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sábado, 12 de março de 2016

Tiago 4 1-18 - POR QUE ÀS VEZES ORAMOS E NÃO RECEBEMOS?

Como falamos, Tiago foi escrito com o objetivo de ensinar a sabedoria de Deus para podermos perseverar em meio às dificuldades até o retorno de Cristo. Ela, provavelmente, foi escrita entre 44-62 d.C. Estamos vendo o capítulo 4/5.
Breve síntese do capítulo 4.
Há tantas coisas que militam em nossa carne querendo nossa atenção. É a cobiça, a inveja, os prazeres, a amizade do mundo...
Ser amigo do mundo significa aqui em Tiago desprezar a Deus porque ele está falando do sistema que há no mundo e não do mundo criado e bendito de Deus. No mundo quem governa e quem está no trono de nossa vida recebendo adoração é o nosso ego e não o nosso Deus.
Quando está sentado no trono da minha vida o meu “eu”, então a minha motivação não é Deus, nem sua lei, nem meu próximo, mas tão-somente meus desejos. Quando eu peço algo a Deus apresentando-me diante de Deus com meu ego entronizado, eu não receberei nada que tenha pedido.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A SABEDORIA E SEUS EFEITOS NAS DISPUTAS (3.13-5.11) - continuação.
Estamos vendo, como dissemos, dos vs. 3.13 ao 5.11, a sabedoria e seus efeitos nas disputas. Tiago retornou explicitamente ao tema da sabedoria. Elas formaram a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10) – concluiremos agora; B. Maledicência (4.11-12) – veremos agora; C. Advertências contra a presunção (4.13-17) – veremos agora; D. Advertências aos ricos (5.1-6); e, E. Paciência (5.7-11).
A. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10) - continuação.
Como falamos, dos vs. 3.13 ao 4.10, estaremos distinguindo a sabedoria proveniente de Deus. Há dois tipos de sabedoria: uma de Deus e outra do mundo. Tiago informou a seus leitores sobre como distinguir uma da outra.
De onde vem o que é mal em nossos corações que nos motivam às práticas erradas? Os maus desejos são as causas das divisões entre os santos. Aqui a inveja está ainda sendo considerada, como um desejo perverso destrutivo. A língua pode ser um instrumento do mal nas discussões, mas os maus desejos encontram-se na fonte.
É a cobiça que desperta em nós os desejos de termos as coisas e ela nos leva até à morte e à inveja para consegui-las, por isso vivemos lutando e em guerras e nada temos, simplesmente porque não pedimos.
A inveja é um pecado contra Deus. Ela procede da falta de confiança de apresentarmos as nossas necessidades a Deus. Tiago não está prometendo aqui que se nós simplesmente orarmos, todos os nossos desejos serão satisfeitos.
Orar pelo que necessitamos e desejamos demonstra sabedoria, mas a oração é muitas vezes o meio pelo qual Deus modela os nossos desejos para que eles se conformem aos desejos dele.
Quando deixamos de nos aproximar de Deus em oração a respeito das nossas necessidades, somos propensos a recorrer à ganância e aos esforços mundanos.
Deus recusa-se a responder aos pedidos que procedem dos maus desejos. Orar pelos motivos errados é orar sem fé (Rm 14.23; Hb 11.6). Por isso que pedimos e não recebemos, pois estamos pedindo por motivos errados, para nos gastarmos em nossos prazeres.
Tiago os chama de adúlteros ou de infiéis - trata-se de infidelidade espiritual – aqueles que tem amizade com o mundo e com Deus ao mesmo tempo.
Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. Aqui, ele pode estar se referindo especialmente a Dt 6.15 ou, mais geralmente, à Escritura num sentido amplo (p. ex., Êx 20.3,5; 34.14; Dt 32.21; Js 24.19; Na 1.2).
Em seguida – vs. 5 – ele explica que o Espírito Santo que Deus fez habitar em nós, por Cristo, tem fortes ciúmes. O Espírito de Deus habita nos cristãos, e por essa razão os cristãos estão ligados a Deus na mais profunda intimidade. Portanto, Deus não irá tolerar uma fidelidade que esteja divida entre ele e o mundo. Simplesmente, não dá para agradar ambos: a Deus e ao mundo. Então, ele nos enche de graça e graça maior, como está escrito: "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes" – vs. 6.
Em função do exposto, ele nos exorta primeiro a submetermo-nos a Deus e depois, sim, resistirmos ao diabo.
Tiago empregou a linguagem de adoração do Antigo Testamento para descrever como os cristãos podem obter sabedoria divina e evitar brigas e invejas ao submeter-se a Deus em fé e arrependimento, colocar-se ao lado de Deus e negar-se a obedecer a Satanás.
Tiago também ofereceu a certeza do perdão àqueles que honestamente buscam por ele (cf. Zc 1.3; MI 3.7).
Satanás não tem o mesmo poder ou autoridade que Deus. Embora Satanás continue poderoso, ele não é invencível. Os cristãos devem resistir ao diabo confiando que Deus irá protegê-los.
Quando Deus se aproxima dos cristãos, o diabo foge. Primeiro, devemos nos submeter a Deus e depois disso, sim, resistirmos ao diabo e a consequência certa é a sua fuga, ou seja, ele fugirá de nós – vs. 7.
Os vs. de 8 a 10 são muito interessantes. Ao nos aproximarmos de Deus, ato contínuo, Deus se aproximará de nós! E como é que eu me aproximo dele, se não pelo seu Espírito que está já me conduzindo a ele? O que entendo disso é que quando estou indo a ele, na verdade mesmo, é ele me atraindo com muita força. O melhor a fazer é não resistir, mas aproveitar e ir mesmo.
Como Tiago continua a nos exortar, devemos nessa ida, limpar as mãos, e nós, que temos a mente dividida, devemos purificar o coração. Como? O arrependimento verdadeiro inclui atos que demonstrem contrição, como afligir-se, lamentar e chorar; entristecer-se, lamentar e chorar, trocar o riso por lamento e a alegria por tristeza, humilhando-se diante do Senhor, pois ele, ao seu tempo, nos exaltará.
B. Maledicência (4.11-12).
Em seu raciocínio, Tiago fez uma pausa – vs. 11 e 12 - para focalizar sobre o problema particular dos cristãos briguentos e invejosos.
Num sentido rigoroso, a maledicência é relatar falsidades a respeito de outra pessoa com o propósito de destruir-lhe a reputação.
A maledicência geralmente procede da inveja e sempre reflete a obra de Satanás. Caluniar um companheiro crente destrói o companheirismo cristão e infringe a verdadeira lei do amor (2.8-9), por isso não devemos falar mal uns dos outros.
E, afinal, quem somos nós que julgamos o próximo? Nesse contexto, a palavra "julgamos" indica condenação caluniosa (vs. 11). É apropriado que os cristãos discirnam entre o bem e o mal, até mesmo entre os seus amigos cristãos (p. ex. 1Co 5.12).
C. Advertências contra a presunção (4.13-17).
Dos vs. 13 ao 17, ele faz advertência contra a presunção. O pecado da presunção (pensar muito de si mesmo) está estreitamente relacionado com o pecado da difamação. A sabedoria proveniente de Deus é humilde, e não orgulhosa.
Tiago repreendeu aqueles que estavam desconsiderando de modo arrogante a soberania divina ao viver a vida e fazer planos para o futuro sem levar em consideração a providência de Deus.
A palavra "se" – vs. 15 - refere-se aos acontecimentos futuros que são condicionais ou desconhecidos. Tiago identifica a consideração principal em todos os planos futuros como o reconhecimento de que o controle da nossa vida está nas mãos de Deus. Essa passagem levou ao uso comum da frase "se Deus quiser" entre os cristãos (At 18.21; 1Co 4.19; 16.7; Hb 6.3).
Gloriar-se de maneira arrogante a respeito das próprias habilidades e conquistas é pecado porque isso demonstra falha em reconhecer o papel de Deus nas nossas realizações. O cristão deve gloriar-se somente no Senhor (2Co 11.30; 12.5,9). É por essa razão que ele fala no vs. 16 que toda vanglória como essa de se vangloriar nas nossas pretensões, é maligna.
Por fim, ele nos submente um princípio - quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado – vs. 17. Esse princípio é amplamente aplicável a todas as áreas da vida. Nesse contexto, Tiago o aplicou a todos aqueles que se recusam a aceitar seus ensinamentos quanto a essas questões ou a modificar o seu comportamento como foi instruído.
Tg 4:1 De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde,
                senão dos prazeres que militam na vossa carne?
                               Tg 4:2 Cobiçais e nada tendes;
                               matais, e invejais,
e nada podeis obter;
                               viveis a lutar       
e a fazer guerras.
                               Nada tendes, porque não pedis;
Tg 4:3 pedis e não recebeis,
                                               porque pedis mal,
                                                              para esbanjardes em vossos prazeres.
Tg 4:4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo
                é inimiga de Deus?
                               Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo
                                               constitui-se inimigo de Deus.
Tg 4:5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura:
                É com ciúme que por nós anseia o Espírito,
                               que ele fez habitar em nós?
Tg 4:6 Antes, ele dá maior graça;
                pelo que diz:
                               Deus resiste aos soberbos,
                                               mas dá graça aos humildes.
Tg 4:7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus;
                mas resisti ao diabo,
                               e ele fugirá de vós.
Tg 4:8 Chegai-vos a Deus,
                e ele se chegará a vós outros.
Purificai as mãos, pecadores;
                e vós que sois de ânimo dobre,
                               limpai o coração.
Tg 4:9 Afligi-vos, lamentai e chorai.
Converta-se o vosso riso em pranto,
                e a vossa alegria, em tristeza.
Tg 4:10 Humilhai-vos na presença do Senhor,
                e ele vos exaltará.
Tg 4:11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros.
                Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão
                               fala mal da lei e julga a lei;
ora, se julgas a lei,
                não és observador da lei,
                               mas juiz.
Tg 4:12 Um só é Legislador e Juiz,
                aquele que pode salvar e fazer perecer;
tu, porém, quem és,
                que julgas o próximo?
Tg 4:13 Atendei, agora, vós que dizeis:
                Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal,
                e lá passaremos um ano,
                e negociaremos,
                e teremos lucros.
                               Tg 4:14 Vós não sabeis o que sucederá amanhã.
Que é a vossa vida?
                Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.
Tg 4:15 Em vez disso, devíeis dizer:
                Se o Senhor quiser,
                               não só viveremos,
                                               como também faremos isto ou aquilo.
Tg 4:16 Agora, entretanto,
                vos jactais das vossas arrogantes pretensões.
                               Toda jactância semelhante a essa
                                               é maligna.
Tg 4:17 Portanto,
                aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz
                               nisso está pecando.
Entre os versos 7 a 10, Tiago lança-lhes verbos no imperativo, como:
ü  Sujeitar-se a Deus resistindo ao diabo que fugirá de nós.
ü  Chegar-se a Deus para que ele se achegue até nós.
ü  Purificar as mãos.
ü  Limpar o coração para os que são de ânimo dobre.
ü  Afligir, lamentar e chorar.
ü  Converter risos e alegrias em prantos e choros.
ü  Humilhar-se na presença do Senhor.
Há muito no que meditar nessas palavras de Tg 4:7-10. Por exemplo, como Deus se achegará até nós? Não é isso o que queremos? Ele se achegará até nós quando nos achegarmos até ele! E como é que nos achegaremos a ele? Dando ouvidos à sua voz que está nos chamando.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.