O Evangelho de João é o livro escrito por
João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a
ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e
o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central
desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do
Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte e mundo.
Breve síntese do capítulo 1
O Evangelho de João começa com um paralelo
ao Gênesis falando do início da criação quando Deus criou todas as coisas. João
começa como se fosse um complemento de Gênesis ou como uma explicação com
riquezas de detalhes, incluindo a principal figura da criação, o Criador!
Àquele por meio de quem veio tudo a existir.
Ele começa o testemunho sobre Jesus com o
testemunho de João Batista e dá ênfase nisto como sendo muito importante.
Aquele representante do VT, do qual o Senhor deu testemunho dizendo que nenhum
homem nascido de mulher era maior do que ele, que nasceu 6 meses antes do
Senhor, encerrou sua missão e vida apontando para Jesus Cristo como o cordeiro
de Deus que tira os pecados do mundo.
Todo o AT existe, desde o primeiro Adão,
para apontar para o segundo Adão, por meio da conservação e da preservação da
semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente. Assim, todos se juntam
com João Batista para dizerem e testemunharem que Jesus é o Cristo que haveria
de vir, a antiga semente.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. PRÓLOGO (1.1-18)
João iniciou o seu Evangelho com um
prefácio longo, apresentando o tema principal: Jesus é o Verbo e a luz que veio
dos céus para o mundo, mas a maioria das pessoas o rejeitou; contudo, aqueles
que o receberam se tornaram filhos de Deus.
A frase “No princípio” que inicia o livro,
enfatiza a preexistência eterna e divina do Verbo. Aqui há uma alusão óbvia a
Gn 1.1.
O termo grego traduzido como
"Verbo" é logos, que também significa Palavra, e se aplica a Jesus em
Ap 19.13.
No passado, os intérpretes presumiram que
João utilizou logos de modo semelhante a várias linhas filosóficas gregas, que
falavam do logos como a "razão" ou "lógica" que traz ordem
e harmonia ao universo.
Muitas ideias especulativas e incorretas
sobre Cristo se originaram dessas associações com a filosofia grega. Aqui é
melhor entender o uso que João faz de logos como uma maneira de chamar a
atenção para a sua herança judaica.
No Antigo Testamento, o conceito de
"Palavra de Deus" ocorre de várias maneiras, relacionadas com temas
importantes nesse Evangelho (p. ex., veja Gn 1.3; Dt 32.46-47; SI 19.8; 33.6;
119.105,130; Os 1.1, à medida que se relacionam com Jo 1.4,7-9,13).
Além disso, no Targum aramaico (paráfrases
do Antigo Testamento utilizado nas sinagogas judaicas), a "Palavra de
Deus" é substituída por referências ao próprio Deus em Êx 3.12; 19.17. Foi
com base nessa tradição que João fez uso do termo "Verbo".
Como seguidor de Cristo, identificou Jesus
como sendo o Verbo, afirmando de modo categórico que Jesus foi o Verbo ativo da
criação que no princípio estava com Deus e que era Deus.
Então, o Verbo se fez carne. era Deus. É
expressamente afirmado que o Verbo é Deus. Alguns tentaram evitar isso com a
alegação de que no grego original isso é mais bem interpretado como "um
deus", em vez de "Deus", pois a palavra para "Deus"
não possui o artigo definido "o".
Contudo, essa alegação reflete um equívoco
sobre a compreensão da língua na qual o Novo Testamento foi escrito, pois há
mais de duzentas e cinquenta referências a Deus no Novo Testamento em grego que
são gramaticalmente idênticas a essa, incluindo passagens tais como "ao
Deus único e sábio" (Rm 16.27) e "não há senão um só Deus" (1Co
8.4).
Ao afirmar por duas vezes que o Verbo
estava "com Deus", o Evangelho de João expõe uma distinção de pessoas
na unidade da divindade, deixando claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo
não são uma única pessoa, mas sim pessoas eternas e distintas, presentes desde
"o princípio" (vs. 2). A palavra grega traduzida como "com"
sugere um relacionamento íntimo e pessoal, face a face.
Assim, no início era o Verbo e o Verbo
estava com Deus e o Verbo era Deus e ele estava no princípio com Deus e, ainda,
todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Isso salienta a deidade do
Verbo, pois criação é uma atividade específica de Deus (veja o vs. 10).
Outra evidência de sua deidade era que a
vida estava com ele - o Filho, assim como o Pai, tem "vida em si
mesmo" (5.26) - e a vida era a luz dos homens - pode ser outra afirmação
de deidade ao se referir à luz da criação que conquistou as trevas em Gn 1.2-4.
Quem resplandece nas trevas é a luz de
forma que as trevas não prevaleceram contra ela. Ou, "não a
compreenderam" ou, "não a receberam". É característica do estilo
desse Evangelho enfatizar conceitos contrastantes, cujo enredo é desenvolvido
em termos de conflito entre as forças da fé e da incredulidade.
Depois dessa descrição de Jesus
demonstrando a sua deidade, ele fala de sua principal testemunha entre todos os
homens a fim de que esses (todos os homens) vejam e creiam por intermédio de
Jesus. Isso é um contraste vívido com o particularismo judaico que, com
frequência, restringia a atividade salvadora de Deus somente a Israel. Aqui,
está declarada a importância universal do evangelho (vs. 7). O vs. 8 deixa
claro que João não era a luz, mas testemunhava acerca da luz, que é Jesus.
Nesse Evangelho, "verdade" e
"luz" são termos empregados com frequência para expressar o que é
eterno ou celestial, em oposição àquilo que é terreno ou temporal (4.24; 6.32).
Quando ele diz que ela ilumina, pode estar se referindo – vs. 9 - à atividade
iluminadora da graça comum de Deus, ou à exposição das obras malignas das
pessoas, como em 3.20.
O triste era saber que ele estava no mundo
e que o mundo fora feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconhecia, por
causa do pecado. Ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Essa
afirmação resume o ministério público de Jesus (caps. 1-12), que foi caracterizado
pela rejeição dos "seus", ou seja, os judeus.
Os seres humanos caídos não são filhos de
Deus por natureza, ou seja, pela criação de Deus. Também poderíamos chamar
todos os homens de filhos de Deus por criação. Somente aqueles que possuem a fé
redentora, gerada pela ação soberana e Deus (vs. 13), é que possuem o
privilégio de serem filhos Deus, irmãos de Jesus.
Estes não nasceram da carne nem do sangue,
mas da vontade de Deus. Pode ser uma descrição precisa do nascimento virginal
de Cristo (como era entendido nas versões latinas antigas).
Contudo, o verbo no plural, traduzido para
o português como 'nasceram'', relaciona esse versículo mais adequadamente ao novo
nascimento dos cristãos (cf. 3.3,5,7-8).
Há una analogia com o nascimento de Jesus,
visto que, por um lado, o Espírito Santo formou a natureza humana de Jesus no
ventre da virgem Maria e, por outro lado, o Espírito implanta a nova vida de
Deus naqueles que estão “mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef 2.1).
Isso é articulado com mais propriedade em Jo
3.1-21. Em outras passagens, a regeneração é apresentada como a ressurreição
(5.24; Rm 6.4-6; Ef 2.5-6; a 2.13; 3.1). A atividade graciosa e soberana de
Deus na salvação é enfatizada, sem que isso implique negar a responsabilidade
humana de crer e receber. (A BEG recomenda neste ponto ver o seu excelente artigo
teológico 'Regeneração e novo nascimento', em Jo 3).
Depois disso, de afirmar que os crentes são
filhos de Deus, nascidos de Deus, por sua vontade ele volta a enfatizar que o
Verbo se fez carne.
Uma declaração surpreendente desse prólogo,
que, para os antigos, representou algo inacreditável. Alguns pensavam que os
deuses nos visitavam em forma humana (AI 14.11); outros, que o espiritual e o divino
eram totalmente opostos à matéria e à carne.
Porém, aqui o abismo foi superado: o Verbo
eterno de Deus não apenas parecera ou deu a impressão de ser feito de carne,
mas de fato "se fez" carne (isto e, tomou sobre si mesmo uma genuína
e completa natureza humana, incluindo um corpo humano). Essa encarnação
escandalizou a muitos. Veja o artigo teológico 'Jesus Cristo, Deus e homem', em
Jo 1.
Ele se fez carne e ainda habitou entre nós.
O verbo traduzido como "habitou” significa 'acampou' ou “morou
temporariamente”. Essa expressão lembra o tabernáculo de Israel, que serviu
como o lugar da presença de Deus na terra nos dias de Moisés (Ex 40.34-35). Jesus
cumpriu esse propósito na sua encarnação.
Ele também era cheio de graça e de verdade.
"Graça” e “verdade” correspondem a termos do Antigo Testamento que
descrevem a aliança misericordiosa de Deus: muitas vezes "graça” é
traduzida como “amor”, "benignidade" ou "misericórdia" (Gn
24.27; Ex 34.6; SI 25.10; 26.3; Pv 16.6).
O Verbo que se fez carne manifestou
plenamente o caráter de Deus como realizador e protetor da aliança.
João diz que eles viram a sua glória – vs.
14. O Verbo é descrito na linguagem da literatura mosaica: sua "glória” é
percebida do mesmo modo que a glória de Deus foi vista no deserto (Êx 16.1.10;
33.18-23), no tabernáculo (Ex 40.34.35), e mais tarde no templo (1 Its 8.1-11).
Também pode ser uma referência ã transfiguração, uma vez que João foi uma
testemunha desse fato (Mt 17.1-5).
A sua glória significa "esplendor e
maravilha” e, num sentido secundário, 'honra, dignidade, importância". O
termo se aplica acima de tudo a Deus, o criador e soberano do universo, diante
de quem todas as pessoas se curvarão um dia.
O esplendor de Deus é aumentado e
reconhecido quando suas criaturas lhe dão honra e louvor. Um dos lemas da
Reforma foi Soli Deo Gloria
("Somente a Deus toda a glória").
Contudo, um dos grandes pecados, tanto de
Satanás como dos humanos, è buscar para si mesmo a glória que pertence
exclusivamente a Deus.
O Filho, em contraste, que era investido de
glória divina (17.5), humilhou-se em sua encarnação e morte expiatória (Fp
2.6-8) para fazer a mediação entre Deus e a humanidade decaída.
Ele também era o unigénito do Pai. Essa
expressão traduz urna única palavra grega que salienta a dignidade suprema do
Verbo e o relacionamento exclusivo dele com o Pai.
Tradicionalmente, essa tradução alternativa
(algumas versões traduzem como “o único”) aponta para a geração eterna do Filho
na Trindade.
Essa interpretação faz mais sentido à luz
do vs. 18. Contudo, em Génesis Isaque é chamado de o "único filho” de
Abraão (Gn 22.2,12,16) - apesar de Ismael já existir - deixando claro que o
termo pode significar 'especial' ou “exclusivo".
O ministério de João Batista precedeu o
ministério público de Jesus (Mt 3). No entanto, o Verbo, sendo eterno, já
existia antes de João (cf. 8.58).
João dava testemunho dele e apontava para
ele como sendo superior e de quem tínhamos recebido de sua plenitude e graça
sobre graça – vs. 16. Essa palavra, tão frequente nas epístolas de Paulo,
ocorre somente aqui (vs. 14,16-17) e em Ap 1.4 nos escritos de João. Ela
enfatiza o caráter misericordioso da salvação.
Porque a lei foi dada por intermédio de
Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Essa é uma referência
de comparação: “graça" e "verdade" procederam dos escritos de Moisés
(Gn 24.27; Ex 34.6); contudo, atingiram maiores proporções na vinda de Cristo (Rm
5.20).
Na revelação mosaica, Deus proibiu o povo
de olhar para ele, sob pena de morte (Ex 33.18-23). Porém, ocasionalmente Deus
mostrou a sua graça ao permitir que alguns homens o vissem parcialmente (Gn 32.30;
Ex 24.9-11: Nm 12.8). Nesse momento, alguém que também era Deus veio
pessoalmente em forma de carne para manifestar Deus à raça humana (cf. 6.46).
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50).
Jesus passou a maior parte do seu tempo
ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas festas judaicas. Veremos,
doravante, até o capítulo doze o ministério público de Jesus.
João começa relatando a vida de Jesus em
relação ao seu ministério público em Jerusalém, na Judeia e na Galileia.
Esse registro focaliza as viagens de Jesus,
seus milagres e ensinos, e como ele deparou tanto com rejeição como com
aceitação.
Durante o ministério de Jesus, apesar da
rejeição que encontrou na maioria das comunidades, aqueles que o Pai levou a
ele (6.37) reagiram com fé.
A história dessas pessoas ilustra o
processo de se tornar um verdadeiro discípulo e a crença que esse Evangelho
revela sobre Jesus.
Seguindo a proposta de divisão da BEG,
dividiremos essa seção de João em cinco partes principais: A. O começo do
ministério de Jesus (1.19-51) – veremos agora;
B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia
(2.1-4.54); C. Uma breve visita a Jerusalém (5.1-47); D. O seu ministério na Galileia
(6.1-71); e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante
várias festas (7.1-12.50).
A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51).
Veremos até o final deste capítulo, o
inicio do ministério de Jesus. João inicia a sua narrativa sobre a vida de
Jesus registrando o ministério de João Batista, que apresentou Cristo ao público
(vs. 19-34).
Depois disso, passa a registrar como Jesus
escolheu os seus primeiros discípulos (1.35-51). Ambas as seções fornecem
testemunhas da origem celestial de Jesus e do propósito de Deus ao enviá-lo.
Testemunha principal de Jesus, enviada por
Deus com um propósito específico: João Batista.
João Batista negou que ele mesmo fosse o
Messias, mas apontou para Jesus como o enviado do Pai para salvar o mundo.
Jesus, fazendo urna óbvia referência a MI
4.5, disse à multidão que João era “Elias, que estava para vir" (Mt
11.14). Isso era verdade na medida em que João veio no espírito e no poder de
Elias e desempenhou um papel semelhante.
Não há razão para acreditar que os judeus
esperavam uma reencarnação do próprio Elias.
Entre os judeus do século 1, havia expectativas
diferentes sobre o grande profeta “semelhante a mim [Moisés]" (Dt 18.15).
Aqui, os sacerdotes e levitas queriam saber se João se considerava esse
profeta.
Ao citar Is 40.3, João deu testemunho da
divindade de Cristo aplicando a Jesus o que foi dito do SENHOR (Yahweh) nessa
passagem (veja Mc 1.1-3).
Todas essas coisas – vs. 28 – se deram na
Betânia, não aquela que ficava perto de Jerusalém (onde moravam Marta e Maria).
E, no dia seguinte, lá estava João a plenos
pulmões declarando as verdades de Deus. Ele tinha visto a Jesus Cristo e disse:
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
Compare com o vs. 36. Não é fácil determinar
se isso é uma referência ao cordeiro pascal (Ex 12.1-11) ou ao cordeiro servo
(Is 53). Há algumas evidências indicando que as duas figuras já haviam sido
combinadas no pensamento judaico desse período.
Aqui a frase “que tira o pecado do mundo!”
não é uma afirmação universal de salvação; antes, o termo “mundo" é usado
aqui para representar a humanidade como um todo em sua hostilidade para com
Deus - um uso não incomum nesse Evangelho.
João Batista não sabia, ou não disse,
quantas pessoas neste mundo hostil terão os seus pecados tirados. Seja qual for
o número delas, esse remanescente de redimidos abrange a salvação da raça humana.
Aqueles que não forem redimidos serão
removidos para um lugar de punição eterna, onde não mais poderão exercer
influência sobre os acontecimentos do mundo. João Batista deixou claro que é
somente pelo sacrifício de Jesus que os pecados dos homens podem ser perdoados.
Embora possa ter havido um contato pessoal
de João Batista com Jesus antes disso (cf. Lc 1.39-45), ele não sabia que Jesus
era o Cordeiro e o Filho de Deus até que o Espirito lhe revelou (vs. 32). João
Batista serviu de testemunha, apontando, por meio do seu ministério, para a
identidade e importância de Jesus. Testemunhar de Jesus é o tema central desse
Evangelho, e o testemunho de João Batista foi logo seguido por vários outros
(vs. 35-51).
João dizia dele que ele seria aquele que
batizaria com o Espirito Santo. O Antigo Testamento previu o dia da redenção
após o exibo como sendo o dia em que o Espírito seria derramado sobre o povo de
Deus (p. ex., Jl 2.28ss.).
Cristo derrama o dom celestial do Espírito
sobre o seu povo como parte da herança destes nele (2Co 1.22; 5.5; Ef 1.13-14).
Jesus prometeu que, depois que voltasse para o céu, enviaria o Consolador
celestial para habitar com o seu povo aqui na terra (14.26; 16.7).
O batismo do Espirito Santo ocorre no
momento do novo nascimento (1.12-13; 1Co 12.13) e capacita o cristão para o
serviço (Lc 24.49; At 1.8).
Depois disso, já no dia seguinte, estando
João na companhia de dois de seus discípulos vê novamente o Senhor e dele
testifica que ele era o Filho de Deus. É o modo de João registrar a voz
celestial que acompanhou a descida do Espírito (veja Mt 3.17).
Embora o termo “Filho de Deus" fosse
empregado de várias maneiras pelos judeus (25m 7.14; SI 2.7) e gentios (Mc
15.39), o testemunho de João Batista (o último dos profetas da antiga ordem; Mt
11.11-14) é claro: Jesus é o Filho de Deus num sentido exclusivo, o
"unigênito do Pai” (vs. 14).
Os primeiros discípulos de Jesus
testemunharam que ele era o Messias enviado do céu. Jesus chamou seus primeiros
discípulos.
Uma vez que os apóstolos receberam
autoridade exclusiva de Cristo para dar testemunho — testemunho este sob o qual
a igreja seria estabelecida (Ef 2.20)— era necessário que eles fossem
especificamente identificados como tendo sido escolhidos pessoalmente por
Cristo (cf. 15.16).
Os dois discípulos de João ao ouvirem João
falar isso, seguiram imediatamente a Jesus. Eles o seguiram fisicamente, mas há
mais coisas envolvidas. A partir do testemunho de João Batista, esses homens iniciam
a jornada de se tornarem discípulos de Jesus. A ideia de “seguir a Jesus"
adquire níveis mais profundos de significado à medida que o evangelho progride
(13.36-38; cf. 21.15-22).
Vendo Jesus que estava sendo seguido por
aqueles dois lhes pergunta o que eles estavam buscando e Jesus os chama para
vir e ver, sendo aquela a hora décima. Quatro horas da tarde.
A hora exata do dia teria ficado gravada
para sempre na mente de uma pessoa para quem esse encontro resultou numa
experiência de mudança de vida. Esse é um dos argumentos que apoiam a opinião
de que João é o autor desse Evangelho e que ele era um daqueles que seguiam a
João Batista.
O outro era André que era irmão de Simão
Pedro. Foi André que anunciou Jesus para Pedro e o levou até ele. Jesus olhou
para ele e exclamou que ele era Simão, filho de João e que se chamaria
doravante de Cefas (que quer dizer Pedro).
No dia seguinte, Jesus resolveu partir para
a Galileia e encontrou a Felipe e este o seguiu. Quem encontrou Natanael foi
Felipe que tinha se referido a Jesus como aquele de quem Moisés escreveu na
lei, e a quem se referiram os profetas. Judeus piedosos colocavam todas as suas
esperanças nas promessas do Antigo Testamento.
Filipe reconheceu que essas promessas,
tanto da lei como dos profetas, foram cumpridas em Cristo (Lc 24.25-27,44-47).
Esse método foi a maneira típica que os apóstolos usaram para proclamar a
Cristo, especialmente para as ouvintes judeus (At 2.29-32; 3.18,21,24; 7.52-53;
8.30-35; 26.22-23; 28.23).
Felipe também se referiu a ele como o filho
de José. Não é uma negação do nascimento virginal, algo de que Filipe talvez
nem estivesse sabendo, mas apenas uma referência indicando que José se tornou o
pai adotivo legal de Jesus (Mt 1.24-25).
Natanael, desconfiado foi quem perguntou se
de Nazaré poderia sair alguma coisa boa. Não está claro se isso era um ditado
local que motivado por ciúmes entre a cidade natal de Natanael, Caná (21.2), e
Nazaré, ou a um tipo de ceticismo sobre a possibilidade de surgir um profeta na
Galileia (7.52).
Nazaré era uma aldeia insignificante e
nunca foi mencionada no Antigo Testamento ou na literatura judaica desse
período. A incredulidade de Natanael pode muito bem ter surgido do contraste
entre a noção exaltada do Messias e a falta de importância atribuída à aldeia.
Porém, o surgimento de Jesus em Nazaré se encaixa com a sua descrição de
humildade apresentada nos Evangelhos.
Jesus viu Natanael e disse que ali estava
um verdadeiro israelita em quem não havia dolo. Possivelmente urna implicação
de que Natanael era um "verdadeiro" israelita no sentido de que estava
para encontrar aquele que Israel aguardava (4.24).
Essa frase também pode fazer alusão aos vs.
50-51, onde foi prometido a esse "verdadeiro israelita" uma
experiência semelhante àquela da antiga Israel (isto é, Jacó; Gn 28.12ss.;
32.28), cujo caráter doloso foi transformando por Deus.
O fato de as palavras de Jesus terem
convencido Natanael da messianidade de Cristo provavelmente indica que Jesus
havia tido uma revelação sobrenatural a respeito de Natanael.
Diante daquela simples revelação de Jesus,
Natanael exclamou: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Talvez
Filipe já houvesse dito a Natanael que Jesus era aquele de quem a lei e os
profetas escreveram (vs. 45). Natanael foi a Jesus em busca de razões para crer
ou não, e acabou se convencendo do fato por causa do conhecimento de Jesus
sobre ele - (1.48).
Algumas passagens do Antigo Testamento
sugerem que esse “Filho de Deus” era um título reservada à realeza (2Sm 7.14;
SI 2.7; 89.27). Também pode ser que esse título, mesmo sendo expresso nesse
estágio inicial do ministério de Jesus, implique reconhecimento da divindade (vs.
34).
Já o termo que ele também falara “Rei de
Israel” era um título da realeza, empregado mais tarde, no domingo de palmas (12.13),
e semelhante àquele usado na inscrição da cruz (19.19). Foi cumprido de modo
definitivo no nome "Senhor dos senhores e o Rei dos reis" (Ap 17.14;
veja também Ap 19.16).
Jesus muito se alegrou com sua fala e
testemunho e lhe prometeu grandes coisas, entre elas de que veria o céu aberto
e os anjos de Deus subindo e descendo. Uma referência à visão de Jacó da escada
que subia até o céu e os anjos de Deus “subiam e desciam por ela" (Gn
28.10-15). No testemunho de Jesus, Cristo é a realidade para a qual aponta a
escada.
Do mesmo modo que João descreveu Jesus como
o tabernáculo (1.14), aqui Jesus é descrito como a ponte que religa o céu e a
terra, restaurando o relacionamento com Deus que foi interrompido no jardim
quando Adão e Eva foram banidos da sua presença. Embora Jacó apenas sonhasse
com a religação do céu e da terra, Jesus Cristo de fato estabeleceu essa
religação.
Jesus se referiu a si mesmo diante de Natanael
como o Filho do Homem. Uma autodesignação frequente de Jesus que transmite não
apenas a sua humanidade, mas também, e mais especificamente, o seu papel
messiânico e dignidade (Mc 2.10).
Jo 1:1 No princípio
era o Verbo,
e o Verbo
estava
com Deus,
e o Verbo
era
Deus.
Jo 1:2 Ele estava
no princípio
com
Deus.
Jo 1:3 Todas as coisas
foram feitas
por
intermédio dele,
e
sem ele
nada
do que foi feito
se
fez.
Jo 1:4 Nele estava a vida,
e a vida
era a luz dos
homens;
Jo
1:5 a luz resplandece nas trevas,
e
as trevas não prevaleceram contra ela.
Jo 1:6 Houve um homem enviado de Deus,
cujo nome era
João.
Jo 1:7 Este veio
como
testemunha,
a
fim de dar testemunho da luz,
para
que todos cressem por meio dele.
Jo 1:8 Ele não era a luz,
mas veio para
dar testemunho da luz.
Jo 1:9 Pois a verdadeira luz,
que alumia a
todo homem,
estava
chegando ao mundo.
Jo 1:10 Estava ele no mundo,
e o mundo
foi feito por
intermédio dele,
e o mundo
não o
conheceu.
Jo 1:11 Veio para o que era seu,
e os seus não o receberam.
Jo 1:12 Mas,
a todos quantos o receberam,
aos que crêem
no seu nome,
deu-lhes
o poder de se tornarem
filhos
de Deus;
Jo
1:13 os quais não nasceram do sangue,
nem
da vontade da carne,
nem
da vontade do varão,
mas
de Deus.
Jo 1:14 E o Verbo se fez carne,
e habitou entre nós,
cheio de
graça
e de verdade;
e vimos a sua glória,
como a glória
do unigênito do Pai.
Jo 1:15 João deu testemunho dele,
e clamou,
dizendo:
Este
é aquele de quem eu disse:
O
que vem depois de mim,
passou
adiante de mim;
porque
antes de mim
ele
já existia.
Jo 1:16 Pois todos nós recebemos
da sua
plenitude,
e graça sobre
graça.
Jo 1:17 Porque a lei foi dada
por meio de
Moisés;
a graça e a verdade
vieram por
Jesus Cristo.
Jo 1:18 Ninguém jamais viu a Deus.
O Deus
unigênito,
que
está no seio do Pai,
esse
o deu a conhecer.
Jo 1:19 E este foi o testemunho de João,
quando os
judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas
para
que lhe perguntassem:
Quem
és tu?
Jo 1:20 Ele, pois, confessou e não
negou; sim, confessou:
Eu não sou o
Cristo.
Jo 1:21 Ao que lhe perguntaram:
Pois que? És
tu Elias?
Respondeu
ele: Não sou.
És tu o
profeta?
E
respondeu: Não.
Jo 1:22
Disseram-lhe, pois: Quem és?
para
podermos dar resposta aos que nos enviaram;
que
dizes de ti mesmo?
Jo 1:23
Respondeu ele:
Eu
sou a voz do que clama no deserto:
Endireitai
o caminho do Senhor,
como
disse o profeta Isaías.
Jo 1:24 E os que tinham sido enviados
eram dos fariseus.
Jo 1:25 Então lhe perguntaram:
Por que
batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
Jo 1:26 Respondeu-lhes João:
Eu batizo em
água;
no
meio de vós está um a quem vós não conheceis.
Jo 1:27 aquele que vem depois de mim,
de
quem eu não sou digno
de
desatar a correia da alparca.
Jo 1:28 Estas coisas aconteceram em
Betânia,
além do
Jordão, onde João estava batizando.
Jo 1:29 No dia seguinte João viu a
Jesus,
que vinha
para ele, e disse:
Eis
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Jo 1:30 este
é aquele de quem eu disse:
Depois
de mim vem um varão que passou adiante de mim,
porque
antes de mim ele já existia.
Jo 1:31 Eu
não o conhecia;
mas,
para que ele fosse manifestado a Israel,
é
que vim batizando em água.
Jo 1:32 E
João deu testemunho, dizendo:
Vi
o Espírito descer do céu como pomba,
e
repousar sobre ele.
Jo 1:33 Eu
não o conhecia;
mas
o que me enviou a batizar em água, esse me disse:
Aquele
sobre quem vires descer o Espírito,
e
sobre ele permanecer,
esse
é o que batiza
no
Espírito Santo.
Jo 1:34 Eu
mesmo vi
e já vos dei
testemunho
de
que este é o Filho de Deus.
Jo 1:35 No dia seguinte João estava
outra vez ali,
com dois dos
seus discípulos
Jo 1:36 e,
olhando para Jesus, que passava, disse:
Eis
o Cordeiro de Deus!
Jo 1:37 Aqueles dois discípulos
ouviram-no dizer isto,
e seguiram a Jesus.
Jo 1:38 Voltando-se Jesus
e vendo que o seguiam, perguntou-lhes:
Que buscais?
Disseram-lhe eles:
rabi (que,
traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas?
Jo 1:39 Respondeu-lhes:
Vinde, e
vereis.
Foram, pois,
e viram onde
pousava;
e passaram o
dia com ele;
era
cerca da hora décima.
Jo 1:40 André, irmão de Simão Pedro,
era um dos
dois que ouviram João falar,
e que
seguiram a Jesus.
Jo 1:41 Ele achou primeiro a seu irmão
Simão, e disse-lhe:
Havemos
achado o Messias (que, traduzido, quer dizer Cristo).
Jo
1:42 E o levou a Jesus.
Jesus, fixando nele o olhar, disse:
Tu és Simão,
filho de João,
tu
serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
Jo 1:43 No dia seguinte Jesus resolveu
partir para a Galiléia,
e achando a Felipe disse-lhe:
Segue-me.
Jo 1:44 Ora, Felipe era de Betsaida,
cidade de André
e de Pedro.
Jo 1:45 Felipe achou a Natanael, e
disse-lhe:
Acabamos de
achar aquele de quem escreveram
Moisés
na lei, e os profetas:
Jesus
de Nazaré,
filho
de José.
Jo 1:46 Perguntou-lhe Natanael:
Pode haver
coisa bem vinda de Nazaré?
Disse-lhe Felipe:
Vem e vê.
Jo 1:47 Jesus, vendo Natanael
aproximar-se dele, disse a seu respeito:
Eis um
verdadeiro israelita,
em
quem não há dolo!
Jo 1:48 Perguntou-lhe Natanael:
Donde me
conheces?
Respondeu-lhe Jesus:
Antes que
Felipe te chamasse,
eu
te vi,
quando
estavas debaixo da figueira.
Jo 1:49 Respondeu-lhe Natanael:
Rabi,
tu
és o Filho de Deus,
tu
és rei de Israel.
Jo 1:50 Ao que lhe disse Jesus:
Porque te
disse:
Vi-te
debaixo da figueira,
crês?
coisas
maiores do que estas verás.
Jo 1:51 E acrescentou:
Em verdade,
em verdade vos digo
que
vereis o céu aberto,
e
os anjos de Deus
subindo
e descendo sobre o Filho do homem.
Jesus veio e já
começa a reunir os seus discípulos que prontamente o seguem sem nenhum
questionamento mais sério. Eles parecem responder com fé ao chamado de Deus.
Quem eram eles? Homens comuns do povo (eu, você, ele...).
Jesus Cristo, Deus e homem: Como
é possível um homem ser Deus?
A teologia reformada afirma a humanidade plena e a divindade plena de
Jesus. Tradicionalmente, essa visão é chamada de doutrina da união hipostática,
urna doutrina que expressa a natureza humana e a natureza divina de Jesus numa
só pessoa. Nessa união, a segunda pessoa da Trindade (veja o artigo teológico
"A Trindade", em Jo 14), ou seja, Deus o Filho, se tomou plenamente
humano (veja o artigo teológico "A humanidade plena de Cristo", em Lc
3) sem perder nenhum dos seus atributos divinos.
É surpreendente que os seguidores judeus de Jesus acreditassem que ele
era tanto Deus quanto homem. Os apóstolos de Jesus e a maioria dos escritores do
Novo Testamento eram judeus que possuíam a forte convicção de que existe um só
Deus e que nenhum ser humano é divino. Não obstante, todos ensinavam que o
Messias devia ser objeto de adoração e fé como Deus o era. Esse conceito pode
ser observado especialmente nos escritos de João, Paulo, Pedro e na carta aos
Hebreus.
João revelou Jesus como o Verbo divino eterno, agente da criação e
fonte de toda a vida e luz (Jo 1.1-5,9) que, ao se tornar –“carne", foi
revelado como Filho de Deus, a fonte de graça e verdade — e, de fato, corno “unigênito
[ou Único] do Pai” (Jo 1.14,18). Ao longo do Evangelho de João, Jesus afirma em
várias ocasiões “Eu sou...” - uma declaração particularmente significativa, uma
vez que “Eu sou" (veja as notas sobre Jo 8.24,28,58) é a expressão usada
como nome de Deus na tradução grega (Septuaginta) de Ex 3.14. Outros exemplos
são as sete declarações da graça de Jesus como (1) o pão da vida, que dá o
alimento espiritual (Jo 6.35,48,51); (2) a luz do mundo, que afasta as trevas (Jo
8.12; 9.5); (3) a porta para as ovelhas, que dá acesso a Deus (Jo 10.7,9); (4)
o bom pastor, que protege as ovelhas do perigo (Jo 10.11,14); (5) a
ressurreição e a vicia, que vence a morte (Jo 11.25); (6) o caminho, a verdade
e a vida, que conduz ã comunhão com o Pai (Jo 14.6); e (7) a videira
verdadeira, que sustenta os ramos para que deem fruto (Jo 15.1,5). Num momento
crítico, Tomé adorou Jesus dizendo, "Senhor meu e Deus meu" (Jo
20.28). Na sequência, Jesus proferiu uma bênção sobre todos os que crerem e
João recomendou com insistência a seus leitores que tenham essa mesma fé (Jo
20.29-31).
Paulo citou o que parece ser um hino que declara a divindade pessoal de
Jesus (Fp 2.6-11). Afirmou que "nele, habita, corporalmente, toda a
plenitude da Divindade" (Cl 2.9; cf. Cl 1.19). Aclamou Jesus como Filho à
imagem do Pai e seu agente na criação e sustentação de todas as coisas (Cl
1.15-17). Anunciou que ele é “Senhor" (um título com implicações divinas)
ao qual se deve orar para receber a salvação, de acordo com a exortação para
invocar a Deus em Jl 2.32 (Rm 10.9-13). O apóstolo afirmou que Cristo é "sobre
todos, Deus bendito" (Rm 9.5) e “Deus e Salvador” (Tt 2.13), e se dirigiu
a ele pessoalmente em oração (2Co 12.8-9), considerando uma fonte de graça
divina (2Co 13.14). Pode-se ver por esse testemunho explícito que a fé na
divindade de Jesus ocupa o centro da teologia de Paulo
Ao explicar o sumo sacerdócio perfeito de Jesus, o autor de Hebreus
declarou a divindade plena e, consequentemente, a dignidade singular do Filho
de Deus (Hb 1.3,6,8-121, cuja humanidade plena ele celebrou no cap. 2. A
perfeição e, de fato, a própria possibilidade do sumo sacerdócio que ele atribuiu
a Cristo dependem de uma combinação do amor divino eterno e fiel com a
experiência humana plena de tentação, pressão e dor (Hb 2.14-18; 4.;4-5.2;
7.13-28; 12.2-3).
Igualmente importante é o uso que Pedro fez de Is 8.12-13 (1Pe 3.14).
Ele citou a versão grega (Septuaginta), instando as igrejas a não temerem
aquilo que os outros temem, mas a santificarem o Senhor. No entanto, onde o
texto da Septuaginta diz 'Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai', Pedro diz
"santificai a Cristo, como Senhor" (1Pe 3.15). Pedro ofereceu o temor
reverente devido ao Todo-Poderoso a Jesus de Nazaré, seu Mestre e Senhor.
Um momento crucial da afirmação da união hipostática se deu no Concílio
da Calcedónia (451 d.C.). Nessa ocasião, a igreja combateu dois erros: (1) A
doutrina nestoriana segundo a qual Jesus possuía não apenas duas naturezas, mas
também duas "pessoas” - (divina e humana) reunidas num só corpo; (2) e a
doutrina eutiquiana segundo a qual Jesus possuía somente uma natureza uma vez
que a sua divindade havia absorvido a sua humanidade. O Concílio rejeitou as
duas ideias, afirmando que Jesus é uma só pessoa divina-humana com duas
naturezas (ou seja, dois conjuntos de capacidades de experiência, expressão,
reação e ação) e que as duas naturezas são unidas em seu ser pessoal sem
mistura, confusão, separação ou divisão, de modo que cada natureza mantém seus
próprios atributos.
O Novo Testamento revela o grande mistério de que Jesus é, ao mesmo
tempo, plenamente Deus e plenamente homem. Tudo o que Deus nos criou para ser,
bem como tudo o que o próprio Deus é estava, está e estará para sempre
verdadeira e claramente presente na pessoa única de Jesus. O Novo Testamento
ordena que Jesus seja adorado e mostra, com frequência, o Salvador
divino-humano e Senhor com o objeto apropriado de fé, esperança e amor.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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