Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a
fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e
superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 7/13.
Breve
síntese do capítulo 7.
Estou sem palavras! De onde, se não do Espírito Santo, este autor tirou
tudo isso? Que sabedoria e que profundidade. Estou boquiaberto e, mesmo, sem
palavras. Não tenho como comentar algo tão superior. Somente o Espírito Santo
para nos ajudar a crer e a entender.
Alguns interpretam este Melquisedeque como uma figura pré-encarnada do
próprio Senhor Jesus, mas há quem discorde por causa de alguns problemas, como
por exemplo como ele poderia ser semelhante ao Filho? Ora, não seria
semelhante, mas seria o próprio Filho.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28) - continuação.
Como dissemos, o eterno sumo sacerdócio de
Cristo é muito superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua
família. Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos
que Cristo é superior a Arão.
Para isso, dividimos essa parte III em 4
seções, conforme a BEG: A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – já vimos; B. Exortação à maturidade
espiritual (5.11-6.12) – concluiremos
agora; C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D. Um
sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
D. Um sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
Veremos nos 28 próximos versículos o eterno
sacerdócio de Cristo após a ordem de Melquisedeque.
A maravilhosa promessa em SI 110.4 de um
sacerdote real como Melquisedeque foi cumprida em Jesus Cristo. O eterno sumo
sacerdócio de Jesus é explicado em duas passagens do Antigo Testamento que
mencionam Melquisedeque: Gn 14.17-20 (vs. 1-10) e SI 110.4 (vs.11-28).
A apresentação de Melquisedeque enfatiza
que ele era tanto rei como sacerdote. Como tal, Melquisedeque foi um tipo de
Cristo, enquanto Jesus é o último rei e sumo sacerdote. Salém é provavelmente o
nome antigo de Jerusalém (SI 76.2).
No hebraico, o nome Melquisedeque é
composto por duas partes: melek, que significa "Rei", e tsedek, que
significa "justiça". Assim, o nome significa "o rei da
justiça", um nome apropriado para um tipo de Cristo.
Enquanto os sacerdotes eram normalmente
legitimados por estarem localizados numa linha genealógica, Melquisedeque
aparece na Escritura sem ascendentes, descendentes ou informações a respeito de
seu nascimento ou morte.
Isso não significa que Melquisedeque não
tinha ascendente e nem indica que ele não tinha mãe ou um túmulo. Na verdade, o
autor fez uso dessas frases para indicar que Melquisedeque não tinha o direito
genealógico de ser chamado de sacerdote do Senhor.
Ele foi um homem que Deus designou como
sacerdote real (7.13-28). A singularidade do sacerdócio de Melquisedeque
prenunciou Cristo e seu sacerdócio especial.
Alguns acreditam que Melquisedeque foi um
aparecimento pré-encarnado de Cristo. Isso é improvável desde que são usados
termos de comparação e analogia: primeiro Melquisedeque é descrito como sendo
"semelhante ao Filho de Deus" (uma comparação do Filho com ele mesmo
seria estranha). Segundo, o Filho se tornou um sacerdote "segundo a ordem
de Melquisedeque" (6.20) somente mais tarde, mediante a sua encarnação,
morte expiatória e exaltação.
Além do mais, em Gn 14 Melquisedeque é
apresentado como alguém que tinha uma posição política reconhecida (rei de
Salem).
Duas ações demonstram a superioridade
sacerdotal de Melquisedeque sobre os descendentes levitas de Abraão: Abraão
pagou o dizimo para Melquisedeque (vs. 4-6,8-10), e Melquisedeque abençoou
Abraão (vs. 6-7).
Os sacerdotes levitas herdaram o direito de
cobrar (ou seja, recolher o dízimo) até mesmo dos descendentes de Abraão (Nm
18.21-29).
Conceder bênçãos, assim como receber o
dízimo, demonstrava claramente superioridade - nesse caso, a superioridade de Melquisedeque
sobre Abraão.
Os que são "homens mortais" – vs.
8 - são os levitas, cujo ofício e autoridade eram transmitidos pela
descendência e herança em associação com as provisões da lei (vs. 5): o
sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, no entanto, é tido como aquele que
"vive".
A declaração de que ele está vivo encontra-se
em SI 110.4, citado em Hb 5.6 e que retornou ao primeiro plano com as alusões
em 6.20; 7.3. A importância dessa declaração, ou "juramento" (vs.
21), é explicada nos vs. 20-22.
O argumento aqui quando diz que “pagou-os
na pessoa de Abraão” – vs. 9 - não depende simplesmente do relacionamento
genealógico, como se fosse possível dizer de qualquer pessoa que ela participa
das ações dos seus ancestrais.
Ao contrário, depende da posição
representativa de Abraão como o progenitor de um sistema sacerdotal baseado na
descendência genealógica. Afinal de contas, quando Melquisedeque se encontrou
com Abraão, Levi ainda estava no corpo do seu antepassado. Ele seria seu bisneto
algum tempo depois.
Se, portanto, a perfeição houvera sido, em
outras palavras, se o sacerdócio levítico pudesse dar às pessoas permanente e
livre acesso a Deus, não seria necessário outro sacerdócio, segundo a ordem de
Melquisedeque.
Como em 4.8; 8.7, o autor argumentou que
certas promessas no Antigo Testamento indicam que a lei, como foi dada a
Moisés, nunca foi intencionada para ser tomada como o estágio final da
revelação de Deus.
Era sempre entendido que a lei mosaica
apontava para adiante no tempo, para os "últimos dias" (1.2). A
pergunta retórica no vs. 11 anuncia que a efetividade do sistema levítico será
comparada com aquela do “outro sacerdote" que seria levantado, pois nele
baseado o povo recebeu a lei.
O sacerdócio levítico, juntamente com a lei
mosaica que o proporcionou, foi estabelecido por causa do pecado e da
necessidade de um ministério de reconciliação. A lei e o sacerdócio estão aqui
sendo considerados juntos, como um sistema de vida religiosa. Eles foram tanto
temporários como concebidos para propósitos particulares. (A BEG recomenda a
leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Os três usos da
lei", em SI 119 – pedagógico, civil e moral).
A mudança de sacerdócio implica
necessariamente na mudança da lei – vs. 12.
As diferenças entre Jesus e os levitas são
agora revisadas rapidamente:
·Jesus
é descendente de Judá, e não de Levi (vs. 14).
·Ele
vive eternamente (vs. 16).
·Seu
sacerdócio é baseado no juramento divino (vs. 20).
Tudo fica mais claro quando surge outro
sacerdote semelhante a Melquisedeque, alguém que se tornou sacerdote, não por
regras relativas à linhagem, mas conforme o poder de uma vida indissolúvel. O
eterno sacerdócio de Cristo (SI 110.4) é fundamentado no poder indômito da sua
ressurreição (Rm 6.9-10).
Pois sobre ele é afirmado: "Tu és
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque". A ordenança
anterior é revogada, porquanto era fraca e inútil pois a lei não havia
aperfeiçoado coisa alguma, sendo introduzida uma esperança superior, pela qual
nos aproximamos de Deus. (vs. 17 a 19).
Essa esperança e a promessa/juramento foram
mencionadas junto em 6.17-18. Os vs. 20-28 continuam a demonstrar a ligação
entre a nossa esperança e a certeza da promessa e do juramento de Deus.
Isso não aconteceu sem juramento, como os
outros, pelo contrário, veio sob juramento do próprio Deus que disse "O
Senhor jurou e não se arrependerá: ‘Tu és sacerdote para sempre" – Sl
110.4
O divino juramento expresso em SI 110.4
("O Senhor jurou") demonstra que assim como a família de Davi governa
para sempre o reino de Deus, o sacerdócio real da família de Davi é também
permanente. Esse ofício real e sacerdotal conjunto foi finalmente cumprido em
Jesus (6.17-18). Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia (ou fiador) de uma
aliança superior – vs. 22.
Fiador é a tradução de uma palavra grega
encontrada somente aqui no Novo Testamento. O próprio Jesus, como a substância
do que foi prometido e o possuidor da vida ressurreta indissolúvel (vs. 16), é
o fiador de uma nova e superior aliança.
Essa “superior" aliança corresponde à
"nova aliança" em Cristo que é descrita em Jr 31.31-34 (citado em
8.8-12; 10.16-17). É superior no sentido de ser mais completa, mais madura e
plena.
Também executará julgamentos maiores dos
que eram possíveis sob as alianças anteriores, e concederá bênçãos maiores do
que as que foram anteriormente concedidas.
A ideia de que a aliança final seria melhor
e maior tem as suas raízes no anúncio de Moisés de que depois do arrependimento
de Israel no exílio, Deus concederia ao seu povo maiores bênçãos do que seus
pais haviam recebido (Dt 30.5).
A referência no vs. 23 aos muitos
sacerdotes é explicada por causa da morte que obrigava a substituição deles.
Muitos sumo sacerdotes surgiram que sucederam um ao outro no ofício.
A lei da sucessão sacerdotal (Êx 29.29-30)
pressupunha a morte do sacerdote. Essa falta de permanência, juntamente com a
repetição dos sacrifícios do Antigo Testamento (10.11), revela a imperfeição da
antiga ordem.
Agora, no entanto, como Jesus tem um
sacerdócio permanente, pode salvar totalmente. A vida e o sacerdócio eternos de
Jesus tomam possível sua eterna intercessão pelos adoradores que "por ele
se chegam a Deus”, levando à completa e eterna salvação. A palavra
"totalmente" contrasta com a aliança com Moisés que oferecia somente alívio
temporário das consequências do pecado porque somente levava o povo de Deus
para frente, para a culminação na nova aliança.
Desse modo, Jesus pode dar a salvação
compreensiva (satisfazendo todas as nossas necessidades) e a eterna salvação
(enraizada no fato de que Cristo sempre vive para interceder por nós).
O vs. 26 resume tudo isso: é de um sumo
sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos
pecadores, exaltado acima dos céus. Em 2.18; 4.15-5.3, o autor mostrou a
importância da identificação de Jesus conosco no sofrimento da tentação. Mas
também foi decisivo o fato de Jesus ser "sem pecado" (4.15), um
critério que o qualificou para entrar no santuário celestial em nosso favor
(8.1-2; 9.11-12,24-25).
Bem ao contrário dos outros sumos
sacerdotes, ele não tem necessidade – vs. 27 – de oferecer sacrifícios dia após
dia, primeiro por seus próprios pecados e, depois, pelos pecados do povo. Ele
resolveu essa questão de uma vez por todas quando a si mesmo se ofereceu.
O contraste entre a repetição diária (e
anual) dos sacrifícios dos sacerdotes levitas e a oferta de Jesus de si mesmo
de uma vez por todas é desenvolvido em 9.25-10.18.
Esse versículo 28 resume
o contraste entre o sacerdócio da antiga aliança e o da nova.
(1)Em primeiro lugar, a antiga
aliança sacerdotal foi ordenada pela lei sem um juramento divino específico (vs.
20), enquanto o sacerdócio eterno de Cristo foi ordenado por um juramento à
casa de Davi (vs. 21).
(2)Segundo, a designação temporária
de sacerdotes fracos e pecadores (vs. 27) é contrastada com a designação eterna
do puro "Filho, perfeito para sempre".
Hb 7:1 Porque este Melquisedeque,
rei de Salém,
sacerdote do Deus
Altíssimo,
que
saiu ao encontro de Abraão,
quando voltava da matança dos
reis,
e o
abençoou,
Hb
7:2 para o qual também Abraão
separou
o dízimo de tudo
(primeiramente se
interpreta rei de justiça,
depois também é rei
de Salém,
ou seja, rei de
paz;
Hb 7:3 sem pai,
sem mãe,
sem genealogia;
que não teve
princípio de dias,
nem fim de
existência, entretanto,
feito semelhante ao
Filho de Deus),
permanece sacerdote
perpetuamente.
Hb 7:4 Considerai, pois, como era grande
esse a quem Abraão,
o patriarca, pagou o dízimo
tirado
dos melhores despojos.
Hb 7:5 Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio
têm mandamento de
recolher,
de
acordo com a lei,
os
dízimos do povo,
ou
seja, dos seus irmãos,
embora
tenham estes
descendido de Abraão;
Hb 7:6 entretanto,
aquele cuja
genealogia não se inclui entre eles
recebeu
dízimos de Abraão
e
abençoou o que tinha as promessas.
Hb 7:7 Evidentemente, é fora de qualquer dúvida
que o inferior é
abençoado pelo superior.
Hb 7:8 Aliás, aqui são homens mortais
os que recebem
dízimos,
porém ali,
aquele de quem se
testifica
que
vive.
Hb 7:9 E, por assim dizer,
também Levi,
que
recebe dízimos,
pagou-os
na pessoa de Abraão.
Hb 7:10 Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai,
quando
Melquisedeque saiu ao encontro deste.
Hb 7:11 Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio
levítico
(pois nele baseado
o povo recebeu a lei),
que
necessidade haveria ainda
de que se levantasse outro
sacerdote,
segundo a ordem de
Melquisedeque,
e
que não fosse contado
segundo a ordem de Arão?
Hb 7:12 Pois, quando se muda o sacerdócio,
necessariamente há
também mudança de lei.
Hb 7:13 Porque aquele de quem são ditas estas coisas
pertence a outra
tribo,
da
qual ninguém prestou serviço ao altar;
Hb
7:14 pois é evidente que nosso Senhor
procedeu
de Judá,
tribo
à qual Moisés
nunca atribuiu sacerdotes.
Hb 7:15 E isto é ainda muito mais evidente,
quando, à
semelhança de Melquisedeque,
se
levanta outro sacerdote,
Hb
7:16 constituído não conforme
a lei de mandamento carnal,
mas segundo o poder de vida
indissolúvel.
Hb 7:17 Porquanto se testifica:
Tu és sacerdote
para sempre,
segundo
a ordem de Melquisedeque.
Hb 7:18 Portanto, por um lado,
se revoga a
anterior ordenança,
por
causa
de
sua fraqueza
e
inutilidade
Hb 7:19 (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma),
e, por outro lado,
se introduz
esperança superior,
pela
qual nos chegamos a Deus.
Hb 7:20 E, visto que não é sem prestar juramento
(porque aqueles,
sem juramento,
são
feitos sacerdotes,
Hb 7:21 mas este,
com
juramento,
por
aquele que lhe disse:
O
Senhor jurou e não se arrependerá:
Tu
és sacerdote para sempre);
Hb 7:22 por isso mesmo,
Jesus se tem
tornado
fiador
de superior aliança.
Hb 7:23 Ora, aqueles são feitos sacerdotes
em maior número,
porque
são impedidos pela morte de continuar;
Hb 7:24 este, no entanto,
porque continua
para sempre,
tem
o seu sacerdócio imutável.
Hb 7:25 Por isso, também
pode salvar
totalmente
os
que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre
para
interceder por eles.
Hb 7:26 Com efeito, nos convinha
um sumo sacerdote
como este,
santo,
inculpável,
sem
mácula,
separado
dos pecadores
e
feito mais alto do que os céus,
Hb
7:27 que não tem necessidade,
como
os sumos sacerdotes,
de
oferecer todos os dias
sacrifícios,
primeiro,
por seus próprios pecados,
depois,
pelos do povo;
porque fez isto uma
vez por todas,
quando
a si mesmo se ofereceu.
Hb 7:28 Porque a lei constitui
sumos sacerdotes
a
homens sujeitos à fraqueza,
mas
a palavra do juramento,
que
foi posterior à lei,
constitui
o Filho,
perfeito
para sempre.
Uma coisa é certa o sacerdócio é eterno e temos um sumo-sacerdote,
eterno, diante de Deus que não oferece sacrifícios, primeiro, pelo seu próprio
pecado, porque simplesmente não os tem (apesar de ser homem!), e, depois,
continuamente, pelos do povo, porque ele próprio foi o sacrifício feito, eterno
e aprovado.
Pare e pense! Temos um sumo-sacerdote eterno diante de Deus: Jesus
Cristo, nosso Senhor!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
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Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
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É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
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A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
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devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.