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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

João 1.1-51 - JESUS, O SEGUNDO ADÃO - ESTE NÃO FALHOU!

O Evangelho de João é o livro escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte e mundo.
Breve síntese do capítulo 1
O Evangelho de João começa com um paralelo ao Gênesis falando do início da criação quando Deus criou todas as coisas. João começa como se fosse um complemento de Gênesis ou como uma explicação com riquezas de detalhes, incluindo a principal figura da criação, o Criador! Àquele por meio de quem veio tudo a existir.
Ele começa o testemunho sobre Jesus com o testemunho de João Batista e dá ênfase nisto como sendo muito importante. Aquele representante do VT, do qual o Senhor deu testemunho dizendo que nenhum homem nascido de mulher era maior do que ele, que nasceu 6 meses antes do Senhor, encerrou sua missão e vida apontando para Jesus Cristo como o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Todo o AT existe, desde o primeiro Adão, para apontar para o segundo Adão, por meio da conservação e da preservação da semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente. Assim, todos se juntam com João Batista para dizerem e testemunharem que Jesus é o Cristo que haveria de vir, a antiga semente.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. PRÓLOGO (1.1-18)
João iniciou o seu Evangelho com um prefácio longo, apresentando o tema principal: Jesus é o Verbo e a luz que veio dos céus para o mundo, mas a maioria das pessoas o rejeitou; contudo, aqueles que o receberam se tornaram filhos de Deus.
A frase “No princípio” que inicia o livro, enfatiza a preexistência eterna e divina do Verbo. Aqui há uma alusão óbvia a Gn 1.1.
O termo grego traduzido como "Verbo" é logos, que também significa Palavra, e se aplica a Jesus em Ap 19.13.
No passado, os intérpretes presumiram que João utilizou logos de modo semelhante a várias linhas filosóficas gregas, que falavam do logos como a "razão" ou "lógica" que traz ordem e harmonia ao universo.
Muitas ideias especulativas e incorretas sobre Cristo se originaram dessas associações com a filosofia grega. Aqui é melhor entender o uso que João faz de logos como uma maneira de chamar a atenção para a sua herança judaica.
No Antigo Testamento, o conceito de "Palavra de Deus" ocorre de várias maneiras, relacionadas com temas importantes nesse Evangelho (p. ex., veja Gn 1.3; Dt 32.46-47; SI 19.8; 33.6; 119.105,130; Os 1.1, à medida que se relacionam com Jo 1.4,7-9,13).
Além disso, no Targum aramaico (paráfrases do Antigo Testamento utilizado nas sinagogas judaicas), a "Palavra de Deus" é substituída por referências ao próprio Deus em Êx 3.12; 19.17. Foi com base nessa tradição que João fez uso do termo "Verbo".
Como seguidor de Cristo, identificou Jesus como sendo o Verbo, afirmando de modo categórico que Jesus foi o Verbo ativo da criação que no princípio estava com Deus e que era Deus.
Então, o Verbo se fez carne. era Deus. É expressamente afirmado que o Verbo é Deus. Alguns tentaram evitar isso com a alegação de que no grego original isso é mais bem interpretado como "um deus", em vez de "Deus", pois a palavra para "Deus" não possui o artigo definido "o".
Contudo, essa alegação reflete um equívoco sobre a compreensão da língua na qual o Novo Testamento foi escrito, pois há mais de duzentas e cinquenta referências a Deus no Novo Testamento em grego que são gramaticalmente idênticas a essa, incluindo passagens tais como "ao Deus único e sábio" (Rm 16.27) e "não há senão um só Deus" (1Co 8.4).
Ao afirmar por duas vezes que o Verbo estava "com Deus", o Evangelho de João expõe uma distinção de pessoas na unidade da divindade, deixando claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo não são uma única pessoa, mas sim pessoas eternas e distintas, presentes desde "o princípio" (vs. 2). A palavra grega traduzida como "com" sugere um relacionamento íntimo e pessoal, face a face.
Assim, no início era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus e ele estava no princípio com Deus e, ainda, todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Isso salienta a deidade do Verbo, pois criação é uma atividade específica de Deus (veja o vs. 10).
Outra evidência de sua deidade era que a vida estava com ele - o Filho, assim como o Pai, tem "vida em si mesmo" (5.26) - e a vida era a luz dos homens - pode ser outra afirmação de deidade ao se referir à luz da criação que conquistou as trevas em Gn 1.2-4.
Quem resplandece nas trevas é a luz de forma que as trevas não prevaleceram contra ela. Ou, "não a compreenderam" ou, "não a receberam". É característica do estilo desse Evangelho enfatizar conceitos contrastantes, cujo enredo é desenvolvido em termos de conflito entre as forças da fé e da incredulidade.
Depois dessa descrição de Jesus demonstrando a sua deidade, ele fala de sua principal testemunha entre todos os homens a fim de que esses (todos os homens) vejam e creiam por intermédio de Jesus. Isso é um contraste vívido com o particularismo judaico que, com frequência, restringia a atividade salvadora de Deus somente a Israel. Aqui, está declarada a importância universal do evangelho (vs. 7). O vs. 8 deixa claro que João não era a luz, mas testemunhava acerca da luz, que é Jesus.
Nesse Evangelho, "verdade" e "luz" são termos empregados com frequência para expressar o que é eterno ou celestial, em oposição àquilo que é terreno ou temporal (4.24; 6.32). Quando ele diz que ela ilumina, pode estar se referindo – vs. 9 - à atividade iluminadora da graça comum de Deus, ou à exposição das obras malignas das pessoas, como em 3.20.
O triste era saber que ele estava no mundo e que o mundo fora feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconhecia, por causa do pecado. Ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Essa afirmação resume o ministério público de Jesus (caps. 1-12), que foi caracterizado pela rejeição dos "seus", ou seja, os judeus.
Os seres humanos caídos não são filhos de Deus por natureza, ou seja, pela criação de Deus. Também poderíamos chamar todos os homens de filhos de Deus por criação. Somente aqueles que possuem a fé redentora, gerada pela ação soberana e Deus (vs. 13), é que possuem o privilégio de serem filhos Deus, irmãos de Jesus.
Estes não nasceram da carne nem do sangue, mas da vontade de Deus. Pode ser uma descrição precisa do nascimento virginal de Cristo (como era entendido nas versões latinas antigas).
Contudo, o verbo no plural, traduzido para o português como 'nasceram'', relaciona esse versículo mais adequadamente ao novo nascimento dos cristãos (cf. 3.3,5,7-8).
Há una analogia com o nascimento de Jesus, visto que, por um lado, o Espírito Santo formou a natureza humana de Jesus no ventre da virgem Maria e, por outro lado, o Espírito implanta a nova vida de Deus naqueles que estão “mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef 2.1).
Isso é articulado com mais propriedade em Jo 3.1-21. Em outras passagens, a regeneração é apresentada como a ressurreição (5.24; Rm 6.4-6; Ef 2.5-6; a 2.13; 3.1). A atividade graciosa e soberana de Deus na salvação é enfatizada, sem que isso implique negar a responsabilidade humana de crer e receber. (A BEG recomenda neste ponto ver o seu excelente artigo teológico 'Regeneração e novo nascimento', em Jo 3).
Depois disso, de afirmar que os crentes são filhos de Deus, nascidos de Deus, por sua vontade ele volta a enfatizar que o Verbo se fez carne.
Uma declaração surpreendente desse prólogo, que, para os antigos, representou algo inacreditável. Alguns pensavam que os deuses nos visitavam em forma humana (AI 14.11); outros, que o espiritual e o divino eram totalmente opostos à matéria e à carne.
Porém, aqui o abismo foi superado: o Verbo eterno de Deus não apenas parecera ou deu a impressão de ser feito de carne, mas de fato "se fez" carne (isto e, tomou sobre si mesmo uma genuína e completa natureza humana, incluindo um corpo humano). Essa encarnação escandalizou a muitos. Veja o artigo teológico 'Jesus Cristo, Deus e homem', em Jo 1.
Ele se fez carne e ainda habitou entre nós. O verbo traduzido como "habitou” significa 'acampou' ou “morou temporariamente”. Essa expressão lembra o tabernáculo de Israel, que serviu como o lugar da presença de Deus na terra nos dias de Moisés (Ex 40.34-35). Jesus cumpriu esse propósito na sua encarnação.
Ele também era cheio de graça e de verdade. "Graça” e “verdade” correspondem a termos do Antigo Testamento que descrevem a aliança misericordiosa de Deus: muitas vezes "graça” é traduzida como “amor”, "benignidade" ou "misericórdia" (Gn 24.27; Ex 34.6; SI 25.10; 26.3; Pv 16.6).
O Verbo que se fez carne manifestou plenamente o caráter de Deus como realizador e protetor da aliança.
João diz que eles viram a sua glória – vs. 14. O Verbo é descrito na linguagem da literatura mosaica: sua "glória” é percebida do mesmo modo que a glória de Deus foi vista no deserto (Êx 16.1.10; 33.18-23), no tabernáculo (Ex 40.34.35), e mais tarde no templo (1 Its 8.1-11). Também pode ser uma referência ã transfiguração, uma vez que João foi uma testemunha desse fato (Mt 17.1-5).
A sua glória significa "esplendor e maravilha” e, num sentido secundário, 'honra, dignidade, importância". O termo se aplica acima de tudo a Deus, o criador e soberano do universo, diante de quem todas as pessoas se curvarão um dia.
O esplendor de Deus é aumentado e reconhecido quando suas criaturas lhe dão honra e louvor. Um dos lemas da Reforma foi Soli Deo Gloria ("Somente a Deus toda a glória").
Contudo, um dos grandes pecados, tanto de Satanás como dos humanos, è buscar para si mesmo a glória que pertence exclusivamente a Deus.
O Filho, em contraste, que era investido de glória divina (17.5), humilhou-se em sua encarnação e morte expiatória (Fp 2.6-8) para fazer a mediação entre Deus e a humanidade decaída.
Ele também era o unigénito do Pai. Essa expressão traduz urna única palavra grega que salienta a dignidade suprema do Verbo e o relacionamento exclusivo dele com o Pai.
Tradicionalmente, essa tradução alternativa (algumas versões traduzem como “o único”) aponta para a geração eterna do Filho na Trindade.
Essa interpretação faz mais sentido à luz do vs. 18. Contudo, em Génesis Isaque é chamado de o "único filho” de Abraão (Gn 22.2,12,16) - apesar de Ismael já existir - deixando claro que o termo pode significar 'especial' ou “exclusivo".
O ministério de João Batista precedeu o ministério público de Jesus (Mt 3). No entanto, o Verbo, sendo eterno, já existia antes de João (cf. 8.58).
João dava testemunho dele e apontava para ele como sendo superior e de quem tínhamos recebido de sua plenitude e graça sobre graça – vs. 16. Essa palavra, tão frequente nas epístolas de Paulo, ocorre somente aqui (vs. 14,16-17) e em Ap 1.4 nos escritos de João. Ela enfatiza o caráter misericordioso da salvação.
Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Essa é uma referência de comparação: “graça" e "verdade" procederam dos escritos de Moisés (Gn 24.27; Ex 34.6); contudo, atingiram maiores proporções na vinda de Cristo (Rm 5.20).
Na revelação mosaica, Deus proibiu o povo de olhar para ele, sob pena de morte (Ex 33.18-23). Porém, ocasionalmente Deus mostrou a sua graça ao permitir que alguns homens o vissem parcialmente (Gn 32.30; Ex 24.9-11: Nm 12.8). Nesse momento, alguém que também era Deus veio pessoalmente em forma de carne para manifestar Deus à raça humana (cf. 6.46).
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50).
Jesus passou a maior parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze o ministério público de Jesus.
João começa relatando a vida de Jesus em relação ao seu ministério público em Jerusalém, na Judeia e na Galileia.
Esse registro focaliza as viagens de Jesus, seus milagres e ensinos, e como ele deparou tanto com rejeição como com aceitação.
Durante o ministério de Jesus, apesar da rejeição que encontrou na maioria das comunidades, aqueles que o Pai levou a ele (6.37) reagiram com fé.
A história dessas pessoas ilustra o processo de se tornar um verdadeiro discípulo e a crença que esse Evangelho revela sobre Jesus.
Seguindo a proposta de divisão da BEG, dividiremos essa seção de João em cinco partes principais: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – veremos agora; B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54); C. Uma breve visita a Jerusalém (5.1-47); D. O seu ministério na Galileia (6.1-71); e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50).
A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51).
Veremos até o final deste capítulo, o inicio do ministério de Jesus. João inicia a sua narrativa sobre a vida de Jesus registrando o ministério de João Batista, que apresentou Cristo ao público (vs. 19-34).
Depois disso, passa a registrar como Jesus escolheu os seus primeiros discípulos (1.35-51). Ambas as seções fornecem testemunhas da origem celestial de Jesus e do propósito de Deus ao enviá-lo.
Testemunha principal de Jesus, enviada por Deus com um propósito específico: João Batista.
João Batista negou que ele mesmo fosse o Messias, mas apontou para Jesus como o enviado do Pai para salvar o mundo.
Jesus, fazendo urna óbvia referência a MI 4.5, disse à multidão que João era “Elias, que estava para vir" (Mt 11.14). Isso era verdade na medida em que João veio no espírito e no poder de Elias e desempenhou um papel semelhante.
Não há razão para acreditar que os judeus esperavam uma reencarnação do próprio Elias.
Entre os judeus do século 1, havia expectativas diferentes sobre o grande profeta “semelhante a mim [Moisés]" (Dt 18.15). Aqui, os sacerdotes e levitas queriam saber se João se considerava esse profeta.
Ao citar Is 40.3, João deu testemunho da divindade de Cristo aplicando a Jesus o que foi dito do SENHOR (Yahweh) nessa passagem (veja Mc 1.1-3).
Todas essas coisas – vs. 28 – se deram na Betânia, não aquela que ficava perto de Jerusalém (onde moravam Marta e Maria).
E, no dia seguinte, lá estava João a plenos pulmões declarando as verdades de Deus. Ele tinha visto a Jesus Cristo e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
Compare com o vs. 36. Não é fácil determinar se isso é uma referência ao cordeiro pascal (Ex 12.1-11) ou ao cordeiro servo (Is 53). Há algumas evidências indicando que as duas figuras já haviam sido combinadas no pensamento judaico desse período.
Aqui a frase “que tira o pecado do mundo!” não é uma afirmação universal de salvação; antes, o termo “mundo" é usado aqui para representar a humanidade como um todo em sua hostilidade para com Deus - um uso não incomum nesse Evangelho.
João Batista não sabia, ou não disse, quantas pessoas neste mundo hostil terão os seus pecados tirados. Seja qual for o número delas, esse remanescente de redimidos abrange a salvação da raça humana.
Aqueles que não forem redimidos serão removidos para um lugar de punição eterna, onde não mais poderão exercer influência sobre os acontecimentos do mundo. João Batista deixou claro que é somente pelo sacrifício de Jesus que os pecados dos homens podem ser perdoados.
Embora possa ter havido um contato pessoal de João Batista com Jesus antes disso (cf. Lc 1.39-45), ele não sabia que Jesus era o Cordeiro e o Filho de Deus até que o Espirito lhe revelou (vs. 32). João Batista serviu de testemunha, apontando, por meio do seu ministério, para a identidade e importância de Jesus. Testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, e o testemunho de João Batista foi logo seguido por vários outros (vs. 35-51).
João dizia dele que ele seria aquele que batizaria com o Espirito Santo. O Antigo Testamento previu o dia da redenção após o exibo como sendo o dia em que o Espírito seria derramado sobre o povo de Deus (p. ex., Jl 2.28ss.).
Cristo derrama o dom celestial do Espírito sobre o seu povo como parte da herança destes nele (2Co 1.22; 5.5; Ef 1.13-14). Jesus prometeu que, depois que voltasse para o céu, enviaria o Consolador celestial para habitar com o seu povo aqui na terra (14.26; 16.7).
O batismo do Espirito Santo ocorre no momento do novo nascimento (1.12-13; 1Co 12.13) e capacita o cristão para o serviço (Lc 24.49; At 1.8).
Depois disso, já no dia seguinte, estando João na companhia de dois de seus discípulos vê novamente o Senhor e dele testifica que ele era o Filho de Deus. É o modo de João registrar a voz celestial que acompanhou a descida do Espírito (veja Mt 3.17).
Embora o termo “Filho de Deus" fosse empregado de várias maneiras pelos judeus (25m 7.14; SI 2.7) e gentios (Mc 15.39), o testemunho de João Batista (o último dos profetas da antiga ordem; Mt 11.11-14) é claro: Jesus é o Filho de Deus num sentido exclusivo, o "unigênito do Pai” (vs. 14).
Os primeiros discípulos de Jesus testemunharam que ele era o Messias enviado do céu. Jesus chamou seus primeiros discípulos.
Uma vez que os apóstolos receberam autoridade exclusiva de Cristo para dar testemunho — testemunho este sob o qual a igreja seria estabelecida (Ef 2.20)— era necessário que eles fossem especificamente identificados como tendo sido escolhidos pessoalmente por Cristo (cf. 15.16).
Os dois discípulos de João ao ouvirem João falar isso, seguiram imediatamente a Jesus. Eles o seguiram fisicamente, mas há mais coisas envolvidas. A partir do testemunho de João Batista, esses homens iniciam a jornada de se tornarem discípulos de Jesus. A ideia de “seguir a Jesus" adquire níveis mais profundos de significado à medida que o evangelho progride (13.36-38; cf. 21.15-22).
Vendo Jesus que estava sendo seguido por aqueles dois lhes pergunta o que eles estavam buscando e Jesus os chama para vir e ver, sendo aquela a hora décima. Quatro horas da tarde.
A hora exata do dia teria ficado gravada para sempre na mente de uma pessoa para quem esse encontro resultou numa experiência de mudança de vida. Esse é um dos argumentos que apoiam a opinião de que João é o autor desse Evangelho e que ele era um daqueles que seguiam a João Batista.
O outro era André que era irmão de Simão Pedro. Foi André que anunciou Jesus para Pedro e o levou até ele. Jesus olhou para ele e exclamou que ele era Simão, filho de João e que se chamaria doravante de Cefas (que quer dizer Pedro).
No dia seguinte, Jesus resolveu partir para a Galileia e encontrou a Felipe e este o seguiu. Quem encontrou Natanael foi Felipe que tinha se referido a Jesus como aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas. Judeus piedosos colocavam todas as suas esperanças nas promessas do Antigo Testamento.
Filipe reconheceu que essas promessas, tanto da lei como dos profetas, foram cumpridas em Cristo (Lc 24.25-27,44-47). Esse método foi a maneira típica que os apóstolos usaram para proclamar a Cristo, especialmente para as ouvintes judeus (At 2.29-32; 3.18,21,24; 7.52-53; 8.30-35; 26.22-23; 28.23).
Felipe também se referiu a ele como o filho de José. Não é uma negação do nascimento virginal, algo de que Filipe talvez nem estivesse sabendo, mas apenas uma referência indicando que José se tornou o pai adotivo legal de Jesus (Mt 1.24-25).
Natanael, desconfiado foi quem perguntou se de Nazaré poderia sair alguma coisa boa. Não está claro se isso era um ditado local que motivado por ciúmes entre a cidade natal de Natanael, Caná (21.2), e Nazaré, ou a um tipo de ceticismo sobre a possibilidade de surgir um profeta na Galileia (7.52).
Nazaré era uma aldeia insignificante e nunca foi mencionada no Antigo Testamento ou na literatura judaica desse período. A incredulidade de Natanael pode muito bem ter surgido do contraste entre a noção exaltada do Messias e a falta de importância atribuída à aldeia. Porém, o surgimento de Jesus em Nazaré se encaixa com a sua descrição de humildade apresentada nos Evangelhos.
Jesus viu Natanael e disse que ali estava um verdadeiro israelita em quem não havia dolo. Possivelmente urna implicação de que Natanael era um "verdadeiro" israelita no sentido de que estava para encontrar aquele que Israel aguardava (4.24).
Essa frase também pode fazer alusão aos vs. 50-51, onde foi prometido a esse "verdadeiro israelita" uma experiência semelhante àquela da antiga Israel (isto é, Jacó; Gn 28.12ss.; 32.28), cujo caráter doloso foi transformando por Deus.
O fato de as palavras de Jesus terem convencido Natanael da messianidade de Cristo provavelmente indica que Jesus havia tido uma revelação sobrenatural a respeito de Natanael.
Diante daquela simples revelação de Jesus, Natanael exclamou: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Talvez Filipe já houvesse dito a Natanael que Jesus era aquele de quem a lei e os profetas escreveram (vs. 45). Natanael foi a Jesus em busca de razões para crer ou não, e acabou se convencendo do fato por causa do conhecimento de Jesus sobre ele - (1.48).
Algumas passagens do Antigo Testamento sugerem que esse “Filho de Deus” era um título reservada à realeza (2Sm 7.14; SI 2.7; 89.27). Também pode ser que esse título, mesmo sendo expresso nesse estágio inicial do ministério de Jesus, implique reconhecimento da divindade (vs. 34).
Já o termo que ele também falara “Rei de Israel” era um título da realeza, empregado mais tarde, no domingo de palmas (12.13), e semelhante àquele usado na inscrição da cruz (19.19). Foi cumprido de modo definitivo no nome "Senhor dos senhores e o Rei dos reis" (Ap 17.14; veja também Ap 19.16).
Jesus muito se alegrou com sua fala e testemunho e lhe prometeu grandes coisas, entre elas de que veria o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo. Uma referência à visão de Jacó da escada que subia até o céu e os anjos de Deus “subiam e desciam por ela" (Gn 28.10-15). No testemunho de Jesus, Cristo é a realidade para a qual aponta a escada.
Do mesmo modo que João descreveu Jesus como o tabernáculo (1.14), aqui Jesus é descrito como a ponte que religa o céu e a terra, restaurando o relacionamento com Deus que foi interrompido no jardim quando Adão e Eva foram banidos da sua presença. Embora Jacó apenas sonhasse com a religação do céu e da terra, Jesus Cristo de fato estabeleceu essa religação.
Jesus se referiu a si mesmo diante de Natanael como o Filho do Homem. Uma autodesignação frequente de Jesus que transmite não apenas a sua humanidade, mas também, e mais especificamente, o seu papel messiânico e dignidade (Mc 2.10).
Jo 1:1 No princípio
era o Verbo,
e o Verbo
estava com Deus,
e o Verbo
era Deus.
Jo 1:2 Ele estava
no princípio
com Deus.
Jo 1:3 Todas as coisas
foram feitas
por intermédio dele,
e sem ele
nada do que foi feito
se fez.
Jo 1:4 Nele estava a vida,
e a vida
era a luz dos homens;
Jo 1:5 a luz resplandece nas trevas,
e as trevas não prevaleceram contra ela.
Jo 1:6 Houve um homem enviado de Deus,
cujo nome era João.
Jo 1:7 Este veio
como testemunha,
a fim de dar testemunho da luz,
para que todos cressem por meio dele.
Jo 1:8 Ele não era a luz,
mas veio para dar testemunho da luz.
Jo 1:9 Pois a verdadeira luz,
que alumia a todo homem,
estava chegando ao mundo.
Jo 1:10 Estava ele no mundo,
e o mundo
foi feito por intermédio dele,
e o mundo
não o conheceu.
Jo 1:11 Veio para o que era seu,
e os seus não o receberam.
Jo 1:12 Mas, a todos quantos o receberam,
aos que crêem no seu nome,
deu-lhes o poder de se tornarem
filhos de Deus;
Jo 1:13 os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne,
nem da vontade do varão,
mas de Deus.
Jo 1:14 E o Verbo se fez carne,
e habitou entre nós,
cheio de graça
e de verdade;
e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai.
Jo 1:15 João deu testemunho dele,
e clamou, dizendo:
Este é aquele de quem eu disse:
O que vem depois de mim,
passou adiante de mim;
porque antes de mim
ele já existia.
Jo 1:16 Pois todos nós recebemos
da sua plenitude,
e graça sobre graça.
Jo 1:17 Porque a lei foi dada
por meio de Moisés;
a graça e a verdade
vieram por Jesus Cristo.
Jo 1:18 Ninguém jamais viu a Deus.
O Deus unigênito,
que está no seio do Pai,
esse o deu a conhecer.
Jo 1:19 E este foi o testemunho de João,
quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas
para que lhe perguntassem:
Quem és tu?
Jo 1:20 Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou:
Eu não sou o Cristo.
Jo 1:21 Ao que lhe perguntaram:
Pois que? És tu Elias?
Respondeu ele: Não sou.
És tu o profeta?
E respondeu: Não.
Jo 1:22 Disseram-lhe, pois: Quem és?
para podermos dar resposta aos que nos enviaram;
que dizes de ti mesmo?
Jo 1:23 Respondeu ele:
Eu sou a voz do que clama no deserto:
Endireitai o caminho do Senhor,
como disse o profeta Isaías.
Jo 1:24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
Jo 1:25 Então lhe perguntaram:
Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
Jo 1:26 Respondeu-lhes João:
Eu batizo em água;
no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
 Jo 1:27 aquele que vem depois de mim,
de quem eu não sou digno
de desatar a correia da alparca.
Jo 1:28 Estas coisas aconteceram em Betânia,
além do Jordão, onde João estava batizando.
Jo 1:29 No dia seguinte João viu a Jesus,
que vinha para ele, e disse:
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Jo 1:30 este é aquele de quem eu disse:
Depois de mim vem um varão que passou adiante de mim,
porque antes de mim ele já existia.
Jo 1:31 Eu não o conhecia;
mas, para que ele fosse manifestado a Israel,
é que vim batizando em água.
Jo 1:32 E João deu testemunho, dizendo:
Vi o Espírito descer do céu como pomba,
e repousar sobre ele.
Jo 1:33 Eu não o conhecia;
mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse:
Aquele sobre quem vires descer o Espírito,
e sobre ele permanecer,
esse é o que batiza
no Espírito Santo.
Jo 1:34 Eu mesmo vi
e já vos dei testemunho
de que este é o Filho de Deus.
Jo 1:35 No dia seguinte João estava outra vez ali,
com dois dos seus discípulos
Jo 1:36 e, olhando para Jesus, que passava, disse:
Eis o Cordeiro de Deus!
Jo 1:37 Aqueles dois discípulos ouviram-no dizer isto,
e seguiram a Jesus.
Jo 1:38 Voltando-se Jesus
e vendo que o seguiam, perguntou-lhes:
Que buscais?
Disseram-lhe eles:
rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas?
Jo 1:39 Respondeu-lhes:
Vinde, e vereis.
Foram, pois,
e viram onde pousava;
e passaram o dia com ele;
era cerca da hora décima.
Jo 1:40 André, irmão de Simão Pedro,
era um dos dois que ouviram João falar,
e que seguiram a Jesus.
Jo 1:41 Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe:
Havemos achado o Messias (que, traduzido, quer dizer Cristo).
Jo 1:42 E o levou a Jesus.
Jesus, fixando nele o olhar, disse:
Tu és Simão, filho de João,
tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
Jo 1:43 No dia seguinte Jesus resolveu partir para a Galiléia,
e achando a Felipe disse-lhe:
Segue-me.
Jo 1:44 Ora, Felipe era de Betsaida,
cidade de André e de Pedro.
Jo 1:45 Felipe achou a Natanael, e disse-lhe:
Acabamos de achar aquele de quem escreveram
Moisés na lei, e os profetas:
Jesus de Nazaré,
filho de José.
Jo 1:46 Perguntou-lhe Natanael:
Pode haver coisa bem vinda de Nazaré?
Disse-lhe Felipe:
Vem e vê.
Jo 1:47 Jesus, vendo Natanael aproximar-se dele, disse a seu respeito:
Eis um verdadeiro israelita,
em quem não há dolo!
Jo 1:48 Perguntou-lhe Natanael:
Donde me conheces?
Respondeu-lhe Jesus:
Antes que Felipe te chamasse,
eu te vi,
quando estavas debaixo da figueira.
Jo 1:49 Respondeu-lhe Natanael:
Rabi,
tu és o Filho de Deus,
tu és rei de Israel.
Jo 1:50 Ao que lhe disse Jesus:
Porque te disse:
Vi-te debaixo da figueira,
crês?
coisas maiores do que estas verás.
Jo 1:51 E acrescentou:
Em verdade, em verdade vos digo
que vereis o céu aberto,
e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do homem.
Jesus veio e já começa a reunir os seus discípulos que prontamente o seguem sem nenhum questionamento mais sério. Eles parecem responder com fé ao chamado de Deus. Quem eram eles? Homens comuns do povo (eu, você, ele...).
Jesus Cristo, Deus e homem: Como é possível um homem ser Deus?
A teologia reformada afirma a humanidade plena e a divindade plena de Jesus. Tradicionalmente, essa visão é chamada de doutrina da união hipostática, urna doutrina que expressa a natureza humana e a natureza divina de Jesus numa só pessoa. Nessa união, a segunda pessoa da Trindade (veja o artigo teológico "A Trindade", em Jo 14), ou seja, Deus o Filho, se tomou plenamente humano (veja o artigo teológico "A humanidade plena de Cristo", em Lc 3) sem perder nenhum dos seus atributos divinos.
É surpreendente que os seguidores judeus de Jesus acreditassem que ele era tanto Deus quanto homem. Os apóstolos de Jesus e a maioria dos escritores do Novo Testamento eram judeus que possuíam a forte convicção de que existe um só Deus e que nenhum ser humano é divino. Não obstante, todos ensinavam que o Messias devia ser objeto de adoração e fé como Deus o era. Esse conceito pode ser observado especialmente nos escritos de João, Paulo, Pedro e na carta aos Hebreus.
João revelou Jesus como o Verbo divino eterno, agente da criação e fonte de toda a vida e luz (Jo 1.1-5,9) que, ao se tornar –“carne", foi revelado como Filho de Deus, a fonte de graça e verdade — e, de fato, corno “unigênito [ou Único] do Pai” (Jo 1.14,18). Ao longo do Evangelho de João, Jesus afirma em várias ocasiões “Eu sou...” - uma declaração particularmente significativa, uma vez que “Eu sou" (veja as notas sobre Jo 8.24,28,58) é a expressão usada como nome de Deus na tradução grega (Septuaginta) de Ex 3.14. Outros exemplos são as sete declarações da graça de Jesus como (1) o pão da vida, que dá o alimento espiritual (Jo 6.35,48,51); (2) a luz do mundo, que afasta as trevas (Jo 8.12; 9.5); (3) a porta para as ovelhas, que dá acesso a Deus (Jo 10.7,9); (4) o bom pastor, que protege as ovelhas do perigo (Jo 10.11,14); (5) a ressurreição e a vicia, que vence a morte (Jo 11.25); (6) o caminho, a verdade e a vida, que conduz ã comunhão com o Pai (Jo 14.6); e (7) a videira verdadeira, que sustenta os ramos para que deem fruto (Jo 15.1,5). Num momento crítico, Tomé adorou Jesus dizendo, "Senhor meu e Deus meu" (Jo 20.28). Na sequência, Jesus proferiu uma bênção sobre todos os que crerem e João recomendou com insistência a seus leitores que tenham essa mesma fé (Jo 20.29-31).
Paulo citou o que parece ser um hino que declara a divindade pessoal de Jesus (Fp 2.6-11). Afirmou que "nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade" (Cl 2.9; cf. Cl 1.19). Aclamou Jesus como Filho à imagem do Pai e seu agente na criação e sustentação de todas as coisas (Cl 1.15-17). Anunciou que ele é “Senhor" (um título com implicações divinas) ao qual se deve orar para receber a salvação, de acordo com a exortação para invocar a Deus em Jl 2.32 (Rm 10.9-13). O apóstolo afirmou que Cristo é "sobre todos, Deus bendito" (Rm 9.5) e “Deus e Salvador” (Tt 2.13), e se dirigiu a ele pessoalmente em oração (2Co 12.8-9), considerando uma fonte de graça divina (2Co 13.14). Pode-se ver por esse testemunho explícito que a fé na divindade de Jesus ocupa o centro da teologia de Paulo
Ao explicar o sumo sacerdócio perfeito de Jesus, o autor de Hebreus declarou a divindade plena e, consequentemente, a dignidade singular do Filho de Deus (Hb 1.3,6,8-121, cuja humanidade plena ele celebrou no cap. 2. A perfeição e, de fato, a própria possibilidade do sumo sacerdócio que ele atribuiu a Cristo dependem de uma combinação do amor divino eterno e fiel com a experiência humana plena de tentação, pressão e dor (Hb 2.14-18; 4.;4-5.2; 7.13-28; 12.2-3).
Igualmente importante é o uso que Pedro fez de Is 8.12-13 (1Pe 3.14). Ele citou a versão grega (Septuaginta), instando as igrejas a não temerem aquilo que os outros temem, mas a santificarem o Senhor. No entanto, onde o texto da Septuaginta diz 'Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai', Pedro diz "santificai a Cristo, como Senhor" (1Pe 3.15). Pedro ofereceu o temor reverente devido ao Todo-Poderoso a Jesus de Nazaré, seu Mestre e Senhor.
Um momento crucial da afirmação da união hipostática se deu no Concílio da Calcedónia (451 d.C.). Nessa ocasião, a igreja combateu dois erros: (1) A doutrina nestoriana segundo a qual Jesus possuía não apenas duas naturezas, mas também duas "pessoas” - (divina e humana) reunidas num só corpo; (2) e a doutrina eutiquiana segundo a qual Jesus possuía somente uma natureza uma vez que a sua divindade havia absorvido a sua humanidade. O Concílio rejeitou as duas ideias, afirmando que Jesus é uma só pessoa divina-humana com duas naturezas (ou seja, dois conjuntos de capacidades de experiência, expressão, reação e ação) e que as duas naturezas são unidas em seu ser pessoal sem mistura, confusão, separação ou divisão, de modo que cada natureza mantém seus próprios atributos.
O Novo Testamento revela o grande mistério de que Jesus é, ao mesmo tempo, plenamente Deus e plenamente homem. Tudo o que Deus nos criou para ser, bem como tudo o que o próprio Deus é estava, está e estará para sempre verdadeira e claramente presente na pessoa única de Jesus. O Novo Testamento ordena que Jesus seja adorado e mostra, com frequência, o Salvador divino-humano e Senhor com o objeto apropriado de fé, esperança e amor.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.