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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Daniel 5:1-31 - O ULTRAJE DE BELSAZAR E A INTERPRETAÇÃO DE DANIEL

Como já dissemos, estamos estudando o livro de Daniel que basicamente se divide um duas partes principais, as suas narrativas, até o capítulo 6 e as suas visões, do 7 ao 12. Estamos vendo agora as suas narrativas. Ressaltamos que as histórias de Daniel e de seus amigos ilustram a fidelidade deles a Deus e a supremacia de Deus sobre todas as nações.
Esta primeira parte, ressaltamos, foi dividida, seguindo a estruturação da BEG, em seis seções: A. a defesa de Daniel e de seus amigos (1.1-21) – já vimos; B. O sonho de Nabucodonosor (2.1-49) – já vimos; C. Livramento da fornalha (3.1-30) – já vimos; D. O segundo sonho de Nabucodonosor (4.1-37) – já vimos; E. O julgamento de Belsazar (5.1-31) - veremos agora; e, F. O livramento de Daniel da cova dos leões (6.1-28).
E. O julgamento de Belsazar (5.1-31).
Neste capítulo, veremos em seus 31 versículos, Deus julgando Belsazar, primogênito de Nabonido, genro de Nabucodonosor. Nessa narrativa, o rei é condenado pelo insolente menosprezo que demonstrou pela santidade do Deus de Israel e pelo seu templo.
Conforme a BEG, Belsazar significa "Bel, protege o rei". Não deve ser confundido com Beltessazar, o nome babilônico dado a Daniel (1.7 - "Bel protege a sua vida" ou "Senhora, protege o rei”.).
De fontes babilônicas sabemos que Nabonido, genro de Nabucodonosor foi o último rei da Babilônia. Belsazar, o filho mais velho de Nabonido foi feito corregente com o seu pai e designado como o encarregado dos negócios da Babilônia enquanto Nabonido passava extensos períodos de tempo em Tema, na Arábia.
Os acontecimentos desse capítulo tiveram lugar em 539 a.C., o ano em que a Babilônia caiu diante dos persas e em que foi publicado o decreto libertando os israelitas do seu cativeiro, quarenta e dois anos depois da morte de Nabucodonosor em 563 a.C.
O rei Belsazar estava em grande festa com ais de 1000 convidados e ali, diante deles, bebia seu vinho e festejava. Essa cena do banquete justapõe o esplendor do acontecimento com o julgamento de Deus que logo seria realizado (cf. Gn 40.20-22; Mc 6.21-28).
Foi naqueles momentos de bebida quando o vinho já tomava conta do rei e sob a influência do vinho que Belsazar cometeu um ato sacrílego. Mesmo de um ponto de vista gentílico, os utensílios sagrados de outras religiões deveriam ser considerados com reverência.
Os que se enveredam por esse caminho de beber e se drogar tornam-se instrumentos do mal para práticas terríveis que poderão ter consequências irreparáveis. Conhecendo os seus efeitos e esses resultados de tantas e tantas histórias e testemunhos, melhor e mais inteligente é não ir por esse caminho de morte e destruição.
Álcool na Bíblia (exemplos)[1]
Não se embriaguem com vinho,
que leva à libertinagem,
mas deixem-se encher pelo Espírito,
Efésios 5:18
Ora, as obras da carne são manifestas:
imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes.
Eu os advirto, como antes já os adverti:
Aqueles que praticam essas coisas
não herdarão o Reino de Deus.
Gálatas 5:19-21
Assim diz o Senhor:
"Quando ainda se acha suco
num cacho de uvas,
os homens dizem: 'Não o destruam,
pois ainda há algo bom';
assim farei em favor dos meus servos;
não os destruirei totalmente.
Isaías 65:8
O vinho é zombador
e a bebida fermentada provoca brigas;
não é sábio deixar-se dominar por eles.
Provérbios 20:1
Não ande com os que
se encharcam de vinho,
nem com os que
se empanturram de carne.
Pois os bêbados e os glutões
se empobrecerão,
e a sonolência os vestirá de trapos.
Provérbios 23:20-21
Nabucodonosor é chamado de pai de Belsazar aqui – vs. 2 - e nos vs. 11, 13,18, e no v. 22, Belsazar é chamado de "filho" de Nabucodonosor. Pela BEG, vemos que embora saibamos que Belsazar era realmente filho de Nabonido e não de Nabucodonosor, os termos pai e filho eram usados com frequência no mundo antigo num sentido mais amplo de "ancestral" ou "predecessor" e de "descendente" ou "sucessor", respectivamente. É possível que Belsazar fosse neto de Nabucodonosor por meio de sua mãe, Nitócris.
Foi o próprio Belsazar que mandara trazer as taças e objetos sagrados dos hebreus para neles beberem suas bebidas e zombarem de Deus e assim darem louvores aos seus deuses.
Os vasos do templo foram profanados não apenas por terem sido utilizados de maneira profana, mas também por terem sido usados para honrar as divindades falsas da Babilônia.
Na mesma hora daquele ultraje, repentinamente, apareceram dedos de mão humana que começaram a escrever no reboco da parede, da parte mais iluminada do palácio real. O rei observou a mão enquanto ela escrevia e seu rosto ficou pálido, e ele ficou tão assustado que os seus joelhos batiam e as suas pernas vacilaram.
Aos gritos, o rei mandou chamar os encantadores, os astrólogos e os adivinhos e disse a esses sábios da Babilônia para darem a ele o significado e qualquer que lesse esta escritura e declarasse sua interpretação, o rei o vestiria de púrpura, e traria uma cadeia de ouro ao pescoço, e no reino seria o terceiro governante, o próximo em poder abaixo de Nabonido e de seu corregente Belsazar (5.1).
Novamente o rei determinou urna dupla exigência: declarar o presságio e interpretá-lo (cf. 2.3). Novamente, também, os caldeus não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei sua interpretação, pelo que o rei ficou irado em extremo.
Foi naquele momento que entrou no banquete a rainha-mãe por causa da grande confusão do rei. É improvável que ela fosse a esposa de Belsazar, uma vez que essas mulheres já estavam presentes no banquete (vs. 2-3). Pode ser que se tratasse da viúva de Nabucodonosor; entretanto, é mais provável que fosse Nitócris, esposa de Nabonido, filha de Nabucodonosor e mãe de Belsazar (BEG).
Ela então tranquiliza o rei e fala, testemunha, acerca de Daniel que, segundo ela, tinha o espírito dos deuses santos – vs. 11. Não deveríamos nos surpreender com o fato de que a rainha-mãe estivesse mais familiarizada com os acontecimentos do tempo de Daniel do que Belsazar.
É provável que, em 539 a.C., Daniel estivesse com cerca de oitenta anos. Ele era jovem quando fora levado para a Babilônia, sessenta e seis anos atrás, em 605 a.C. (1.1).
Em função do que disse a rainha-mãe mandaram chamar a Daniel cuja capacitação divina pode ser descrita teologicamente como uma presença do Espírito de Deus numa pessoa possuidora de um espírito extraordinário.
Daniel foi introduzido à presença do rei – vs. 13 – e o rei falou com ele perguntando se era ele um dos cativos de Judá que seu pai havia trazido e que tinha ouvido falar dele como aquele que tinha o espírito dos deuses e que se achavam nele a luz, o entendimento e excelente sabedoria.
Depois lhe fala da tentativa dos magos que o antecederam, de sua frustração e o indaga novamente se seria ele mesmo capaz de dar ao rei significado ao acontecido. Então lhe promete honrarias, presentes e uma alta posição no seu reino.
Daniel, de forma até um pouco ríspida e sem mostrar interesse, lhe responde dizendo que os presentes poderiam ficar com ele mesmo, isso é, não fazia questão deles, nem se deixaria motivar-se por isso.
Alguns pensam que Daniel rejeitou a oferta de recompensa de Belsazar não apenas porque ele não procurava tais honras, mas também em razão da consciência que tinha de que era apenas pela misericórdia de Deus que ele tinha sido capaz de responder à exigência do rei; ele não queria usar essa dádiva de Deus como meio para obter lucro pessoal (Gn 14.23).
Entretanto, havia aceitado tais recompensas antes (2 48) e o fez novamente mais tarde (v. 29). Talvez ele estivesse evitando qualquer pressão para modificar a mensagem sinistra (Nm 22.18; Mq 3.5,11).
A partir do verso 18, começa então a interpretar o ocorrido.
Primeiro ele fala do tempo de seu pai, Nabucodonosor, que Deus tinha dado a ele soberania, grandeza, glória e majestade e que, em função disso, homens de todas as nações, povos e línguas tremiam diante dele e o temiam.
O rei era tão poderoso que a quem o rei queria matar, matava; a quem queria poupar, poupava; a quem queria promover, promovia; e a quem queria humilhar, humilhava.
No entanto, o seu coração se tornou arrogante e endurecido por causa do orgulho e ele foi deposto de seu trono real e despojado da sua glória.
Daniel continuou a explicar em detalhes o fato já comentado no capítulo anterior que ocasionou a transformação em animal e depois que reconheceu o Senhor, voltou a ser homem novamente e tudo lhe foi devolvido o que lhe permitiu, depois, maior crescimento.
Se dirigindo, depois, a Belsazar comenta que ele sabia disso e que deveria ter se humilhado, mas pelo contrário, tornou-se pior e se exaltou acima do Senhor dos céus. Por fim, para agravar a sua situação e entrar em juízo com Deus, ainda mandou trazer as taças do templo do Senhor para que nelas bebessem ele, os seus nobres, as suas mulheres e as suas concubinas. Ainda louvaram os deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não podem ver nem ouvir nem entender. Para piorar ainda mais, não glorificaram o Deus que sustentava em suas mãos a vida dele e todos os seus caminhos.
E disse que a mão e os dedos que escreveram aquilo foi enviado por Deus, cujo significado era este: Mene: Deus contou os dias do teu reinado e determinou o seu fim. Tequel: Foste pesado na balança e achado em falta. Peres: Teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas".
Dn 5:1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes,
e bebeu vinho na presença dos mil.
Dn 5:2 Havendo Belsazar provado o vinho,
mandou trazer os vasos de ouro e de prata
que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo
que estava em Jerusalém,
para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes,
as suas mulheres e concubinas.
Dn 5:3 Então trouxeram os vasos de ouro que foram tirados do templo
da casa de Deus, que estava em Jerusalém,
e beberam por eles o rei, os seus grandes,
as suas mulheres e concubinas.
Dn 5:4 Beberam vinho, e deram louvores aos deuses de ouro,
e de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra.
Dn 5:5 Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem,
e escreviam, defronte do castiçal,
na caiadura da parede do palácio real;
e o rei via a parte da mão que estava escrevendo.
Dn 5:6 Mudou-se, então, o semblante do rei,
e os seus pensamentos o perturbaram;
as juntas dos seus lombos se relaxaram,
e os seus joelhos batiam um no outro.
Dn 5:7 E ordenou o rei em alta voz, que se introduzissem
os encantadores, os caldeus e os adivinhadores;
e falou o rei, e disse aos sábios de Babilônia:
Qualquer que ler esta escritura, e me declarar
a sua interpretação, será vestido de púrpura,
e trará uma cadeia de ouro ao pescoço,
e no reino será o terceiro governante.
Dn 5:8 Então entraram todos os sábios do rei;
mas não puderam ler o escrito,
nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
Dn 5:9 Nisto ficou o rei Belsazar muito perturbado,
e se lhe mudou o semblante;
e os seus grandes estavam perplexos.
Dn 5:10 Ora a rainha, por causa das palavras do rei
e dos seus grandes, entrou na casa do banquete;
e a rainha disse:
Ó rei, vive para sempre;
não te perturbem os teus pensamentos,
nem se mude o teu semblante.
Dn 5:11 Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses s
antos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência,
e sabedoria, como a sabedoria dos deuses;
e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai,
ó rei, o constituiu chefe
dos magos, dos encantadores, dos caldeus,
e dos adivinhadores;
Dn 5:12 porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente,
e conhecimento e entendimento para interpretar sonhos,
explicar enigmas e resolver dúvidas,
ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar.
Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação.
Dn 5:13 Então Daniel foi introduzido à presença do rei.
Falou o rei, e disse à Daniel:
És tu aquele Daniel, um dos cativos de Judá,
que o rei, meu pai, trouxe de Judá?
‘              Dn 5:14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses
está em ti, e que em ti se acham
a luz, o entendimento e a excelente sabedoria.
Dn 5:15 Acabam de ser introduzidos à minha presença
os sábios, os encantadores, para lerem o escrito,
e me fazerem saber a sua interpretação;
mas não puderam dar a interpretação destas palavras.
Dn 5:16 Ouvi dizer, porém, a teu respeito que podes
dar interpretações e resolver dúvidas.
Agora, pois, se puderes ler esta escritura
e fazer-me saber a sua interpretação,
serás vestido de púrpura,
e terás cadeia de ouro ao pescoço,
e no reino serás o terceiro governante.
Dn 5:17 Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei:
Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro;
todavia vou ler ao rei o escrito,
e lhe farei saber a interpretação.
Dn 5:18 O Altíssimo Deus, ó rei, deu a Nabucodonosor, teu pai,
o reino e a grandeza, glória e majestade;
Dn 5:19 e por causa da grandeza que lhe deu, todos
os povos, nações, e línguas tremiam e temiam diante dele;
a quem queria matava, e a quem queria conservava em vida;
a quem queria exaltava, e a quem queria abatia.
Dn 5:20 Mas quando o seu coração se elevou,
e o seu espírito se endureceu para se haver arrogantemente,
foi derrubado do seu trono real,
e passou dele a sua glória.
Dn 5:21 E foi expulso do meio dos filhos dos homens,
e o seu coração foi feito semelhante aos dos animais,
e a sua morada foi com os jumentos monteses;
deram-lhe a comer erva como aos bois,
e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo,
até que conheceu que o Altíssimo Deus tem domínio
sobre o reino dos homens,
e a quem quer constitui sobre ele.
Dn 5:22 E tu, Belsazar, que és seu filho,
não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isso;
Dn 5:23 porém te elevaste contra o Senhor do céu;
pois foram trazidos a tua presença os vasos da casa dele,
e tu, os teus grandes, as tua mulheres
e as tuas concubinas, bebestes vinho neles;
além disso, deste louvores aos deuses
de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira
e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem;
mas a Deus, em cuja mão está a tua vida,
e de quem são todos os teus caminhos,
a ele não glorificaste.:
Dn 5:24 Então dele foi enviada aquela parte da mão
que traçou o escrito.
Dn 5:25 Esta, pois, é a escritura que foi traçada:
MENE, MENE, TEQUEL, UFARSlM.
Dn 5:26 Esta é a interpretação daquilo:
MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.
Dn 5:27 TEQUEL:
Pesado foste na balança, e foste achado em falta.
Dn 5:28 PERES:
Dividido está o teu reino,
e entregue aos medos e persas.
Dn 5:29 Então Belsazar deu ordem,
e vestiram a Daniel de púrpura, puseram-lhe
uma cadeia de ouro ao pescoço,
e proclamaram a respeito dele que seria
o terceiro em autoridade no reino.
Dn 5:30 Naquela mesma noite Belsazar, o rei dos caldeus,
foi morto.
Dn 5:31 E Dario, o medo, recebeu o reino,
tendo cerca de sessenta e dois anos de idade.
A interpretação foi terrível, difícil e nada amigável, pelo contrário detonava ao rei Belsazar, no entanto, o rei percebeu que estava diante da verdade e diante de um homem da verdade e por sua ordem, vestiram Daniel com um manto vermelho, puseram-lhe uma corrente de ouro no pescoço, e o proclamaram o terceiro em importância no governo do reino.
Depois disso, naquela mesma noite, tendo já Daniel recebido os presentes e a sua promoção, o rei foi morto e no seu lugar passou a reinar Dario, o medo, com a idade de 62 anos.
Como havíamos dito no início, os acontecimentos deste capítulo tiveram lugar em 539 a.C., o ano em que a Babilônia caiu diante dos persas. No livro de Esdras veremos que ele resume cronologicamente várias tentativas de interromper os trabalhos de reconstrução do templo[2], durante os reinados de:
·         Ciro em 559-530 a.C. (vs. 1-5).
·         Xerxes em 486-465 a.C. (v. 6).
·         Artaxerxes 1 em 465-424 a.C. (vs. 7-23).
·         Dario 1 em 522-486 a.C. (v. 24).
Pretendemos, depois, fazer um paralelo com essas histórias e com os contemporâneos de Daniel. Aguardem.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


[2] Do livro do mesmo autor - GRANDES LÍDERES DO POVO DE DEUS NO PÓS-EXÍLIO - Aprendendo o segredo da liderança com Esdras, Ester, Neemias e os reis persas Ciro, Dario, Xerxes e Artaxerxes.
...


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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.