Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na
terceira e última parte “III”, na seção “A”, na subseção “4”, no capítulo 35. O
livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·Os
oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação
do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·Uma
seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição
de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última parte
de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras
bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA
JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35).
A. A queda e a restauração de
Judá (33.1-39.29).
Recapitulando, nós falamos que do capítulo
33 até ao capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá a qual
foi dividia em oito seções principais, que estão sendo nossas subdivisões: 1.
Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33)
– já vimos; 3. Pastores do passado e
do futuro (34.1-31) – já vimos; 4. A
condenação de Edom (35.1-15) – veremos
agora; 5. Urna profecia aos montes de Israel (36.1-38); 6. A ressurreição
dos ossos secos (37.1-14); 7. Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28); e,
8. Vitória na batalha futura (38.1-39.29).
4. A condenação de Edom (35.1-15).
Este capítulo falará da condenação de Edom.
Veremos um oráculo contra o monte Seir, isto é, Edom (Gn 32.3 36.8-9; Nm 24.18;
2Cr 20.2,10; 25,14). Novamente veio ao filho do homem a palavra do Senhor para
ele dirigir o seu rosto contra o monte Seir e profetizar contra ele.
O monte Seir é um nome usado como sinónimo
para Edom. Edom ficava localizado junto à margem da terra arável a sudeste do
mar Morto. Seir era a cadeia de montanhas mais importante do país (35.15; Gn 32.3;
26.8,9; Dt 2.8; Jz 5.4; 2Cr 20.10,22-23; 25.14).
Dos versos de 3 ao 8, Ezequiel, falando
pelo Senhor os exorta da gravidade de seus erros que iam se acumulando e que em
consequência, o Senhor faria vir sobre eles terrível juízo. Deus faria desertas
as suas cidades, as assolaria e saberiam quem é o Senhor – vs. 4.
Eles estavam guardando perpetua inimizade,
entregando os filhos de Israel ao poder da espada no tempo da calamidade deles,
nos tempos do seu castigo final, por isso o Senhor chega a jurar por si mesmo
que os preparará para o sangue e este os perseguirá.
Do monte Seir faria Deus uma grande
assolação, um espanto e exterminaria dele todo o que nele passasse e que por
ele voltasse e assim encheria os seus montes com os seus mortos, nos outeiros,
nos seus vales e em todas as suas correntes de água, cairiam os seus mortos à
espada.
As suas desolações seriam perpétuas e não
seriam mais habitadas as suas cidades, então, neste exato momento, saberiam que
o Senhor é Deus – vs. 9.
Contrastando o vs. 10, com Dt 2.2-8, veremos
que Israel fora proibido de tomar o território de Edom porque Deus o havia dado
aos descendentes de Esaú, mas aqui, Esaú estava tendo a pretensão de tomar os
dois povos do Senhor, Israel e Judá, mesmo sabendo que Deus estava ali.
Em função disso, o Senhor tomou as dores de
Israel e Judá e se irou contra Edom e sua arrogância em querer subjugá-los. O
Senhor haveria de proceder contra eles na mesma intensidade do ódio deles e da
inveja que se desbotava.
Quando isso fosse acontecer, o Senhor daria
a se conhecer a Israel e Judá enquanto eles iam sendo julgados pelo Senhor.
Somente aqui é que virão a saber que o Senhor é Deus, quando não houvesse mais
jeito algum de voltar atrás.
O Senhor não é surdo e está atento a tudo.
Ele ouviu as blasfêmias deles que proferiram contra os montes de Israel dizendo
que já estavam em suas mãos e que agora iriam ser pasto deles. Engrandeceram-se
com suas bocas e o Senhor os ouviu e os julgou.
Edom seria assolada terrivelmente porque
riram e se alegraram contra Israel que foi desolada. O Senhor haveria de fazer
de Edom uma grande desolação e assolação. E novamente diz que eles saberão que
é o Senhor quando tudo isso acontecesse – vs. 15.
Vejamos um pouco mais sobre Edom, sua
localização antiga e atual.
Em
Gênesis 36, a Bíblia nos relata que Esaú separou-se de seu irmão Jacó e habitou
com sua família na montanha de Seir.
Seir
era um Horeu da tribo dos Horeus, que
habitavam a região sul do Mar Morto. O Monte Seir, que significa áspero, é uma
cordilheira que se estende desde o sul do Mar Morto até o braço oriental do Mar
Vermelho. Tem 160 km de comprimento por 32 km de largura. Sua altura média está
a 600 metros acima do nível do mar. As suas rampas e vales foram primitivamente
habitados pelos Horeus. Depois que Esaú chegou a este terra, ele deu origem a
nação de Edom. Hoje, essa região pertence à Jordânia, e sua principal cidade é
Petra, uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Edom
é o outro nome de Esaú, e significa Vermelho, pelo motivo da cor vermelha da
sopa de lentilhas, pela qual ele vendeu a Jacó o seu direito de primogenitura. Edom primitivamente se chamava "Monte
Seir" e era habitado pelos Horeus. É uma região de profundos vales e de
férteis planícies, com um clima magnífico, mas o aspecto geral do país é áspero
e inculto. No Novo Testamento, Edom era conhecida como Iduméia, e seus
habitantes eram os Idumeus. Os Idumeus eram um povo guerreiro, habitantes das
cavernas, como tinham sido os Horeus, a quem eles haviam afugentados daqueles
sítios, sendo além disso idólatras. Eles recusaram aos hebreus a passagem pelo
seu território e foram acusados de inveterado ódio para com o povo israelita.
Em
tempos posteriores, o território de
Edom (ou Iduméia) estendia-se desde o deserto da Arábia até o Mediterrâneo. Era
Bozra (Bezer) a capital, mas a principal fortaleza era Petra (Sela).
As
palavras dos profetas foram completamente cumpridas - "Edom se fará um
deserto abandonado" (Jr 49.17; Jl 3.19). É hoje de tal sorte o deserto de
Edom, que a gente se espanta, e pergunta como é que uma região tão estéril e
acidentada pôde, em tempos antigos, ser adornada de cidades e habitada por um
poderoso e opulento povo. O seu atual aspecto devia desmentir a sua história,
se essa história não fosse confirmada por muitos vestígios de sua primitiva
grandeza, pelos sinais de uma antiga cultura, isto é, pelas ruínas de cidades e
fortificações, vendo-se ainda também os restos de muralhas e de estradas
empedradas.[1]
Ez 35:1 Veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
Ez 35:2 Filho
do homem, dirige o teu rosto contra o monte Seir,
e
profetiza contra ele.
Ez 35:3 E dize-lhe:
Assim diz o
Senhor Deus:
Eis
que eu estou contra ti, ó monte Seir,
e
estenderei a minha mão contra ti,
e
te tornarei em desolação e espanto.
Ez 35:4 Farei
desertas as tuas cidades, e tu serás assolado;
e
saberás que eu sou o Senhor.
Ez 35:5 Pois
que guardaste perpétua inimizade,
e
entregaste os filhos de Israel ao poder da espada
no
tempo da sua calamidade,
no
tempo do castigo final;
Ez 35:6 por
isso vivo eu, diz o Senhor Deus,
que
te prepararei para sangue,
e
o sangue te perseguirá;
visto que não
aborreceste o sangue,
por
isso o sangue te perseguirá.
Ez 35:7 Farei
do monte Seir um espanto e uma desolação,
e
exterminarei dele o que por ele passar,
e
o que por ele voltar;
Ez 35:8 e
encherei os seus montes dos seus mortos;
nos
teus outeiros, e nos teus vales,
e
em todas as tuas correntes d'água cairão
os
mortos à espada.
Ez 35:9 Em
desolações perpétuas te porei,
e
não serão habitadas as tuas cidades.
Então
sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 35:10
Visto como dizes:
Estes
dois povos e estas duas terras serão meus,
e
havemos de possuí-los,
sendo
que o Senhor se achava ali;
Ez 35:11
portanto, vivo eu, diz o Senhor Deus,
que
procederei conforme a tua ira,
e
conforme a tua inveja, de que usaste,
no
teu ódio contra eles;
e
me darei a conhecer entre eles, quando eu te julgar.
Ez 35:12 E
saberás que eu, o Senhor,
ouvi
todas as tuas blasfêmias,
que
proferiste contra os montes de Israel, dizendo:
Já estão
assolados, a nós nos são entregues por pasto.
Ez 35:13 Vós
vos engrandecestes contra mim com a vossa boca,
e
multiplicastes as vossas palavras contra mim.
Eu
o ouvi.
Ez 35:14 Assim diz o Senhor Deus:
Quando a terra
toda se alegrar, a ti te farei uma desolação.
Ez 35:15 Como
te alegraste com a herança da casa de Israel,
porque
foi assolada, assim eu te farei a ti:
assolado
serás, ó monte Seir, e todo o Edom,
sim,
todo ele;
e
saberão que eu sou o Senhor.
Os povos pecam, passam dos limites, abusam
da confiança e da oportunidade, não se arrependem, mesmo sabendo que o Senhor
existe e que é fiel e julga todas as coisas. Preferem acreditar que tudo irá
dar certo ao final, mesmo sendo os meios e os fins malévolos.
Na verdade, não se importam e desprezam o
Senhor que não esquece e que a cada um retribui conforme as suas obras.
Parece-me que a falta de punição tempestiva favorece um andar leviano ou revela
a verdadeira natureza maligna de todos nós.
Todos iremos nos dobrar diante do Senhor,
pena que tardiamente quando não houver mais jeito, nem oportunidade – “e saberão que eu sou o Senhor quando...”.
No entanto, há ainda tempo e o dia de se arrepender se chama hoje! (Hb 3.7).
Vai desprezar novamente? Melhor, não.
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3 comentários:
muito bom o texto, obrigado por nos abençoar! Glória a Jesus Eternamento!
AMÉM ; GOSTEI MUITO E ME EDIFICOU MUITO BOM ENSINAMENTO
Maravilhoso estudo, glórias a Jesus :)
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