguei no meu furor;
e
derramei sobre a terra o seu sangue.
Is 63:7 Celebrarei as benignidades do
Senhor,
e
os louvores do Senhor,
consoante
tudo o que o Senhor nos tem concedido,
e
a grande bondade para com a casa de Israel,
bondade
que ele lhes tem concedido
segundo
as suas misericórdias,
e
segundo a multidão das suas benignidades.
Is
63:8 Porque dizia:
Certamente
eles são meu povo,
filhos
que não procederão com falsidade;
assim
ele se fez o seu Salvador.
Is
63:9 Em toda a angústia deles foi ele angustiado,
e
o anjo da sua presença os salvou;
no
seu amor, e na sua compaixão ele os remiu;
e os tomou, e os
carregou
todos
os dias da antigüidade.
Is
63:10 Eles, porém, se rebelaram,
e
contristaram o seu santo Espírito;
pelo
que se lhes tornou em inimigo,
e
ele mesmo pelejou contra eles.
Is
63:11 Todavia se lembrou dos dias da antigüidade, de Moisés,
e
do seu povo, dizendo:
Onde
está aquele que os fez subir do mar
com
os pastores do seu rebanho?
Onde
está o que pôs no meio deles
o
seu santo Espírito?
Is
63:12 Aquele que fez o seu braço glorioso
andar
à mão direita de Moisés?
que
fendeu as águas diante deles,
para
fazer para si um nome eterno?
Is
63:13 Aquele que os guiou pelos abismos,
como
a um cavalo no deserto,
de
modo que nunca tropeçaram?
Is
63:14 Como ao gado que desce ao vale,
o
Espírito do Senhor lhes deu descanso;
assim
guiaste o teu povo,
para
te fazeres um nome glorioso.
Is
63:15 Atenta lá dos céus e vê, lá da tua santa e gloriosa habitação;
onde
estão o teu zelo e as tuas obras poderosas?
A
ternura do teu coração e as tuas misericórdias
para
comigo estancaram.
Is 63:16 Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão
não nos conhece,
e
Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai;
nosso Redentor desde a antigüidade é o teu
nome.
Is
63:17 Por que, ó Senhor, nos fazes errar dos teus caminhos?
Por
que endureces o nosso coração, para te não temermos?
Faze
voltar, por amor dos teus servos,
as
tribos da tua herança.
Is
63:18 Só por um pouco de tempo o teu santo povo a possuiu;
os
nossos adversários pisaram o teu santuário.
Is
63:19 Somos feitos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste,
e
como os que nunca se chamaram pelo teu nome.
Ao endurecer os corações estaria Deus
usurpando a sua justiça e tornando-a nula? Estaria Deus vilipendiando a vontade
humana, tornando os seres criados em fantoches seus? De forma alguma. Deus é
100% justo e o homem 100% responsável.
O triste lamento do povo continua até o
verso 19, mas não acusando a Deus, mas entendendo que ele é soberano e que a
situação poderia mudar, por isso é que oram e pedem a Deus socorro.
O capítulo termina sem uma conclusão, mas
apenas com o lamento e com a luta com Deus em oração.
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.