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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Atos 8.1-40 - FILIPE VIAJOU DE TELETRANSPORTE


Como já dissemos, Atos foi escrito para orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao mundo gentio. Estamos no capítulo 8, da parte III.
Breve síntese do capítulo 8
O capítulo 8 começa dizendo que Saulo consentia na morte de Estêvão e mais do que isso perseguia zelosamente à igreja. Se Paulo foi o que foi para o cristianismo, como não era eficaz a perseguição de Saulo aos irmãos?
Como é misteriosa a obra de Deus! Em Jerusalém somente ficou a liderança porque o restante dos crentes foram dispersos e, indo pelo caminho, pregavam a palavra por toda a parte.
A partir do verso 5, Lucas começa a narrar uma parte da história de Filipe que pregava/evangelizava sobre o reino de Deus e sobre o nome de Jesus, batizava os que criam e, diz a Bíblia, multidões atendiam unânimes as coisas que dizia e assim ouviam e viam os sinais que ele operava.
O que Filipe fazia? (Ir – pregar – evangelizar – curar - batizar); o que Filipe pregava? (O reino de Deus – o nome de Jesus); o que a multidão ouvia e via? (A palavra de Deus, sinais, milagres e prodígios).
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO NA JUDEIA E EM SAMARIA (8.1-11.18).
A perseguição causou o deslocamento do testemunho apostólico de Jerusalém para a Judeia e Samaria, como Jesus havia ordenado.
Quanto a isso, dois acontecimentos importantes possibilitaram que o testemunho dos apóstolos se propagasse geograficamente: a conversão de Paulo ao Cristianismo e o crescimento espiritual de Pedro (isto é, o seu entendimento de que os cristãos gentios tinham tanto direito às promessas de Deus quanto os cristãos judeus).
Doravante, do primeiro verso, aqui, até o capítulo 11, estaremos vendo esse testemunho apostólico na Judeia e em Samaria. Jesus ordenou a seus apóstolos que fossem testemunhas na Judeia e em Samaria (1.8).
Lucas passa a registrar a segunda fase do ministério apostólico (primeira fase: 3.1-7.60; terceira fase: 13.1-28.31).
Para melhor entendimento, dividiremos esta parte III em seis seções: A. O testemunho se propaga (8.1-40) – veremos agora; B. A conversão de Paulo e o crescimento da igreja (9.1-31); C. O testemunho continua a se propagar (9.32-43); D. O testemunho alcança os gentios de Samaria (10.1-11.18); E. A igreja em Antioquia da Síria (11.19-30); e, F Perseguição e julgamento em Jerusalém (12.1-25).
A. O testemunho se propaga (8.1-40).
A igreja em Jerusalém sofreu nova perseguição e muitos cristãos deixaram a cidade, levando o evangelho de Cristo com eles. Lucas relata vários exemplos dessa difusão do evangelho na Judeia e em Sararia.
Embora houvesse a difusão do evangelho, Saulo, porém, assolava a igreja. O verbo grego 'assolar' tem um significado considerável, refletindo não apenas perseguição ideológica como também violência física por meio de torturas.
Com essa terrível perseguição, zelosa ao extremo, muitos cristãos foram dispersos e ao serem espalhados, espalhavam também a palavra da pregação. A perseguição fez com que o evangelho se propagasse rapidamente (11.19).
Um desses homens que saíram pregando foi Filipe que realizava grandes sinais miraculosos e o povo lhe deu atenção máxima. Também ocorria que muitos espíritos imundos saiam das pessoas, dando gritos, e muitos paralíticos e mancos eram curados. Ele estava pregando em fuga na cidade de Samaria.
Isso despertou a curiosidade de um grande mago da região, Simão. Simão o mágico (também conhecido como Simão Mago) é mencionado com frequência em escritos antigos do período pos-neotestamentário e na literatura extra bíblica antiga como sendo um arqui-inimigo da igreja e líder do movimento herético dos agnósticos.
O gnosticismo ensina que o ser humano alcança a salvação por meio de conhecimentos secretos a respeito de Deus, e não pelo mérito da morte substitutiva de Cristo em favor dos pecadores.
Justino Mártir (m. 165 d.C.), que era ele mesmo um samaritano, afirmou que a maioria dos samaritanos considerava Simão como um deus supremo (chamavam-no de "o Grande Poder'; vs. 10).
Irineu (m. c. 202 d.C.), que escreveu extensivamente contra o gnosticismo em Contra Heresias, indicou que Simão era um dos fundadores da heresia gnóstica.
O livro apócrifo de Atos de Pedro (datado do século 2 d.C.) descreve os ensinamentos e os poderes de Simão.
Embora esse Simão do vs. 9 possa se referir a outra pessoa, os pais da igreja consideraram os dois como sendo o mesmo indivíduo e o contexto de 8.9-11 (que descreve o seu caráter e a sua atitude de samaritano) certamente favorece essa conclusão.
O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, creu e passou a seguir Filipe, por onde quer que ele andasse. À luz da informação na nota sobre o vs. 9, essa fé de Simão baseava-se provavelmente num conhecimento superficial e não numa verdadeira aceitação de Jesus, pois o seu interesse estava nos 'sinais e grandes milagres' que Pedro fazia e não num compromisso genuíno com Jesus.
Como havia muita gente que tinha abraçado a fé, enviaram para lá tanto Pedro quanto João e estes, quando chegaram, oraram pelos crentes para que recebessem o Espírito Santo – vs. 15.
Os cristãos samaritanos, até aquele momento, não haviam recebido evidência do derramamento do Espírito Santo, algo característico do período neotestamentário.
Como consequência da fé em Cristo, o Espirito Sano veio habitar com eles (Rm 8.9), mas os apóstolos lhes impuseram as mãos para que houvesse um derramamento especial do Espírito.
No entanto, o registro não explica em detalhes qual foi a manifestação que o Espírito Santo realizou entre eles (p. ex., falar em línguas, dom da profecia, etc.).
O fato claro era que o Espírito Santo ainda não havia descido sob nenhum deles, pois apenas tinham sido batizados em água no nome do Senhor Jesus.
Esse segundo batismo ocorreu nesse momento porque os apóstolos haviam inaugurado uma segunda fase geográfica na propagação do evangelho à medida que se deslocavam para Samaria (8.1 - 11.18).
O procedimento normal do Novo Testamento é apenas um batismo a ser realizado em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo (Mt 28.19).
Outras demonstrações extraordinárias do Espírito ocorreram em outros momentos:
ü  At 2, quando do primeiro derramamento.
ü  Aqui, quando Pedro chegou a Samaria;
ü  10.44, quando Pedro pregou pela primeira vez aos gentios.
ü  19.4-7, quando Paulo chegou a Éfeso.
Em cada caso, pelo menos um dos apóstolos estava presente, indicando que o derramamento extraordinário do Espírito inaugurava um novo estágio do sucesso missionário do testemunho apostólico.
Ora – vs. 17 - Pedro e João lhes impunham as mãos, e eles recebiam o Espírito Santo. Isso chamou a atenção de Simão que viu e gostou e desejou o mesmo poder para ele, estando disposto a pagar para obtê-lo. Óbvio que algo acontecia que deixava claro a todos que eles estavam recebendo o Espírito Santo pela imposição das mãos dos apóstolos.
Foi ele mesmo que disse a Pedro e a João: "Deem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo". (vs. 19).
Pedro, diante da oferta dele, responde rispidamente e com energia: 'Sejam destruídos tu e o teu dinheiro' (cf. Mt 7.13; Ap 17.8).
Simão demonstrou, por meio de seus atos e palavras, que não era um verdadeiro crente em Cristo; ainda era "servo do pecado" (cf. Rm 6.16; 8.8) e tinha a boca cheia de amargura (cf. Dt 29.18; Rm 3.14). Uma profissão de fé sem arrependimento indica a ausência de fé verdadeira.
Depois da repreensão de Pedro, ele teve medo e pediu oração. Pedro e João voltaram para Jerusalém, mas pelo caminho foram pregando em vários locais dos samaritanos.
Filipe recebe a visita de um anjo do Senhor que pede a ele para ir para o sul, para uma estrada deserta que descia de Jerusalém a Gaza. Filipe obedeceu.
No caminho, Filipe encontra um eunuco etíope. Esse homem era o ministro das finanças da Etiópia, hoje a atual Núbia, uma área que se estende da atual Assuã, no Egito, até Cartum, no Sudão.
Ele era eunuco, ou seja, um oficial emasculado da corte real, ou a um alto funcionário do governo, não necessariamente emasculado. Na Septuaginta (a tradução grega do AT) e em escritos extra bíblicos, muitas vezes o termo significa um oficial do governo.
Ele era encarregado dos tesouros de Candace, rainha dos etíopes. O título da rainha-mãe que exercia o governo sobre as questões seculares em lugar de seu filho que, como filho do sol, era considerado um ser espiritual e não deveria se envolver com os assuntos triviais do governo do Estado.
O fato era que aquele eunuco estava vindo a Jerusalém para adorar a Deus e foi na sua volta para casa, enquanto lia o profeta Isaías, que surge diante dele Filipe.
Caso o etíope estivesse lendo a passagem sobre a misericórdia do Senhor para com os eunucos (Is 56.3-5; cf. Dt 23.1), seria de esperar que também conhecesse a passagem de Is 53.
Foi o próprio Espírito Santo quem disse para Filipe para se aproximar daquela carruagem e acompanhá-la. Em obediência, Filipe se aproximou dela e ouviu ele lendo Isaías. Nos tempos antigos, ler em voz alta era uma prática comum.
Filipe começou uma abordagem com ele e perguntou se ele entendia o que lia ao que o eunuco disse que não e que precisava de alguém que explicasse para ele.
Então Filipe, aproveitando a oportunidade, anunciou-lhe a Jesus. Filipe começou em Is 53 e identificou o servo da passagem com Jesus, o servo sofredor. Lucas parece sugerir que Filipe utilizou outras passagens do Antigo Testamento para identificar Jesus como o Messias.
Eles prosseguiam viagem até ao ponto em que encontraram água pelo caminho e o eunuco manifestou o desejo de ser batizado e assim foi feito por Filipe. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe repentinamente. O eunuco não o viu mais e, cheio de alegria, seguiu o seu caminho. Filipe, porém, apareceu em Azoto – vs. 39,40.
Azoto era uma antiga cidade litorânea de Asdode (1 Sm 5.1), uma das cinco cidades filisteias, localizada cerca de 30 km ao norte da costa de Gaza e aproximadamente 95 km ao sul de Cesareia.
Filipe pregou o evangelho em todas as cidades ao longo do litoral até chegar a Cesareia, uma grande cidade marítima construída por Herodes, o Grande, próxima à Torre de Estratão.
Possuía um porto excelente que Herodes expandiu para incrementar o tráfego marítimo (21.8) e também serviu de centro de operações para procuradores romanos tais como Pilatos, Félix (23.23-24.4) e Festo (25.6).
Filipe pode ter fixado residência em Cesareia, pois nos anos seguintes ele ainda estava na cidade (21.8).
At 8:1 E Saulo
consentia na sua morte.
Naquele dia,
levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém;
e todos, exceto os apóstolos,
foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.
At 8:2 Alguns homens piedosos
sepultaram Estêvão
e fizeram grande pranto sobre ele.
At 8:3 Saulo, porém,
assolava a igreja,
entrando pelas casas;
e, arrastando homens e mulheres,
encerrava-os no cárcere.
At 8:4 Entrementes, os que foram dispersos
iam por toda parte
pregando a palavra.
At 8:5 Filipe,
descendo à cidade de Samaria,
anunciava-lhes a Cristo.
At 8:6 As multidões atendiam,
unânimes,
às coisas que Filipe dizia,
ouvindo-as
e vendo os sinais que ele operava.
At 8:7 Pois os espíritos imundos
de muitos possessos
saíam gritando em alta voz;
e muitos paralíticos e coxos
foram curados.
At 8:8 E houve grande alegria naquela cidade.
At 8:9 Ora, havia certo homem, chamado Simão,
que ali praticava a mágica,
iludindo o povo de Samaria,
insinuando ser ele grande vulto;
At 8:10 ao qual todos davam ouvidos,
do menor ao maior, dizendo:
Este homem é o poder de Deus,
chamado o Grande Poder.
At 8:11 Aderiam a ele
porque havia muito os iludira com mágicas.
At 8:12 Quando, porém, deram crédito a Filipe,
que os evangelizava
a respeito do reino de Deus
e do nome de Jesus Cristo,
iam sendo batizados,
assim homens como mulheres.
At 8:13 O próprio Simão abraçou a fé;
e, tendo sido batizado,
acompanhava a Filipe de perto,
observando extasiado
os sinais e grandes milagres praticados.
At 8:14 Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém,
que Samaria recebera a palavra de Deus,
enviaram-lhe Pedro e João;
At 8:15 os quais, descendo para lá,
oraram por eles para que recebessem
o Espírito Santo;
At 8:16 porquanto não havia ainda descido
sobre nenhum deles,
mas somente haviam sido batizados
em o nome do Senhor Jesus.
At 8:17 Então, lhes impunham as mãos,
e recebiam estes
o Espírito Santo.
At 8:18 Vendo, porém, Simão que,
pelo fato de imporem os apóstolos as mãos,
era concedido o Espírito [Santo],
ofereceu-lhes dinheiro,
At 8:19 propondo:
Concedei-me também a mim este poder,
para que aquele sobre quem eu impuser as mãos
receba o Espírito Santo.
At 8:20 Pedro, porém, lhe respondeu:
O teu dinheiro seja contigo para perdição,
pois julgaste adquirir, por meio dele,
o dom de Deus.
At 8:21 Não tens parte nem sorte neste ministério,
porque o teu coração não é reto diante de Deus.
At 8:22 Arrepende-te, pois, da tua maldade
e roga ao Senhor;
talvez te seja perdoado o intento do coração;
At 8:23 pois vejo que estás em fel de amargura
e laço de iniqüidade.
At 8:24 Respondendo, porém, Simão lhes pediu:
Rogai vós por mim ao Senhor,
para que nada do que dissestes sobrevenha a mim.
At 8:25 Eles, porém, havendo testificado e falado a palavra do Senhor,
voltaram para Jerusalém
e evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos.
At 8:26 Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo:
Dispõe-te
e vai para o lado do Sul,
no caminho que desce de Jerusalém a Gaza;
este se acha deserto.
Ele se levantou e foi.
At 8:27 Eis que um etíope,
eunuco,
alto oficial de Candace,
rainha dos etíopes,
o qual era superintendente de todo o seu tesouro,
que viera adorar em Jerusalém,
At 8:28 estava de volta
e, assentado no seu carro,
vinha lendo o profeta Isaías.
At 8:29 Então, disse o Espírito a Filipe:
Aproxima-te desse carro
e acompanha-o.
At 8:30 Correndo Filipe,
ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou:
Compreendes o que vens lendo?
At 8:31 Ele respondeu:
Como poderei entender,
se alguém não me explicar?
E convidou Filipe a subir
e a sentar-se junto a ele.
At 8:32 Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta:
Foi levado como ovelha ao matadouro;
e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador,
assim ele não abriu a boca.
At 8:33 Na sua humilhação,
lhe negaram justiça;
quem lhe poderá descrever a geração?
Porque da terra a sua vida é tirada.
At 8:34 Então, o eunuco disse a Filipe:
Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta.
Fala de si mesmo ou de algum outro?
At 8:35 Então, Filipe explicou;
e, começando por esta passagem da Escritura,
anunciou-lhe a Jesus.
At 8:36 Seguindo eles caminho fora,
chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco:
Eis aqui água; que impede que seja eu batizado?
At 8:37 [Filipe respondeu:
É lícito,
se crês de todo o coração.
E, respondendo ele, disse:
Creio que Jesus Cristo
é o Filho de Deus.]
At 8:38 Então, mandou parar o carro,
ambos desceram à água,
e Filipe batizou o eunuco.
At 8:39 Quando saíram da água,
o Espírito do Senhor
arrebatou a Filipe,
não o vendo mais o eunuco;
e este foi seguindo o seu caminho,
cheio de júbilo.
At 8:40 Mas Filipe
veio a achar-se em Azoto;
e, passando além,
evangelizava todas as cidades até chegar a Cesaréia.
Que história bonita a de Filipe. Merece um estudo sério e dedicado. Poderemos meditar no apoio que enviou os apóstolos à Samaria ao encaminhar a eles Pedro e João que oravam e ele recebiam o Espírito Santo; que este fato despertou o desejo de Simão, o mágico, em obter o mesmo poder para que impondo ele as mãos também recebessem o Espírito Santo; o anjo que lhe sugeriu evangelizar o eunuco; o Espírito Santo que tele transportou Filipe... Meu Deus, há tantos mistérios e maravilhas nos teus caminhos....
...


1 comentários:

Muita paz pastor,eu sei que essa pergunta é fora de contexto,mas eu procurei por vários veículos de comunicação a resposta para essa pergunta: qual era a distância de onde Filipe batizou o eunuco até azoto?

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.