Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi
escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente
gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos
notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na parte II,
no capítulo 6.
II. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILEIA (1.14 - 9.50) – continuação.
Como já dissemos, até ao cap. 9, estaremos
vendo o ministério de Jesus na Caldeia, onde Marcos o divide, conforme a BEG,
em dois estágios. Antes de passar ao relato da atividade de Jesus na Judeia e
em Jerusalém, Marcos descreveu como Jesus fez grande parte da sua obra na
Galileia, uma região ao norte conhecida como gentia, pois muitos gentios
moravam ali. Ao focalizar a atenção do ministério de Jesus aos gentios, Marcos
procurava despertar o interesse dos seus leitores gentios que seguiam a Cristo.
Esta parte II foi dividida em 17 subpartes,
conforme a BEG: A. O chamado dos primeiros discípulos (1.14-20) – já vimos; B. O ministério em
Cafarnaum (1.21-34) – já vimos; C. O
ministério ao redor da Caldeia (1.35-45)
– já vimos; D. Curando em Cafarnaum (2.1-12) - veremos agora; E. O chamado de Levi (2.13-17) - veremos agora; F Controvérsias com as
autoridades (2.18 - 3.12) – já vimos;
G. O chamado dos doze (3.13-19) – já
vimos; H. Acusações em Cafarnaum (3.20-35) – já vimos; I. As parábolas do reino (4.1-34) – já vimos; J. A viagem para Decápolis (4.35 - 5.20) – já vimos; K. A continuidade do
ministério na Galileia (5.21 - 6.6) – concluiremos
agora; L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30) – veremos agora; M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44) – veremos agora; N. A visita a Genesaré
(6.45 - 7.23) – começaremos a ver agora;
O. Tiro, Sidom e Decápolis (7.24 - 8.9); P. A região de Cesareia de Filipe
(8.10 - 9.32); e, Q. O retorno a Cafarnaum (9.33-50).
K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21 - 6.6) - continuação
Assim vivia Jesus e andava por toda a parte
ensinando, pregando e curando os que o Pai lhe enviava para serem curados e por
ele tratados.
As pessoas se maravilhavam com as coisas
que ele dizia, com sua sabedoria, com seu jeito de ser, com seu poder sobre
doenças e enfermidades e sobre espíritos malignos. Eles indagavam entre si
dizendo de onde vinha isso tudo e ao verem sua origem e familiares, logo o
desprezavam.
Diz a palavra que ele não pode fazer ali
muitos milagres (poder aqui no sentido de querer). À primeira
vista, parece que era por causa da incredulidade deles, mas será que Deus está
limitado pela nossa incredulidade? Eu não creio! Eu sou crente da soberania de
Deus e dela não abro mão para nada.
Não se preocupem, pois também sou crente na
responsabilidade humana e dela não abro mão de jeito nenhum. Agora, como se
explica um Deus totalmente soberano com um homem totalmente responsável, eu,
sinceramente, não sei. Aliás, não creio que haja na terra explicação para tal
paradoxo.
Jesus não somente ia, pregava, ensinava e
curava, mas dizia aos doze para, igualmente, irem, pregarem, ensinarem e
curarem. É nossa tarefa, creio até o dia de hoje. Vejamos os detalhes deste
capítulo, conforme a BEG.
Saiu Jesus de onde estava e foi para Nazaré,
distante cerca de 40 km ao sudoeste de Cafarnaum e do mar da Galileia (cf. Mt
2.23) e com ele os seus discípulos, os doze (6.7; veja também 1.16ss., 3.14;
6.30; 9.2ss.; 14.17).
Ele chegou em um sábado, mas mesmo assim
ensinava na sinagoga e os que o ouviam ficavam maravilhados (veja 1.22; 7.37;
10.26; 11.18).
Alguns que o conheciam, logo se lembravam
dele como carpinteiro. Também pode significar construtor de casas, o que pode
explicar parcialmente o uso que Jesus fez da imagem de edificar uma casa para
se referir ao seu próprio ministério (Mt 7.24; 16.18; 21.33; Mc 14 58; 15.29;
Lc 12.18, 17.28).
A observação sobre o seu ofício
provavelmente não tinha a intenção de ser depreciativa, pois era esperado que
todos os rabinos tivessem uma profissão.
A acusação era que Jesus, que ensinava com
"sabedoria" (vs. 2), era somente um simples carpinteiro/construtor
sem treinamento ou credenciais rabínicos.
O povo de Nazaré sabia disso porque Jesus
viveu entre eles durante toda sua vida e nunca havia frequentado nenhuma escola
rabínica em Jerusalém. Eles sabiam que ele era filho de Maria (veja 3.31).
Jesus foi rejeitado não apenas pelo povo da
cidade e por seus parentes, mas também pela sua própria família (3.31).
Não faltou a Jesus poder para fazer
milagres. Antes, ele decidiu ligar os milagres do reino à fé do seu povo, do
mesmo modo que havia ligado a salvação à fé (Ef 2.8-9). Era essa uma questão de
sua soberania.
Aquela incredulidade causou espécie em
Jesus e daí passou a percorrer os povoados, ensinando.
Ao pregarmos, não somos
convidados a ver resultados (se vierem, ótimo!), mas devemos pregar, crentes de
que estamos sendo instrumentos de Deus.
L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30).
A partir do verso 7 ao 30, estaremos vendo
a missão dos doze na Galileia. Marcos registra agora o envio dos apóstolos para
demonstrar que o ministério deles era uma extensão do ministério de Jesus desde
o princípio (vs. 7-13,30).
Ele inseriu um relato da morte de João
Batista (vs. 14-29) para demonstrar que a missão de Jesus e de seus discípulos
suplantava o ministério de João e seus discípulos.
Tendo sido, os doze, anteriormente
apontados para andarem com Jesus (veja 3.14) e receberem revelação especial
sobre o mistério da pessoa de Jesus e seu papel (veja 4.10,11), foi permitido
aos doze compartilharem do ministério e autoridade de Jesus.
O verbo referente ao enviar no grego tem a
mesma raiz que o substantivo traduzido como "apóstolo", e salienta a
conexão dos doze com Jesus como seus representantes (3.14).
Ele os enviou de dois a dois. O princípio
bíblico, no qual o testemunho deve ser dado por peio menos duas pessoas (Nm
35.30; Dt 17.6; 19.15; Mt 18.16; Jo 8.17; 2Co 13.1; 1Tm 5.19; Hb 10.28), é
aplicado também no ministério missionário da igreja primitiva. Isso pode ser
percebido com Pedro e João (At 3.1; 4.1), Paulo e Barnabé (At 13.2), Paulo e
Silas (At 15.40).
Ao irem, conforme instruções do mestre, não
deveriam levar nada com eles, nem mesmo pão. Mt 10.10 fornece a razão:
"porque digno é o trabalhador do seu alimento".
No verso 9, ele fala que deveriam calçar sandálias,
mas não levarem túnica extra. Em Mateus, Jesus proibiu usar sandálias (Mt
10.10), um detalhe que muitos consideram uma contradição bíblica.
Todavia, conforme a BEG, o bom senso sugere
ser improvável que Jesus pedisse a seus discípulos para irem descalços quando
tanto ele (Mc 1.7; Jo 1.27) como seu grande predecessor Moisés (At 7.33) usavam
sandálias.
É mais provável que a passagem de Mateus
pressuponha a ideia de sandálias "extras", como está explícito no
caso das túnicas.
Quando eles chegassem a determinado lugar,
deveriam entrar naquela casa e ficarem ali até partirem, mas se alguém não os
recebesse, eles deveriam sacudir o pó dos pés.
Os judeus rigorosos sacudiam o pó de seus
pés depois de viajarem através de territórios pagãos "imundos". A
recusa do evangelho gera uma demonstração acusatória semelhante.
Destarte, saíram e pregaram ao povo
arrependimento. Também expulsaram demônios, ungiram e curaram muitos doentes.
Chegou isto aos ouvidos do rei Herodes –
vs. 14. Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, de linhagem árabe-idumeia,
era na verdade o "tetrarca", ou governante, da Galileia e Pereia. A
missão dos doze, que incluía curas e exorcismos feitos em nome de Jesus, chamou
a atenção de Herodes.
O peso na consciência de Herodes era grande
que começou a associar os fatos com João Batista. Naturalmente, a especulação a
respeito da identidade profética de Jesus surgiu do relato da alimentação
miraculosa (6.3Oss.; 8.1 ss.) e do caminhar sobre as águas (6.47ss.), e tudo
isso aponta para algo maior — ou seja, a divindade de Jesus.
Mas primeiro o Evangelho de Marcos corrige
os rumores sobre João Batista, a quem Herodes e outros identificavam com Jesus.
Marcos explica os detalhes da morte de João
Batista. Como João expunha o seu pecado de sua situação irregular diante de
Deus com Herodias, esta pediu a Herodes que prendesse João, porquanto ele dizia
que não era lícito Herodes viver com a mulher do irmaõ dele.
Aristóbulo, um dos filhos de Herodes, o
Grande (37-4 a.C.), foi o pai de Herodias. Herodes Antipas e Herodes Filipe
eram meio-irmãos de Aristóbulo, também filhos de Herodes, o Grande.
Após casar-se com Herodes Filipe,
meio-irmão do seu pai, Herodias abandonou-o para juntar-se numa nova relação
incestuosa com outro meio-irmão dele, Herodes Antipas.
Essa era a frouxidão moral, típica da
dinastia herodiana, contra o qual João Batista pregava com apoio da Escritura
(Lv 18.16,20).
Isso suscitou ódio no coração de Herodias
que exigiu de Herodes a prisão de João. Herodes temia João, mas era covarde e
mais temente a mulher do que a Deus. Obedecendo ela, prendeu João até que houve
uma festa de seu aniversário e a filha de Herodias foi dançar no salão para
Herodes que se encantou com ela.
Ele chegou a jurar a ela que daria metade de
seu reino, mas a menina foi buscar orientações com mãe que, sem dúvida, pediu a
cabeça de João Batista em um prato.
Herodes resistiu, mas foi vencido por elas
e por causa de sua palavra. Eles trouxeram a ele a cabeça de João em um prato.
Ele entregou à jovem e esta à sua mãe. O maior de todos os homens, conforme
Jesus, com a cabeça em um prato, servindo de zombaria para todos ali. E quanto
a nós, seus seguidores? Será mesmo a vida nossa aqui nesta terra?
Marcos encapsulou o relato da morte de João
Batista dentro do relato da missão evangelística dos apóstolos de Jesus. Ele,
então, ligou a missão dos apóstolos ao papel específico que teriam no milagre
da alimentação dos cinco mil por Jesus, visando demonstrar a superioridade do
ministério de Jesus sobre o de João.
M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44).
Dos versos de 31 a 44, veremos a
alimentação dos cinco mil. O ministério superior de Jesus sobre o de João
Batista foi comprovado quando Jesus e seus apóstolos alimentaram os cinco mil.
Esse incidente também demonstrou a
preocupação de Jesus quanto à necessidade diária do seu povo, expressado
primeiramente em sua decisão de ensiná-los e depois em sua determinação em
alimentá-los.
Havia muita gente ali que ia e vinha e eles
estavam ficando cansados e com fome, razão porque Jesus quis ficar um pouco a
sós com eles – eles estavam iniciando no mistério do reino (4.10-11) - era
parte da preparação dos discípulos para o ministério vindouro esse tempinho com
Jesus (4.34; 9.2,28; 13 3; cf. Jo 13.1; 16.29).
Foi assim que se afastaram um pouco para lugar
solitário – vs. 32. Literalmente, "um lugar deserto" (1:12). Jesus
estava para realizar um milagre importante no deserto.
Todo esse acontecimento relembra o início
de Israel quando o povo foi guiado por manifestações do Espírito, provados pela
experiência das dificuldades e sustentados pela intervenção miraculosa de Deus.
Ao sair do barco e Jesus notar aquela
grande multidão, compadeceu-se deles. Uma atitude típica de Jesus quanto à
desgraça e confusão do povo de Deus.
Jesus fez o que Deus prometeu que faria em
Ez 34.11-14: "Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei...
Apascentá-las-ei de bons pastos".
Assim, Jesus atuou como o Pastor Messias,
tal qual Moisés (Nm 27.15-17; SI 77.20), Davi (SI 78.70-72) e o próprio Deus
(SI 23.1; 74.1; 78.52-53; 80.1; Ez 34.15). Elas pareciam como ovelhas que não tinham
pastor. No Antigo Testamento, Israel, abandonada pelos líderes infiéis, foi
descrita da mesma maneira (Jr 50.6; Ez 34.1-10).
Os próprios discípulos ficaram preocupados
com aquele povo no deserto e sugeriram a Jesus que este o dispensasse para irem
procurar por comida, mas Jesus os surpreende e lança um desafio impossível aos
discípulos. Era para eles mesmos darem de comer ao povo.
A primeira coisa que pensaram diante do
desafio foi no dinheiro necessário para comprarem comida: 200 denários não seriam
suficientes. Também achavam aquilo um grande desperdício.
No entanto Jesus pergunta a eles o que eles
tinham ali com eles e eles conferiram e disseram a Jesus que tinham apenas
cinco pães e dois peixes.
Foi nesse momento que Jesus ordenou que se
fizessem todo o povo assentar-se em grupos na relva verde. A menção de grama,
abundante no inverno e na primavera na Galileia, sugere que a ideia de Marcos
sobre o "deserto" não era de um lugar árido, mas sim de um lugar
isolado, separado.
Eles se sentaram em grupos de cem em cem e
de cinquenta em cinquenta. Esse detalhe relembra a formação da antiga Israel no
deserto, sob o comando de Moisés (Ex 18.21).
Estando todos assentados e curiosos do que
iria acontecer em seguida, Jesus levanta o que tinha aos céus e faz uma oração
de ação de graças ao Pai e em seguida, entregou aos seus discípulos para que
servissem ao povo.
Todos comeram e se fartaram. Usando uma
linguagem não dramática, Marcos relata um milagre espantoso. Isso também
rememora a provisão miraculosa do maná/pão no deserto, sob o comando de Moisés
(Ex 16.1-36), quando todos também comeram o quanto quiseram (Ex 16.16).
Além de comerem à vontade, também sobrou –
vs. 43 - e ainda recolheram. Esse detalhe alude ao milagre do maná, em que nada
deveria ser guardado para a manhã seguinte (Ex 16.19).
Recolheram doze cestos cheios. Esse detalhe
relembra a divisão em doze partes da antiga Israel e sugere a importância do
papel que os doze desempenhariam no estabelecimento da nova Israel com os
seguidores de Jesus (3.14).
O verso 44 nos dá uma ideia da quantidade
de pessoas alimentada por Jesus e os doze.
Marcos não usa o termo genérico para
"homem", que também pode significar "ser humano", mas um
termo específico que faz distinção entre homens e mulheres (cf. Êx 18.21).
Talvez a ideia seja a de "chefe de
família", especialmente porque Mt 14.21 acrescenta as palavras "além
de mulheres e crianças". A multidão poderia facilmente ter atingido quinze
mil a vinte mil pessoas.
N. A visita a Genesaré (6.45 - 7.23)
A partir do verso 45 até o próximo
capítulo, verso 23, veremos sua visita a Genesaré.
Marcos registrou a atividade de Jesus em
Genesaré visando fornecer um conhecimento mais profundo do caráter dos
apóstolos e do cuidado que Jesus tinha para com eles. Jesus resgatou-os de uma
tempestade (vs. 45-56) e defendeu-os diante das autoridades religiosas
hipócritas (7.1-23).
Jo 6.14-15 dá a razão para essa retirada
repentina. O simbolismo do milagre convenceu a multidão, erroneamente, de que
era hora de proclamar a Jesus como "rei" pelo uso da força, o que
indicava o prelúdio de uma insurreição política.
Como Jesus ensinaria mais tarde a seus discípulos,
"era necessário que o Filho do Homem
sofresse muitas coisas... fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse"
(8.31).
Ele, Jesus, subiu ao monte para orar, mas
os seus discípulos seguiram viagem pelo mar. Já o barco estava no meio do mar e
Jesus ainda na terra. Somente quando era alta madrugada que Jesus foi até eles,
mas levitando. Era essa a quarta vigília da noite, ou seja, das três às seis
horas da manhã. Os romanos dividiam a noite (das seis horas da tarde às seis
horas da manhã) em quatro períodos.
Jesus deu a entender que passaria por eles,
mas eles vendo a Jesus pensaram tratar-se de um fantasma ou coisa parecida. Uma
palavra muita rara na Bíblia (em todo o Novo Testamento é empregada somente
aqui e no relato paralelo de Mateus). Ela evoca a noção de imaginação
supersticiosa do povo (veja Is 28.7).
Jesus os tranquiliza e diz que era ele
mesmo. A frase no grego é também a tradução da Septuaginta (a tradução grega do
AT) para o nome divino "EU SOU", que foi revelado a Moisés na ocasião
do êxodo (Êx 3 14; veja também Dt 32.39; Is 41.4; 43.10,13,25; 45.18; 52.6; Os
13.4; II 2.27).
Marcos chama a atenção para a divindade de
Jesus ao incluir todas as características do aparecimento de Deus (temor dos
homens, identificação divina e palavras de afirmação). Recentemente vi um vídeo
de um líder muçulmano humilhando com seu conhecimento bíblico espetacular sobre
Jesus e o exaltando lá nas alturas, mas, no entanto, negando a sua divindade.
Textos como estes precisam ser mais bem
estudados, inclusive no grego e no hebraico para questões de confrontamento com
semelhantes pessoas.
Foram três as falas de Jesus, conforme
Marcos:
üCoragem!
üSou
eu!
üNão
tenham medo!
Jesus, então, sobe no barco e o vento se
acalma e todos ficam atônitos.
6.52. Essa observação de que eles não
haviam compreendido o milagre dos pães, indica que o milagre da alimentação
contém o mesmo mistério sobre Jesus que o seu caminhar sobre as águas e o uso
do seu nome divino.
Jesus, em relação à sua humanidade, era de
fato o novo Moisés, porém ele era também Deus, aquele que provê pão do céu (Êx
16.4; a BEG recomenda nesse ponto ver seu excelente artigo teológico
"Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1).
A razão porque não tinham compreendido o
milagre dos pães era por causa da dureza de seus corações. Todas as formas de
pecado e deficiência espiritual são produtos de um coração endurecido (7.21;
veja também Êx 8.15; Ef 4.18).
Prosseguindo na viagem, chegaram a
Genesaré. Uma região na margem oeste do mar da Galileia (também chamado de lago
de Genesaré; veja Lc 5.1).
Eles não tiveram sossego, pois assim que
chegaram, foram reconhecidos e o povo começou a trazer seus enfermos em leitos
por onde ouviam que eles estivessem. Não importava onde estivesse, lá estaria a
população com seus enfermos em fila esperando a ministração de cura de Jesus e
de seus discípulos. Jesus ia, destarte, curando a todos.
Mc 6:1 Saiu Jesus dali,
e foi para a
sua terra,
e os seus
discípulos o seguiam.
Mc 6:2 Ora, chegando o sábado,
começou a
ensinar na sinagoga;
e muitos,
ao
ouví-lo,
se
maravilhavam, dizendo:
Donde
lhe vêm estas coisas?
e
que sabedoria é esta que lhe é dada?
e
como se fazem tais milagres
por
suas mãos?
Mc
6:3 Não é este o carpinteiro,
filho
de Maria, irmão de Tiago,
de
José, de Judas e de Simão?
e
não estão aqui entre nós suas irmãs?
E
escandalizavam-se dele.
Mc
6:4 Então Jesus lhes dizia:
Um
profeta não fica sem honra senão
na sua terra,
entre os seus parentes,
e
na sua própria casa.
Mc 6:5 E não
podia fazer ali nenhum milagre,
a
não ser curar alguns poucos enfermos,
impondo-lhes
as mãos.
Mc 6:6 E
admirou-se da incredulidade deles.
Em seguida
percorria as
aldeias circunvizinhas,
ensinando.
Mc 6:7 E chamou a si
os doze,
e
começou a enviá-los a
dois
e dois,
e
dava-lhes poder
sobre
os espíritos imundos;
Mc
6:8 ordenou-lhes
que
nada levassem para o caminho,
senão
apenas um bordão;
nem pão, nem
alforje, nem dinheiro no cinto;
Mc 6:9 mas
que fossem calçados de sandálias,
e
que não vestissem duas túnicas.
Mc
6:10 Dizia-lhes mais:
Onde
quer que entrardes numa casa,
ficai
nela até sairdes daquele lugar.
Mc 6:11 E se
qualquer lugar não vos receber,
nem
os homens vos ouvirem,
saindo
dali,
sacudi o pó
que estiver debaixo dos vossos pés,
em
testemunho conta eles.
Mc 6:12 Então
saíram
e pregaram
que
todos se arrependessem;
Mc 6:13 e
expulsavam muitos demônios,
e ungiam
muitos enfermos com óleo,
e os curavam.
Mc 6:14 E
soube disso o
rei Herodes
(porque
o nome de Jesus se tornara célebre), e disse:
João,
o Batista, ressuscitou dos mortos;
e
por isso estes poderes milagrosos operam nele.
Mc
6:15 Mas outros diziam:
É
Elias.
E ainda
outros diziam:
É
profeta como um dos profetas.
Mc 6:16
Herodes, porém, ouvindo isso, dizia:
É
João,
aquele
a quem eu mandei degolar:
ele
ressuscitou.
Mc 6:17
Porquanto o próprio Herodes
mandara
prender a João,
e
encerrá-lo maniatado no cárcere,
por
causa de Herodias,
mulher
de seu irmão Filipe;
porque ele se
havia casado com ela.
Mc 6:18 Pois
João dizia a Herodes:
Não te é
lícito ter a mulher de teu irmão.
Mc 6:19 Por
isso Herodias
lhe
guardava rancor
e
queria matá-lo,
mas
não podia;
Mc
6:20 porque Herodes temia a João,
sabendo
que era varão justo e santo,
e
o guardava em segurança;
e,
ao ouvi-lo, ficava muito perplexo,
contudo
de boa mente o escutava
Mc 6:21
Chegado, porém, um dia oportuno
quando
Herodes no seu aniversário natalício
ofereceu
um banquete
aos
grandes da sua corte, aos principais da Galiléia,
Mc 6:22
entrou a filha da mesma Herodias
e, dançando,
agradou
a Herodes e aos convivas.
Então o rei
disse à jovem:
Pede-me
o que quiseres,
e
eu to darei.
Mc 6:23 E jurou-lhe,
dizendo:
Tudo
o que me pedires te darei,
ainda
que seja metade do meu reino.
Mc 6:24 Tendo
ela saído, perguntou a sua mãe:
Que
pedirei? Ela respondeu:
A
cabeça de João, o Batista.
Mc 6:25 E
tornando logo com pressa à presença do rei,
pediu,
dizendo:
Quero
que imediatamente me dês num prato
a
cabeça de João, o Batista.
Mc
6:26 Ora, entristeceu-se muito o rei;
todavia,
por causa dos seus juramentos
e
por causa dos que estavam à mesa,
não
lha quis negar.
Mc
6:27 O rei, pois,
enviou
logo um soldado da sua guarda
com
ordem de trazer a cabeça de João.
Então ele foi
e o degolou
no cárcere,
Mc 6:28 e
trouxe a cabeça
num
prato
e
a deu à jovem,
e a jovem a
deu à sua mãe.
Mc 6:29
Quando os seus discípulos ouviram isso,
vieram,
tomaram
o seu corpo
e
o puseram num sepulcro.
Mc 6:30 Reuniram-se os apóstolos com
Jesus
e
contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Mc 6:31 Ao que ele lhes disse:
Vinde vós, à
parte, para um lugar deserto,
e descansai
um pouco.
Porque eram muitos
os que vinham
e iam,
e não tinham
tempo nem para comer.
Mc 6:32 Retiraram-se, pois,
no barco para
um lugar deserto, à parte.
Mc 6:33 Muitos, porém,
os viram
partir,
e os
reconheceram;
e para lá
correram a pé de todas as cidades,
e ali
chegaram primeiro do que eles.
Mc 6:34 E Jesus,
ao
desembarcar,
viu
uma grande multidão
e
compadeceu-se deles,
porque
eram como ovelhas que não têm pastor;
e
começou a ensinar-lhes muitas coisas.
Mc 6:35 Estando a hora já muito
adiantada,
aproximaram-se
dele seus discípulos e disseram:
O
lugar é deserto,
e
a hora já está muito adiantada;
Mc
6:36 despede-os,
para que vão
aos sítios e às aldeias, em redor,
e
comprem para si o que comer.
Mc 6:37 Ele,
porém, lhes respondeu:
Dai-lhes
vós de comer.
Então eles lhe
perguntaram:
Havemos
de ir
comprar
duzentos denários de pão
e
dar-lhes de comer?
Mc 6:38 Ao
que ele lhes disse:
Quantos
pães tendes?
Ide
ver.
E, tendo-se
informado, responderam:
Cinco
pães e dois peixes.
Mc 6:39 Então
lhes ordenou
que
a todos fizessem reclinar-se,
em
grupos,
sobre
a relva verde.
Mc 6:40 E
reclinaram-se
em grupos
de
cem e de cinqüenta.
Mc 6:41 E
tomando
os cinco pães
e
os dois peixes,
e
erguendo os olhos ao céu,
os
abençoou;
partiu os
pães
e os
entregava a seus discípulos
para
lhos servirem;
também
repartiu
os
dois peixes por todos.
Mc 6:42 E
todos
comeram
e
se fartaram.
Mc 6:43 Em
seguida,
recolheram
doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixe.
Mc 6:44 Ora,
os que comeram os pães
eram
cinco mil homens.
Mc 6:45 Logo em seguida
obrigou os
seus discípulos a entrar no barco
e passar
adiante,
para
o outro lado,
a
Betsaida,
enquanto
ele despedia a multidão.
Mc 6:46 E,
tendo-a
despedido,
foi
ao monte
para
orar.
Mc 6:47
Chegada a tardinha,
estava
o barco no meio do mar,
e
ele sozinho em terra.
Mc 6:48 E,
vendo-os
fatigados a remar,
porque
o vento lhes era contrário,
pela
quarta vigília da noite, foi ter com eles,
andando
sobre o mar;
e queria
passar-lhes adiante;
Mc
6:49 eles, porém,
ao
vê-lo andando sobre o mar,
pensaram
que era um fantasma e gritaram;
Mc 6:50
porque todos o viram e se assustaram;
mas
ele imediatamente falou com eles
e
disse-lhes:
Tende
ânimo;
sou eu;
não
temais.
Mc
6:51 E subiu para junto deles no barco,
e
o vento cessou;
e
ficaram, no seu íntimo,
grandemente
pasmados;
Mc
6:52 pois não tinham compreendido
o
milagre dos pães,
antes
o seu coração
estava
endurecido.
Mc 6:53 E, terminada a travessia,
chegaram à
terra em Genezaré,
e
ali atracaram.
Mc 6:54 Logo que
desembarcaram,
o
povo reconheceu a Jesus;
Mc
6:55 e correndo eles por toda aquela região,
começaram
a levar nos leitos
os
que se achavam enfermos,
para
onde ouviam dizer que ele estava.
Mc 6:56 Onde
quer, pois, que entrava,
fosse
nas aldeias, nas cidades ou nos campos,
apresentavam
os enfermos nas praças,
e
rogavam-lhe que os deixasse tocar
ao
menos a orla do seu manto;
e
todos os que a tocavam
ficavam
curados.
Onde Jesus estava e andava, a cura andava
com ele. As pessoas se reuniam diante dele para ao menos tocar em suas vestes e
todos que tocavam nas suas vestes conforme criam, eram curados.
Nosso povo está doente! Estamos doentes por
causa de nossos vícios e hábitos alimentares modernos onde os produtores visam
o lucro e jamais o bem-estar de quem precisa consumir. Estamos colocando veneno
em nossos corpos e estamos ficando podres.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.