segunda-feira, 21 de março de 2016
segunda-feira, março 21, 2016
Jamais Desista
II Pedro 3 1-18 - A HORA SE APROXIMA, CUIDADO PARA NÃO SER ENGANADO.
Como já dissemos, a segunda epístola de
Pedro foi escrita para encorajar os cristãos perseguidos e confusos a
permanecerem unidos em sua fé. Estamos vendo o capítulo 3/3.
Breve
síntese do capítulo 3.
Pedro continua a exortar e a advertir quanto aos escarnecedores e os
seus escárnios que andam segundo as suas próprias paixões e zombando de nós
cobrando a promessa da vinda de Cristo.
Pedro com uma sabedoria celestial, vinda do Espírito Santo de Deus, traz
a lembrança a criação dos céus e da terra à mente deles lhes falando que já de
longo tempo há os céus e a terra.
E não é verdade que esquecemos disso bem como esquecemos que já veio
juízo sobre o homem com o dilúvio, que já veio o Messias e que este cumpriu
tudo o que nas Escrituras se diz dele e porque haveria de ser diferente dos
tempos atuais?
A hora se aproxima e devemos estar cuidadosos para não sermos enganados
e entrarmos no jogo do adversário.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. A VERDADE SOBRE O RETORNO DE CRISTO (3.1-16).
Pedro explicou que o retorno de Cristo é
certo, ainda que muitos afirmem que não irá acontecer. Deus tem adiado esse
retorno por causa de sua paciência, mas ele não irá adiar para sempre.
Dos vs. 1 ao 16, veremos a verdade sobre o
retorno de Cristo. Pedro voltou-se para uma apresentação positiva de certos
ensinamentos com respeito ao retorno de Cristo. Sua argumentação se divide em
três partes nas quais ele reiterou o seu propósito (vs. 1-2), declarou a
certeza do retorno de Cristo (vs. 3-10) e explicou algumas das implicações
desse retorno (3.11-16). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: A.
A reiteração do propósito de Pedro (3.1-2) – veremos agora; B. A certeza do retorno de Cristo (3.3-10) – veremos agora; e, C. As implicações do
retorno de Cristo (3.11-16) – veremos
agora.
A. A reiteração do propósito de Pedro (3.1-2).
Pedro revelou suas intenções de relembrar a
seus leitores alguns ensinos cristãos básicos, mas essenciais.
A primeira epístola pode perfeitamente
referir-se a 1 Pedro. Se é assim, isso significa que os destinatários de ambas
foram os mesmos.
Se 1 Pedro está em vista, a lembrança em
questão era provavelmente o interesse geral de Pedro — o qual está plenamente
evidente em ambas as epístolas — que seus leitores vivessem vidas santas dignas
do evangelho (1 Pe 1.13-2.12; 2Pe 2). Pedro relembrou a sua discussão em
1.16-21.
B. A certeza do retorno de Cristo (3.3-10).
Dos vs. 3 ao 10, veremos Pedro discorrendo
sobre a certeza do retorno de Cristo. Os falsos mestres questionavam se Jesus
iria mesmo voltar. Nessa seção, Pedro se opôs aos pontos de vista deles.
Como já dissemos, os últimos dias são
considerados todo o período entre a primeira e a segunda vindas de Jesus (At
2.17; Hb 1.2). Seria oportuno ler o excelente artigo teológico da BEB: "O
plano das eras", em Hb 7.
Alguns poderão questionar dizendo onde está
a promessa de sua vinda? – vs. 4. Com base na demora do retorno de Cristo, os
falsos mestres concluíram incorretamente que ele nunca voltaria para julgá-los:
Pedro retratou os argumentos deles como evidência irônica de que os últimos dias
já tinham de fato começado.
Pedro no vs. 4 fez uma referência aos
antepassados do Antigo Testamento (Jó 6.31; At 3.13), embora muitos interpretem
isso como uma referência à morte das pessoas pertencentes à primeira geração de
cristãos, principalmente os primeiros líderes cristãos, como Estêvão (Hb 13.7).
Qualquer que seja o caso, os falsos mestres
argumentavam que Deus nunca havia interrompido a História e que nós não
deveríamos, então, esperar que ele fizesse isso no futuro na segunda vinda de
Cristo.
Contra a negação dos falsos mestres de que
Deus interferiria na História, Pedro citou a criação e o dilúvio como
principais exemplos do envolvimento e intervenção de Deus no processo
histórico.
Deus criou a terra primeiro pela separação
das águas em duas partes principais (sob o firmamento e sobre o firmamento; Gn
1.6-7) e, depois, juntou as águas debaixo dos céus num só lugar (Gn 1.9-10). Deus
deu seu comando criativo (Gn 1.3-30; SI 33.6; Hb 11.3), pela sua palavra e
também interveio na História desde o seu início; os céus e a terra passaram a
existir somente após ele ter ordenado isso.
Nessa passagem – vs. 6 -, Pedro dividiu a
história do mundo em três partes:
(1)
O
mundo "daquele tempo" (da criação ao dilúvio).
Deus
também interferiu, em julgamento, com o dilúvio (2.5; Gn 6.5-8.19).
(2)
O
mundo atual dos céus e a terra (vs. 7).
(3)
O
mundo vindouro com um novo céu e uma nova terra (vs. 13).
O que Pedro queria enfatizar era que a intervenção
divina ocorreu no inicio e nos dias do dilúvio. Portanto, não temos razão para
duvidar de que não irá acontecer novamente no retorno de Cristo.
Reparem que a mesma palavra divina criou o
mundo (vs. 5) e trouxe julgamento no tempo do dilúvio (vs. 6). Quer manifestada
pela água ou pelo fogo, a função da palavra todo-poderosa de Deus na criação,
no dilúvio e no julgamento final é enfatizada.
Pedro via Sodoma e Gomorra como o protótipo
do julgamento final, pelo fogo (2.6). Embora esse retrato de um inferno
escatológico e cósmico seja único de Pedro, a ideia do julgamento divino pelo
fogo é comum no Antigo Testamento (p. ex., Dt 32.22; Is 66.15-16; MI 4.1) e é
encontrado também no Novo Testamento (p. ex., Mt 3.11-12; 1Co 3.13; 2Ts 1.7-8).
Essa passagem referente ao um dia ser
comparado com mil anos e SI 90.4 (no qual ela é baseada) às vezes são citados
de maneira implausível para apoiar a teoria segundo a qual, quando um
"dia" é mencionado na profecia bíblica, ele significa literalmente
mil anos.
Porém, o objetivo de Pedro era simplesmente
afirmar a soberania de Deus por todo o tempo e para declarar que a perspectiva
de Deus quanto ao tempo difere radicalmente da perspectiva do homem.
O Senhor não demora em cumprir a sua
promessa, como julgam alguns, considerando demorada. Pelo contrário, ele é
paciente conosco, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao
arrependimento. Veja o vs. 4.
Pedro queria que os seus leitores cristãos
percebessem que a demora do julgamento divino era um sinal da paciência e
misericórdia de Deus com respeito a eles; particularmente com respeito aos
cristãos no meio deles que haviam sido confundidos e desviados pelos falsos
mestres.
Observe que a extensão da palavra
"todos" está qualificada pela palavra "convosco". O motivo
pelo qual Deus adia o julgamento é o fato de que ele deseja que não somente o
seu povo chegue ao arrependimento, mas as pessoas do mundo em geral. Não é da
vontade de Deus que algum de seus eleitos pereça (Jo 10.28-29).
Pedro reafirma no vs. 10 que o dia do
Senhor nos virá como ladrão, obviamente para os que não o esperam ou desprezam
o seu aviso. Essa é mais uma metáfora do próprio ensino de Jesus (Lc 12.39-40)
que transmite o caráter inesperado do acontecimento.
Embora a igreja celebre a vitória de Deus
semanalmente no Dia do Senhor (At 20.7; Ap 1.10), Pedro tinha em mente aqui o
tempo da intervenção divina e escatológica e do julgamento (Is 13.9-13; lTs
5.2), um dia em que o Senhor destruirá todos os seus inimigos e recompensará o
seu povo (2Ts 2.2).
Ao dizer e afirmar que os céus
desaparecerão com um grande estrondo e os elementos serão desfeitos pelo calor,
e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada, Pedro está usando uma linguagem
que lembra as palavras do Antigo Testamento e de Jesus (Is 34.4; 64.1-4; Mt
24.29,35).
Elementos, em grego, stoicheia, um termo
usado para:
(1)
Os
elementos que compõem o mundo de acordo com os antigos: terra, ar, fogo e água.
(2)
Os
corpos celestes tais como o sol, a lua e as estrelas.
(3)
Os
seres angélicos com poderes sobre a natureza.
Muitos intérpretes são favoráveis à segunda
visão ou a uma combinação da segunda com a terceira.
O texto grego para essa frase de que a
terra e as obras que nela existem será desnudada ou serão atingidas é ambíguo.
Possíveis interpretações incluem:
(1) Uma referência à terra e à
história humana "sendo atingidas" antes do olhar de julgamento de
Deus.
(2) Uma referência à destruição da
terra pelo fogo (veja Mt 24.35; Ap 21.1).
(3) Uma afirmação de que a terra e
tudo o que há nela será destruído de um modo que não é especificado.
A forte nota judicial do contexto favorece
a primeira visão, ainda que uma combinação da primeira com a segunda também
seja possível, especialmente por causa da associação comum entre julgamento e
fogo (vs. 7,11-14; cf. 1Co 3.13-15).
A certeza do retorno de Cristo não era uma
mera teoria para Pedro. Ele se voltou imediatamente para algumas implicações
práticas do ensino.
Visto que tudo será assim desfeito, que
tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa,
esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda.
O Dia de Deus é uma expressão incomum (cf.
Ap 16.14) equivalente ao "dia do Senhor" (3.10). As expressões
"Dia do Senhor" e "Dia de Deus" usadas em conjunto com a
segunda vinda de Cristo indicam a elevada cristologia de Pedro. Aquele que vem
não é ninguém menos que o próprio Deus.
O apressando a vinda do vs. 12 pode ser às
vezes interpretado ou traduzido como "esperando com ansiedade", a
palavra grega aqui geralmente tem o significado "acelerando".
O tempo da vinda de Cristo está determinado
pelo decreto eterno e imutável de Deus, assim como estão todas as coisas (Ef
1.11; cf. CFW 3.1). Todavia, nós caímos no fatalismo não bíblico a menos que também
olhemos para esse acontecimento do ponto de vista das interações das segundas
causas humanas na providência de Deus.
Nesse nível, muitos fatores podem apressar
ou retardar o retorno de Cristo. Pedro já havia explicado que a demora de Deus
é misericordiosa (veja o vs. 9), indicando que a salvação de todos os
escolhidos é um fator relevante (Mc 13.10).
Outros fatores incluem a oração (Lc 11.2;
Ap 8.3-5; 22.20) e a obediência (vs. 11). No retorno de Cristo, as bênçãos e os
julgamentos finais virão. Por essa razão, os cristãos deveriam fazer tudo o que
podem para apressar a vinda desse dia.
De acordo com a sua promessa, nós esperamos
novos céus e nova terra, onde habita a justiça. Portanto, amados, enquanto esperamos
estas coisas maravilhosas, devemos nos empenhar para sermos encontrados por ele
em paz, imaculados e inculpáveis.
Devemos ter em mente que a paciência de
nosso Senhor significa salvação – vs. 15. Mais do que desprezar a demora do
retorno de Cristo, nós deveríamos honrar Deus pela sua paciência (vs. 9,12).
Pedro no vs. 15 atesta a palavra de Paulo
como Palavra de Deus quando ele faz referência a ele dizendo segundo a
sabedoria que lhe foi dada. Isso equivale a uma afirmação da inspiração divina
das cartas de Paulo (vs. 16; cf. Ef 3.2-5).
Paulo entendia e explicava que a consumação
do reino era um acontecimento separado da primeira vinda de Cristo. Essa
compreensão veio do Espírito Santo.
Pedro no vs. 16 considerava as cartas de
Paulo como pertencendo à mesma categoria dos escritos inspirados e dotados de
autoridade do Antigo Testamento (vs. 15; 1.21) e em harmonia com as próprias
reivindicações de Paulo quanto à autoridade apostólica (Rm 1.1; Cl 1.1; 1Ts
2.13).
VI. CONCLUSÃO (3.17-18).
Pedro concluiu com algumas exortações e uma
bênção.
Pedro encerrou a epístola com um
encorajamento final e uma bênção.
Portanto, amados – diz Pedro -, sabendo
disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm
princípios morais (ou dos insubordinados - os falsos mestres são caracterizados
como pessoas que ignoram todos os limites morais, cf. 2.7), nem percam a sua
firmeza e caiam.
Que Pedro descreveu uma queda no engano mais
do que na condenação indica que "firmeza" refere-se ao firme
fundamento na sã doutrina e não à salvação, ainda que certamente algumas doutrinas falsas, ou seja, falsos evangelhos,
conduzam, em última instância, à condenação (vs. 16).
Por contraste, embora uma compreensão
correta do evangelho não garanta a salvação, ela é o modo normal pelo qual Deus
trabalha para salvar pecadores.
Pedro encerra com uma bênção de que seus
leitores cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo. Esse conhecimento é a experiência progressivamente mais profunda de
Cristo e a compreensão da sua verdade que deveria caracterizar toda a da vida
dos cristãos.
A ele seja a glória é uma afirmação que
pressupõe a divindade de Cristo (1.1; 3.12). É notável pela atribuição direta
da glória a Cristo (Ap 1.5-6).
A glória pertence a Cristo tanto agora
quando ao longo do dia eterno, o qual raiará quando ele voltar novamente (1.19;
Is 60.19-20).
II Pe 3:1 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo;
em ambas, procuro despertar com lembranças
a vossa mente esclarecida,
II Pe 3:2 para que vos
recordeis das palavras que,
anteriormente, foram ditas pelos santos profetas,
bem como do mandamento do
Senhor e Salvador,
ensinado pelos vossos
apóstolos,
II Pe 3:3 tendo em conta, antes de tudo, que,
nos últimos dias,
virão escarnecedores com os seus escárnios,
andando segundo as próprias paixões
II Pe 3:4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?
Porque, desde que os pais dormiram,
todas as coisas permanecem
como
desde o princípio da criação.
II Pe 3:5 Porque, deliberadamente, esquecem que,
de longo tempo, houve céus bem como terra,
a qual surgiu da água
e através da água pela
palavra de Deus,
II Pe 3:6 pela qual veio a
perecer
o mundo daquele tempo,
afogado em água.
II Pe 3:7 Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra,
têm sido entesourados para fogo,
estando reservados para o
Dia do Juízo
e destruição dos homens
ímpios.
II Pe 3:8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer:
que, para o Senhor, um dia é como mil anos,
e mil anos, como um dia.
II Pe 3:9 Não retarda o Senhor a sua promessa,
como alguns a julgam demorada;
pelo contrário, ele é
longânimo para convosco,
não querendo que nenhum
pereça,
senão que todos
cheguem ao arrependimento.
II Pe 3:10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor,
no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo,
e os elementos se desfarão abrasados;
também a terra e as obras que nela existem serão
atingidas.
II Pe 3:11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas,
deveis ser tais como os que vivem em santo
procedimento e piedade,
II Pe 3:12 esperando e apressando a vinda do Dia de
Deus,
por causa do qual os céus,
incendiados, serão desfeitos,
e os elementos abrasados se
derreterão.
II Pe 3:13 Nós, porém,
segundo a sua promessa,
esperamos novos céus e nova
terra,
nos quais habita justiça.
II Pe 3:14 Por essa razão, pois, amados,
esperando estas coisas,
empenhai-vos por serdes
achados por ele em paz,
sem mácula e
irrepreensíveis,
II Pe 3:15 e tende por salvação a longanimidade de
nosso Senhor,
como igualmente o nosso
amado irmão Paulo vos escreveu,
segundo a sabedoria que lhe
foi dada,
II Pe 3:16 ao falar acerca
destes assuntos,
como, de fato, costuma
fazer
em todas as suas epístolas,
nas quais há certas coisas difíceis de entender,
que os ignorantes e instáveis deturpam,
como também deturpam as
demais Escrituras,
para a própria destruição
deles.
II Pe 3:17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão,
acautelai-vos; não suceda que,
arrastados pelo erro desses
insubordinados,
descaiais da vossa própria
firmeza;
II Pe 3:18 antes,
crescei na graça
e no conhecimento
de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo.
A ele seja a glória,
tanto agora
como no dia eterno.
Nós não podemos ser como os que dormem, mas como os que estão esperando,
aguardando e apressando o dia da vinda do Senhor e acautelados para não cairmos
em seus erros, vamos crescer mais um pouco? Cresçamos pois na graça e no
conhecimento do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo!
A
Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete.
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1 comentários:
Glórias a Deus :)
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Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.