Ainda estamos com o tema, bem extenso, do detalhamento
das condições da aliança – são 15 capítulos que vai do 12:1 até o capítulo
26:15, estamos no segundo discurso de Moisés em Deuteronômio à segunda geração.
Ressaltamos que em cada capítulo, estamos vendo algum
aspecto que Moisés queria enfatizar àquela segunda geração preparando eles para
a ocupação da Terra Prometida.
No presente capítulo, 24, teremos as seguintes
divisões didáticas: orientações gerais acerca do divórcio – vs. 1-4;
orientações gerais de caráter humanitário – vs. 5-22.
Uma questão importante e delicada é a questão do
divórcio que mesmo os fariseus vieram a experimentar o Senhor com perguntas
relacionadas à carta de divórcio permitida por Moisés.
Por isso que eles perguntaram ao Senhor se era lícito
repudiar a sua mulher por qualquer motivo. Ao que o Senhor lhes respondeu que
não era assim que estava na lei, nem era o que Deus fez desde o início e que se
ele, Deus ajuntou, quem seria o homem para desajuntar?
Eles estavam se valendo de uma interpretação
gramatical que o texto lhes permitia, mas que não era a essência das coisas de
Deus. Depois da resposta sábia e cheia do Espírito Santo a eles, praticamente proibindo o divórcio, eles lhe
jogaram em rosto que Moisés tinha permitido repudiar.
A intenção deles era pegar Jesus se contradizendo ou
contradizendo Moisés. No entanto, Jesus lhes mostrou que Moisés em Dt 24:1-4
não estava dando razões para o divórcio, mas fazendo provisões para o caso de
divórcio.
Vejamos um Artigo Teológico interessante referente a
Mt 19 da Bíblia de Estudo de Genebra: Casamento e divorcio: o divórcio é uma
opção?
O casamento é um
relacionamento exclusivo no qual um homem e uma mulher assumem um compromisso
mútuo de viver em aliança e, com base nesse voto solene, se tornam fisicamente
"uma só carne" (Gn 2.24; MI 2.14; Mt 19.4-6). De acordo com a
Confissão de Fé de Westrninster, "O matrimônio foi ordenado para o mútuo
auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por uma sucessão
legitima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza
[licenciosidade sexual e imoralidade)" (CFW 24.2; cf. Gn 1.28; 2.18; 1C:o
7.2-9). O ideal de Deus para o casamento é que o homem e a mulher experimentem
plenitude nessa relação de reciprocidade (Gn 2.23) e que compartilhem da obra
criadora divina ao gerar novos seres humanos. O casamento é para todos, salvo
raras exceções, mas é da vontade de Deus que os cristãos só se casem com
pessoas comprometidas com Cristo (1Co 7.39; cf. Ed 9-10; Ne 13.23-27; Mt
19.10-12; 2Co 6.14). A intimidade mais profunda é impossível quando os cônjuges
não compartilham a mesma fé.
Ao usar o
relacionamento de Cristo com a igreja para ilustrar como o casamento cristão
deve ser, Paulo ressalta a responsabilidade específica do marido como servo,
líder e protetor de sua esposa, bem como o chamado da esposa para aceitar esse
papel do seu marido (Ef 5.21-33). No entanto, a distinção de papéis não sugere,
de maneira nenhuma, que a esposa seja inferior. Como portadores da imagem de
Deus, tanto o marido como a esposa possuem a mesma dignidade e valor e devem
cumprir seus papeis com base no respeito mútuo fundamentado no reconhecimento
de sua igualdade aos olhos de Deus.
Deus odeia o
divórcio (Ml 2:16) e, no entanto, criou um procedimento de separação que
proteja a esposa divorciada (Dt 24,1 -4). No entanto Jesus declarou que essa
prescrição foi dada "por causa da dureza do vosso coração" (Mt 19.8).
O divórcio não é o ideal, mas sim um modo de amenizar os danos causados pelo
pecado. Em Mt 5.31-39 e 19.8-9, Jesus ensina que a infidelidade conjugal (o
pecado de adultério) rompe a aliança de casamento e justifica o divórcio
(embora seja preferível buscar a reconciliação). No entanto, um homem que
repudia a sua esposa por qualquer outro motivo menos sério se torna culpado de
adultério quando se casa novamente e leva a sua esposa divorciada a adulterar
se esta também se casar outra vez. O divórcio e o novo casamento sempre constituem
um desvio do ideal de Deus para o relacionamento sexual. Convém observar que,
ao lhe ser perguntado "É lícito ao marido repudiar sua mulher...?"
(Mt 19:3), Jesus não afirmou que, por vezes, o divórcio é uma boa opção,
preferível a manter um relacionamento conjugal doentio. Antes, explicou que o
divórcio pode ser permitido pelo fato de haver ocasiões em que o coração
continua endurecido (Mt 19.4-6).
Paulo acrescentou que
um cristão abandonado pelo seu cônjuge incrédulo não está "sujeito à
servidão" I Co 7:15, indicando que esse cristão pode considerar o relacionamento
encerrado. Ainda assim, a Bíblia deixa várias questões sem resposta clara: Que
tipo de comportamento da parte de um cônjuge incrédulo pode ser caracterizado
como abandono? Um cristão professo pode ser tido como um incrédulo caso
abandone o seu cônjuge? O abandono permite à parte abandonada casar-se
novamente? Estas e outras questões relacionadas são e, ao que parece,
continuarão sendo motivo de controvérsia entre os teólogos reformados.
Pelo exposto, vimos que a questão do divórcio não é tão
simples assim. Eu sou do tipo que crê piamente em Deus como aquele capaz de
resolver qualquer assunto relacionado aos relacionamentos conjugais devendo o
homem, portanto, ter muita paciência, temor a Deus e esperar a solução de Deus
que certamente virá.
Um exemplo que sempre me impressionou foi o caso entre
Nabal e Abigail. Nabal era tão mal esposo que o Senhor o feriu depois de uma
bebedeira e ele veio a morrer dentro de dez dias. Se o seu marido ou esposa é
“um Nabal” deixe que o Senhor resolverá toda questão.
Somente o tema divórcio dá livros e mais livros e não
será numa reflexão no capítulo 24 que conseguiremos algo importante, mas fica
aí algumas ideias e opiniões para continuarmos a refletir no assunto.
Depois do divórcio, o presente capítulo falará de
diversas leis de caráter humanitário que resumidamente procuravam melhorar a
sociedade daquela época.
Dt 24:1 Quando um homem tomar uma mulher e se
casar com ela,
então será que, se não achar
graça em seus olhos, por nela encontrar coisa
indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio,
e
lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.
Dt 24:2 Se ela, pois, saindo da
sua casa, for e se casar
com outro homem,
Dt 24:3 E este também a desprezar,
e
lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão,
e
a despedir da sua casa,
ou se este último
homem, que a tomou para si por mulher,
vier
a morrer, Dt 24:4 Então seu primeiro marido,
que
a despediu, não poderá tornar a tomá-la,
para que seja sua
mulher, depois que foi contaminada;
pois
é abominação perante o SENHOR;
assim não farás
pecar a terra que o SENHOR teu Deus
te
dá por herança.
Dt
24:5 Quando um homem for recém-casado não sairá à guerra,
nem se lhe imporá encargo algum;
por um ano inteiro ficará
livre na sua casa
para alegrar a mulher, que tomou. Dt
24:6 Não se tomará em penhor ambas as
mós,
nem a mó de cima
nem a de baixo;
pois
se penhoraria assim a vida.
Dt
24:7 Quando se achar alguém que tiver furtado
um dentre os seus irmãos, dos
filhos de Israel, e escravizá-lo,
ou vendê-lo, esse
ladrão morrerá,
e
tirarás o mal do meio de ti.
Dt
24:8 Guarda-te da praga da lepra, e tenhas grande cuidado de fazer
conforme a tudo o que te
ensinarem os sacerdotes levitas;
como lhes tenho
ordenado, terás cuidado de o fazer.
Dt 24:9 Lembra-te do que o SENHOR
teu Deus
fez a Miriã no
caminho, quando saíste do Egito.
Dt
24:10 Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo,
não entrarás em sua casa, para
lhe tirar o penhor.
Dt 24:11 Fora
ficarás; e o homem, a quem emprestaste,
te
trará fora o penhor.
Dt 24:12 Porém, se for homem
pobre, não te deitarás
com o seu penhor.
Dt 24:13 Em se pondo o sol, sem falta
lhe
restituirás o penhor; para que durma na sua
roupa,
e te abençoe;
e isto te será
justiça diante do SENHOR teu Deus.
Dt
24:14 Não oprimirás o diarista pobre e necessitado de teus irmãos,
ou de teus estrangeiros, que está
na tua terra e nas tuas portas.
Dt
24:15 No seu dia lhe pagarás a sua diária, e o sol não se porá sobre isso;
porquanto pobre é, e sua vida
depende disso;
para que não clame
contra ti ao SENHOR,
e
haja em ti pecado.
Dt
24:16 Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais;
cada um morrerá pelo seu pecado.
Dt
24:17 Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão;
nem tomarás em penhor a roupa da
viúva.
Dt 24:18 Mas
lembrar-te-ás de que foste servo no Egito,
e de
que o SENHOR teu Deus te livrou dali;
pelo
que te ordeno que faças isso.
Dt
24:19 Quando no teu campo colheres a tua colheita,
e esqueceres um molho no campo,
não tornarás a tomá-lo;
para o
estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será;
para que o SENHOR teu Deus te
abençoe em toda a obra
das tuas mãos. Dt
24:20
Quando sacudires a tua oliveira,
não voltarás para colher o fruto dos
ramos; para o
estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será.
Dt 24:21 Quando vindimares a tua
vinha, não voltarás
para rebuscá-la;
para o estrangeiro, para o órfão,
e
para a viúva será.
Dt
24:22 E lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito;
portanto te ordeno que faças
isso.
São diversas orientações gerais para os casos de
caráter humanitário e entre eles se destaca a preocupação e o cuidado com os
estrangeiros, os órfãos e as viúvas. O fato de eles terem sido escravos no
Egito deve estar fresco em suas memórias para poderem tratar os outros com mais
brandura e humanidade.
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