quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
quinta-feira, fevereiro 11, 2016
Jamais Desista
I Timóteo 1 1-18 - VOCÊ FOI DESIGNADO PARA O MINISTÉRIO?
Breve
síntese do capítulo 1.
Você também foi designado para o Ministério? Veja bem o que diz Paulo a
Timóteo no vs. 12 onde ele agradece aquele que o fortaleceu e que também o
considerou fiel, a saber, Jesus Cristo. Quanto honra há em servir o Senhor no
evangelho!
Essa epístola é classificada como pastoral e tem o propósito, conforme a
BEG, de orientar Timóteo em sua oposição aos falsos mestres em Éfeso.
São verdades fundamentais (BEG):
· Devemos
resistir à falsa doutrina na igreja.
· As
doutrinas legalistas afastam as pessoas do verdadeiro evangelho.
· O culto
e a autoridade da igreja devem ser cuidadosamente ordenados.
· Diversos
grupos dentro da igreja têm necessidades especiais.
· O amor
pelo dinheiro não tem lugar no ministério do evangelho.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
1. SAUDAÇÃO (1.1-2).
Paulo começou essa epístola da maneira
habitual, identificando a si mesmo e ao destinatário da carta e pronunciando
uma benção. Paulo se identificou como o autor e a Timóteo como o principal
destinatário dessa carta. Paulo se identificou ainda como apóstolo de Cristo
Jesus por ordem de Deus, nosso Salvador e de Cristo Jesus nossas esperança –
vs. 1.
Era, pois, ele, um apóstolo, ou enviado,
como representante oficial de Cristo. Normalmente Paulo usava essa expressão “apóstolo”
no início de suas cartas para se identificar.
Esse título de Deus como Salvador era usado
com frequência na Escritura para designar Deus (2.3; 4.10; Tt 1.3; 2.10; 3.4).
E de Cristo Jesus, nossa esperança, como o fundamento da esperança cristã,
porque é ele o mediador da aliança da graça (2.5).
Ele chamou Timóteo de seu verdadeiro filho
– vs. 2. (Cf. Tt 1.4). Paulo via Timóteo como seu filho espiritual (vs. 18; 1Co
4.17; Fp 2.22; 2Tm 1.2; 2.1) e o cumprimentou com a tríplice bênção de Deus: a graça,
a misericórdia e a paz.
Paulo normalmente usava "graça"
em lugar do cumprimento mais tradicional "saudações" (cf. Tg 1.1).
Era característico que ele acrescentasse a saudação judaica "paz",
que significa "saúde, plenitude de vida". Aqui e em 2Tm 1.2 ele
também acrescentou "misericórdia".
II. A FALSA DOUTRINA E A LEI (1.3-20).
Paulo desafiou o legalismo dos falsos
mestres insistindo em que a lei fora dada para condenar os pecadores, e não os
seguidores de Cristo. Veremos dos vs. 3 ao 20, a falsa doutrina e a lei.
Paulo começou o corpo dessa carta tratando
de uma das dimensões da falsa doutrina que havia surgido na igreja de Éfeso.
Aqui ele trata de conceitos errados sobre a
lei de Moisés; em outras partes o enfoque é o ascetismo 4.1-5.21 e o lucro
financeiro (6.3-19).
Sua discussão da lei aqui é dividida em três
partes principais: a própria falsa doutrina (vs. 3-7), sua correção (vs. 8-11) e
a exortação para Timóteo lidar com a falsa doutrina (vs. 12-20). Elas irão
gerar a seguinte divisão, conforme a BEG: A. A falsa doutrina (1 .3-7) – veremos agora; B. O propósito da lei
(1.8-11) – veremos agora; e, C. A
responsabilidade de Timóteo (1.12-20) – veremos
também agora.
A. A falsa doutrina (1 .3-7).
A falsa doutrina baseava-se na
interpretação incorreta da lei e na especulação imprópria.
O conflito em Éfeso estava centralizado na
doutrina correta (vs. 9-11; 4.1-2; 6.3-5; 2Tm 2.18).
Em Tt 1.14 Paulo falou de "fábulas
judaicas" (4.7; 2Tm 4.4), talvez se referindo a certos tipos de lendas
sobre personagens do Antigo Testamento que são encontradas em muitos textos
judaicos apócrifos.
Talvez essas genealogias sem fim seja uma
referência a uma forma primitiva de especulação detalhada (frequentemente
combinada com fábulas judaicas), que mais tarde evoluiu para o gnosticismo,
acerca das origens do mundo e das incontáveis criaturas espirituais
supostamente envolvidas na criação (Tt 3.9).
Por causa do seu amor pelo povo de Deus e
do cuidado que tinha para com ele, Paulo insistiu para que a falsa doutrina
fosse corrigida – vs. 5.
Essas discussões inúteis que não eram
segundo o amor acabaram desviando essas pessoas mais fracas e que mesmo assim
queriam ser consideradas mestres da lei. Esses falsos mestres queriam ser
conhecidos como especialistas na lei de Moisés.
Paulo não proibia, na verdade até incentivava,
o conhecimento da lei mosaica (2Tm 3.14-17). O problema era que os falsos
mestres nem compreendiam "o que diziam" ou seja, eles não
interpretavam a lei da maneira correta. Paulo explicou os erros deles nos
versículos a seguir.
B. O propósito da lei (1.8-11).
O comentário de Paulo a respeito dos falsos
mestres o levou a uma digressão sobre o propósito da lei – vs. 8 a 11. A lei é
boa. Assim como o próprio Jesus (Mt 5.17ss.), Paulo acreditava que a lei
mosaica por si só era um presente maravilhoso de Deus (veja Rm 7.12-13,16).
No entanto, esse bom presente podia ser
motivo de abusos e tornar-se maldição.
Paulo tinha em mente um uso específico da
lei ao mencionar que a lei não foi feita para quem é justo, mas para
transgressores. Aqui ele apresentou a lei como um fardo - o fardo de estar
"com lei" (Rm 2.12), lutando para alcançar o seu padrão impossível de
perfeição, que revela o pecado e torna evidente a cada pessoa a necessidade de
Cristo.
Em outra passagem, Paulo deixou bem claro
que os padrões morais da lei mosaica exerciam um papel importante na orientação
dos verdadeiros crentes, pois estabelecia os meios para uma vida íntegra (a BEG
recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico
"Os três usos da lei", em SI 119 – pedagógico, civil e moral).
Aparentemente, alguns falsos mestres em
Éfeso promoviam concepções legalistas. Paulo, por outro lado, insistia que a
condenação da lei já havia sido encerrada para aqueles que estavam em Cristo.
Em fim, a lei foi feita para tudo quanto se
opõe à sã doutrina – vs. 10 - ou "ensino são". Um tema recorrente em
todas as epístolas pastorais (3.9; 4.6; 6.3; 2Tm 1.13-14; 2.2; 4.3; Tt 1.9,13;
2.1-2).
Observe que a transgressão da lei (vs. 8-10)
é equiparada a estar em oposição à sã doutrina do apóstolo, que ele também
definiu como sendo o evangelho (vs. 11).
Paulo não comparou os padrões morais da lei
com seus próprios padrões morais como apóstolo do evangelho.
Essa sã doutrina – vs. 10 - ou "ensino
são" é segundo o evangelho da glória – vs. 11. As boas-novas do que Deus
fez em Cristo formam o padrão pelo qual a doutrina, bem como o entendimento que
alguém tem da lei, são julgados como sendo sãos.
C. A responsabilidade de Timóteo (1.12-20).
Depois de tecer seus comentários em
oposição à falsa doutrina da lei, Paulo incentivou Timóteo a resistir a essa
falsa doutrina enquanto estivesse ministrando em Éfeso.
Ele apresentou a responsabilidade de
Timóteo relembrando a sua própria experiência da misericórdia de Deus e
fundamentou essa exortação na sua experiência pessoal.
Em oposição aos mestres legalistas de
Éfeso, Paulo testemunhou que a misericórdia divina, e não as fúteis tentativas
de obedecer à lei mediante o esforço humano, haviam lhe dado a salvação e
sustentado o seu ministério cristão.
Ele estava muito grato a Deus, pois um dia
fora blasfemo, e perseguidor, e insolente. Isso se refere à oposição que Paulo
fazia, antes da sua conversão, à igreja e a Cristo (At 8.3; 9.1-5; 22.4-5;
26.9-11; Gl 1.13; Fp 3.6).
O que o consolava era que ele fora daquele
jeito na ignorância, na incredulidade, antes de conhecer a Cristo. Paulo não
quis sugerir que sua ignorância e incredulidade foram a base para a misericórdia
de Deus. Deus concedeu a Paulo aquilo de que ele precisava, e não o que ele
merecia (cf. At 3.17-20).
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação
– vs. 15. Essa expressão chama a atenção para o fato de que Paulo está prestes
a dizer algo importante.
No Novo Testamento, essa expressão é
encontrada apenas nas epístolas pastorais (3.1; 4.9; 2Trn 2.11; Tt 3.8).
Paulo refletiu não apenas sobre a
perseguição da igreja que ele fazia antes de sua conversão (vs. 12; At 8.1;
9.1-2,13; 1Co 15.9-10), mas também na grandeza do pecado e na oposição a Deus,
da qual Deus o havia salvo.
Paulo é um exemplo perfeito da pura graça.
Embora oferecesse seu pecado pré-cristão como evidência de sua pecaminosidade
(vs. 13), Paulo usou o tempo verbal presente para caracterizar-se cosmo "o
principal" entre os pecadores.
Sem a limitação e a influência do Espírito
Santo, ele teria retornado às mesmas atrocidades que praticava antes de sua
conversão.
Essa auto avaliação se opunha aos mestres
legalistas, que aparentemente proclamavam a capacidade de atingir a
justificação por meio da própria obediência à lei.
Ele se considerou o principal dos pecadores
onde Cristo exibiu longanimidade infinita em relação a Paulo, tanto antes como
depois de sua conversão.
O padrão legalista apresentado pelos falsos
mestres se opunha à realidade da vida cristã, que dependia da longanimidade de
Cristo.
Cristo Jesus demonstrou toda a grandeza da
sua paciência, usando ele, Paulo, como um exemplo para aqueles que nele
haveriam de crer para a vida eterna, que Deus concede a todos os que creem em
Cristo; não apenas a vida eterna, mas a vida em toda sua plenitude (4.8;
6.12,19; Jo 10.10,28; 2Tm 1.1,10; Tt 1.2; 3.7).
O reconhecimento do que Cristo havia feito
por ele levou Paulo a uma explosão de louvor – vs. 17.
Paulo aplicou a sua própria experiência da
graça de Deus ao terna do legalismo (vs. 3-7). Ele chamou Timóteo à fidelidade
a Cristo, especialmente em oposição a dois membros (talvez líderes) da igreja
em Éfeso que "vieram a naufragar na fé" (vs. 19).
Quando Paulo se dirige a Timóteo dando-lhe
aquela instrução, segundo as profecias de que antecipadamente fora objeto, ele
estava se referindo a um acontecimento (cf. 4.14; 2Tm 1.6ss.) em que um grupo
de presbíteros, juntamente com Paulo, havia imposto as mãos sobre Timóteo
(talvez quando 'Timóteo foi separado para o ministério).
Nessa ocasião, Timóteo recebeu um dom
espiritual, junto como uma palavra profética, sendo ungido para o serviço (cf.
At 13.1-3). Ele deveria as estar seguindo e assim combatendo o bom combate, mantendo
a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé –
vs. 19.
Entre os que assim naufragaram, estavam Himeneu
e Alexandre. A menção dos nomes desses dois homens levanta a questão de que
talvez eles fossem líderes na igreja.
Himeneu é citado mais adiante como um dos
que “se desviaram da verdade" (2Tm 2.17-18).
A relação, se existe alguma, entre o
Alexandre desse versículo, o Alexandre citado em At 19.33-34 e o Alexandre
citado em 2Tm 4.14-15 não é clara.
É provável que esses homens tenham sido
proponentes da falsa doutrina legalista à qual Timóteo deveria opor-se.
Provavelmente, quando ele diz que os
entregou a Satanás, ele está se referindo à expulsão desses dois indivíduos da
comunhão da igreja e, portanto, de volta para o mundo - o domínio de Satanás (Jo
12.31; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2). Paulo usou uma expressão semelhante em
1Co 5.5 (cf. Mt 18.17).
I Tm 1:1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
pelo mandato de Deus,
nosso Salvador,
e de Cristo Jesus,
nossa
esperança,
I Tm 1:2 a Timóteo,
verdadeiro
filho na fé,
graça,
misericórdia
e paz, da parte
de
Deus Pai
e de Cristo
Jesus, nosso Senhor.
I Tm 1:3 Quando eu estava de viagem,
rumo da Macedônia,
te roguei
permanecesses ainda em Éfeso
para
admoestares a certas pessoas,
a fim de que
não ensinem outra doutrina,
I Tm 1:4 nem se ocupem com fábulas e
genealogias sem fim,
que, antes,
promovem discussões
do que o
serviço de Deus, na fé.
I Tm 1:5 Ora, o intuito da presente admoestação
visa ao amor que procede
de coração puro,
e de consciência boa,
e de fé sem hipocrisia.
I Tm 1:6 Desviando-se algumas pessoas destas
coisas,
perderam-se em loquacidade frívola,
I Tm 1:7 pretendendo passar por mestres
da lei,
não compreendendo, todavia,
nem o que
dizem,
nem os assuntos
sobre os quais fazem ousadas asseverações.
I Tm 1:8 Sabemos, porém,
que a lei é boa,
se alguém dela
se utiliza de modo legítimo,
I Tm 1:9 tendo
em vista que não se promulga lei
para quem é
justo, mas
para
transgressores
e rebeldes,
irreverentes
e pecadores,
ímpios e profanos,
parricidas e matricidas,
homicidas,
I Tm 1:10 impuros,
sodomitas,
raptores de homens,
mentirosos,
perjuros
e para tudo quanto se opõe à sã
doutrina,
I Tm 1:11 segundo o evangelho da glória
do Deus bendito,
do qual fui encarregado.
I Tm 1:12 Sou grato para com aquele que me
fortaleceu,
Cristo Jesus, nosso Senhor,
que me
considerou fiel,
designando-me
para o ministério,
I Tm 1:13 a
mim, que, noutro tempo,
era blasfemo,
e perseguidor,
e insolente.
Mas obtive
misericórdia,
pois o fiz na ignorância,
na
incredulidade.
I Tm 1:14 Transbordou, porém,
a graça de nosso Senhor
com a fé
e o amor que há
em Cristo Jesus.
I Tm 1:15 Fiel é a palavra e digna de toda
aceitação:
que Cristo Jesus veio ao mundo para
salvar os pecadores,
dos quais eu
sou o principal.
I Tm 1:16 Mas, por esta mesma razão,
me foi concedida misericórdia,
para que, em
mim, o principal,
evidenciasse
Jesus Cristo
a sua completa
longanimidade,
e servisse eu
de modelo
a quantos hão
de crer nele
para a vida
eterna.
I Tm 1:17 Assim,
ao Rei eterno,
imortal,
invisível,
Deus único,
honra e glória
pelos séculos
dos séculos. Amém!
I Tm 1:18 Este é o dever de que te encarrego,
ó filho Timóteo,
segundo as
profecias de que antecipadamente foste objeto:
combate,
firmado nelas, o bom combate,
I Tm 1:19
mantendo fé
e boa
consciência,
porquanto alguns, tendo rejeitado a boa
consciência,
vieram a
naufragar na fé.
I Tm 1:20 E dentre esses se contam
Himeneu e Alexandre,
os quais
entreguei a Satanás,
para serem
castigados,
a fim de não
mais blasfemarem.
Combater o bom combate, mantendo a fé e a boa
consciência para não naufragarmos na fé é a recomendação que encerra o presente
capítulo advertindo Timóteo.
A quarta viagem missionária de
Paulo[1]
Entre 60-62 d.C., Paulo passou seu período de prisão domiciliar em
Roma. Ele esperava ser posto em liberdade (Fp 1.25; 2.2 4; Fm 22), o que deve
ter ocorrido antes de 64 d.C., quando Nero pôs fogo em Roma e acusou os
cristãos de terem cometido esse crime.
Após ser libertado, há indícios de que ele tenha feito uma quarta
viagem missionária, conforme escritos dos Pais da Igreja e escritos do próprio
apóstolo, tanto em cartas anteriores, em que ele indica desejo de visitar
certos lugares, como nas cartas pastorais, em que ele menciona as visitas
feitas.
Assim, é possível que o apóstolo, antes de ter sido preso em Roma
novamente em torno de 67 d.C. e ser morto, tenha visitado os seguintes lugares:
• Roma (At 211.1 6,3 0-31)
• Espanha (Rm 15.2 3-24,2 8)
• Creta (Tt 1.51
• Mileto (2Tm 4.20)
• Colossos (For 22)
• Éfeso (2Tm 1.18; 4.1 2)
• Trôade (2Tm 4.1 3)
• Filipos (Fp 2.23-24; 1Tm 1.3)
• Tessalônica (2Tm 4.1 01
• Nicópolis (Tt 3.1 2)
• Roma (2Tm 1.1 7)
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.