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domingo, 17 de janeiro de 2016

Gálatas 4 1-29 - OS FILHOS DA PROMESSA...

Como dissemos, Gálatas foi escrito para auxiliar os cristãos da Galácia a resistir aos falsos mestres que pregavam que só era salvo quem acrescentava à fé em Cristo, o mérito humano da obediência à lei. Estamos refletindo no capítulo 4/6.
Breve síntese do capítulo 4.
Veja a preocupação de Paulo com os crentes quando dizia que se angustiava até que Cristo fosse formado em cada um – vs. 19. Ele sentia dores de parto! O que é sentir dores de parto por almas que evangelizamos e anunciamos o evangelho? Você já sentiu dores de parto?
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. PROVAS TEOLÓGICAS (3.1-4.31) - continuação.
Estamos falando que vários argumentos teológicos apoiavam a afirmação de Paulo de que o seu evangelho da salvação pela fé, e não pelas obras, é o verdadeiro evangelho de Cristo.
Essa parte IV foi dividida, conforme a BEG: A. A experiência inicial (3.1-5) – já vimos; B. A fé de Abraão (3.6-4.11) – concluiremos agora; C. A experiência atual (4.12-20) – veremos agora; e, D. As esposas e os filhos de Abraão (4.21-37) – veremos agora.
B. A fé de Abraão (3.6-4.11) - continuação.
Como dissemos, dos vs. 3.6 ao 4.11, estamos vendo e analisando a fé de Abraão. O relato de Génesis sobre a fé de Abraão na promessa de Deus demonstra que o evangelho da fé de Paulo é fiel às Escrituras do Antigo Testamento.
Anteriormente, Paulo havia comparado a lei com uma prisão (3.23) e a um pedagogo (3.24). Agora, compara o papel preparatório da lei com o dos guardiões e tutores dos menores. O direito pleno reservado à criança que emancipa é a adoção de filho e o recebimento da herança filial.
Assim como as crianças eram sujeitas aos guardiães e administradores, éramos também nós sujeitos aos rudimentos do mundo. No grego, a frase pode se referir aos elementos básicos que compõem o mundo (no pensamento antigo: terra, ar, água e fogo).
Algumas vezes, esses elementos eram reverenciados como divindades que governavam o cosmos. Aqui, Paulo pode estar se referindo especialmente ao calendário sacro da lei, com suas estações determinadas pelos corpos celestes (cf. Cl 2.8,20-22). A lei sujeitava a vida ao controle desses "rudimentos".
Éramos sujeitos até que chegara a plenitude do tempo. O tempo estipulado pelo Pai (vs. 2), ou "os fins dos séculos" (1 Co 10.11), quando as promessas de Deus são cumpridas. (a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
Deus enviou seu Filho. Seu filho Eterno, enviado para nascer de uma mulher, sob a lei. Embora Cristo não tivesse pecado (2Co 5.21), ele nasceu sob a lei, sendo não apenas obrigado a cumpri-la, mas também para se identificar com os pecadores que estão sob a maldição da lei. Sua morte nos libertou dessa maldição (3.10-14).
Ele o enviou dessa maneira para resgatar ou redimir os que estavam sob a lei. Refere-se não apenas aos judeus circuncidados sob a lei de Moisés, mas também aos gentios, pois ambos estão sob a maldição da lei (3.13-14).
O conceito de Paulo da redenção proveio da instituição da escravidão.
No mundo judaico, assim como no greco-romano, um escravo poderia comprar a própria liberdade (ou alguém poderia comprá-la por ele) mediante o pagamento do preço do resgate aos seus proprietários.
O preço da nossa redenção foi pago pelo Pai por meio do sangue de seu Filho (1 Pe 1.17-18) e pelo Filho ao dar a própria vida em resgate por muitos (Mt 20.28).
Fomos redimidos da lei para que pudéssemos receber a adoção de filhos, ou, direitos de filhos. Paulo vinha falando do povo de Deus como crianças sob a lei (Êx 4.23; Is 1.2), mas agora descreve a única maneira na qual esse direito é outorgado.
A palavra para adoção traz "filho" em sua raiz. Deus sela a nossa filiação ao nos dar o Espírito do seu Filho (Rm 8.9-17) que agora clama Aba o que era um termo aramaico para "Pai", usado pelo próprio Jesus (Mc 14.36).
Era natural que Jesus, o Filho de Deus num sentido exclusivo, empregasse esse termo íntimo. Agora, o Espírito coloca essa palavra nos lábios de todos aqueles que têm filiação em Cristo. Por isso que chamamos a Deus de nosso Pai e somos da família especial e única de Deus, íntimos dele, com direitos e deveres de filho. Assim, já não somos mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também nos tornou herdeiro, em Cristo e com Cristo – vs. 7.
Antes de se converterem, os gálatas estavam sujeitos à servidão dos "elementos" de um mundo pagão: seus falsos deuses, sua astrologia e rituais sazonais.
No entanto, agora somos conhecidos por Deus – vs. 9. O conhecimento que os gálatas tinham de Deus não estava baseado neles mesmos, mas em Deus.
Sendo assim, como poderíamos estar voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder – vs. 9. Surpreendentemente, Paulo faz ligação do cerimonial legalista com as superstições pagãs.
Aceitar a circuncisão como exigência para a salvação era o mesmo que se desviar da liberdade da graça para a escravidão do mundo, com seus tempos e estações (vs. 10; Cl 2.8,20-22), quer essa escravidão fosse judaica ou gentia. Isso seria o mesmo que querer ser escravizado outra vez, uma vez alcançada a liberdade de filhos de Deus.
Paulo pode estar se referindo à observância das festas judaicas ao falar da guarda de dias, meses, anos e estações. Os agitadores judeus entre os gálatas exigiam não apenas a circuncisão para a salvação, mas também a adoção de todo o estilo de vida judeu, incluindo a observância às restrições alimentares e a manutenção das festas judaicas.
C. A experiência atual (4.12-20).
Em contraste com a experiência que haviam tido com o Espírito Santo quando receberam o evangelho pela primeira vez (3.1-5), os gálatas agora estavam perdendo as bênçãos do Espírito por terem se desviado do verdadeiro evangelho.
Paulo apela para si mesmo pedindo a eles que fossem qual ele era, pois que ele era tal qual eles são. Para levar o evangelho aos gálatas gentios, Paulo deixou de lado muitas restrições legais judaicas aplicadas à lei mosaica (1Co 9.19-23). Ele havia se tornado "como" os gálatas ao libertar-se desses procedimentos, e agora os encoraja a serem "como" ele é, ou seja, livre da servidão legalista.
A caracterização positiva que Paulo faz do seu relacionamento anterior com os gálatas cristãos (desenvolvida mais adiante nos vs. 13-16) contém um apelo implícito para que esse relacionamento continue. Nessa seção, fica evidente a preocupação de Paulo pelos gálatas.
Paulo não tinha sido ofendido por causa de uma enfermidade física quando esteve entre eles pregando. Continuamos sem saber qual era a doença de Paulo. Foram sugeridos problemas de visão (v. 15; 6.11), malária e epilepsia.
Também não foi determinado se há uma possível ligação com o "espinho na carne" (2Co 12.7). Aparentemente, a doença de Paulo o fez passar uma longa temporada na Galácia, o que lhe deu uma formidável oportunidade de ministério na região.
O que poderia ser um motivo de tropeço para a proclamação do evangelho, foi superado com maestria e ele se sente recebido por eles como se fosse um anjo de Deus ou como o próprio Jesus Cristo, apesar de seu problema, que ele não fala qual era.
A fonte do zelo que possuíam pode ter sido o desejo de evitar serem perseguidos pelos falsos mestres, que se diziam cristãos, ou de judeus nacionalistas não cristãos que encaravam a inclusão do movimento cristão como uma ameaça à sua causa.  
Vemos no linguajar de Paulo o uso de expressões como “dores de parto” e “angustia” até ser Cristo formado em cada um deles – vs. 19-20. Esse é um testemunho comovente da profundidade dos sentimentos de Paulo por aqueles que ele havia levado à fé em Cristo.
A indignação de Paulo nessa epístola (1.6,9; 3.1; 5.12) revela não apenas a seriedade com a qual ele encarava a tarefa de preservar o verdadeiro evangelho, como também o amor que sentia pelos seus "filhos" em Cristo.
D. As esposas e os filhos de Abraão (4.21-37).
A partir dos vs. 21-31, ao falar das esposas e os filhos de Abraão, Paulo retoma o relato de Abraão em Gênesis (veja 3.6-4.11), porém agora faz um paralelo sobre como a situação na Galácia se compara com a de Sara, Agar, Isaque e Ismael.
Os dois filhos de Abraão – Ismael e Isaque. Ismael era o filho mais velho (nascido de Agar, Gn 16) e Isaque era o mais novo (nascido de Sara, Gn 21.1-6).
Agar era escrava de Sara, e Sara era mulher de Abraão. Ismael, filho de Abraão com sua escrava Agar, nasceu depois que Abraão e Sara haviam perdido as esperanças de conceber o filho que Deus lhes havia prometido.
Isaque nasceu por meio do milagre do Espírito, muito tempo depois de expirado o período de fertilidade de Sara. Deus demonstrou que nenhuma promessa divina é vã (Gn 18.14; Lc 1.37).
Cristo é o Filho prometido e nele os gentios são feitos filhos e herdeiros (3.29). Como Isaque, os gentios são filhos do Espírito, cumprindo a promessa de Deus a Abraão (3.16; 4.28).
Ele explica a história dizendo que tudo isso era mesmo uma ilustração, no sentido de que esses acontecimentos históricos transmitem um significado mais profundo.
Paulo, em relação à historicidade da narrativa de Gênesis, chamou a nossa atenção para o significado teológico desses acontecimentos históricos. Isaque nasceu pela fé na promessa de Deus.
Nesse sentido, Isaque foi um antepassado espiritual de todos os que buscam a salvação por meio da fé nas promessas de Deus em Cristo.
Ismael, porém, nasceu pelo esforço humano, carnal. Nesse sentido, Ismael é o antepassado espiritual de todos os que buscam a salvação por meio dos méritos humanos.
Quem nasceu de modo natural, foi o filho da escrava; mas o nascimento milagroso, por meio da promessa, por causa da intervenção divina, foi o filho da promessa. Isso também representa duas alianças, sendo uma procedente do monte Sinai que gera filhos para a escravidão.
Esta é Agar que representa o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à atual cidade de Jerusalém, que está escravizada com os seus filhos – vs. 25. A cidade terrena de Jerusalém era a sede do legalismo judaico. Por essa razão, Paulo a associa com Agar e Ismael, a representação do esforço humano em busca de mérito.
A outra aliança é procedente também de Jerusalém, mas lá de cima. A despeito do legalismo que emanava de Jerusalém nos dias de Paulo, ainda assim essa era a cidade em que Deus estabeleceu seu nome e lugar de sua habitação em meio ao seu povo (SI 78.68-69).
Todavia, para a fé cristã, a verdadeira Jerusalém é onde Cristo reina: nos céus (Hb 12.22; Ap 21.2), onde os cristãos possuem a sua cidadania (Fp 3.20). Por essa razão, Paulo associa a Jerusalém celeste com Sara, Isaque e a fé.
Desde o inicio, o filho nascido de modo natural persegue o filho nascido da promessa, segundo o Espírito. Até hoje é assim e o será até a volta do Senhor.
Paulo conclui o assunto perguntando o que diz a Escritura sobre isso? "Mande embora a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava jamais será herdeiro com o filho da livre" – vs. Gn 21.10-12. Portanto, diz Paulo, que não somos filhos da escrava, mas da livre – vs. 30-31.
Gl 4:1 Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor,
                em nada difere de escravo,
                               posto que é ele
                                               senhor de tudo.
Gl 4:2 Mas está sob tutores e curadores
                até ao tempo predeterminado pelo pai.
Gl 4:3 Assim, também nós,
                quando éramos menores,
                               estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo;
                Gl 4:4 vindo, porém, a plenitude do tempo,
                               Deus enviou seu Filho,
                                               nascido de mulher,
                                               nascido sob a lei,
                               Gl 4:5 para resgatar os que estavam sob a lei,
                                               a fim de que recebêssemos
                                                               a adoção de filhos.
Gl 4:6 E, porque vós sois filhos,
                enviou Deus ao nosso coração
                               o Espírito de seu Filho,
                                               que clama: Aba, Pai!
Gl 4:7 De sorte que já não és escravo,
                porém filho;
                e, sendo filho,
                também herdeiro por Deus.
Gl 4:8 Outrora, porém, não conhecendo a Deus,
                servíeis a deuses que, por natureza, não o são;
                               Gl 4:9 mas agora que conheceis a Deus
                               ou, antes, sendo conhecidos por Deus,
                                               como estais voltando, outra vez,
aos rudimentos fracos e pobres,
                                               aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?
Gl 4:10 Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
Gl 4:11 Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco.
Gl 4:12 Sede qual eu sou;
                pois também eu sou como vós.
                               Irmãos, assim vos suplico.
                               Em nada me ofendestes.
Gl 4:13 E vós sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez
                por causa de uma enfermidade física.
Gl 4:14 E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação,
                contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto;
                               antes, me recebestes
                                               como anjo de Deus,
                                               como o próprio Cristo Jesus.
Gl 4:15 Que é feito, pois, da vossa exultação?
                Pois vos dou testemunho de que, se possível fora,
                               teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar.
Gl 4:16 Tornei-me, porventura, vosso inimigo,
                por vos dizer a verdade?
Gl 4:17 Os que vos obsequiam não o fazem sinceramente,
                mas querem afastar-vos de mim,
                               para que o vosso zelo seja em favor deles.
Gl 4:18 É bom ser sempre zeloso pelo bem
                e não apenas quando estou presente convosco,
Gl 4:19 meus filhos,
                por quem, de novo,
                               sofro as dores de parto,
                                               até ser Cristo
                                                               formado em vós;
Gl 4:20 pudera eu estar presente, agora, convosco
e falar-vos em outro tom de voz;
porque me vejo perplexo a vosso respeito.
Gl 4:21 Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei:
                acaso, não ouvis a lei?
                               Gl 4:22 Pois está escrito que Abraão teve dois filhos,
                                               um da mulher escrava
                                               e outro da livre.
Gl 4:23 Mas o da escrava
                nasceu segundo a carne;
o da livre,
                mediante a promessa.
Gl 4:24 Estas coisas são alegóricas;
                porque estas mulheres são duas alianças;
                               uma, na verdade, se refere ao monte Sinai,
                                                               que gera para escravidão;
                                                                              esta é Agar.         
Gl 4:25 Ora, Agar é o monte Sinai,
                                               na Arábia,
                                               e corresponde à Jerusalém atual,
                                                              que está em escravidão com seus filhos.
                                               Gl 4:26 Mas a Jerusalém
                                                              lá de cima é livre,
                                                                              a qual é nossa mãe;
Gl 4:27 porque está escrito:
                Alegra-te, ó estéril,
                               que não dás à luz,
                exulta
                e clama,
                tu que não estás de parto;
                               porque são mais numerosos os filhos da abandonada
                                               que os da que tem marido.
Gl 4:28 Vós, porém, irmãos,
                sois filhos da promessa,
                               como Isaque.
Gl 4:29 Como, porém, outrora,
                o que nascera segundo a carne
                               perseguia ao que nasceu segundo o Espírito,
                assim também agora.
                               Gl 4:30 Contudo, que diz a Escritura?
                                               Lança fora a escrava e seu filho,
                                                               porque de modo algum o filho da escrava
                                                                              será herdeiro com o filho da livre.
Gl 4:31 E, assim, irmãos,
                somos filhos não da escrava,
                               e sim da livre.
As dores de parto de Paulo não sai de minha cabeça. Penso o quanto estou longe dele... No entanto, a graça de Deus é quem também nos constrange aqui no século XXI para sairmos ao campo e para pregarmos a Palavra de Deus a todos os povos. Somos de fato os filhos da promessa e em nós se cumpre a Palavra de Deus.
Os que são da fé são os filhos da promessa, não nascidos da carne, de modo natural, mas do Espírito, gerados lá do Alto. Por isso que os que são daqui de baixo, da terra vivem nos perseguindo, como Ismael até hoje persegue Isaque.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.