INSCREVA-SE!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Ezequiel 3:1-27 - O ATALAIA E O PREGADOR.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura que estamos no primeiro capítulo “I”, na primeira parte “A”, na primeira seção “1”:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – concluiremos agora;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4);
3. Discursos relacionados (5.5-7.27). 
1. Visão e vocação (1.1-3.27) - continuação.
Como já dissemos, até 3.27, estaremos vendo a visão impressionante de Ezequiel e sua vocação. O livro inicia com o registro de Ezequiel a respeito de sua visão da impressionante carruagem de Deus (1.1-28) e a vocação recebida de Deus (2.1-3.27). Também aqui dividiremos em duas partes: a. A visão da carruagem de Deus (1.1-28) – já vista; b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) – concluiremos agora.
b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) - continuação.
Estaremos, neste capítulo, concluindo, o chamado de Ezequiel e como se deu a sua vocação.
Este capítulo continua desenvolver a ideia apresentada no capítulo anterior, sendo que agora a palavra do Senhor pede a Ezequiel que coma o rolo do livro ou do que dele achar e, somente depois de comer, ele poderia estar desimpedido para ir à casa de Israel entregar o recado de Deus.
Este rolo é a palavra de Deus! Precisamos dela para nos alimentarmos e para falarmos as palavras de Deus. Quem dela se alimenta, por ela viverá – Jo 6:57. Não temos liberdade de, em nome do Senhor, pregar outra coisa senão a sua santa palavra.
Ezequiel abre a sua boca e começa a comê-la e dá de comer ao seu ventre e se farta dela e enche as suas entranhas daquele rolo ou do que dele se achou e come e come.
Minha mãe costuma dizer: “Filho, a gente veve do que come” (“veve”, assim ela pronuncia “vive”). E é verdade. Vivemos do que comemos ou somos aquilo que comemos. Quem do Senhor se alimenta, será dele um pregador! Quem se alimenta de psicologia, filosofia, de oratória, de cultura somente, desprezando a palavra do Senhor ou a colocando em segundo plano, fará tudo diante de sua igreja, menos pregar.
O Senhor nos chamou para pregarmos a sua palavra, por isso é importante dela se alimentar todos os dias. Foi essa a instrução que Moisés passou ao seu sucessor, Josué e que, depois, o Senhor ratificou pessoalmente para Josué que de dia e de noite não cessasse de falar do livro da lei – Js 1:8.
Na sua boca quando ele comeu, o rolo era doce como o mel, mas em suas entranhas amarga como o fel. Assim é a palavra do Senhor doce como o mel em nossa boca. Um dia desses, há muito tempo, tive uma experiência singular.
Eu comecei a ler a Bíblia às 7h da manhã e o tempo foi passando e eu não queria largá-la, de jeito nenhum. Quando dei por mim, o tempo já se havia passado demais e eram 5h do dia seguinte! Passei 22h seguidas lendo a Bíblia.
Eu somente parei mesmo por que achei um versículo, em Provérbios que dizia mais ou menos assim: “Achaste mel, como apenas o que te basta para que não te enfades dele” – Pv 25:16. E a hora era 5h da manhã. Ai, então, contrariado, parei e fui dormir.
Ezequiel estava sendo enviado aos de sua própria casa e deveria anunciar a palavra do Senhor, nada mais além, nem aquém. Quer o recebessem, quer não.
Uma vez que o mensageiro era um representante de quem o enviava, rejeitar o mensageiro era rejeitar aquele que o mandava. Compare com Lc 10.16; Jo 8.42,47; 13.20; 16.18.
Por isso que Deus fez duro o seu semblante. Ele iria pregar a um povo obstinado e de coração endurecido, mas deveria pregar. Os vs. 7-8 podem conter um jogo de palavras sobre o nome de Ezequiel, que em hebraico significa "Deus faz forte, endurece".
Ezequiel estava sendo fortalecido e o Senhor nisso tinha se empenhado em torná-lo de semblante duro como o esmeril que possui uma pedra que afia todos os metais e não se desgasta facilmente.
A atitude de Ezequiel deveria ser falar e não temer, nem se assustar com a reação deles que certamente não seria de nada receptiva, pelo contrário. Eles eram casas rebeldes e não iriam ouvi-lo, mas Ezequiel deveria pregar.
Ezequiel recebe ainda mais conselhos para que recebesse a palavra do Senhor em seu coração e para prestar muita atenção no que dele, do Senhor, ouviria.
Chama-nos a atenção os órgãos sensoriais de Ezequiel envolvidos na recepção da palavra de Deus. Visão, olfato, tato, paladar que envolvia a mente, o seu coração, a sua boca, o seu ouvido e todo o seu ser. Todo ele deveria estar inteiramente devotado ao Senhor e a sua palavra. Assim, também não devemos estar envolvidos em pleno século XXI para anunciar o evangelho a toda criatura – Mc 16:15?
A instrução continua a mesma quer ouçam, quer deixem de ouvir, não cesse de pregar!
Neste momento, Ezequiel passa por outra experiência profunda com o Senhor, pois o seu Espírito o apanhou e o levantou e ele pode ouvir uma voz de grande estrondo – vs. 12. Ezequiel era, com frequência, transportado pelo Espírito (3.12,14; 8.3; 11.1,24; 40.1-3; cf. 2Rs 2.11,16). Compare com 2Co 12.1-2.
A voz de grande estrondo lhe dizia que bendita era a glória do Senhor desde o seu lugar – vs. 12, ainda.
Ezequiel ouviu o ruído das asas dos seres viventes quando estes tocam umas nas outras asas e ouviu o banilho das rodas ao lado deles, que sempre os acompanhava e ainda o som de um grande estrondo.
Foi aqui que o Espírito o levantou e o levou e ele foi. Ele estava amargurado na indignação do seu espírito, mas a mão do Senhor era forte sobre ele.
A impressão que temos é que quem fala as palavras de Deus espera que quem ouve, obedeça e quando não, ocorrendo o endurecimento, vem sobre o pregador aquela sensação de que fora rejeitado e teme pelas consequências advindas dessa estúpida rejeição para ruina deles mesmos. Isso causa certo amargor no espírito do pregador que sofre o embaque.
O Espírito tinha tele transportado Ezequiel de onde ele estava para Tel-Abibe – vs. 15. A localização precisa desse lugar ao longo do canal de Quebar é desconhecida. Apesar da semelhança no nome, esse local antigo não corresponde à atual Tel Aviv.
Ali, em Tel-Abibe, ele este atônito, pasmado diante deles. A Bíblia registra períodos semelhantes de silêncio ou incapacidade da parte de outras pessoas (Ed 9.4; Jó 2.13; Jr 23.9; Dn 8.27; At 9.9).
No final desses sete dias em que ficou pasmado, veio a ele a palavra do SENHOR – vs. 16. Essa frase ocorre mais de cinquenta vezes em Ezequiel — mais do que em qualquer outro livro profético, mais que no próprio livro de Jeremias, onde tivemos a oportunidade de ver quão frequente era essa palavra.
O Senhor se dirige a ele dizendo que o constituíra atalaia sobre à casa de Israel. Ezequiel estendeu-se a respeito do seu papel como atalaia no cap. 33.1-9.
Esse papel envolvia responsabilidade por aqueles a quem ele ministrava e o dever de adverti-los a respeito de um risco iminente. A não proclamação dessa advertência o tornaria responsável pelas mortes que dela resultassem.
Se a admoestação fosse ignorada, Ezequiel seria isentado de culpa. Era inimaginável que os moradores de uma cidade ignorassem os gritos de advertência de um atalaia, apesar disso, a palavra de Ezequiel foi amplamente desprezada (3.6-7; cf. Is 22.1-14).
Dos versos 18 ao 21, Deus explica bem em detalhes o seu papel profético, de arauto do Senhor, de pregador do evangelho a toda criatura. Ezequiel não tinha liberdade de escolha, mas era chamado a pregar a palavra de Deus avisando ao justo e avisando ao ímpio, dos desvios comportamentais que trariam sobre eles as consequências devidas de seus atos tresloucados.
Uma vez avisado o ímpio e avisado o justo, o restante do que acontecesse, não seria demandado de Ezequiel, mas daquele que ouviu a palavra de Deus; caso contrário, de Ezequiel seriam cobradas as consequências.
Não é nada fácil o papel do pregador. O melhor a fazer é não reter a palavra de Deus, mas entregá-la assim que a recebe.
Ezequiel utilizou essa frase “a mão do SENHOR” – vs. 22 - para descrever a sua condição de estar recebendo revelação do Senhor - 1.3; 3.14; 8.1; 33.22; 37.1; 40.1.
A mão do Senhor esteve sobre ele e lhe disse para que se levantasse e saísse ao vale para que ali o Senhor pudesse lhe falar. O vale se refere a uma área aberta entre as montanhas e, portanto pode ser traduzida tanto por "vale", como aqui, como por "planície". O termo ocorre outras vezes em Ezequiel, no contexto da visão do profeta do vale dos ossos secos (37.1); talvez essa visão tenha ocorrido no mesmo local.
Ele obedece e se levanta e sai ao vale onde ali a glória do Senhor estava semelhantemente à que estava junto ao rio Quebar e, novamente, cai Ezequiel com seu rosto em terra.
Foi depois de o Espírito entrar nele, que ele foi capaz de se por de pé novamente. E somente depois disso, é que pode Deus lhe falar e a palavra de Deus dizia a ele que entrasse e se encerrasse dentro da sua casa. Ali dentro, ele fala, chamando-o de filho do homem e o avisa que sobre ele serão postas cordas de forma que ficará amarrado, sem poder sair da presença daqueles que o amarrassem.
No entanto, Deus interviria de alguma forma tornando Ezequiel mudo, incapaz de falar e de servir a eles de repreendedor – vs. 24-27. A duração e a natureza dessa condição de incapacidade de Ezequiel é uma das questões mais debatidas desse livro.
Independentemente de quando ela tenha começado, o profeta ficou mudo até que a notícia a respeito da destruição de Jerusalém chegou aos exilados (24.27; 33.22; cf. 29.21).
A condição de mudez de Ezequiel deve ter sido parcial no sentido de que ele permanecia continuamente silencioso (cf. 3.27), mas falava quando recebia uma revelação de Deus.
Ezequiel proclamou muitos oráculos aos exilados durante os seis anos entre o seu chamado e a destruição de Jerusalém. Sua mudez comunicava a ideia de que ele não intercederia diante de Deus em favor da nação — o decreto de destruição era irreversível.
Essa sua condição de mudez somente seria rompida quando Deus falasse com ele, abrindo a sua boca para dizer somente em nome do Senhor, a palavra do Senhor, quer ouvissem, quer não ouvissem por que era casa rebelde - Mt 11.15; 13.9-17,43.
 Ez 3:1 Depois me disse:
Filho do homem, come o que achares;
come este rolo,
e vai, fala à casa de Israel.
Ez 3:2 Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo.
Ez 3:3 E disse-me:
Filho do homem, dá de comer ao teu ventre,
e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou.
Então o comi, e era na minha boca doce como o mel.
Ez 3:4 Disse-me ainda:
Filho do homem, vai, entra na casa de Israel,
e dize-lhe as minhas palavras.
Ez 3:5 Pois tu não és enviado a um povo de estranha fala,
nem de língua difícil, mas à casa de Israel;
Ez 3:6 nem a muitos povos de estranha fala,
e de língua difícil,
cujas palavras não possas entender;
se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos.
Ez 3:7 Mas a casa de Israel não te quererá ouvir;
pois eles não me querem escutar a mim;
porque toda a casa de Israel é de fronte obstinada
e dura de coração.
Ez 3:8 Eis que fiz duro o teu rosto contra os seus rostos,
e dura a tua fronte contra a sua fronte.
Ez 3:9 Fiz como esmeril a tua fronte,
mais dura do que a pederneira.
Não os temas pois, nem te assustes com os seus semblantes,
ainda que são casa rebelde.
Ez 3:10 Disse-me mais:
Filho do homem, recebe no teu coração todas as minhas palavras
que te hei de dizer; e ouve-as com os teus ouvidos.
Ez 3:11 E vai ter com os do cativeiro, com os filhos do teu povo,
e lhes falarás, e tu dirás:
Assim diz o Senhor Deus;
quer ouçam quer deixem de ouvir.
Ez 3:12 Então o Espírito me levantou,
e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo,
que dizia:
Bendita seja a glória do Senhor, desde o seu lugar.
Ez 3:13 E ouvi o ruído das asas dos seres viventes,
ao tocarem umas nas outras,
e o banilho das rodas ao lado deles,
e o sonido dum grande estrondo.
Ez 3:14 Então o Espírito me levantou, e me levou;
e eu me fui, amargurado, na indignação do meu espírito;
e a mão do Senhor era forte sobre mim.
Ez 3:15 E vim ter com os do cativeiro, a Tel-Abibe,
que moravam junto ao rio Quebar,
e eu morava onde eles moravam;
e por sete dias sentei-me ali, pasmado no meio deles.
Ez 3:16 Ao fim de sete dias, veio a palavra do Senhor a mim, dizendo:
Ez 3:17 Filho do homem, eu te dei por atalaia
sobre a casa de Israel;
 quando ouvires uma palavra da minha boca,
avisá-los-ás da minha parte.
Ez 3:18 Quando eu disser ao ímpio:
Certamente morrerás;
se não o avisares, nem falares para avisar o ímpio
acerca do seu mau caminho,
a fim de salvares a sua vida,
aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade;
mas o seu sangue, da tua mão o requererei:
Ez 3:19 Contudo se tu avisares o ímpio,
e ele não se converter da sua impiedade
e do seu mau caminho,
ele morrerá na sua iniqüidade; mas tu livraste a tua alma.
Ez 3:20 Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça,
e praticar a iniqüidade, e eu puser diante dele um tropeço,
ele morrerá; porque não o avisaste,
no seu pecado morrerá e não serão lembradas
as suas ações de justiça que tiver praticado;
mas o seu sangue, da tua mão o requererei.
Ez 3:21 Mas se tu avisares o justo, para que o justo não peque,
e ele não pecar, certamente viverá,
porque recebeu o aviso;
e tu livraste a tua alma.
Ez 3:22 E a mão do Senhor estava sobre mim ali,
e ele me disse:
Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei contigo.
Ez 3:23 Então me levantei, e saí ao vale;
e eis que a glória do Senhor estava ali,
como a glória que vi junto ao rio Quebar;
e caí com o rosto em terra.
Ez 3:24 Então entrou em mim o Espírito,
e me pôs em pé;
e falou comigo, e me disse:
Entra, encerra-te dentro da tua casa.
Ez 3:25 E quanto a ti, ó filho do homem,
eis que porão cordas sobre ti, e te ligarão com elas,
e tu não sairás por entre eles.
Ez 3:26 E eu farei que a tua língua se pegue ao teu paladar,
e ficarás mudo, e não lhes servirás de repreendedor;
pois casa rebelde são eles.
Ez 3:27 Mas quando eu falar contigo,
abrirei a tua boca, e lhes dirás:
Assim diz o Senhor Deus:
Quem ouvir, ouça,
e quem deixar de ouvir, deixe;
pois casa rebelde são eles.
O principal fato aqui era que eles poderiam ouvir e se arrepender caso ouvissem Ezequiel pregar, mas Deus já tinha determinado que isso não ocorresse por que eram casa rebelde e teriam de amargar as consequências de seus atos, sem misericórdia.
Ou seja, quando o juízo de Deus vem, nada mais resta a fazer senão se humilhar e buscar ao Senhor e esperar pacientemente a ira do Senhor passar para poder ver se é possível retornar ao primeiro estado. Não devemos brincar com o evangelho nem com as coisas sagradas de Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
...

3 comentários:

muito bom essa explanaçao , queria saber mas sobre o verso 22 do capitulo 3 pois muito me alimentei desse versiculo
pois a palavra de dEUS É PURA E VERDADEIRA
AMEM

Super gostei do discernimento dessa palavra.

Postar um comentário

Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.