sábado, 1 de agosto de 2015
sábado, agosto 01, 2015
Jamais Desista
Malaquias 1 1-14 - O PROFETA MALAQUIAS E A FRIEZA ESPIRITUAL DOS SACERDOTES E DO POVO.
Nosso propósito nessa instrução geral é formar
apenas um pequeno pano de fundo para nos ajudar na leitura e reflexão desse
livro. Caso deseje maiores detalhes, recomendamos a leitura na própria BEG, de
seus comentários, bem como fazer mais pesquisas em outras fontes respeitáveis.
Autor/Características
gerais:
Entendemos que a autoria seja mesmo do
próprio profeta Malaquias, embora o assunto esteja sujeito a debates,
principalmente devido ao seu nome e a ausência de seus ascendentes/descendentes.
Propósito
geral:
Conclamar a abatida e desanimada comunidade
que vivia na Terra Prometida após o exílio para uma fé renovada por meio do
anúncio da vinda do julgamento do Messias.
Data:
Provavelmente entre 458-433 a.C.
Verdades
fundamentais:
•
Durante
os últimos anos do período do Antigo Testamento, o povo de Israel estava
corrompido pelo pecado.
•
Deus
ofereceu ao seu povo o perdão para os seus pecados.
•
Deus
prometeu que o Messias viria para purificar a nação.
•
Os
ímpios serão julgados e os justos receberão sua recompensa no julgamento
futuro.
Contextualização:
Embora não seja possível saber o tempo
exato referente ao livro de Malaquias, nos chama a atenção o fato de que esses
três, Esdras, Neemias e Malaquias, enfrentaram situações parecidas:
•
Eles
condenaram o casamento com mulheres estrangeiras (p. ex.. 2.11-15; Ne
13.23-27).
•
Eles
condenaram a negligência com respeito ao dízimo (p. ex., 3.8-10; Ne 13.10-14).
•
Eles
criticaram severamente os erros de um sacerdócio degenerado (p. ex. 1.6-2.9; Ne
13.7-8).
•
Eles
criticaram o povo pelos seus pecados sociais (p. ex., 3.5; Ne 5.1-13).
Esdras e Neemias enfrentaram essas questões
primariamente com programas de reforma, ao passo que a estratégia de Malaquias
era confrontá-los com oráculos vindos do Senhor, talvez como apoio aos
programas de seus contemporâneos.
Além disso, algumas características de Malaquias
pressupõe que ele deva ser datado ao redor do tempo de Esdras e Neemias.
•
Sua
ênfase na lei (4.4) pressupõe o ministério de Esdras de restauração da
proeminência e da autoridade da lei (Ed 7.14,25-26; Ne 8.18).
•
A
referência ao governador (1.8) situa o livro no período persa.
•
Com
base nessa evidência, alguns datam o livro entre a ida de Esdras (458 a.C.) e a
de Neemias (445 a.C.). Outros colocam Malaquias no período entre as duas
visitas de Neemias a Jerusalém ao redor de 433 a.C.
•
Embora
alguns intérpretes coloquem as profecias de Joel após esse período, é mais
provável que Malaquias seja o último profeta do Antigo Testamento.
Outros
propósitos e características:
A aliança é um dos temas proeminentes em Malaquias.
Há quatro referências explícitas à aliança:
•
A
aliança com Levi (2.4-9).
•
A
aliança dos pais (2.10).
•
A
aliança do casamento (2.14).
•
O
mensageiro da aliança (3.1).
Além dessas referências diretas, o livro
inicia com a aliança de amor de Deus (1.2-5).
A seriedade da incompetência e da
infidelidade sacerdotal é vista na erosão da fidelidade do povo comum, os quais
"profanaram a aliança" (2.10) ao serem desleais uns para com os
outros, no casamento (2.11,14) e nos seus relacionamentos sociais e econômicos
(3.5).
A não ser que se arrependessem (3.7),
estariam sob a maldição prevista na divina aliança (3.9; Lv 26.14-46; Dt
28.15-68).
Malaquias dirigiu-se a um povo desiludido,
desanimado e cheio de dúvidas, cuja experiência era incompatível com a compreensão
que eles tinham da era messiânica após o exílio.
Em vez de vitória na guerra e abundância na
natureza, eles experimentavam pobreza, seca e adversidade econômica.
As palavras de Malaquias encontraram um
povo cético a respeito das promessas de Deus e, portanto, apático em seu
compromisso de viver à luz dessas mesmas promessas e adorar e servir ao Senhor
de todo o coração.
O livro pode servir como um catecismo para
tempos de dúvida e desapontamento durante os quais o povo na igreja visível é
tentado a desligar-se de sua aliança com Deus.
O ministério do profeta deveria se
constituir no acender de uma lâmpada de fé para um povo desalentado ao
relembrá-los do amor eletivo de Deus (1.2) e na exposição das contínuas
obrigações da aliança para aqueles que verdadeiramente conheciam a Deus
(3.16-18).
Cristo
em Malaquias:
O livro de Malaquias aponta para Cristo quando:
1.
Malaquias
conclamou os que retornaram para Israel ao arrependimento, de modo que pudessem
receber as bênçãos que Deus havia oferecido ao seu povo após o exílio.
·
De
maneira muito semelhante, Cristo conclamou ao arrependimento de maneira que um
remanescente justo pudesse receber essas mesmas bênçãos (Mc 2.15).
·
Por
essa razão, Tiago aplicou o chamado ao arrependimento proclamado por Malaquias
à vida cotidiana dos crentes (Tg 4.8; cf. MI 3.7).
2.
Malaquias
predisse que o culto a Deus se espalharia por todas as nações (1.11), e Cristo
e seus apóstolos abriram as portas da salvação às nações gentílicas como nunca
acontecera antes (At 10.9-48; Ef 2.11-13).
3.
Malaquias
predisse que a renovação do povo de Deus aconteceria por meio da obra de um
"mensageiro" (3.1) da aliança, o qual seria precedido pelo
"profeta Elias" (4.5; cf. 3.1-2).
·
O
Novo Testamento identifica especificamente Jesus como esse mensageiro e João
Batista como aquele que o precedeu, o qual ministrou no espírito e no poder de
Elias (Mt 11.14; 17.10-12; Lc 1.17).
Assim, Jesus purificou o templo (Jo
2.14-17) como havia predito o profeta (3.1,3) e purificará completamente o povo
de Deus quando retornar em glória (Ap 21.22-27).
Esboço,
conforme a BEG:
Também seguiremos a proposta de divisão da
BEG, em três partes:
I. A REALIDADE DO AMOR DE DEUS (1.1-5).
II. A INFIDELIDADE DE ISRAEL (1.6-2.16).
III. O JUSTO JULGAMENTO DE DEUS (2.17-4.6).
Malaquias 1 1-14 – Segmentação e reflexões.
Estamos iniciando o último livro do Antigo
Testamento. Ele é pequeno e somente tem quatro capítulos, mas veremos nele
coisas profundas envolvendo principalmente a volta do Senhor Jesus.
I. A REALIDADE DO AMOR DE DEUS (1.1-5)
Deus afirmou o seu amor especial pelo povo
de Israel a despeito das provações do exílio.
Dos versos de 1 ao 5, veremos essa
realidade do amor de Deus. O Senhor revelou urna disputa entre ele mesmo e
Israel. Ele afirmava amar a nação, mas os israelitas, que estavam vivendo em
condições desapontadoras após o exilio, duvidavam do amor de Deus por eles.
O Senhor respondeu a essas dúvidas
relembrando-os de que ele havia escolhido Jacó, o ancestral deles, e rejeitado
Esaú, o ancestral de Edom.
Embora Israel houvesse experimentado a ira
de Deus durante o exílio e ainda a estivesse experimentando depois dele, Edom
era “Povo-contra-quem-o-Senhor-está-irado-para-sempre” (1.4).
Além disso, Israel viva sob as eternas
promessas do seu Senhor da Aliança, as quais finalmente levariam à benção, mas
Edom nunca se levantaria a tais alturas.
Compare esse início “Sentença” ou “Uma
advertência” (NVI) com Is 13 1; Na 1.1 e Hc 1.1. Normalmente era essa uma
profecia de julgamento, o termo pode indicar um constrangimento sentido pelo
profeta em sua proclamação (veja Jr 20.9; Am 3.8). Repare que a palavra do
Senhor é pronunciada por meio de Malaquias, mas nada se fala a respeito dele.
Deus sempre os amou! Porque Deus amou Jacó,
ele soberanamente o elegeu para a salvação e escolheu os seus descendentes como
o seu povo da aliança (cf. o paralelo entre as formas dos verbos escolher e
amar em Dt 7.6-8).
Em razão do ódio de Deus contra o ímpio Esaú,
Deus trouxe maldições não apenas sobre ele, mas também sobre os seus
descendentes. Vale lembrar que a ira de Deus, expressa aqui pela BEG como “ódio”
é santa, pura, verdadeira, como são todos os atributos divinos.
O amor de Deus tem o seu início na
eternidade (Jr 31.3) e se manifestou nos seus relacionamentos pactuais com o
seu povo (Ex 34.6-7; Dt 7.9; I Re 8.23).
A BEG comenta que o amor do Senhor pelo
qual ele elege pessoas para a salvação é diferente do seu amor pelo seu povo da
aliança, mas relacionado a ele.
·
Seu
amor eletivo nunca será eliminado; ele necessariamente resulta na salvação
daqueles que são amados.
·
Seu
amor pelo povo da aliança é refletido em sua misericórdia e paciência para com
eles acima de qualquer outro povo, mas pode ser retirado em resposta à
desobediência desse povo e não necessariamente resulta na sua salvação.
Observação:
nesse momento, ela a BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico
"Predestinação e presciência", em Rm 8.
O Senhor os tinha amado, mas eles diziam em
que nos tinha amado o Senhor, ou seja, duvidavam desse amor por causa do que
estava acontecendo com eles.
O amor pactual de Deus supostamente deveria
levar a um amor recíproco por parte de Israel (Ex 20.6; Dt 7.9), mas não foi
essa a reposta. Ao contrário, o povo de Deus desafiou a sua afirmação de que
ele os amava.
A eleição de Deus por Jacó e não Esaú, no
passado, continuava a ter relevância para o seu relacionamento com Israel
durante o ministério de Malaquias.
Embora a nação tivesse suportado muito
sofrimento, havia suficiente evidência nos relacionamentos históricos de Deus
com Israel para assegurá-los de seu amor por eles.
Mas, ao contrário, as dificuldades de Israel
o levaram a duvidar do amor de Deus por eles.
A história patriarcal de Jacó e Esaú no
Gênesis indica claramente que a escolha que Deus fez de Jacó não foi baseada em
mérito (veja especialmente Gn 25.21-34).
Deus ama os pecadores, os quais, por
natureza, seriam objetos do seu desprazer e ira (Lc 15.2; Ef 2.3-5), no
entanto, lhes permite viverem e desfrutarem da vida que Deus lhes deu. Quanto mais
aderente o homem for às leis de Deus, mais ele será abençoado e terá vida longa
e próspera; do contrário, sofrerá as consequências de suas próprias escolhas.
Deus abomina os idólatras (Jr 44,4-5; Os
9.15), os malfeitores (SI 5.5), os ímpios e os que amam a violência (SI 11.5;
veja também Pv 6.16-19).
As Escrituras algumas vezes usam o verbo
aborrecer no sentido de 'amar menos' (veja Gn 29.30.31; Dt 21.15-17; Lc 14.26).
O contexto imediato (vs. 3-4), entretanto,
sugere que aqui aborrecer envolve uma rejeição ativa, desprazer ou desfavor que
são manifestados numa justiça retributiva.
Não se trata simplesmente de que Esaú
(Edom) recebesse bênçãos menores, ou em menor quantidade do que Jacó, mas que
ele sofreu sob o julgamento irado de Deus.
Veja o uso feito por Paulo desse versículo
em Rm 9.13. Para outros exemplos desse uso de aborrecer, veja, além das
passagens citadas acima, 2.16; Is 61.8; Am 5.21.
Até os montes de Esaú, que Deus aborreceu,
sofreu assolação. Muito provavelmente se refere à ocupação de Edom pelos árabes
nabateus.
Inicialmente Moisés usou de um tratamento
benevolente para com os edomitas (Nm 20.14-19), mas, diante de sua contínua
perseguição ao povo de Deus, eles se tomaram objeto do julgamento divino (Is
34.5-17; Jr 25.17-18,21; Ez 25.12-14; Ob 1).
Em Am 9.11-12, Edom é visto como objeto de
um ataque vitorioso da casa restaurada de Davi. Como resultado desse ataque,
alguns edomitas que permaneceriam vivos aceitariam a salvação.
Com toda probabilidade, Malaquias tinha em
mente a derrota de Edom na grande batalha entre Israel e os inimigos ao seu
redor a qual havia sido profetizada anteriormente.
Deus é o Senhor soberano da História, cujos
propósitos redentores foram e são realizados tanto dentro quanto fora da nação
de Israel (veja o vs. 11; Gn 12.3).
II. A INFIDELIDADE DE ISRAEL (1.6-2.16).
A nação de Israel encontrava-se em séria
rebeldia contra Deus. Os sacerdotes demonstravam desrespeito pelo nome de Deus
ao corromper o culto e negligenciar a lei. Ao violar o dom do casamento dado
por Deus, o povo tinha uma fé enfraquecida.
Do verso 6 ao capítulo 2, verso 16,
estaremos vendo essa segunda parte que falará dessa infidelidade de Israel.
Nesses versículos, o profeta identificou algumas das principais maneiras nas
quais os israelitas haviam sido infiéis a Deus.
O foco de Malaquias segue duas direções: as
violações por parte dos sacerdotes (1.6-2.9) e as violações por parte do povo (2.10-16).
Elas formarão nossa divisão proposta. A. As violações feitas pelos sacerdotes
(1.6-2.9) – começaremos a ver agora e
B. As violações feitas pelo povo (2.10-16).
Doravante, até o verso 9, do capítulo
segundo, veremos essas violações feitas pelos sacerdotes. O fracasso dos
sacerdotes era uma razão especial para a ira de Deus contra Israel. Repetimos aqui,
novamente essa frase muito pertinente de nosso amigo, pastor Hernandes Dias Lopes:
“A teologia determina a vida.
Os
sacerdotes deixaram de ensinar a Palavra
e
o povo se corrompeu.
Práticas erradas
são
frutos de princípios errados.
Eles
estavam lidando
de
forma errada uns com os outros,
porque estavam lidando
de forma errada com Deus.” (H.D.L.)
No altar, os sacerdotes ofereciam animais
imperfeitos e doentes, cometendo, desse modo, maldição e violação no local para
onde deveriam ter trazido bênção e purificação.
Em seu ensino e julgamento, eles violavam a
aliança com Levi, fazendo com que muitos tropeçassem; ademais, demonstravam
parcialidade.
Se continuassem a violar os regulamentos
sacerdotais, Deus os repudiaria e levantaria um sacerdócio puro - e, por
implicação, um reino puro - de entre as nações gentílicas.
Esse material se divide em duas partes: 1.
O culto corrompido em Judá (1.6-14) – veremos
agora e 2. O julgamento de Deus que cairia sobre os sacerdotes (2.1-9).
1. O culto corrompido em Judá (1.6-14).
Até o final deste capítulo primeiro,
veremos a profanação do culto em Judá. Os sacerdotes haviam demonstrado
profundo desrespeito para com a santidade de Deus ao adorar e sacrificar de
acordo com seus próprios desejos em vez de observar os regulamentos de Deus
O Antigo Testamento fala de Deus como pai
de Israel, e de Israel como seu filho (p. ex., Dt 8.5). Onde está a minha
honra? Os pais humanos são honrados pelos seus filhos, mas Israel não honrava o
seu Pai divino que havia feito muito mais do que qualquer pai humano.
Como na primeira denúncia, Deus falou sobre
a sua bondade para com Israel (vs. 2) para esclarecer por que ele esperava
fidelidade da parte do seu povo.
Deus não é apenas paternal para com o seu
povo, mas governa sobre ele como Pai ou Senhor real. Nessa qualidade ele não é
apenas um rei compassivo gentil, paciente e gracioso, mas também o Senhor
soberano que cuida das necessidades.
Ele protege a vida e preserva a justiça do
seu povo. Em todos os sentidos ele é merecedor do respeito deles, no entanto o
que faziam é desprezar a Deus, seu Pai e seu Senhor.
Esse desprezo era o oposto de honrar e
temer ao Senhor (1.7,12-13). A palavra desprezo é usada frequentemente em
Provérbios (p. ex., Pv 1.7; 15.20; 23.9; 23.22; veja também 2Sm 12.9-10).
No contexto do culto, o nome de Deus é
equiparado à sua presença especial, sua especial atenção aos interesses do seu
povo que se aproxima dele (veja 1Rs 8.28-29).
Mediante as suas práticas sacrificais
negligentes, os sacerdotes dos dias de Malaquias haviam demonstrado pouco
respeito para com o fato maravilhoso de que o Deus de todas as coisas os abençoaria
com a sua presença e pelo fato de estar acessível a eles.
Os israelitas desafiavam a afirmação de
Deus de que eles demonstravam desdém ou desrespeito pelo seu nome. Aparentemente,
eles sentiam que suas práticas eram aceitáveis, ou seja, eles queriam que Deus
se curvasse às suas ideias e não o contrário, que cada um respeitasse ao Senhor.
Uma das formas de desrespeito deles era
levando pão imundo ao altar. Uma referência aos sacrifícios de animais (vs. 8).
‘Imundo’ aqui, significa cerimonialmente imundo e, portanto, inaceitável.
Deus não se mostra ofendido meramente pelas
imperfeições ritualísticas, mas também pelas atitudes que estão por trás dessas
imperfeições (veja Gn 4.3-5; Hb 11.4). No Antigo Testamento essa expressão “a
mesa do Senhor” era usada com referência ao altar apenas aqui e no vs. 12. No
Novo Testamento, ela se refere à Ceia do Senhor (I Co 10 21).
Também desrespeitavam trazendo animais
cegos, aleijados, doentes como se fosse um descarte necessário ao invés da
prestação de um culto a uma divindade. E se oferecessem o mesmo a alguma
autoridade de sua época, teriam eles coragem de fazer isso?
A lei proibia expressamente essas ofertas (Lv
22.22; Dt 15.21). Deus afirma que os israelitas não ousariam apresentar tal
oferenda a um mero líder humano. Ele certamente merecia um tratamento melhor
que o dispensado aos governadores humanos.
Seria melhor que o culto cessasse, que as
portas do templo se fechassem – vs. 10 - do que fosse realizado de um modo que
violava a lei e, portanto, fosse ofensivo a Deus. Deus se recusava a aceitar
tais ofertas que eles insistiam em ofertar e querer que Deus aceitasse.
Deus respondeu às práticas sacrificais
inaceitáveis dos judeus do tempo de Malaquias, enfatizando que, um dia, ele
seria honrado entre os gentios, mesmo que os judeus continuassem a se rebelar.
O triunfo futuro do seu reino glorioso “desde
o Levante até ao Poente" (SI 50.1; veja também Is 45.6; 59.19) resultaria
no verdadeiro culto entre os gentios.
O Novo Testamento testifica o início dessa
mudança, pois apenas poucos judeus creram no Messias (Mt 8.10-11; At 13.46-48).
Jerusalém permaneceria como centro do culto
a Deus mesmo depois que os gentios começassem a participar em grande número (Is
2.2-4; 66.19-21; Zc 14.16-21); entretanto, esse culto teria inicio em todas as
partes do mundo.
»MALAQUIAS [1]
Ml 1:1 A
palavra do Senhor a Israel, por intermédio de Malaquias.
Ml 1:2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor.
Mas vós dizeis:
Em que nos tens amado?
Acaso não era Esaú irmão de Jacó?
diz o Senhor;
todavia amei a Jacó,
Ml 1:3 e aborreci a Esaú;
e fiz dos seus montes uma desolação,
e dei a sua herança aos chacais do deserto.
Ml 1:4 Ainda que Edom diga:
Arruinados estamos,
porém tornaremos e edificaremos as ruínas;
assim diz o Senhor dos exércitos:
Eles edificarão,
eu, porém, demolirei;
e lhes chamarão:
Termo de impiedade,
e povo contra quem o Senhor está irado para sempre.
Ml 1:5 E os vossos olhos o verão, e direis:
Engrandecido é o Senhor ainda além dos termos de
Israel.
Ml 1:6 O filho honra o pai, e o servo ao seu amo;
se eu, pois, sou pai, onde está a minha honra?
e se eu sou amo, onde está o temor de mim?
diz o Senhor dos exércitos a vós,
ó sacerdotes, que desprezais o meu nome.
E vós dizeis:
Em que temos nós desprezado o teu nome?
Ml 1:7 Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e
dizeis:
Em que te havemos profanado?
Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é desprezível.
Ml 1:8 Pois quando ofereceis em sacrifício um animal
cego,
isso não é mau?
E quando ofereceis o coxo ou o doente,
isso não é mau?
Ora apresenta-o ao teu governador;
terá ele agrado em ti?
ou aceitará ele a tua pessoa?
diz o Senhor dos exércitos.
Ml 1:9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus,
para que se compadeça de nós.
Com tal oferta da vossa mão,
aceitará ele a vossa pessoa?
diz o Senhor dos exércitos.
Ml 1:10 Oxalá que entre vós houvesse
até um que fechasse as portas
para que não acendesse debalde o fogo do meu altar.
Eu não tenho prazer em vós,
diz o Senhor dos exércitos,
nem aceitarei oferta da vossa mão.
Ml 1:11 Mas desde o nascente do sol até o poente
é grande entre as nações o meu nome;
e em todo lugar se oferece ao meu nome incenso,
e uma oblação pura;
porque o meu nome é grande entre as nações,
diz o Senhor dos exércitos.
Ml 1:12 Mas vós o profanais, quando dizeis:
A mesa do Senhor é profana,
e o seu produto, isto é, a sua comida, é desprezível.
Ml 1:13 Dizeis também:
Eis aqui, que canseira!
e o lançastes ao desprezo,
diz o Senhor dos exércitos;
e tendes trazido o que foi roubado,
e o coxo e o doente;
assim trazeis a oferta.
Aceitaria eu isso de vossa mão?
diz o Senhor.
Ml 1:14 Mas seja maldito o enganador que,
tendo animal macho no seu rebanho,
o vota, e sacrifica ao Senhor o que tem mácula;
porque eu sou grande Rei,
diz o Senhor dos exércitos,
e o meu nome é temível entre as nações.
A promessa desse versículo está sendo
cumprida hoje à medida que Cristo reúne o seu reino de sacerdotes dentre as
nações (Ap 7.9-10), e será consumada no futuro quando as nações se juntarem
para cultuar a Deus em pureza na nova Jerusalém (Ap 21.2,10).
Deus promete que isso acontecerá
certamente, mas eles insistiam dizendo que a mesa do Senhor era imunda, que sua
comida era desprezível e que isso tudo era uma canseira e se riam com desprezo
do Senhor dos Exércitos – vs. 12 e 13.
Então Deus amaldiçoa o que procede dessa
maneira tentando enganar a Deus e aos homens: “maldito seja o enganador” – vs.
14. As leis que regulamentavam as ofertas voluntárias exigiam a apresentação de
uma oferta perfeita.
Essa passagem indica uma tentativa de
fraudar o Senhor e se refere ao que acontecia no intervalo entre o voto e a sua
realização (SI 76.11).
Quando Deus intitulava a si mesmo como
"pai" e 'senhor" (vs. 6), esses termos eram usados num sentido
de realeza. Deus é o grande Pai real de Israel. A revelação de Deus como rei
permeia as Escrituras (p. ex., Ex 15.18; Nm 23.21; Dt 33.5; SI 93-100).
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.