Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a
fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e
superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 5/13.
Breve
síntese do capítulo 5.
Entre os homens! Sim, é entre os homens a escolha de Deus! O próprio
homem foi constituído por Deus a favor dos homens para oferecer tanto dons como
sacrifícios pelos pecados porque ele somente é capaz de condoer-se dos
ignorantes, dos que erram, pois que também ele está rodeado dessas coisas.
E dentre os homens, a escolha do sacerdote é de Deus porque ninguém toma
essa honra para si de si mesmo. O chamado é de Deus! Ano após ano ia o
sacerdote chamado e escolhido oferecer os sacrifícios necessários. No entanto,
este era pecador e o procedimento tinha de ser repetido e era cheio de rituais.
Essa era uma forma que o Espírito Santo apontava para os homens que
haveria de vir um homem especial, o messias, aquele que iria ser o sumo
sacerdote escolhido e chamado para salvar os homens de seus pecados.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28) - continuação.
Como dissemos, o eterno sumo sacerdócio de
Cristo é muito superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua
família. Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos
que Cristo é superior a Arão.
Para isso, dividimos essa parte III em 4
seções, conforme a BEG: A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – concluiremos agora; B. Exortação à
maturidade espiritual (5.11-6.12) – começaremos
a ver agora; C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D.
Um sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10).
Dos vs. 4.14 ao 5.10, veremos que Cristo é
o eterno sumo sacerdote. O autor explicou que Jesus superou em muito os
sacerdotes do Antigo Testamento de diversas maneiras.
Assim como no Antigo Testamento os
sacerdotes eram identificados com o povo fraco e falho, os quais representavam
(vs. 1-3) e serviam quando chamados por Deus (vs. 4), do mesmo modo Cristo se
tornou sumo sacerdote a chamado do Pai (vs. 5-6) e foi identificado com o seu
povo por meio do sofrimento (vs. 7-10).
A expressão "dons e sacrifícios"
inclui diversos tipos diferentes de oferta que eram feitas pelos sacerdotes do
Antigo Testamento (8.3; veja também Lv 1-7). Mas o principal interesse aqui São
os sacrifícios que eram oferecidos pelos pecados.
O sumo sacerdote era escolhido entre os
homens, por Deus, e ele os representavam em questões relacionadas com Deus para
poderem apresentar ofertas e sacrifícios pelos pecados.
A fraqueza do sumo sacerdote no Antigo Testamento
diante de suas próprias tentações forçava-o a moderar a sua indignação pelos
pecados dos outros e a "condoer-se" deles.
Assim, sua misericórdia pode ter sido
parecida com a grande compaixão de Jesus. Sem ter sucumbido à tentação (4.15),
Jesus ainda se identifica totalmente com as lutas do seu povo, dos ignorantes e
dos que erram.
A lei mosaica (Nm 15.27-31) fazia distinção
entre o pecado cometido por fraqueza e ignorância e o pecado cometido em
desafio à autoridade do Senhor (10.26-27).
Diferente de Cristo, nosso sumo sacerdote
sem pecado (4.15; 7.26), o sumo sacerdote do Antigo Testamento tinha necessidade
de reconciliação e perdão (7.27; 9.7; Lv 1611).
E assim, ninguém poderia tomar essa honra
para si, mas teria de ser chamado por Deus para isso, como aconteceu com Arão.
O chamado inicial de Arão (Ex 28.1) foi confirmado pelo florescimento do seu
bordão (Mn 17.1-10; veja Hb 9.4) em resposta ao desafio de Corá, Datã e Abirão
(Nm 16).
O privilégio sacerdotal de poder se
aproximar de Deus era somente mediante o convite, mediado pelo descendente
genealógico dos sacerdotes levitas no Antigo Testamento, mas basicamente estabelecido
pelo juramento divino a Jesus o Filho (7.11-28).
Da mesma forma, Cristo não tomou para si a
glória de se tornar sumo sacerdote, mas Deus lhe disse: "Tu és meu Filho;
eu hoje te gerei" – vs. 5 - e será sacerdote para sempre, segundo a ordem
de Melquisedeque. Uma citação de SI 110.4.
Essa figura misteriosa é mencionada somente
duas vezes no Antigo Testamento (Gn 14.18; SI 110.4). A associação da frase
"sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" com as
palavras "meu Filho" (1.5) mostra que Melquisedeque foi tanto rei
quanto sacerdote.
Do seu modo único e incomparável, Jesus
também é tanto rei como sacerdote.
Durante os seus dias de vida aqui na terra,
Jesus ofereceu orações e súplicas, com forte clamor e lágrimas. A angústia de
Jesus pela expectativa da cruz (Mc 14.33-36; Jo 12.27) demonstra que ele não é
indiferente à fraqueza e aos temores que nos intimidam.
Ele foi bem sucedido em seu clamor em alta
voz e com lágrimas por causa de sua reverente submissão. Os salmistas louvavam
a Deus pelo fato de ele ouvir seus gritos de angústia (SI 22.24; 30.23; 116.1).
O apelo de Jesus para que fosse livrado da
morte foi respondido não pelo seu livramento da provação da cruz, mas pela
ressurreição. A forma como Deus nos responde é curiosa, nem sempre
correspondente ao nosso pedido na sua forma, mas no seu resultado.
Embora sendo Filho, aprendeu a obediência.
Embora inteiramente livre do pecado (4.15), a luta de Jesus contra a tentação
era real (2.18). Tendo vindo ao mundo para fazer a vontade do Pai (10.7), Jesus
Cristo superou cada dificuldade progressivamente mais difícil que desafiava a
sua integridade.
Essas provações culminaram na sua
humilhante e dolorosa morte na cruz (Fp 2.8). Essa vida de aprender obediência
compensou a desobediência de Adão (Rm 5.19) e capacitou Cristo a servir como
nosso eterno sumo sacerdote (2.17-18; 4.15).
Por isso, pode ser aperfeiçoado. Isso não
significa que Jesus finalmente se tornou sem pecado, mas que ele concluiu o
curso de sofrimento que lhe foi apresentado, incluindo a sua morte sacrifical.
Tendo feito isso, ele estava, então,
"perfeito" ou "completamente habilitado" para servir como o
único sumo sacerdote efetivo, salvação eterna. Jesus vive para sempre para
interceder como nosso sumo sacerdote (7.24-25) sendo designado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque – vs. 10.
B. Exortação à maturidade espiritual (5.11-6.12).
Dos vs. 5.11 ao 6.12, o autor de Hebreus
nos exorta à maturidade espiritual. O ministério sacerdotal de Cristo após a
ordem de Melquisedeque era "difícil de explicar" (5.11) por causa da
imaturidade dos leitores. O autor, no entanto, estimulou seus leitores a
deixar-se "levar para o que é perfeito" (6.1).
Havia muito a ser dito e explicado, mas o
povo tinha se tornado tardio em ouvir. A palavra grega traduzida aqui como
"tardio" foi traduzida como "indolente" em 6.12, sugerindo
que o perigo da indolência estava sendo considerado ao longo de toda essa
seção.
De fato, embora a esta altura já devessem
ser mestres, eles precisavam de alguém que lhes ensinasse novamente os
princípios elementares dos oráculos de Deus. Essas verdades estão listadas em
6.1-2.
Por isso, somente poderiam tomar leite e
não, ainda, alimento sólido. Embora o leite seja nutritivo para as crianças
(1Pe 2.2), o autor queria que seus leitores se tornassem cristãos maduros para
os quais o alimento sólido é apropriado (1Co 3.1-2).
A maturidade que é necessária para
compreender o ministério sacerdotal de Cristo não inclui somente sofisticação
intelectual, mas também discernimento espiritual originado da obediência
consistente à vontade revelada de Deus (Fp 1.9-11).
Hb 5:1 Porque todo sumo sacerdote,
sendo tomado dentre os homens,
é constituído nas coisas
concernentes a Deus,
a favor dos homens,
para oferecer tanto dons
como sacrifícios pelos
pecados,
Hb 5:2 e é capaz de
condoer-se dos ignorantes
e dos que erram, pois também ele mesmo está
rodeado de fraquezas.
Hb 5:3 E, por esta razão,
deve oferecer sacrifícios pelos pecados,
tanto do povo como de si
mesmo.
Hb 5:4 Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo,
senão quando chamado por Deus,
como aconteceu com Arão.
Hb 5:5 Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou
para se tornar sumo sacerdote,
mas o glorificou aquele que
lhe disse:
Tu és meu Filho,
eu hoje te gerei;
Hb 5:6 como em outro lugar também diz:
Tu és sacerdote para
sempre,
segundo a ordem de
Melquisedeque.
Hb 5:7 Ele, Jesus, nos dias da sua carne,
tendo oferecido,
com forte clamor e
lágrimas,
orações e súplicas
a quem o podia livrar da
morte
e tendo sido ouvido
por causa da sua piedade,
Hb 5:8 embora sendo Filho,
aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu
Hb 5:9 e, tendo sido aperfeiçoado,
tornou-se o Autor da salvação
eterna
para todos os que lhe
obedecem,
Hb 5:10 tendo sido nomeado
por Deus
sumo sacerdote,
segundo a ordem de
Melquisedeque.
Hb 5:11 A esse respeito
temos muitas coisas que dizer
e difíceis de explicar,
porquanto vos tendes
tornado tardios em ouvir.
Hb 5:12 Pois, com efeito,
quando devíeis ser mestres,
atendendo ao tempo
decorrido,
tendes, novamente, necessidade de alguém que vos
ensine,
de novo, quais são os princípios elementares
dos oráculos de Deus;
assim, vos tornastes
como necessitados de leite
e não de alimento sólido.
Hb 5:13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite
é inexperiente na palavra da justiça,
porque é criança.
Hb 5:14 Mas o alimento sólido
é para os adultos,
para aqueles que,
pela prática,
têm as suas faculdades
exercitadas
para discernir
não somente o bem,
mas também o mal.
O autor de Hebreus introduz um
homem, Cristo, como o sumo sacerdote escolhido, chamado, nomeado por Deus
segundo a ordem de Melquisedeque. Ele ainda diz que nos dia de sua carne:
·Ofereceu
com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas.
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