Estamos no capítulo 34/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
quarta-feira, dezembro 31, 2014
Jamais Desista
Isaías 34:1-17 - ISAÍAS E O CHAMADO UNIVERSAL DE DEUS PARA TODOS
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Estamos vendo
nesses capítulos os oráculos acerca dessa invasão promovida por Senaqueribe que
oportunizou ao profeta muita coisa a dizer especialmente importantes para Judá
e o rei Ezequias.
Repetimos o que
já dissemos que essa compilação de oráculos apresentou três temas principais,
ao qual dividimos para melhor compreensão e apresentação do texto de nossas
reflexões: 1. Uma comparação entre Samaria e Jerusalém (28:1 – 29:24) com três
ais 28.1; 29.1; 29.15 – já vista; 2.
O problema do Egito (30:1 – 32:20), com dois ais 30.1 – já vista; 31.1; e 3. O futuro da Assíria e de Jerusalém (33:1 – 35:10),
com um ai 33.1 – estamos vendo agora.
3. O futuro da Assíria e de Jerusalém (33:1 –
35:10), com um ai em 33:1 - continuação.
Até o cap. 35.10,
como já falamos, estaremos vendo o futuro da Assíria e de Jerusalém. Isaías encaminha-se para o final de sua
mensagem sobre a crise assíria no tempo de Ezequias ansiando pelo resultado
final dessa luta.
Nos versos de 1 a 7, desse início do
capítulo 34, Isaías fala do futuro dia da vingança. Ele apresenta ao seu
público uma visão do grande futuro que estava à frente. Deus interviria de
maneira tão poderosa que julgaria todas as nações (inclusive a Assíria) que
haviam perturbado o seu povo.
Todas as nações. Todos os povos. Todo
mundo: Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós povos, escutai; ouça a terra, e a
sua plenitude, o mundo, e tudo quanto produz é um chamado universal à
preparação para o julgamento universal de Deus (cf. vs. 2).
O povo "se fizera condenado" (Js
7:12), assim como os cananeus (Os 6.17) porque imitaram as nações que teriam de
vencer e expulsar dali. Agora a indignação e o furor do Senhor tinham atingido
o seu limite.
O impacto da vinda do Senhor se estenderá
em toda a sua criação envolvendo os céus, a terra e tudo o que neles há. Embora
nos pareça muito assustador e terrível, os resultados finais serão muito
interessantes para o povo de Deus.
O sangue dos mortos que serão arremessados –
vs 3 - será tão abundante que deles subirá o seu mau cheiro e até os montes se
derreterão com seu sangue, ou seja, provocará grandes deslizamentos de terra.
Essa é uma ilustração muito aterradora do Dia do Senhor na terra – vs 4.
Os exércitos dos céus estavam associados ao
panteões pagãos (13:10,13; 24:21; 51:6; Ez 32:4-8; JI 2:10,30-31, Mt 24:29; Mc
13:24; Ap 6:13-14; 14:11; 19:3), mas o velho mundo dará lugar ao novo (Mt 24:29;
Ap 6:13-14; 21.1). Essa visão da transferência das antigas religiões pagãs e
das estruturas políticas para o reino de Deus na nova era se mescla com a
revelação da substituição final do cosmos original pelo novo (13:10; II Pe 3:10-13).
Onde esses panteões pagãos, que parecem tão duradouros, perderão sua
ascendência política (veja 14.12).
Depois de demolir o panteão dos céus – vs 5
-, a espada vingadora do Senhor passa a exercer a justiça retributiva em Edom
que aqui nesse versículo está como representante das nações (vs. 5-8; 25:10-12;
63:1-6; cf: Ez 35:1-15; Ob 11-14; Ap 18:2).
A espada do SENHOR está cheia de sangue –
vs 6; Ap 19:15 - da destruição de Edom, que também representa as nações em
geral. Mas será principalmente em Bozra, cidade edomita localizada a cerca de
40 km a sudeste do mar Morto ( Jr 49:13,22), onde ele terá um grande sacrifício
e uma grande matança nessa terra de Edom, cujos bois selvagens – vs 7 – se referem
aos líderes edomitas.
A terra ficará embriagada com tanto sangue
derramado até se fartar e o seu pó se engrossar – vs 7.
O termo hebraico traduzido como
"vingança", conforme a BEG que estamos seguindo, significa que o
Senhor Soberano mantém íntegra a sua comunidade ao libertar o seu povo oprimido
e, ao mesmo tempo, punindo seus opressores, os quais desafiam as suas leis.
Nossos dias atuais não parecem indicar nada
no cenário mundial que aponte para um dia do Senhor, pelo contrário, vivemos
como legítimos donos da terra e como senhores absolutos dela sem precisarmos de
dar quaisquer satisfações de sua mordomia.
No entanto, o dia do Senhor refere-se ao
tempo durante o qual o Senhor estabelece o seu reino na terra ao libertar e
glorificar o seu povo fiel e ao exercer vingança sobre o ímpio e os opressores
do seu povo (35:4; 47:3; 49:8; 59:17-18; 61:2; 63:4).
Como ansiamos por isso, pelo
estabelecimento do reino do Senhor sobre todas as nações e todos os povos. A paz
que ainda desfrutamos, o progresso, as conquistas e alegrias, a relativa ordem
que há no mundo é tudo fruto da poderosa, graciosa e misericordiosa ação de Deus
nessa terra.
Com o juízo de Deus acontecendo no dia da
sua vingança, os seus ribeiros se tornarão em paz e o seu pó em enxofre, uma imagem
derivada da queda de Sodoma e Gomorra (Gn 19:24-28; SI 11:6; Jr 49:18; Ap 14:10-11).
Tão terrível será a sua destruição e juízo
que nem de noite nem de dia, de geração em geração, cessará a sua fumaça e de
séculos em séculos, ninguém por ela também passará. O julgamento de Deus é
eterno (66:24; Mt 18:8-9; 25:41,46; Mc 9:43,48; Ap 19:3).
Somente viverão ali as feras do deserto –
vs 11 ao 15 -, mas tal qual um construtor, Deus parece ter um padrão exato para
medir o quanto as nações podem se desviar de suas normas (ordem cósmica) e o
quanto pode aplicar sobre elas os seus padrões.
As mesmas palavras hebraicas que são
traduzidas como "sem forma e vazia" em Gn 1.2, se encontram aqui no
verso 11 (תֹ֙הוּ֙ to·hu,
Strong 8414 e וָבֹ֔הוּ va·vo·hu, Strong
922). Deus tanto decretou a desolação
dos poderes que se opõem à sua ordem como também traz desordem sobre aqueles
que trouxeram devastação a essa ordem.
e
vós povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude,
o
mundo, e tudo quanto produz.
Is
34:2 Porque a indignação do SENHOR está sobre todas as nações,
e
o seu furor sobre todo o exército delas;
ele
as destruiu totalmente, entregou-as à matança.
Is
34:3 E os seus mortos serão arremessados
e
dos seus cadáveres subirá o seu mau cheiro;
e
os montes se derreterão com o seu sangue.
Is
34:4 E todo o exército dos céus se dissolverá,
e
os céus se enrolarão como um livro;
e
todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide
e
como cai o figo da figueira.
Is
34:5 Porque a minha espada se embriagou nos céus;
eis
que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema
para
exercer juízo.
Is
34:6 A espada do SENHOR está cheia de sangue,
está
engordurada da gordura do sangue de cordeiros
e
de bodes, da gordura dos rins de carneiros;
porque
o SENHOR tem sacrifício em Bozra,
e
grande matança na terra de Edom.
Is
34:7 E os bois selvagens cairão com eles,
e
os bezerros com os touros; e a sua terra embriagar-se-á
de
sangue até se fartar, e o seu pó se engrossará
com
a gordura.
Is
34:8 Porque será o dia da vingança do SENHOR,
ano
de retribuições pela contenda de Sião.
Is
34:9 E os seus ribeiros se tornarão em pez, e o seu pó em enxofre,
e
a sua terra em pez ardente.
Is
34:10 Nem de noite nem de dia se apagará;
para
sempre a sua fumaça subirá;
de
geração em geração será assolada;
pelos
séculos dos séculos ninguém passará por ela.
Is
34:11 Mas o pelicano e a coruja a possuirão,
e
o bufo e o corvo habitarão nela; e ele estenderá
sobre
ela o cordel de confusão e nível de vaidade.
Is
34:12 Eles chamarão ao reino os seus nobres,
mas
nenhum haverá; e todos os seus príncipes
não
serão coisa alguma.
Is
34:13 E nos palácios crescerão espinhos, urtigas e cardos
nas
suas fortalezas; e será uma habitação de chacais,
e
sítio para avestruzes.
Is
34:14 As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha,
e
o sátiro clamará ao seu companheiro;
e
os animais noturnos ali pousarão,
e
acharão lugar de repouso para si.
Is
34:15 Ali se aninhará a coruja e porá os seus ovos,
e
tirará os seus filhotes, e os recolherá
debaixo
da sua sombra; também ali os abutres
se
ajuntarão uns com os outros.
Is
34:16 Buscai no livro do SENHOR, e lede;
nenhuma
destas coisas faltará, ninguém faltará
com
a sua companheira;
porque
a minha boca tem ordenado,
e
o seu espírito mesmo as tem ajuntado.
Is
34:17 Porque ele mesmo lançou as sortes por elas,
e
sua mão lhas tens repartido com o cordel;
para
sempre a possuirão,
de
geração em geração habitarão nela.
É no livro do Senhor que se deve buscar e
ler que nenhuma dessas coisas faltará, uma vez que quem a pronunciou foi o
Senhor. Esse livro pode ser tanto um registro do julgamento e da recompensa
divina (SI 40:7; 139:16; Dn 7:10; MI 3:16; Ap 20:12) quanto a profecia
encontrada nos vs. 1-15.
A Palavra de Deus revela os seus decretos e
o Espírito confirma a Palavra. Novamente o cordel dos padrões de Deus é
utilizado para repartir com justiça. Assim como Deus distribuiu a Terra
Prometida em lotes (Is 18:10), do mesmo modo ele dividiria Edom entre os
animais imundos.
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.