quinta-feira, 10 de março de 2016
quinta-feira, março 10, 2016
Jamais Desista
Tiago 2 1-26 - A FÉ E AS OBRAS
Primeiro Tiago vai falar da acepção das pessoas. O homem dá muito valor
às aparências e despreza o coração. Nesse julgamento, ele acaba cometendo
injustiças, pois o que se vê é aparente e não se vê o real do interior de uma
pessoa.
Quem tem a oportunidade de se vestir melhor porque tem mais condições
financeiras é tido de maior valor quando, na verdade, o valor de alguém não é
medido por suas posses. No entanto, muito nos enganamos com as aparências até o
dia de hoje e assim o será até nosso fim.
Por fazermos acepção de pessoas continuamente, devemos estar alertas
para isso aceitando quando necessária a devida repreensão para voltarmos ao
caminho da justiça e não das aparências.
Depois
aborda um tema controverso e muito difícil a questão entre obras e fé. Eu não
vejo contradições entre Paulo e Tiago. Ambos falam a mesma coisa. Eu somente
vou dizer algo: quando as minhas obras me fazem maiores do que meu irmão, então
elas não são obras da fé; mas quando elas são maiores não porque eu as fiz, mas
porque a graça de Deus me fez frutífero, então elas, de fato serão maiores, mas
nada tenho que me gloriar, nem diante de meu irmão.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. A SABEDORIA E SEUS EFEITOS NAS PROVAÇÕES (1.2-3.12) - continuação.
Estamos vendo de 1.2 a 3.12 a sabedoria e
seus efeitos nas provações. Tiago passou imediatamente para a sua preocupação
central: a sabedoria divina em meio às provações e aos sofrimentos.
Estamos seguindo a seguinte divisão
proposta, conforme a BEG: A. Pedindo a Deus por sabedoria (1.2-18) – já vimos; B. Ouvir e fazer (1.19-27) – já vimos; C. Favorecendo o rico (2.1-13)
– veremos agora; D. Fé e obediência
(2.14-26) – veremos agora; e, E. O
controle da língua (3.1-12).
C. Favorecendo o rico (2.1-13).
Novamente Tiago refere-se de maneira explícita
ao tema dos relacionamentos entre os ricos e os pobres (veja 1.9-11) porque
essa era uma questão crucial com a qual seus leitores defrontavam. Aqui ele
ressaltou que é contrário à Palavra de Deus (e, portanto, contrário à sabedoria
de Deus) mostrar favoritismo aos ricos.
Somos crentes no Senhor Jesus Cristo, no Senhor
da glória. Isso poderia ser traduzido "nosso Senhor Jesus Cristo, a
glória". Aqui Jesus pode ser identificado com a glória de Deus. Ele era a
viva e encarnada nuvem da glória (Êx 16.10; 24.16; 40. 34-35), Deus habitando
entre nós.
E como crentes que somos, não devemos andar
em acepção de pessoas. Isso indica um respeito pelas pessoas baseado puramente
nas aparências. É contrário ao comportamento de Deus, aquele que não faz
acepção de pessoas (Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25). À luz da divina glória de
Cristo, é insensato mostrar favoritismo com base nos níveis inferiores da
glória humana.
Quem julga os outros fazendo distinção,
está discriminando. Deus nos manda discernir entre o bem e o mal. No entanto,
favorecer uma pessoa acima de outra com base nas exterioridades, como posição
econômica, etnia ou critérios semelhantes é pecado. Em cada um de nós Deus
imprimiu a sua imagem e a sua semelhança e qualquer afronta ou desrespeito, é
mesmo uma afronta e um desrespeito a quem o criou.
A herança no reino de Deus está baseada na
eleição soberana de Deus, não em qualquer tipo de mérito humano. A Escritura
revela que Deus dá atenção especial a todos aqueles que são fracos e humildes
segundos os padrões humanos.
Com frequência Deus escolhe o seu povo
dentre a classe dos pobres a fim de manifestar a glória do seu poder para
salvar (Lc 6.20; 1Co 1.28-29).
Do mesmo modo que a verdadeira religião deveria
dar atenção às viúvas e aos órfãos (1.27), ela também não deve mostrar
favoritismo com respeito aos ricos.
O verbo "oprimir" – vs. 6 - é
forte e em outra parte refere-se à obra de opressão feita por Satanás (At
10.38). Era muito comum que os ricos fizessem uso dos poderes políticos e
judiciais para explorar os pobres, e muitos ainda confiavam em sua riqueza e
seu poder em vez de em Cristo para a salvação.
Os leitores de Tiago haviam mostrado falta
de fé ao concordar com o sistema de valores do mundo. Eles favoreciam os ricos,
embora estes maltratassem os cristãos e caluniassem Cristo, apesar de que Deus
favorece os pobres, mas não com imparcialidade porque é pobre. Deus é justo e
jamais comete injustiças, mas julga retamente.
Não há, diante de Deus, vantagem alguma em
ser pobre ou rico, sábio ou ignorante, culto ou analfabeto, famoso ou
desconhecido, poderoso ou desprezível, inteligente ou estulto, pois Deus trata
a todos com justiça e amor. O filtro de Deus, ou para quem Deus olhará, será
sempre para aquele que tem fé nele.
A lei suprema ordenada por Deus, o grande
Rei, para suas imagens reais em Cristo (a BEG recomenda aqui a leitura e a
reflexão em seu excelente artigo teológico "Criados à imagem de
Deus", em Gn 1) é a lei régia – vs. 8 - amarás o teu próximo como a ti
mesmo.
Tiago considerava o pecado do favoritismo
como uma violação do grande mandamento (Lv 19.18; Dt 6.5; Mt 22.36-39), o que
fazia do infrator um transgressor da lei.
Tiago não negou o claro ensinamento do
Antigo e do Novo Testamento de que alguns pecados são mais sérios do que outros
(Êx 21.12-14; Mt 11.22; Mc 3.29; 1Jo 5.16).
Em vez disso, ele enfatizou que, por Deus
ter dado todas as estipulações da lei, nenhum de seus requerimentos é
insignificante (Mt 5.17-19).
Porque toda a lei reflete a personalidade
perfeita de Deus de algum modo, qualquer violação da lei se constitui numa
transgressão contra ele e, desse modo, também contra o espírito de toda a lei.
Aparentemente, Tiago acreditava que seus
leitores poderiam tratar essa questão de maneira inconsequente ao isentar-se de
amar ao próximo e continuar a favorecer os ricos.
No dia do julgamento, os cristãos não serão
julgados com base nos seus próprios méritos. Caso isso acontecesse, seríamos
todos condenados.
Pela misericórdia de Deus, seremos julgados
com base no mérito de Cristo. Por termos sido julgados misericordiosamente,
devemos julgar outros cristãos da mesma maneira, mostrando misericórdia em vez
de discriminação. Esse é o ponto chave de seu argumento.
Dessa forma, a misericórdia triunfa sobre o
próprio juízo. (Veja Mt 5.7; 18.21-35; cf. Zc 7.9). Embora Deus não seja
obrigado a mostrar misericórdia, ele livremente escolhe mostrá-la em
abundância.
Ele se reserva o divino privilégio de
mostrar misericórdia a quem ele quer (Rm 9.18), óbvio que aí está implícito os
princípios divinos de sua soberania, sabedoria e bondade máxima.
Pela sua lei, no entanto, nós somos ordenados
a equilibrar a justiça com a misericórdia. Somos advertidos por ele que, se nós
nos recusarmos a mostrar misericórdia, não receberemos a sua misericórdia.
D. Fé e obediência (2.14-26).
Tendo enfatizado a importância de ir além
do conhecimento da Palavra de Deus na área do amor ao próximo, Tiago voltou-se
para o outro lado da mesma questão: o relacionamento entre fé e obras quanto a
cuidar dos companheiros cristãos.
Pode, acaso, semelhante fé (que alega ser
algo, mas que não faz absolutamente nada) salvá-lo? É importante relembrar que
o Novo Testamento emprega o termo "fé" de diferentes maneiras.
Os teólogos têm distinguido esses
diferentes significados de diversas maneiras. Aqui Tiago estava distinguindo
"fé salvadora" (a fé que resultará na salvação eterna) da falsa fé. A
fé que não produz boas obras não é a fé que salva.
Tiago ilustrou o que ele entendia por fé
sem obras no vs. 15. Como essa ilustração mostra, ele continuou a focalizar em
mostrar misericórdia aos pobres (veja 2.1-13).
Aqui, no entanto, ele aponta para o fato de
que a fé que não serve ao pobre não é a fé salvadora. Embora o raciocínio de
Tiago esteja estreitamente focado, nós podemos aplicar o mesmo tipo pensamento
de modo mais amplo.
Se não manifestamos as boas obras que se
originam da nossa fé em Cristo, então não temos fé salvadora.
Quando Lutero e os reformadores insistiram
na fórmula "justificação somente pela fé", a intenção deles era
deixar bem claro que a justificação vinha por meio da fé e não por meio das
boas obras.
A palavra "somente" não significa
que fé salvadora ou justificadora existe sem nenhum subsequente fruto da
obediência. Lutero insistia que a fé salvadora é uma fé viva.
A imagem de fé morta não se refere a uma fé
que pereceu, mas a uma fé que nunca teve verdadeira vida dentro dela. Essa fé
não pode ser o meio para a justificação.
Tiago desafiou qualquer pessoa que afirmava
ter fé a demonstrá-la, torná-la visível. A única evidência visível disponível
aos olhos humanos é a das obras da obediência.
Embora Deus possa ler o coração das
pessoas, a única maneira pela qual a humanidade pode ver o coração é pelo seu
fruto exterior.
Saber que há somente um Deus (de fato, que
Deus existe) é assentir concordar com uma proposição que até mesmo os demônios
reconhecem. Crer "em" Deus, por outro lado, requer confiança pessoal.
A fé salvadora inclui o conhecimento cognitivo, mas vai, além disso, chegando à
confiança e submissão pessoal.
Ao se referir ao homem insensato – vs. 20 –
ele está fazendo uso de uma forte repreensão. Trata-se de um julgamento moral e
não intelectual, lembrando o julgamento que cai sobre o insensato na Literatura
de Sabedoria do no Antigo Testamento. A fé desse é inoperante, ou seja,
destituída de fruto.
Tiago citou Abraão como o exemplo principal
de uma pessoa que foi justificada pelas suas obras. Tiago não está em conflito
com Paulo, que também citou Abraão — como a prova principal de uma pessoa que
foi justificada pela fé à parte das obras (p. ex., Rm 4.1-25; Gl 3.6-9).
A diferença entre as afirmações de Paulo e
Tiago é que Paulo, nesse contexto, usou a palavra "justificado" para
se referir ao fato de a justificação ter sido imputada a Abraão (p. ex., Rm
4.3,9,22; 01 3.6), o que encontramos registrado em Gn 15.6.
Tiago usou a palavra
"justificado" para referir-se à prova, ou vindicação, da fé de Abraão
que ocorreu muitos anos mais tarde (Gn 22.12).
Em Tiago, a frase "foi
justificado" (aqui) e "é justificada" (vs. 24) não se refere à
reconciliação com Deus, à demonstração da verdade de uma alegação anterior.
Jesus usou o mesmo verbo (dikaioo) nesse sentido
em Lc 7.35 quando declarou que "a sabedoria é justificada por todos os
seus filhos" (ou seja, a sabedoria é demonstrada ser sabedoria verdadeira
pelos seus resultados).
Assim como a verdadeira sabedoria é
demonstrado pelos seus frutos, a alegação de fé de Abraão foi justificada (ou
seja, demonstrada) pela sua obediência exterior. No entanto, suas obras não
foram a causa meritória da sua salvação; elas nada acrescentaram ao perfeito e
suficiente mérito de Cristo.
A fé verdadeiramente operante é vista nas
obras. A fé verdadeira sempre produz frutos. Fé e obras podem ser distinguidas,
mas nunca separadas ou divorciadas.
A fé verdadeira necessariamente produz boas
obras (v. 17). Portanto, quando Abraão realizou as boas obras de Gn 22, ele
cumpriu as expectativas criadas pela declaração de sua fé em Gn 15.6.
Uma pessoa não prova ser justificada apenas
por professar, ou mesmo por possuir, fé. Uma pessoa revela ser justificada pelo
que ela faz.
Aqui Tiago atacou todas as formas de
antinomianismo que busca ter Jesus como Salvador sem aceitá-lo como Senhor. Do
mesmo modo que Paulo demonstrou que confiar nas próprias obras para salvação é
fatal, também Tiago ensinou que depender de fé vazia ou morta é igualmente
fatal.
Tg 2:1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso
Senhor Jesus Cristo,
Senhor da glória,
em acepção de pessoas.
Tg 2:2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem
com anéis de ouro nos dedos,
em trajos de luxo,
e entrar também algum
pobre andrajoso,
Tg 2:3 e tratardes com
deferência
o que tem os trajos de luxo
e lhe disserdes:
Tu, assenta-te aqui em lugar de honra;
e disserdes ao pobre:
Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do
estrado dos meus pés,
Tg 2:4 não fizestes
distinção entre vós mesmos
e não vos tornastes juízes
tomados de perversos
pensamentos?
Tg 2:5 Ouvi, meus amados irmãos.
Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres,
para serem ricos em fé
e herdeiros do reino que
ele prometeu aos que o amam?
Tg 2:6 Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre.
Não são os ricos que vos oprimem
e não são eles que vos arrastam para tribunais?
Tg 2:7 Não são eles os que blasfemam o bom nome
que sobre vós foi invocado?
Tg 2:8 Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo,
fazeis bem;
Tg 2:9 se, todavia, fazeis
acepção de pessoas,
cometeis pecado,
sendo argüidos pela lei
como transgressores.
Tg 2:10 Pois qualquer que guarda toda a lei,
mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de
todos.
Tg 2:11 Porquanto, aquele que disse:
Não adulterarás também ordenou:
Não matarás.
Ora, se não adulteras,
porém matas,
vens a ser transgressor da
lei.
Tg 2:12 Falai de tal maneira
e de tal maneira procedei
como aqueles que hão de ser julgados pela lei da
liberdade.
Tg 2:13 Porque o juízo é sem misericórdia
para com aquele que não usou de misericórdia.
A misericórdia triunfa
sobre o juízo.
Tg 2:14 Meus irmãos, qual é o proveito,
se alguém disser que tem fé,
mas não tiver obras?
Pode, acaso, semelhante fé
salvá-lo?
Tg 2:15 Se um irmão ou uma irmã
estiverem carecidos de roupa
e necessitados do alimento cotidiano,
Tg 2:16 e qualquer dentre vós lhes disser:
Ide em paz,
aquecei-vos
e fartai-vos,
sem, contudo, lhes dar o
necessário para o corpo,
qual é o proveito disso?
Tg 2:17 Assim, também a fé,
se não tiver obras,
por si só está morta.
Tg 2:18 Mas alguém dirá:
Tu tens fé,
e eu tenho obras;
mostra-me essa tua fé sem
as obras,
e eu, com as obras,
te mostrarei a minha fé.
Tg 2:19 Crês, tu, que Deus é um só?
Fazes bem.
Até os demônios crêem e
tremem.
Tg 2:20 Queres, pois, ficar certo,
ó homem insensato,
de que a fé sem as obras
é inoperante?
Tg 2:21 Não foi por obras que Abraão,
o nosso pai, foi justificado,
quando ofereceu sobre o
altar o próprio filho, Isaque?
Tg 2:22 Vês como a fé operava
juntamente com as suas obras;
com efeito, foi pelas obras
que a fé se consumou,
Tg 2:23 e se cumpriu a Escritura, a qual diz:
Ora, Abraão creu em Deus,
e isso lhe foi imputado para justiça;
e: Foi chamado
amigo de Deus.
Tg 2:24 Verificais que uma pessoa é justificada
por obras
e não por fé somente.
Tg 2:25 De igual modo,
não foi também justificada por obras
a meretriz Raabe,
quando acolheu os
emissários
e os fez partir por outro
caminho?
Tg 2:26 Porque, assim como o corpo
sem espírito é morto,
assim também a fé sem obras
é morta.
Assim como aconteceu com Abraão, as ações
de Raabe demonstraram a autenticidade de sua fé. O capítulo 2 se conclui – vs.
26 - com a citação de Tiago de que assim como o corpo sem espírito está morto,
também a fé sem obras está morta.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
0 comentários:
Postar um comentário
Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.