segunda-feira, 15 de junho de 2015
segunda-feira, junho 15, 2015
Jamais Desista
Joel 3 1-21 - JULGAMENTO E BÊNÇÃOS FINAIS - A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
Como já dissemos, o livro de Joel é um
livro que possui dois temas teológicos centrais: o conceito do "Dia do
SENHOR" que está associado a um dia de julgamento contra o próprio povo de
Deus e o arrependimento.
III. RESPOSTAS DIVINAS AO ARREPENDIMENTO (2.18 3.21) - continuação.
Como já falamos, nessa parte III, que é a
última deste livro, estamos vendo que Deus respondeu ao arrependimento do seu
povo com promessas de julgamento final de seus inimigos e com bênçãos para o
seu povo arrependido. São as respostas divinas ao arrependimento.
O Senhor, o Deus da aliança, prometeu
renovar a terra e seu povo à medida que este respondesse em arrependimento às
crises de 1.2-2.17.
A renovação redentora do povo de Deus
culminará um dia na devastação final dos inimigos de Sião e na derradeira exaltação
da própria Sião.
Esses capítulos foram divididos em duas
seções: A. A promessa de Deus de renovação (2.18-32) – já vimos - e B. Julgamento e bênção finais (3.1-21) – concluiremos agora.
B. Julgamento e bênção finais (3.1-21).
Os vinte um versículos deste capítulo
tratarão de bênçãos e julgamento finais. A resposta de Deus às crises do seu
povo terá o seu clímax no Dia do Senhor, um dia no qual Deus julgará todos os
seus inimigos (vs. 1-17) e abençoará o seu povo para sempre (vs. 18-21). Assim,
nossa divisão será a seguinte: 1. O julgamento das nações (3.1-16) e 2. Bênçãos
para o povo de Deus (3.17-21).
1. O julgamento das nações (3.1-16).
O iminente Dia do Senhor incluirá julgamento
contra as nações que se rebelaram contra Deus e perturbaram o seu povo.
Começa-se o capítulo com a expressão naqueles
dias e naquele tempo. Sinônimo de "naquele momento", essa frase marca
o início de mais uma série de promessas para o povo de Deus (Jr 33.15; 50.4,20),
onde o Senhor mudará a sorte deles que também pode ser interpretado como
"trarei de volta do cativeiro" (veja Jr 29.14).
A restauração também incluiria o julgamento
dos inimigos de Israel ("todas as nações") por todas as injustiças
contra o povo de Deus e contra a terra.
As nações seriam ajuntadas e Deus as faria
descer ao vale de Josafá, também conhecido como o "vale da Decisão"
mencionado no vs. 14. O nome significa "o SENHOR julga" e é um
símbolo do que estava para acontecer no Dia do Senhor. Não se trata de menção a
um vale específico, mas seria ali que o Senhor entraria em juízo contra elas.
Isso porque o seu povo e a sua herança
havia disso espalhado e repartido entre eles e também, depois de os prisioneiros
terem lançado sortes (Ob 11; Na 3.10), as crianças indefesas foram negociadas e
vendidas para propósitos de libertinagem (Am 2.6).
Logo depois da deportação do povo, a terra
foi redistribuída entre os conquistadores. A referência histórica não é clara –
nos diz a BEG -, podendo referir-se até mesmo a pequenas deportações envolvendo
guerras de fronteira (p. ex., Am 1.9-10).
A acusação legal contra Tiro e Sidom (isto
é, a parte costeira da Fenícia) e as regiões da Filistia (isto é, a parte
costeira da Palestina; Js 13.2,3) refere-se ao seu envolvimento na captura e no
tráfico de israelitas como prisioneiros de guerra. As duas regiões venderam
israelitas como escravos para os gregos (vs. 6) e para Edom (Am 1.6,9).
A prata e o ouro da Terra Prometida, assim
como seus habitantes, pertenciam ao Senhor (Ag 2.8) e Tiro e Sidom haviam se
enriquecido desse comércio ilegal.
Os judaitas vendidos aos gregos estavam tão
longe de casa que era praticamente impossível localizá-los ou fazer a viagem
para comprar a liberdade deles e mandá-los de volta para a Terra Prometida.
No entanto, Deus agiria de forma
espetacular realizando o grande milagre de trazê-los de volta à terra e o povo
de Deus restaurado haveria de agir como mediador da punição de Tiro, Sidom e da
Filístia.
Em retribuição ao que fizeram, cairiam nas
mãos dos judeus que não teriam piedade deles e semelhantemente venderiam seus
filhos e filhas aos sabeus, mercadores da distante terra de Sabá (1 Rs 10.1-13;
Jr 6.20). Isso viria do Senhor e quem poderia mudar? – vs. 8.
De modo amargamente irônico – nos ensina a
BEG -, Joel convidou à batalha aquelas nações que seriam derrotadas pelo
Senhor.
Eles deveriam forjar dos seus arados, espadas;
e de suas foices, fazerem lanças. Depois dizerem ao fraco: "Sou um
guerreiro!" – é interessante observar o contraste com Is 2.4; Mq 4.3 que
fala justamente o contrário.
O lugar da grande batalha seria o vale de
Josafá que é explicado no vs. 12, o verso seguinte, que diz que as nações
deveriam se despertar e avançar para o vale de Josafá, pois ali Deus se sentará
para julgar todas as nações vizinhas.
Conforme a BEG, tal como o grão pronto para
ser segado (Is 17.5) e como as uvas a serem prensadas (Is 63.3), as nações
extremamente pecadoras estavam prontas para serem colhidas (cf. Ap
14.15,18,20).
O lagar estava cheio e os seus
compartimentos transbordavam. O lagar cheio e os compartimentos transbordantes
enfatizam o tamanho da impiedade das nações reunidas no vale para serem
julgadas.
Eram multidões e multidões no vale da
Decisão, pois estava perto o Dia do Senhor. A iminência do grande Dia do
Senhor, um dia quando ele trará vingança sobre as nações, é mais uma vez
enfatizada (1.15; 2.1). O vale de Josafá é agora identificado como o vale da
Decisão, o lugar onde o julgamento do Senhor será exercido sobre as multidões.
A natureza responderá ao aparecimento do
Senhor no dia do julgamento (2.10,31; Am 5.18). A linguagem cósmica normalmente
figurada representa acontecimentos de importância nacional; porém, no dia final
do Senhor, o próprio universo será realmente destruído e recriado (2Pe 3.7-12;
Ap 21.1).
·
O
sol e a lua escurecerão.
·
As
estrelas já não brilharão.
·
O
Senhor rugirá de Sião.
·
De
Jerusalém, levantará a sua voz.
·
A
terra e o céu tremerão. A terra e o céu tremem diante da poderosa voz do Senhor
(SI 29.3-9; Jr 25.30; Am 1.2).
·
Mas
o Senhor será um refúgio para o seu povo.
·
E
também uma fortaleza para Israel.
Compare com os textos em Mateus 24.29; Marcos
13.24; Lucas 21.25,26. Vejamos, por exemplo, Mateus 24:29 que diz que imediatamente
após a tribulação daqueles dias:
·
O
sol escurecerá.
·
A
lua não dará a sua luz.
·
As
estrelas cairão do céu.
·
Os
poderes celestes serão abalados.
No meio das extraordinárias manifestações
da ira do Senhor contra as nações, Deus protegerá o povo da aliança (SI 46.1;
Is 25.4), sendo para eles um refúgio e uma fortaleza – vs. 16.
2. Bênçãos para o povo de Deus (3.17-21).
Até o final do livro, agora veremos as bênçãos
para o povo de Deus. Embora as nações sejam julgadas, o povo de Deus,
arrependido, será abençoado para sempre no Dia do Senhor. E quanto aos que não
se arrependerem? Somente restará para eles o mesmo juízo das nações.
Por isso que o escritor de Hebreus exorta o
povo a entrar e a se esforçar por entrar no descanso de Deus para não serem
achados no engano da incredulidade. “Procuremos,
pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência.” – Hb 4.11.
Uma das expressões favoritas de Ezequiel
aparece aqui também “saberão que eu sou o Senhor”. Em Ezequiel há cerca de 96
expressões dessas e sempre associadas ao juízo de Deus quando este não tinha
mais jeito de se evitar.
Aqui a expressão vem acompanhada com a explicação
de que o Senhor habita em Sião. A experiência de Judá quanto à proteção de Deus
– ele habitando conosco -, mesmo enquanto ele está irado, aprofundará a sua
noção da realidade da presença de Deus em seu meio, ou seja, em Sião, o santo
monte do Senhor (SI 46.4; Isa 8.18; 52.1-2; Zc 2.10; 8.3). O Novo Testamento
explica que essa promessa será finalmente cumprida nos novos céus e na nova
terra (Ap 21.3).
A cena final do drama – vs. 18 - é de
prosperidade e de bênçãos paradisíacas (cf. 2.19-26), como uma fonte da Casa do
SENHOR, como a nascente de um rio que dá vida (SI 46.4; Ez 47.1-12) e que rega
até mesmo o vale seco e estéril onde crescem as acácias. O Novo Testamento
prevê o cumprimento dessa profecia na volta de Cristo (Ap 22.1-2).
Pois eis que naqueles dias, e naquele tempo,
em que eu restaurar os exilados de Judá e de
Jerusalém,
2 congregarei todas as nações,
e as farei descer ao vale de Jeosafá;
e ali com elas entrarei em juízo,
por causa do
meu povo, e da minha herança, Israel,
a quem elas espalharam por entre as nações;
repartiram a minha terra,
3 e lançaram sortes sobre o meu povo;
deram um menino por uma meretriz,
e venderam uma menina por vinho, para beberem.
4 E também que tendes vós comigo,
Tiro e Sidom, e todas as regiões da Filístia?
Acaso quereis vingar-vos de mim?
Se assim vos quereis vingar,
bem depressa retribuirei o vosso feito
sobre a vossa cabeça.
5 Visto como levastes a minha prata e o meu ouro,
e os meus ricos tesouros metestes nos vossos templos;
6 também vendestes os filhos de Judá e os filhos de
Jerusalém
aos filhos dos gregos, para os apartar para longe
dos seus termos;
7 eis que eu os suscitarei do lugar para onde os
vendestes,
e retribuirei o vosso feito sobre a vossa cabeça;
8 pois venderei vossos filhos e vossas filhas
na mão dos filhos de Judá,
e estes os venderão aos sabeus, a uma nação remota,
porque o Senhor o disse.
9 Proclamai isto entre as nações:
Preparai a guerra, suscitai os valentes.
Cheguem-se todos os homens de guerra,
subam eles todos.
10 Forjai espadas das relhas dos vossos arados,
e lanças das vossas podadeiras; diga o fraco:
Eu sou forte.
11 Apressai-vos, e vinde,
todos os povos em redor, e ajuntai-vos; para ali, ó
Senhor,
faze descer os teus valentes.
12 Suscitem-se as nações, e subam ao vale de Jeosafá;
pois ali me assentarei, para julgar todas as nações em
redor.
13 Lançai a foice, porque já está madura a seara;
vinde, descei, porque o lagar está cheio,
os vasos dos lagares trasbordam,
porquanto a sua malícia é grande.
14 Multidões, multidões no vale da decisão!
porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão.
15 O sol e a lua escurecem,
e as estrelas retiram o seu resplendor.
16 E o Senhor brama de Sião, e de Jerusalém faz ouvir
a sua voz;
os céus e a terra tremem,
mas o Senhor é o refúgio do seu povo,
e a fortaleza dos filhos de Israel.
17 Assim vós sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus,
que habito em Sião, o meu santo monte;
Jerusalém será santa, e estranhos não mais passarão
por ela.
18 E naquele dia os montes destilarão mosto,
e os outeiros manarão leite,
e todos os ribeiros de Judá estarão cheios de águas;
e sairá uma fonte da casa do Senhor,
e regará o vale de Sitim.
19 O Egito se tornará uma desolação,
e Edom se fará um deserto assolado,
por causa da violência que fizeram
aos filhos de Judá,
em cuja terra derramaram sangue inocente.
20 Mas Judá será habitada para sempre,
e Jerusalém de geração em geração.
21 E purificarei o sangue que eu não tinha purificado;
porque o Senhor habita em Sião.
O Egito (1 Rs 14.25-26; 2Rs 23.29) e Edom
(Ob 9-14), inimigos históricos de Israel e, aqui, representação de todos os
inimigos de Israel, ficariam em ruínas após o julgamento.
Ao contrário de seus inimigos, Judá e Jerusalém
serão abençoadas e possuirão perpetuamente a Terra Prometida (Jr 17.25; Zc
12.6). A continuidade desse bendito arranjo corresponde ao ensino do Novo
Testamento sobre a vida eterna nos novos céus e na nova terra (Ap 21).
Joel deixa transparecer uma nota de
promessa e certeza ao relembrar a todos os ouvintes e leitores a soberania
eterna de Deus. Portanto, o povo da aliança de Deus deve prosseguir confiando
na sua fidelidade (SI 9.11-12).
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.