Miquéias é apresentado como um profeta que
falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação
sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria
e Jerusalém.
III. O JULGAMENTO DOS LÍDERES E A RESTAURAÇÃO FUTURA (3.1-5.15) - continuação.
Como já dissemos, Deus anunciou castigar tanto
Judá como Jerusalém com derrota e exílio, pois os seus líderes eram muito
corruptos, mas um dia ambas seriam restauradas. Essa seção é composta por dez
oráculos e foram assim divididas, conforme a BEG: A. O julgamento de líderes
que se tornaram canibais (3.1-4) – já
vista; B. O julgamento dos profetas exploradores (3.5-8) – já vista; C. O julgamento da
destruição de Sião (3.9-12) – já vista;
D. Sião será exaltada (4.1-5) – veremos
agora; E. A força futura do remanescente (4.6-7) – veremos agora; F. O futuro domínio de Sião (4.8) – veremos agora; G. A aflição de Sião e
a salvação futura (4.9-13) – veremos
agora; H. O soberano messiânico (5.1-6); I. O reinado futuro do
remanescente (5.7-9); e, J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15).
D. Sião será exaltada (4.1-5).
Dos versos de 1 ao 5, veremos Sião sendo
exaltada. Miquéias anunciou que o exílio após a destruição de Jerusalém levaria
a uma grande restauração da cidade e do seu povo.
O oráculo tem três partes:
(1)Uma
introdução dizendo que a visão era para "os últimos dias" (vs. 1).
(2)Uma
parte principal que consiste da visão de Sião estabelecida no cume dos montes
(vs. 1) e as nações "afluindo" (vs. 1) para ela a fim de conhecer a
lei (vs. 2a) e uma reflexão de que o mundo seria pacificado uma vez que a lei
saiu do Monte Sião (vs. 2b-4a).
(3)Uma
conclusão incluindo a fórmula profética de que Deus gerou o oráculo (vs. 4b) e
uma resposta litúrgica do povo com a indicação de que tinham a intenção de
obedecer à lei até que a profecia seja cumprida (vs. 5).
O versículo começa com a expressão “Nos
últimos dias”. Uma expressão que aponta para uma nova época que começaria após
o povo de Deus ter sido restaurado do exílio.
A terminologia é derivada de Dt 4.30 “Quando estiverdes em angústia, e todas estas
coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e
ouvirás a sua voz.”, onde Moisés descreveu o cenário do pecado, exílio e
restauração nos últimos dias.
O Novo Testamento ensina que os últimos
dias começaram na primeira vinda de Cristo (At 2.7; Hb 1.2) e se cumprirão no
novo céu e nova terra (Ap 21-22)[1].
Estando nós no século XXI, em 2015, cremos
que os últimos dias estão de fato chegando ao seu clímax: a volta do Senhor
Jesus Cristo!
Juntamente com outros profetas do Antigo
Testamento, Miquéias acreditava que a cidade e o templo seriam reconstruídos
após o exílio, mas o Novo Testamento explica que a maneira como o reino de Deus
veio em Cristo mudou essa expectativa.
·Cristo
incorpora o templo (Jo 2.19,22).
·A
igreja é o templo (1 Co 3 16-17).
·Quando
Cristo retornar, toda a criação será o lugar de habitação da presença especial
de Deus (Ap 21.22-26).
Os deuses pagãos tinham montanhas sagradas
com templos. Ao ser elevado acima deles, Deus, associado ao Monte Sião, seria
estabelecido como o verdadeiro Deus entre as nações.
Miquéias expressa nos versos de 1 a 4 como
seria isso, nos últimos dias:
·O
monte do templo do Senhor seria estabelecido como o principal entre os montes.
·Ele
se elevaria acima das colinas, e os povos a ele acorreriam.
·Muitas
nações viriam, dizendo: "Venham, subamos ao monte do Senhor, ao templo do
Deus de Jacó.
·Ele
nos ensinaria os seus caminhos, para que pudéssemos andar nas suas
veredas".
·A
lei viria de Sião, a palavra do Senhor, de Jerusalém.
·Ele
julgaria entre muitos povos e resolveria contendas entre nações poderosas e
distantes.
·Das
suas espadas, fariam arados, e das suas lanças, foices.
·Nenhuma
nação ergueria a espada contra outra, e não aprenderiam mais a guerra.
·Todo
homem poderia sentar-se debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e
ninguém os incomodaria, pois assim falou o Senhor dos Exércitos.
O fato era que cada nação andava à sua
maneira, conforme os seus deuses que não são deuses e continuarão a andar
assim, no entanto, o povo de Deus seria diferente e andaria no nome do Senhor,
nosso Deus para sempre – vs. 5.
E. A força futura do remanescente (4.6-7).
Nos versos 6 e 7, veremos a força futura do
remanescente. Destruição e exílio enfraqueceriam o remanescente, mas ele seria
fortalecido quando a restauração ocorresse.
Ao se referir a esse tempo, ele usa a
expressão “Naquele dia” – vs. 6. Provavelmente "o dia do SENHOR", o
dia no qual Deus intervém para estabelecer o seu reino sobre os seus inimigos e
abençoar o seu povo com a vitória. A promessa envolve os remanescentes
envolvendo os que tropeçavam e estavam dispersos.
Deles, ele faria uma nação forte. Esse
restante de 2.12 que sobreviveu à invasão de Senaqueribe também sobreviveria ao
exílio babilônio.
Essa poderosa nação ou nação forte seria
formada por aqueles que retornaram do exílio em 539 a.C. e que nunca
experimentaram esse fortalecimento, pois continuaram em pecado. Quando Cristo
veio, no entanto, ele estabeleceu sua igreja como uma nação invencível (Mt
16.18; Pe 2.9-10).
Esse é um mistério incrível que os judeus
até hoje não perceberam entre Deus, Cristo e a igreja. O seu povo agora não é
mais aquele povo que somente lhe deu trabalho e foi reprovado por ter
crucificado o Messias e estar até hoje aguardando outro, mas o seu povo atual é
a igreja, o seu corpo.
E. O futuro domínio de Sião (4.8).
No verso 8, vemos que o domínio será de
Sião. Miquéias previu que Jerusalém se tornaria uma torre fortificada após o
exílio, mas o pecado contínuo daqueles que haviam retornado adiou a conclusão
dessa promessa até que se cumpra o reino de Cristo na descida da celestial
Jerusalém no novo céu e na nova terra (Ap 21.1-2).
Cremos que pelos sinais que se veem, esse
dia se aproxima de forma veloz.
G. A aflição de Sião e a salvação futura (4.9-13).
Dos versos de 9 a 13, concluindo este
capítulo, veremos a aflição de Sião e sua salvação futura.
Conforme a BEG, Miquéias reconheceu a dor
que os habitantes de Jerusalém iriam experimentar na destruição e no exílio que
estavam por vir, mas ele os assegurou de que a salvação viria em seguida.
Esse oráculo descreve o plano de Deus para
a atual aflição de Israel (o "agora" nos vs. 9,11: para trazer
salvação gloriosa - do exílio babilônio para a libertação (vs. 9-12).
No verso 9, o seu conselheiro morreu e a
dor é muito forte, como a mulher em trabalho de parto. Isso indicava que Jerusalém
seria abandonada, sem um rei. É possível que Miquéias tivesse em mente o Senhor
como o Rei que abandonaria a cidade.
Da aflição presente, como a mulher que está
para dar a luz, o remanescente, em Sião, daria a luz à uma nova era onde
deixaria os seus muros para habitar em campo aberto – vs. 10.
Claramente então é dito que ele iria para a
Babilônia. Não deveria surpreender o fato de Miquéias ter antecipado um exílio
para a Babilônia. Isaías anunciou a Ezequias que os tesouros de Jerusalém
seriam levados para a Babilônia devido à infidelidade a Deus (Is 39.5-7).
Uma vez que a ameaça assíria foi evitada,
Miquéias focou seus julgamentos proféticos na ameaça do exílio babilônio ou
seus oráculos que originalmente tinham foco na Assíria foram reaplicados a essa
nova ameaça.
»MIQUÉIAS [4]
Mq 4:1 Mas
nos últimos dias acontecerá
que o monte da casa do Senhor será estabelecido
como o mais alto dos montes,
e se exalçará sobre os outeiros,
e a ele concorram os povos.
Mq 4:2 E irão muitas nações, e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do Senhor,
e à casa do Deus de Jacó,
para que nos ensine os seus caminhos,
de sorte que andemos nas suas veredas;
porque de Sião sairá a lei,
e de Jerusalém a palavra do Senhor.
Mq 4:3 E julgará entre muitos povos,
e arbitrará entre nações poderosas e longínquas;
e converterão as suas espadas em relhas de arado,
e as suas lanças em podadeiras;
uma nação não levantará a espada contra outra nação,
nem aprenderão mais a guerra.
Mq 4:4 Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua
videira,
e debaixo da sua figueira,
e não haverá quem os espante,
porque a boca do Senhor dos exércitos o disse.
Mq 4:5 Pois todos os povos andam,
cada um em nome do seu deus;
mas nós andaremos para todo o sempre
em o nome do Senhor nosso Deus.
Mq 4:6 Naquele dia, diz o Senhor,
congregarei a que coxeava,
e recolherei a que tinha sido expulsa,
e a que eu afligi.
Mq 4:7 E da que coxeava farei um resto,
e da que tinha sido arrojada para longe,
uma nação poderosa;
e o Senhor reinará sobre eles no monte Sião,
desde agora e para sempre.
Mq 4:8 E a ti, ó torre do rebanho,
outeiro da filha de Sião, a ti virá, sim,
a ti virá o primeiro domínio,
o reino da filha de Jerusalém.
Mq 4:9 E agora, por que fazes tão grande pranto?
Não há em ti rei? pereceu o teu conselheiro,
de modo que se apoderaram de ti dores,
como da que está de parto,
Mq 4:10 Sofre dores e trabalha,
ó filha de Sião, como a que está de parto;
porque agora sairás da cidade,
e morarás no campo,
e virás até Babilônia.
Ali, porém serás livrada;
ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos.
Mq 4:11 Agora se congregaram muitas nações contra ti,
que dizem:
Seja ela profanada,
e vejam o nossos olhos o seu desejo sobre Sião.
Mq 4:12 Mas, não sabem os pensamentos do Senhor, n
em entendem o seu conselho;
porque as ajuntou como gavelas para dentro da eira.
Mq 4:13 Levanta-te, e debulha, ó filha de Sião,
porque eu farei de ferro o teu chifre,
e de bronze as tuas unhas;
e esmiuçarás a muitos povos;
e dedicarás o seu ganho ao Senhor,
e os seus bens ao Senhor de toda a terra.
As outras nações exultariam exclamando que
Sião seria profanada diante dos seus olhos sem entenderem que isso mesmo vinha
do Senhor e que era seu plano e propósito. O Senhor estava juntando os feixes
para a sua eira onde ocorreria o preparo do seu povo para uma nova era.
A promessa estava sendo dada a Sião que
levantaria e debulharia as outras nações na eira do Senhor e consagraria ao
Senhor todos os ganhos ilícitos delas e as suas riquezas todas seriam entregues
ao Soberano Deus de toda a terra – vs. 13.
Tem sido edificante para mim os estudos do irmão Daniel.
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