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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

I Coríntios 9 1-27 - O EVANGELHO É UM GRANDE NEGÓCIO?

Como já dissemos, Coríntios foi escrita para, principalmente, combater a rebeldia, as divisões e a falta de amor que tinham sido causadas pelo orgulho e pela presunção na igreja de Corinto. Estamos vendo a parte II, cap. 9/16.
Breve síntese do capítulo 9.
Que zelo pelo evangelho e que dedicação de Paulo, aliás, não de Paulo, mas da graça de Deus na vida de Paulo. Será que somos assim com relação ao evangelho como Paulo era zeloso?
Ou estamos mercandejando a Palavra de Deus e a transformando em um grande negócio? Paulo dispensou inclusive seu direito de viver pelo evangelho por amor ao evangelho. E nós, por amor ao dinheiro, iremos viver o evangelho?
Neste capítulo, Paulo está se defendendo de alguns que injustamente estão acusando ele de exploração das ovelhas em nome do evangelho. Ele até se via no direito de exigir certas coisas, mas preferiu não fazê-lo, antes trabalhar com suas próprias mãos a fim de não ser pesado a ninguém.
Não é errado viver do evangelho se você prega o evangelho, mas fazer do evangelho um grande negócio neste mundo é fazer aliança não com o Senhor, mas com Mamom.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A CARTA DOS CORÍNTIOS (7.1-16.12) - continuação.
Paulo respondeu às questões levantadas na carta enviada pela igreja de Corinto. Ele falou em detalhes sobre os desafios específicos enfrentados pelos coríntios, que envolviam relacionamentos conjugais, divórcio e virgindade. Como dissemos, depois de tratar das questões levantadas pelos da casa de Cloe, Paulo se volta, então, para outras questões levantadas pela igreja.
Dividimos essa parte, conforme a BEG, em seis subpartes: A. Casamento e divórcio (7.1-40) – já vimos; B. Carne oferecida aos ídolos (8.1-11.1) – estamos vendo; C. Problemas no culto (11.2-34); D. Os dons espirituais (12.1-14.40); E. Ressurreição (15.1-58); e, F. A coleta e outros assuntos (16.1-12).
B. Carne oferecida aos ídolos (8.1-11.1) - continuação.
Até 11.1, conforme já dissemos, estamos vendo as coisas sacrificadas aos ídolos. A cultura grega era bastante religiosa. A proeminência da idolatria no mercado de Corinto levantava sérias questões relativas à dieta para os cristãos dessa cidade.
Essa questão foi dividida em quatro partes: 1. Questões centrais (8.1-13) – já vimos; 2. A autoridade de Paulo (9.1-27) – veremos agora; 3. Exemplos do Antigo Testamento (10.1-22); e, 4. Conclusões (10.23-11.1).
2. A autoridade de Paulo (9.1-27).
Visto que Paulo não encerrou o assunto sobre a idolatria e as coisas sacrificadas aos ídolos (10.14-33), esse capítulo provavelmente se refere ao mesmo problema.
As questões levantadas no vs. 1 sugerem que alguns coríntios justificavam a própria conduta por meio de questionamentos e críticas quanto à autoridade e ao comportamento do apóstolo. Paulo responde essas objeções aqui.
Paulo começa este versículo com uma série de perguntas retóricas para mostrar a eles que era ele apóstolo escolhido pelo Senhor para anunciar o evangelho. Não sou eu... livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus... Vocês não são o resultado do meu trabalho.
Paulo nasceu como cidadão romano e homem livre - livre para fazer suas próprias escolhas sem precisar consultar outros homens.
Além disso, era um apóstolo que tinha autoridade, possuindo todos os requisitos para exercer esse ofício, incluindo ter visto o Senhor (Seria interessante a leitura e reflexão de um excelente artigo teológico da BEG: "Os apóstolos", em 2Co 10).
E mais ainda, os coríntios chegaram à conversão pela pregação de Paulo. Por tudo isso, jamais deveriam questionar a autoridade dele.
Paulo foi criticado e assim se sente no direito de se defender apresentando seus arrazoados. Os próximos dez versículos trazem mais de uma dúzia de questões retóricas que refletem comoções profundas que atingiram o coração do apóstolo, e também nos dão pistas sobre circunstâncias históricas.
Sem dúvida, Paulo está defendendo o seu direito de ser sustentado financeiramente pelas igrejas, porém essa defesa tem apenas a intenção de salientar (vs. 15-18) a sua opção por não exercer esse direito.
Talvez alguns coríntios tenham inferido que a falta de patrocínio tornava Paulo um apóstolo ilegítimo (2Co 11.7-12). Sendo assim, por que os coríntios deveriam ouvir suas instruções sobre coisas sacrificadas aos ídolos?
No vs. 5, Paulo se diz no direito de também levar consigo uma esposa crente, literalmente, "uma irmã como esposa". Não está claro se foram os coríntios que questionaram esse assunto (como se a falta de uma esposa fosse descrédito para Paulo e Barnabé) ou se Paulo mencionou-o apenas para ilustrar a distinção entre possuir um direito e exercê-lo.
Paulo e Barnabé eram solteiros quando iniciaram a obra missionária, mas não há como determinar com certeza se haviam sido casados antes disso. Observe que Paulo, nesse versículo, não deu importância ao fato de que poderia estar casado se quisesse, contanto que sua esposa fosse cristã.
Paulo não nega, no vs. 10, que Dt 25.4 demonstra a preocupação de Deus com os animais. Sua intenção aqui é mostrar que o modo de tratar os animais não é a única questão a que a lei se refere: por extensão, essa norma ilustra o princípio do tratamento justo aos trabalhadores.
Ele está falando do direito deles que anunciam o evangelho de receberem deles pagamentos: se eles estavam semeando coisas espirituais, não seria demais eles colherem deles coisas materiais – vs. 11.
No entanto, faz ele questão de não usar desse direito. Apesar das pressões do trabalho (Paulo tinha de trabalhar para pagar o seu sustento), além do peso das exigências do seu ministério apostólico, ele mantinha firme o propósito pessoal de não ser um peso para as igrejas (lTs 2.6-9).
O texto de 2Co 11.7-12 dá a impressão de que os coríntios interpretaram mal os motivos desse propósito. Contudo, por razões não esclarecidas, o apóstolo tez uma exceção no caso da igreja em Filipos, na Macedônia (Fp 4.15-16).
A lógica era bem simples, pois quem trabalhava no templo deveria viver das coisas do templo, do mesmo modo quem trabalhava no altar, deveria servir-se do que ali seria oferecido, assim, também, deveriam viver do evangelho os que anunciavam o evangelho.
Esse princípio aparece não apenas no sacerdócio do Antigo Testamento (mencionado por Paulo no vs. 13), como também em várias passagens do Novo Testamento (p. ex., Lc 10.7; Cl 6.6; 1Tm 5.17-18).
Apesar disso, Paulo afirma que não tinha, nem pretendia usar desse direito, antes lhe fora melhor morrer, antes que alguém lhe anulasse esta glória.
Se ele anunciava o evangelho, não tinha de que se gloriar. No grego, a primeira sentença está interrompida. No original, essas duas frases podem ser traduzidas, literalmente, "é melhor eu morrer do que... Ninguém anulará meu orgulho, pois se eu prego, isso não é [motivo para] que eu me glorie".
Paulo sabia que não podia se orgulhar da pregação: ele havia sido chamado para isso, não tinha escolha. No entanto, não tinha sido chamado para pregar de graça. Logo, sua recompensa, isto é, seu motivo de orgulho, era pregar sem receber pagamento em troca (vs. 18), e ele não queria que ninguém o impedisse de perseverar nessa decisão. Talvez a intenção de Paulo fosse obedecer à ordem de Jesus para acumular tesouros no céu (Mt 6.19-21).
Precisamos de mais “Paulo(s)” que estejam dispostos a viver assim e tenham tamanho amor e dedicação ao povo escolhido de Deus.
Embora livre de todos, Paulo se fez escravo de todos para de todos os modos anunciar plenamente o evangelho. Paulo estava disposto a abrir mão de muitos direitos e liberdades caso o exercício de qualquer desses privilégios pudesse causar empecilho à sua habilidade de pregar o evangelho ou tornar as pessoas menos dispostas a acreditar em sua mensagem. Paulo repetiu esse tema por mais três vezes nessa passagem (vs. 20,21,22).
Quando pregava aos judeus, Paulo procedia de acordo com os regulamentos cerimoniais do Antigo Testamento e, desse modo, do ponto de vista das aparências, se parecia com alguém que vive debaixo da condenação da lei. Paulo acomodava o seu comportamento às interpretações judaicas da lei, mas não aceitava as perspectivas teológicas do judaísmo.
Quando pregava aos gentios, Paulo adotava o estilo de vida deles, reconhecendo, porém, que não era livre para desobedecer a Deus, antes estava debaixo da lei de Cristo. Paulo não colocou Moisés em oposição a Cristo. Aqui, Paulo faz um contraste entre a interpretação que Cristo deu a Moisés e a interpretação legalista judaica, que Paulo considerava "debaixo da lei".
Paulo tinha foco, objetivo, estratégias e de todas as formas ele aproveitava as oportunidades para anunciar plenamente o evangelho; assim, se fez fraco para com os fracos - uma reiteração da questão formulada em 8.13 – e forte para com os fortes. Paulo se recusava a exercer a própria liberdade caso isso levasse outras pessoas a pecar.
Paulo tudo fazia por causa do evangelho para dele ser coparticipante – vs. 23.
Estamos nós numa corrida e devemos correr segundo as regras e de tal modo a alcançarmos o objetivo principal. Em outra passagem, Paulo utiliza a ilustração de uma corrida e seu respectivo prêmio para salientar a necessidade de concentração, determinação e perseverança (Fp 3.12-14; 2Tm 4.7-8).
Essa analogia é legítima porque a fé salvadora prova a si mesma por meio da perseverança. (Recomendamos, como a BEG, a leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
Paulo continua – vs. 27 - a metáfora da corrida atlética ao lembrar seus leitores de que os lutadores precisam disciplinar o próprio corpo se quiserem chegar à vitória.
Do mesmo modo, o cristão deve estar disposto a abandonar seus interesses egoístas (p. ex., ingerir alimentos sacrificados aos ídolos, 8.13) em benefício do seu objetivo principal.
Isso para evitar que fosse desqualificado, depois de ter anunciado o evangelho de uma certa maneira. Essa declaração tem sido usada como evidência de que o cristão pode perder a salvação.
Contudo, o testemunho do Novo Testamento, em particular o de Paulo, é claro ao afirmar que as pessoas chamadas por Deus (Rm 8.28-30) pertencem a ele para sempre, pois a salvação do cristão tem caráter eterno (Jo 5.24).
Deus terminará, infalivelmente, aquilo que começou (Fp 1.6). Logo, aqueles que abandonam a fé mostram que nunca haviam pertencido a Deus (Jo 10.2-29; 1Jo 2.19). Óbvio que somente serão salvos os salvos e não os perdidos, assim o salvo não se perde nunca, mas sim os perdidos.
Contudo, devemos ter cuidado para não minimizarmos a importância dessa e outras passagens (p. ex., 15.2; Fp 3.11; Cl 1.23), sugerindo que se trata apenas de uma hipótese ou que se aplica apenas às recompensas e não à salvação.
Embora Paulo tivesse a certeza de que não havia absolutamente nada que pudesse separá-lo do amor de Deus (Rm 8.38-39), não se atreveu a presumir que os casos de rebelião evidente contra Deus seriam negligenciados.
Nenhum cristão (nem mesmo um apóstolo) pode se permitir ignorar essas advertências bíblicas (10.12). Desviar-se da fé é prova de que não houve fé salvadora, e até mesmo um apóstolo poderia se desviar (p. ex., Judas Iscariotes) – encerramos este capítulo sugerindo mais uma leitura e reflexão no excelente artigo teológico da BEG "A perseverança e a preservação dos santos”, em Fp 1.
I Co 9:1 Não sou eu, porventura, livre?
Não sou apóstolo?
Não vi Jesus, nosso Senhor?
Acaso, não sois fruto do meu trabalho no Senhor?
I Co 9:2 Se não sou apóstolo para outrem,
                certamente, o sou para vós outros;
                               porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.
I Co 9:3 A minha defesa perante os que me interpelam é esta:
                I Co 9:4 não temos nós o direito de comer e beber?
                I Co 9:5 E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã,
                               como fazem os demais apóstolos,
                               e os irmãos do Senhor,
                               e Cefas?
I Co 9:6 Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?
I Co 9:7 Quem jamais vai à guerra à sua própria custa?
Quem planta a vinha e não come do seu fruto?
Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?
I Co 9:8 Porventura, falo isto como homem ou não o diz também a lei?
I Co 9:9 Porque na lei de Moisés está escrito:
                Não atarás a boca ao boi, quando pisa o trigo.
                               Acaso, é com bois que Deus se preocupa?
                I Co 9:10 Ou é, seguramente, por nós que ele o diz?
                               Certo que é por nós que está escrito;
                                               pois o que lavra cumpre fazê-lo com esperança;
                                               o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber
a parte que lhe é devida.
                               I Co 9:11 Se nós vos semeamos as coisas espirituais,
                                               será muito recolhermos de vós
bens materiais?
                               I Co 9:12 Se outros participam desse direito sobre vós,
                                               não o temos nós em maior medida?
Entretanto, não usamos desse direito;
                antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao evangelho de Cristo.
I Co 9:13 Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados
                do próprio templo se alimentam?
                               E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?
I Co 9:14 Assim ordenou também o Senhor
                aos que pregam o evangelho
                               que vivam do evangelho;
I Co 9:15 eu, porém, não me tenho servido de nenhuma destas coisas
                e não escrevo isto para que assim se faça comigo;
                               porque melhor me fora morrer,
                                               antes que alguém me anule esta glória.
I Co 9:16 Se anuncio o evangelho,
                não tenho de que me gloriar,
                               pois sobre mim pesa essa obrigação;
                                               porque ai de mim se não pregar o evangelho!
I Co 9:17 Se o faço de livre vontade,
                tenho galardão;
                               mas, se constrangido,
                                               é, então, a responsabilidade de despenseiro
que me está confiada.
                               I Co 9:18 Nesse caso, qual é o meu galardão?
                                               É que, evangelizando, proponha, de graça,
                                                              o evangelho, para não me valer do direito
                                                                              que ele me dá.
I Co 9:19 Porque, sendo livre de todos,
                fiz-me escravo de todos,
                               a fim de ganhar o maior número possível.
I Co 9:20 Procedi, para com os judeus,
                como judeu,
                               a fim de ganhar os judeus;
para os que vivem sob o regime da lei,
                como se eu mesmo assim vivesse,
                               para ganhar os que vivem debaixo da lei,
                                               embora não esteja eu debaixo da lei.
I Co 9:21 Aos sem lei,
                como se eu mesmo o fosse,
                               não estando sem lei para com Deus,
                                               mas debaixo da lei de Cristo,
                                                               para ganhar os que vivem fora
 do regime da lei.
I Co 9:22 Fiz-me fraco
                para com os fracos,
                               com o fim de ganhar os fracos.
Fiz-me tudo para com todos,
                com o fim de, por todos os modos,
                               salvar alguns.
I Co 9:23 Tudo faço por causa do evangelho,
                com o fim de me tornar cooperador com ele.
I Co 9:24 Não sabeis vós que os que correm no estádio,
                todos, na verdade, correm,
                               mas um só leva o prêmio?
                                               Correi de tal maneira que o alcanceis.
I Co 9:25 Todo atleta
                em tudo se domina;
                               aqueles,
                                               para alcançar uma coroa corruptível;
                               nós, porém,
                                               a incorruptível.
I Co 9:26 Assim corro também eu,
                não sem meta;
assim luto,
                não como desferindo golpes no ar.
                               I Co 9:27 Mas esmurro o meu corpo
                               e o reduzo à escravidão,
                                               para que, tendo pregado a outros,
                                                               não venha eu mesmo
                                                                              a ser desqualificado.
Paulo se fez de tudo para de todos os modos salvar alguns e nós o que estamos fazendo? Há tantas vidas lá fora precisando que deixemos nossa zona de conforto para entrarmos na guerra da batalha da alma dos homens... Neste exato momento quantos não estão pela primeira vez passando por experiências terríveis que poderão significar traumas futuros incuráveis? E o que faremos diante disso? Aprendamos com o apóstolo dos gentios, por amor aos judeus, Paulo.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.