Como já dissemos, Paulo escreveu essa
epístola para assegurar aos cristãos tessalonicenses do amor que ele tinha por
eles e instruí-los a respeito da importância de viver para Cristo e entender
corretamente as etapas do seu retorno. Estamos no capítulo 4/5.
Breve
síntese do capítulo 4.
Paulo começa a fornecer - no capítulo 4 e
concluiu no próximo - instruções a respeito de diversos assuntos que eram de
especial importância: ele lembrou aos tessalonicenses como ele os tinha
instruído anteriormente para agradar a Deus ao evitar a imoralidade sexual, ao
aumentar o amor uns pelos outros e como viver de maneira honesta diante dos não
cristãos.
Paulo falou sobre duas questões
relacionadas ao retorno de Cristo: os cristãos que estão mortos serão
ressuscitados no retorno de Cristo e os cristãos devem estar prontos para esse
retorno.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. INSTRUÇÕES (4.1-5.22).
Ele falou brevemente sobre diversas
questões éticas específicas. Assim, dos vs. 4.1 ao 5.22, veremos essas
instruções.
Paulo iniciou a segunda e maior seção de
sua epístola fornecendo instruções sobre vários assuntos: princípios para a
conduta cristã (4.1-12); promessas e desafios com respeito ao retorno de Cristo
(4.13-5.11) e diversas breves diretrizes finais (5.12-22). Elas irão formar a
seguinte divisão, conforme a BEG: A. A maneira ética de viver (4.1-12) – veremos agora; B. O retorno de Cristo
(4.13-5.11) – começaremos a ver agora;e, C. Instruções finais (5.12-22).
A. A maneira ética de viver (4.1-12).
Como viver a fim de agradar a Deus? A
moralidade pessoal e social era muito importante para Paulo. Aqui ele tocou em
três questões de particular importância para a igreja tessalonicense: a
moralidade sexual (4.1-8), o amor fraternal (vs. 4.9-10) e uma postura e
trabalho éticos que obteriam o respeito de um mundo que os estava observando
(vs. 4.11-12). Elas também formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: 1.
A moralidade sexual (4.1-8) – veremos
agora; 2. O amor fraternal (4.9-10) – veremos
agora; e, 3. O trabalho diante dos de fora (4.11-12) – também veremos agora
Essas instruções vão do âmbito mais
estreito para o mais amplo: do "próprio corpo" (vs. 4) para o
"irmão" (vs. 6) para "todos os irmãos" (vs. 10) e
finalmente para com "os de fora" (vs.12).
1. A moralidade sexual (4.1-8).
As tradições sexuais da cultura helenística
faziam um nítido contraste com os padrões bíblicos. É provável que os tessalonicenses
estivessem enfrentando muitas tentações para entregarem-se a tipos de
imoralidade sexual aceitos pela cultura.
Paulo elogiou os tessalonicenses pelo
progresso deles ao aprender como agradar a Deus, mas os desafiou a progredirem
mais. O apóstolo reconhecia a constante necessidade de crescimento e de seguir
adiante "avançando para as coisas
que diante de mim estão" (Fp 3.13). A complacência espiritual
desvirtua a confissão verbal do cristão.
De novo Paulo enfatizou que a autoridade do
seu ensino não vinha dele mesmo - não de um simples homem - mas do próprio
senhor ressuscitado (2.13). Eles deveriam conhecer bem os mandamentos que eles
lhes deram no nome e com a autoridade do Senhor Jesus.
Pois esta é a vontade de Deus: a vossa
santificação. A Escritura geralmente concebe os desejos de Deus em um de dois
sentidos. Às vezes (p. ex., Ef 1.1), significa os decretos de Deus que
determinam a História, o que nós não podemos saber a não ser pela observação de
sua ação externa ou por uma revelação especial de Deus.
Com frequência, os teólogos chamariam isso
de desejo "decretatório” ou "secreto" de Deus. Outras vezes, (por
ex., aqui é 5.8), eles significam uma lei que Deus nos dá por meio da revelação
– o desejo de Deus “normativo” ou “revelado”, no qual ele nos ordena a fazer
algo. A vontade expressa de Deus para nós é que sejamos santos, abstendo-nos de
comportamento libertino.
A sociedade pagã nos dias de Paulo não
ensinava nem induzia ninguém à pureza sexual. A infidelidade conjugal, ao menos
para os homens, era a norma, e algumas das religiões pagãs das quais esses
tessalonicenses tinham sido libertados (uma das quais deve ter sido o famoso
culto a Cabiri) sancionavam flagrante corrupção sexual nos seus rituais. O
evangelho de Cristo trouxe, e continua a trazer, um despertar moral e uma nova
revelação das normas justas de Deus.
Os relacionamentos sexuais ilícitos afetam
outras pessoas além das partes envolvidas. Se o marido ou a esposa pecam, a
família, os amigos e os irmãos em Cristo são humilhados. Essa situação envolve
até mesmo o próprio Cristo (1Co 6.15). Em última análise, esses pecados, assim
como os outros, são cometidos contra o Deus santo e justo, o qual irá
julgá-los.
Paulo reivindicou autoridade divina, não
apenas para o que ele dizia, mas também para o que ele ensinava por escrito
(observe também a sua ordem em 5.27). Se alguém rejeitasse essas coisas que ele
dizia não estaria rejeitando o homem, mas a Deus, que também lhes dava o
Espirito Santo.
De maneira incisiva, Paulo relembrou seus
leitores de que a renovada capacidade que eles tinham para a santidade era
resultado da contínua ação de Deus por meio do Espírito Santo que habitava
dentro deles (1Co 6.19; Cl 3.5). A construção em grego enfatiza o termo
"santo", o qual é especialmente apropriado nesse contexto.
2. O amor fraternal (4.9-10).
Com relação ao amor fraternal, Paulo já
tinha fornecido um exemplo de amor fraternal em seu próprio ministério aos
tessalonicenses (2.1-12). Agora ele pedia que eles demonstrassem esse tipo de
amor em relação aos outros.
Paulo elogiou os tessalonicenses pela
dedicação que demonstravam entre si, bem como em relação aos cristãos em toda a
Macedônia, No entanto, ele sabia que as tribulações que a igreja enfrentava
exigiam que eles cada vez mais se apoiassem mutuamente e demonstrassem afeição
entre si.
Sobre a importância do amor entre os
cristãos nos escritos de Paulo, veja 1Co 13.1-13.
3. O trabalho diante dos de fora (4.11-12).
Nessa seção de ensino moral, o objetivo de
Paulo se ampliou. Ele estava preocupado novamente com o trabalho ético dos
tessalonicenses e a reputação deles diante da comunidade não cristã.
Essa palavra “diligenciardes” – vs. 11- (philotirneomai, em grego) era muitas
vezes usada para se referir às tentativas, por parte dos abastados, de obter
honra cívica e reconhecimento mediante a demonstração exterior de generosidade.
O uso que Paulo fez dela virou o seu
sentido de cabeça para baixo: os tessalonicenses deveriam zelar pela honra que
não provinha da autoafirmação ou demonstração ostentosa de grandeza pessoal,
mas sim mediante um comportamento humilde, diligente, irrepreensível. Essa
exortação, que vale para todos os cristãos, tinha uma urgência particular em
Tessalônica, onde os cristãos já tinham sido falsamente acusados de motim (At 17.6-9).
Ao viver uma vida respeitável e modesta, os cristãos aquietariam qualquer
desconfiança que restasse.
B. O retorno de Cristo (4.13-5.11).
Dos vs. 4.13 ao 5.11, veremos Paulo falando
do retorno de Cristo. O segundo foco de ensino de Paulo era sobre o retorno de
Cristo. Sua discussão sobre esse assunto divide-se em duas partes: o destino
dos cristãos que tiverem morrido antes desse acontecimento (4.13-18) e a
preparação para o mesmo (5.1-11). Elas formarão a seguinte divisão proposta,
conforme a BEG: 1. Os mortos em Cristo (4.13-18) – veremos agora; e, 2. O Dia do Senhor (5.1-11).
1. Os mortos em Cristo (4.13-18).
Aparentemente, os falsos profetas haviam
ligado as esperanças dos tessalonicenses tão fortemente a um iminente retorno
de Cristo que eles não sabiam o que pensar sobre os cristãos que já tinham
morrido.
Paulo não queria que os tessalonicenses se
preocupassem com o que aconteceria com esses santos.
Ao dizer que eles “dormem”, Paulo estava empregando
uma metáfora usada na Antiguidade entre os pagãos, bem como pelos judeus e
cristãos, para a morte.
O termo não se referia de modo particular
ao estado da alma ou da consciência da pessoa falecida, pois era empregado por
grupos com crenças amplamente divergentes a respeito desse tema.
Para a compreensão do Novo Testamento de
uma existência consciente e abençoada entre a morte e a ressurreição, veja Lc
16.19-31; 23,42-43; veja também Jo 14.1-3; 2Co 5.6-8; Fp 1.23; Hb 12.22-24; Ap
6.9-11; 7.9-17; 20.4-6.
A ressurreição de Cristo dá aos cristãos
profunda esperança e garantia de interminável comunhão com ele. Portanto, a
tristeza deles por causa de um irmão cristão falecido é suavizada, e eles são
sustentados na esperança.
A lógica da argumentação de Paulo era que se
cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante
Jesus e juntamente com ele, aqueles que nele dormiram – vs. 14.
Isso deve ser entendido provavelmente como
um "trará" à presença de Deus (3.13) e ao reino pela ressurreição
(1Co 6.14; 2Co 4.14), embora alguns acreditem que signifique a vinda dos santos
mortos para a terra quando Cristo voltar.
De acordo com o autor do livro apócrifo de
2Ed 13.14-20,24 (uma obra judaica não canônica escrita no século 2 d.C.),
aqueles que sobreviverem até a vinda do glorioso Messias são mais abençoados do
que aqueles que estiverem mortos quando isso ocorrer. Alguns dos
tessalonicenses deviam ter uma concepção incorreta semelhante.
Paulo, ao contrário disso, assegurou aos
seus leitores que ambos os grupos estarão em iguais condições (1Co 15.52)
quando todos os cristãos entrarem juntos na plenitude do reino no retorno de
Jesus.
Os "em Cristo" constituem uma
subcategoria daqueles "em Adão" (toda a raça humana), e eles abrangem
todos aqueles que participam na salvação (1 Co 15.22-23), que viveram tanto
antes como depois de Cristo.
Portanto, essa ressurreição dos
"mortos em Cristo" refere-se a uma ressurreição corpórea (1Co
15.35-44) de todos os justos mortos, não apenas da ressurreição dos crentes do
Novo Testamento, no tempo do retorno de Cristo (Jo 5.28-29; 1Co 15.23).
A ressurreição dos iníquos é mencionada de
modo explícito por Paulo somente em At 24.15, embora ele a pressuponha em suas
advertências de um julgamento universal individual na época em que Cristo
retornar (At 17.31; Rm 2.5-16).
Paulo afirmava, por
palavra do Senhor, que jamais iremos preceder os que dormem. Uma vez dada a
ordem (ah como ansiamos por este dia!) – ordem essa dada com a voz do arcanjo e
o ressoar da trombeta de Deus -, o próprio Senhor descerá dos céus e os mortos
em Cristo ressuscitarão primeiro.
Somente depois disso é
que nós (espero estar incluído no “nós”) é que seremos arrebatados – vs. 17. O
modo como esse "arrebatamento" ou "êxtase" (do latim rapere
= rapto) da igreja é retratado não contém todos os detalhes cronológicos quanto
ao final dos tempos que gostaríamos de saber.
Por exemplo, não nos é
dito se o grupo reunido descerá imediatamente para a terra ou se retornará para
o céu. O que está claro é que esse acontecimento não ocorrerá até depois da
ressurreição corpórea dos mortos.
A doutrina é apresentada
de maneira pastoral para confortar os que estão aflitos e confusos pela morte
de cristãos amados.
A garantia de que todos
os justos sem distinção estarão com o Senhor para sempre, assim como um com o
outro na vinda de Cristo, é a ideia principal dessa passagem (vs. 18). Todavia,
as expressões "palavra de ordem", "a voz do arcanjo" e
"ressoada a trombeta de Deus" (vs. 16) dão a nítida impressão de que
o arrebatamento será um acontecimento público e não secreto - Lc 17.24; 21.35;
Ap 1.7.
I Ts 4:1 Finalmente, irmãos,
nós
vos rogamos
e
exortamos no Senhor Jesus
que,
como de nós recebestes,
quanto
à maneira por que deveis
viver
e agradar a Deus,
e
efetivamente estais fazendo,
continueis
progredindo
cada vez
mais;
I Ts 4:2 porque estais inteirados
de
quantas instruções vos demos
da
parte do Senhor Jesus.
I Ts 4:3 Pois esta é a vontade de Deus:
a
vossa santificação,
que
vos abstenhais da prostituição;
I
Ts 4:4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo
em
santificação
e
honra,
I
Ts 4:5 não com o desejo de lascívia,
como
os gentios que não conhecem a Deus;
I
Ts 4:6 e que, nesta matéria,
ninguém
ofenda
nem
defraude a seu irmão;
porque
o Senhor, contra todas estas coisas,
como
antes vos avisamos
e
testificamos claramente,
é
o vingador,
I Ts 4:7 porquanto Deus
não
nos chamou para a impureza,
e
sim para a santificação.
I Ts 4:8 Dessarte, quem rejeita estas coisas
não
rejeita o homem,
e
sim a Deus,
que
também vos dá
o
seu Espírito Santo.
I Ts 4:9 No tocante ao amor fraternal,
não
há necessidade de que eu vos escreva,
porquanto
vós mesmos estais por Deus instruídos
que
deveis amar-vos uns aos outros;
I
Ts 4:10 e, na verdade, estais praticando isso mesmo
para
com todos os irmãos em toda a Macedônia.
Contudo, vos exortamos, irmãos,
a
progredirdes cada vez mais I Ts 4:11
e
a diligenciardes por viver tranqüilamente,
cuidar
do que é vosso
e
trabalhar com as próprias mãos,
como
vos ordenamos;
I
Ts 4:12 de modo que vos porteis com dignidade
para
com os de fora
e
de nada venhais a precisar.
I Ts 4:13 Não queremos, porém, irmãos, que sejais
ignorantes
com
respeito aos que dormem,
para
não vos entristecerdes como os demais,
que
não têm esperança.
I Ts 4:14 Pois, se cremos
que
Jesus morreu e ressuscitou,
assim
também Deus,
mediante Jesus,
trará,
em sua companhia,
os
que dormem.
I Ts 4:15 Ora, ainda vos declaramos,
por
palavra do Senhor, isto:
nós,
os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor,
de
modo algum precederemos os que dormem.
I Ts 4:16 Porquanto o Senhor mesmo,
dada
a sua palavra de ordem,
ouvida
a voz do arcanjo,
e
ressoada a trombeta de Deus,
descerá
dos céus,
e
os mortos em Cristo
ressuscitarão
primeiro;
I
Ts 4:17 depois, nós, os vivos,
os
que ficarmos,
seremos
arrebatados
juntamente
com eles,
entre
nuvens,
para
o encontro do Senhor nos ares, e,
assim, estaremos para sempre
com
o Senhor.
I Ts 4:18 Consolai-vos, pois,
uns
aos outros
com
estas palavras.
A maior notícia de todos os tempos ainda não
aconteceu, mas nós já sabemos do que se trata: A VOLTA DE JESUS! Breve, estarão
todos falando deste evento predito tantos anos antes e agora fato. Está
chegando a hora, Igreja do Senhor!
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