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terça-feira, 29 de março de 2016

Judas 1 1-25 - SENDO LIVRES, PODEMOS PECAR À VONTADE?

Judas escreveu essa epístola com o fim de denunciar os falsos mestres na igreja e o estilo de vida imoral que eles promoviam.
Breve síntese do capítulo único de Judas.
O propósito de Judas era combater o falso ensino de que a liberdade e a salvação dos cristãos pela graça dão a eles licença para pecar.
Suas verdades fundamentais encontradas em Judas, o irmão de Tiago, uma das colunas da igreja (Gl 2:9): 1. Um castigo rigoroso aguarda aqueles que se rebelam contra Deus e Cristo. 2. Os cristãos devem resistir com vigor aos falsos mestres na igreja. 3. A liberdade cristã e a livre graça de Deus não dão aos cristãos liberdade para pecar. 4. Os cristãos são responsáveis por procurar ativamente fazer boas obras e crescer espiritualmente. (conforme BEG).
Poderemos pecar mais abundantemente para que a graça seja ainda mais abundante? Não! Jamais! Aquele que se dá ao pecado não conhece, nem nunca conheceu ao Senhor, antes engana-se a si mesmo achando-se de Cristo.
Veja a segmentação de Judas.
1. SAUDAÇÃO (1-2)
Judas identificou-se e saudou seus leitores. Judas identificou-se como o autor da carta e cumprimentou seus leitores. Também como servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago que endereçou a sua carta aos chamados, santificados em Deus Pai e conservados por Jesus Cristo. Um chamando, outro santificando e ainda outro conservando.
Deus é soberano e gracioso em chamar efetivamente para salvação aqueles que ele escolheu, os quais são os amados. Essa eleição e o chamado soberanos de Deus são baseados no eterno amor do Pai pelos eleitos (Rm 8.28-39; Ef 1.4-5). Eles são conservados ou guardados por Jesus Cristo. O grego também pode ser traduzido "guardados para Jesus Cristo". O eleito perseverará na fé porque Deus os preserva (vs. 24; Jo 10.27-30; 1Pe 1.5).
A eleição eu entendo assim. Imaginemos o fim de tudo e o momento em que haverá a separação dos homens, no juízo eterno, fortemente anunciado em todas as Escrituras. Haverá um tempo – dentro do tempo físico – em que tudo se terá passado. E agora nós teremos os que são de Deus (os eleitos) e os que foram para o inferno (não eleitos).
Depois do juízo final de Deus, haverá injustiças da parte de Deus por causa dos eleitos e dos que foram para o lago de fogo? Nem depois, nem antes, nem nunca houve injustiças ou inverdades ou falta de amor da parte de Deus, pois sabemos que ele é perfeito!
O Lago de Fogo, diz a Palavra, é o lugar preparado para o inferno e também para o diabo, todos os seus anjos e seguidores - (Ap 20.10, 13-15; Cf. 14. 9 -11; 19.20).
Há mesmo um lugar destinado para todos os seguidores do diabo! Obviamente que não são os eleitos. A eleição de Deus (como é feita e executada sem injustiças alguma? Não sei explicar!) é um processo santo e perfeito.
A esses que identificamos acima ele os saúda e os abençoa com a tríplice saudação envolvendo a misericórdia, a paz e o amor. Judas confere a uma tradicional saudação judaica ("misericórdia e paz") um profundo significado cristão ao acrescentar a palavra "amor". A misericórdia de Deus para com os pecadores indignos e a paz que resulta são fundamentadas no amor divino manifestado em Jesus Cristo (vs. 1; Jo 3.16).
II. PROPÓSITO DA CARTA (3-4).
Judas escreveu a fim de denunciar os falsos mestres na igreja e o estilo de vida imoral que eles promoviam.
Judas explicou que ele escreveu a fim de contestar o falso ensino de que a graça de Deus dá aos cristãos licença para pecar.
Em vez da carta que tinha planejado escrever (talvez uma obra doutrinal sobre a salvação), Judas sentiu-se compelido pelas circunstâncias a tratar do problema dos falsos mestres (vs. 4). Não sabemos se a carta planejada originalmente acabou sendo escrita.
Ele queria escrever sobre a salvação comum, mas achou por bem escrever e exortá-los a batalhar, diligentemente, pela fé. Aqui, "fé" indica o conteúdo da mensagem ensinada pelos apóstolos e aceita por todos os cristãos (Gl 1.23; 1Tm 3.9), não o exercício pessoal de fé e confiança praticado pelos cristãos.
Batalhar pela fé quando se está sob ataque significa mais do que simplesmente opor-se verbalmente aos falsos mestres; isso envolve um modo positivo de vida que é fiel à mensagem do evangelho (vs. 20-23).
É essa a fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos. O Cristianismo envolve um corpo normativo de crenças dado por Deus para a igreja por meio dos apóstolos (1Co 15.3-8). Juntamente com o Antigo Testamento (veja 2Tm 3.14-17), o testemunho apostólico, como encontrado no Novo Testamento, permanece o padrão para a igreja (2Jo 9-10).
Ele agiu assim por causa de certos indivíduos que estavam se introduzindo no ambiente com dissimulação. Os causadores de problemas aparentemente tinham vindo de fora da(s) igreja(s) particular(es) a que Judas estava se dirigindo, talvez como profetas itinerantes ou mestres (cf. 2Co 11.1-5; 2Jo 7,9-11).
Sobre eles, Judas não poupa palavras para descrevê-los como aqueles que desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação. Essa frase difícil provavelmente refere-se às várias profecias da vinda da condenação de homens ímpios como os falsos mestres, talvez incluindo os exemplos nos vs. 5-7,11, a profecia de Enoque nos vs. 14-15 e as profecias apostólicas nos vs. 17-18.
Embora menos provável, pode se referir ao destino do ímpio sendo escrito nos livros dos céus (cf. Jr 22.30). Essa expressão “homens ímpios” resume a acusação de Judas aos falsos mestres.
Eles eram culpados de impiedade prática pelo fato de se negarem a reconhecer o senhorio de Cristo. Eles são os que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus.
Os oponentes de Judas eram culpados de antinomianismo — a crença de que os cristãos não estavam sob a obrigação de seguir a lei moral como uma regra de vida. Esse ensino era um problema persistente na igreja antiga (Rm 3.8; 6.15; 1Co 6.12-20; Gl 5.13), especialmente naquelas igrejas nas quais a ênfase de Paulo sobre a justificação pela graça por meio da fé era mal compreendida e deturpada (2Pe 3.16).
Eles negavam o Soberano e Senhor. Pelo seu comportamento imoral e ímpio, os falsos mestres negavam a Cristo. A palavra grega traduzida "Soberano" (despotes) indica poder e autoridade supremos e é frequentemente empregada para Deus na Septuaginta (a tradução grega do AT).
A designação de Cristo como "Soberano e Senhor" equipara o senhorio e a autoridade de Cristo aos de Deus e, desse modo, implica a divindade de Cristo (aqui a BEG recomenda seu excelente artigo teológico "Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1).
III. DENÚNCIA DOS FALSOS MESTRES (5-19)
Judas advertiu contra dar ouvidos aos falsos mestres ao insistir que Deus os castigaria, bem como aqueles que os seguiam.
O julgamento anterior de Deus contra aqueles que haviam levado outros a pecar indicava que Deus puniria os falsos mestres por levarem outros a pecar.
Antigas profecias com respeito à vinda do julgamento final advertiam quanto a um castigo ainda mais severo dos falsos mestres.
As profecias apostólicas com respeito à vinda do último julgamento confirmavam que castigos ainda mais severos estavam reservados para os falsos mestres.
Dos vs. 5 ao 19, veremos essa denúncia dos falsos mestres. Judas condenou os falsos mestres e advertiu contra acreditar em suas mentiras. Ele apoiou a sua argumentação com quatro conjuntos de exemplos: (1) o castigo dos ímpios (5-10); (2) o castigo dos que levam outros a pecar (11-13); (3) profecias anteriores de castigo (14-16) e (4) profecias apostólicas de castigo (17-19). Elas formaram nossa divisão proposta, conforme a BEG, a qual veremos todas agora: A. O castigo dos ímpios (5-10); 1. Exemplos de castigo divino dos ímpios (5-7); 2. Aplicação dos exemplos aos falsos mestres (8-10); B. O castigo dos que levam outros a pecar (11-13); 1. O castigo anterior de Deus de pessoas que levaram outros a pecar (11); 2. Aplicação aos falsos mestres (12-13); C. A profecia anterior a respeito do castigo (14-16); 1. A profecia de Enoque do castigo dos ímpios (14-15); 2. Aplicação aos falsos mestres (16); D. Profecias apostólicas de castigo (17-19); 1. Profecias apostólicas a respeito dos escarnecedores (17-18); e, 2. Aplicação aos falsos mestres (19).
A. O castigo dos ímpios (5-10).
Judas começou a sua condenação com exemplos de execuções anteriores do julgamento de Deus contra os ímpios (5-7). Então, ele aplicou aos falsos mestres os princípios demonstrados por esses exemplos (8-10).
1. Exemplos de castigo divino dos ímpios (5-7).
Judas usou três exemplos tirados do Antigo Testamento e dos apócrifos judaicos de castigos que Deus havia imposto aos ímpios.
Quando os israelitas se negaram a entrar em Canaã por causa do relato dos espiões, Deus os castigou pela descrença que eles demonstraram (Nm 13.25-14.38).
A consequência do pecado deles: quarenta anos de peregrinação pelo deserto. Assim como veio o castigo divino sobre os israelitas infiéis após sua libertação do Egito, do mesmo modo cairá sobre os membros apóstatas da igreja (Hb 3.7-12).
Os anjos em questão – vs. 6 - se rebelaram contra suas responsabilidades dadas por Deus e abandonaram suas áreas de ministério e residência. Alguns interpretam isso como significando que eles abandonaram suas residências no céu e vieram para a terra.
A sugestão de que isso é uma referência ao pecado dos "filhos de Deus" em Gn 6.2 é problemática (Gn 6.2). O fato é que eles estão reservados na escuridão e em prisões eternas aguardando o juízo daquele grande dia, o dia do julgamento na segunda vinda de Cristo.
Se o vs. 6 refere-se às tradições associadas com Gn 6.2-4, a palavra "como" – vs. 7 - refere-se à imoralidade sexual em geral e às relações sexuais antinaturais em particular.
Desde que Gn 6.2-4 provavelmente não se refere aos anjos (veja Gn 6.1-4), é preferível entender esse versículo como uma comparação entre dois casos ao apontar para o escândalo da transgressão e do orgulho na desobediência.
A perversão sexual em vista é a prática homossexual descrita em Gn 19.4-9. Aquelas cidades de Sodoma e Gomorra e as circunvizinhas foram postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição. A destruição de Sodoma e Gomorra e das cidades circunvizinhas pelo fogo em Gn 19 serve, em toda a Escritura, como um paradigma do castigo de Deus do pecado (Dt 29.23; Is 1.9; Jr 49.17-18; Lc 17.29-30; Rm 9.29).
O que dizer do mundo atual que está saindo da controvérsia dos gêneros onde a questão homossexual ficará para trás para dar lugar a uma nova onda, mais perversa, como a do gênero fluido? Ver vídeo: https://www.facebook.com/SiteJamaisDesista/posts/1245853595442266 [1]

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2. Aplicação dos exemplos aos falsos mestres (8-10).
Da mesma forma – comparando-os com os de Sodoma, Gomorra e circunvizinhos – esses sonhadores (uma provável referência às alegações dos falsos mestres de revelação divina mediante experiências visionárias, as quais talvez fossem usadas para justificar as três ações que seguem):
·         Contaminam seus próprios corpos.
Imoralidade sexual (v. 4; cf. 1Co 6.18), e talvez até homossexualidade (v. 7; cf. Rm 1.26-27).
·         Rejeitam as autoridades.
Embora alguns interpretem o governo em questão como humanos ou angélicos, é mais provável uma referência ao senhorio ou à autoridade de Jesus Cristo (veja a nota sobre o vs. 4).
·         Difamam os seres celestiais.
Veja 2Pe 2.9-10.
A evidência indica que esse incidente está baseado em “A assunção de Moisés”, uma obra apócrifa judaica (da qual restaram apenas fragmentos) que se desenvolve a partir da narrativa do sepultamento de Moisés em Dt 34.5-6.
A narrativa em questão diz respeito a uma disputa entre o arcanjo Miguel e o diabo sobre a posse do corpo de Moisés. Como geralmente interpretado, o objetivo de Judas era comparar a conversa ousada dos falsos mestres com a prudência de Miguel (veja 2Pe 2.10).
Outros interpretam Judas como fazendo um contraste entre o apelo de Miguel à autoridade de Deus sobre Satanás com as reivindicações dos falsos mestres à autoridade espiritual.
Miguel é um dos anjos principais e o guardião especial de Israel (Dn 10.13,21; 12.1). Em Ap 12.7 Miguel é visto liderando a multidão celestial numa guerra contra o diabo e seus anjos. Aqui há uma excelente recomendação de um artigo teológico "Anjos", em Zc 1.
B. O castigo dos que levam outros a pecar (11-13).
Judas voltou-se para exemplos de castigos anteriores mandados por Deus para aqueles que haviam levado outros a pecar (11). Então, ele aplicou os princípios desses julgamentos aos falsos mestres (12-13).
Nos exemplos a seguir ficam claros que os castigos anteriores foram mandados por Deus para aqueles que haviam levado outros a pecar. Judas apelou a três exemplos do Antigo Testamento da punição de Deus contra aqueles que haviam levados outros a pecar.
1. O castigo anterior de Deus de pessoas que levaram outros a pecar (11).
Ai deles! – Judas exclama – pois seguiram o caminho de Caim. (Veja Gn 4.3-12; cf. Hb 11.4; Ho 3.12). De acordo com a tradição judaica, à qual Judas tem estado se referindo, Caim foi o pecador arquetípico e o instrutor de outros no pecado.
Ai deles! – Judas exclama – pois que buscando o lucro, incorreram no erro de Balaão.
Ai deles! – Judas exclama – pois foram destruídos na rebelião de Corá. Corá, junto com Datã e Abirão, lideraram duzentos e cinquenta homens na rebelião contra a autoridade de Moisés e Arão (Nm 16).
A rebelião de Corá e a consequência do julgamento divino fornecem um paralelo adequado para a rebelião dos falsos mestres contra a autoridade legítima da igreja e a perigosa habilidade que eles têm de desviar os outros do caminho correto.
Eles também fornecem uma ilustração descritiva do castigo divino que está aguardando os falsos mestres (Nm 16.31-33).
2. Aplicação aos falsos mestres (12-13).
Com base no castigo anterior dado por Deus àqueles que haviam levados outros a pecar, Judas argumentou que Deus iria castigar também os falsos mestres por levarem os membros da igreja cristã a pecar.
Judas compara – vs. 12 e 13 - esses homens sonhadores com coisas insignificantes na natureza:
·         São rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês fazem, comendo com vocês de maneira desonrosa.
A palavra grega empregada aqui pode significar "recifes; rocha escondida" (as quais podem pôr em risco a navegação) ou, menos frequentemente, "nódoa; imperfeição". Talvez Judas tenha intencionalmente usado a ambiguidade da palavra para enfatizar que os falsos mestres eram perigosos porque corrompiam e guiavam outros para o caminho errado.
A interpretação "festas de fraternidade" (2Pe 2.13; cf. 1Co 11.20-34), incerta em 2Pe 2.13, está correta aqui.
Embora os falsos mestres tivessem transformado as festas de fraternidade em ocasiões para franca imoralidade (cf. 2Pe 2.13, mas veja também a nota sobre "festas de fraternidade", acima), Judas também pode ter se preocupado com a influência deles nessas reuniões.
Como o ensino ocorria nessas festas (At 20.7,11), havia oportunidade para os falsos profetas promoverem suas ideias.
·         São pastores que só cuidam de si mesmos.
Quem cuida apenas de si mesmo vive o mais profundo egoísmo e não se importa com nada. O outro para esses somente tem uma finalidade servir para alguma utilidade; caso contrário, é logo descartado.
·         São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz.
As nuvens sem água são um tipo de hipocrisia que não fornece o que é prometido (2Pe 2.17); as árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas. Como árvores que não produzem frutos na época da colheita, a vida dessas pessoas era improdutiva, e elas estavam sob o julgamento de Deus (Mt 7.16-20).
·         São ondas bravias do mar, espumando seus próprios atos vergonhosos.
·         São estrelas errantes, para as quais estão reservadas para sempre as mais densas trevas.
Meteoros, estrelas cadentes, cometas ou, o mais provável, planetas. Ou o ensino dos oponentes era passageiro (que durava apenas por um breve período de tempo, como a luz de uma estrela cadente) ou indigno de confiança e sem valor (como quando um corpo celestial imprevisível é utilizado para a navegação).
C. A profecia anterior a respeito do castigo (14-16).
Judas foi além dos exemplos de castigos temporais anteriores para uma antiga profecia que indicava o julgamento mais severo que iria acontecer no Dia do Senhor.
1. A profecia de Enoque do castigo dos ímpios (14-15).
A profecia de Enoque do castigo dos ímpios é uma profecia apócrifa que afirma que Deus virá à terra para destruir totalmente todos os seus inimigos.
Ao dizer que "a estes... profetizou Enoque", Judas parece ter confirmado que Enoque fez essa profecia em particular, embora ele não tenha declarado a sua opinião sobre a autoria de "'Enoque como um todo.
A citação de Enoque ensina, na dependência do Antigo Testamento, e em consistência com inúmeras profecias do Antigo Testamento (p. ex., Dn 7.9-10; Zc 14.5), que Deus virá com o seu exército celestial para julgar os ímpios.
Judas estava justificado ao empregar a verdade geral desse texto biblicamente baseado à sua situação específica.
Enoque foi o sétimo depois de Adão. O Enoque de Gn 5.18-24 é da sétima geração de Adão se Adão for contado como o primeiro. Nos vs. 14-15, Judas citou quase literalmente a obra apócrifa bem conhecida e respeitada como O Livro de Enoque, ou 1Enoque, o qual é atribuído a essa personagem bíblica.
Ao fazer isso, Judas não sugeriu que 1Enoque era divinamente inspirado ou que havia sido realmente escrito pelo Enoque bíblico de Gn 5.18-24. Ele estava simplesmente fazendo uso de uma fonte conhecida que confirmava o seu tema da vinda do castigo divino para os ímpios.
Enoque profetizou: "Vejam, o Senhor vem com milhares de milhares de seus santos (uma provável referência à multidão de anjos que irá acompanhar o retorno do Senhor - Zc 14.5; Mt 25.31), para julgar a todos e convencer a todos os ímpios a respeito de todos os atos de impiedade que eles cometeram impiamente e acerca de todas as palavras insolentes que os pecadores ímpios falaram contra ele” – vs. 14, 15.
A repetição desse termo “ímpios” é importante. A mesma palavra grega é usada nos vs. 4,18. A rebelião dos falsos mestres era em primeiro lugar e principalmente contra Deus e sua autoridade, e iria deparar com o julgamento infalível de Deus.
2. Aplicação aos falsos mestres (16).
Do ensino de que Deus voltará com seus exércitos celestiais para destruir os ímpios, Judas inferiu a aplicação que terrível destruição eterna aguardava os falsos mestres.
Essas são as suas características:
·         Vivem  se queixando.
Como Israel no deserto (vs. 5; cf. 1Co 10.10), os falsos mestres resistiam à vontade de Deus, talvez pela queixa sobre as restrições da lei ao comportamento deles.
·         São  descontentes com a sua sorte.
Literalmente "suas bocas falam palavras arrogantes". Isso pode ter envolvido alegações de experiências visionárias (vs. 8), libertação da lei (vs. 4,8) e posse do Espírito Santo (vs. 18-19).
·         Seguem os seus próprios desejos impuros.
·         São cheias de si.
·         Adulam os outros por interesse.
Eles mostravam parcialidade em relação a algumas pessoas na igreja (provavelmente os ricos; cf. Tg 2.1-9) e podem ter adaptado seus ensinos de modo a agradar as pessoas influentes que faziam parte do seu público.
D. Profecias apostólicas de castigo (17-19).
Judas recorreu ao ensino apostólico que confirmava que Deus viria para destruir os ímpios. Em todo lugar na Bíblia há menção de que os ímpios serão destruídos totalmente.
1. Profecias apostólicas a respeito dos escarnecedores (17-18).
Os apóstolos prognosticaram que alguns rejeitariam seus ensinos com respeito ao retorno de Jesus.
Alguns têm tomado o vs. 17 como uma indicação de que Judas não foi contemporâneo dos apóstolos, mas a passagem não faz essa afirmação. Judas simplesmente declarou que ele não era um apóstolo.
Os últimos tempos, como já temos falado, é o período total entre a primeira e a segunda vindas de Jesus (At 2.17; Hb 1.2; a BEG recomenda seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7). Nesse período se levantarão muitos escarnecedores. Especialmente da lei moral de Deus e da certeza da punição divina dos desobedientes (2Pe 3.3-4).
2. Aplicação aos falsos mestres (19).
Judas indicou que os falsos mestres estavam entre os "escarnecedores", que as profecias apostólicas condenam.
Eles são aqueles que estão andando segundo as suas ímpias paixões, que não tem o Espírito.
Contra as afirmações de seus adversários, Judas argumentou que os próprios falsos mestres eram aqueles que viviam totalmente no nível da vida natural, terrena (vs. 10) e que eles não tinham o Espírito.
Eles também promovem divisões. A divisão dentro da igreja era um resultado inevitável da arrogância dos falsos mestres (vs. 16) e suas afirmações, contra a liderança e os cristãos da igreja, de possuir o Espírito.
Pode ser que eles estivessem classificando as pessoas (como os gnósticos posteriores fizeram) como "espirituais" (os próprios falsos mestres) e "naturais" (os cristãos comuns).
Em suma:
·         Causam divisões.
·         Seguem a tendência de sua própria alma.
·         Não têm o espírito.
Dos vs. 20-23, Judas fará exortações positivas aos cristãos. Judas deixou de lado as acusações aos falsos mestres para fazer exortações positivas a seus leitores. A forma trinitária de exortação deve ser observada ("Espírito Santo" no vs. 20, "Deus" no vs. 21, "Senhor Jesus Cristo" no vs. 21).
Judas, como Pedro (1 Pe 2.5) e Paulo (1 Co 3.16-17), descreveu a igreja empregando a metáfora de um edifício – vs. 20. Como no vs. 3, "fé" refere-se à mensagem fundamental dos profetas e dos apóstolos (Cl 1.23; 1Tm 3.9). Em contraste com os falsos mestres, as orações dos leitores de Judas eram controladas pelo Espírito. (Gl 5.16-18; Ef 6 8).
A orientação de Judas era para serem todos guardados no amor de Deus. Os cristãos são responsáveis por permanecerem fiéis a Deus, e eles devem se esforçar para fazer isso. Embora Deus preserve os cristãos na fidelidade a ele (cf. vs. 24), ele não faz isso à parte dos meios das obras piedosas e sinceras deles. É o que podemos explicar como graça x responsabilidade humana. A graça [G] de Deus por exemplo é salvar, a responsabilidade humana [rh]é a de se fazer algo coerente com isso.
Para isso ficar mais claro, veja bem o vs. 21: “Mantenham-se no amor de Deus [RH], enquanto esperam [RH] que a misericórdia [G ]de nosso Senhor Jesus Cristo os leve [G] para a vida eterna”. Responsabilidade humana nesse versículo: “manter-se”, “esperar” e a graça, “misericórdia”, “levar para a vida eterna”.
Ainda assim, Judas pediu compaixão com os que tem dúvidas. Há algumas variações entre os manuscritos gregos com relação a esses versículos. Alguns traduzem o vs. 23 como "salvai outros com temor, arrebatando-os do fogo, detestando até a roupa...".
Com essa interpretação, há dois grupos em vez dos três representados nos vs. 22-23. Qualquer que seja a explicação textual exata, Judas reconheceu claramente que diferentes estratégias pastorais devem ser empregadas para diferentes pessoas.
Aqueles que expressam dúvidas (ou seja, aqueles que ainda não adotaram ativamente a incredulidade) devem ser aconselhados com mansidão, enquanto aqueles que adotam a falsa doutrina requerem uma abordagem mais confrontadora e direta.
Esses pecadores devem ser "arrebatados do fogo", mas se deve tomar cuidado para não cair no mesmo pecado, conhecendo a condenação que espera os impenitentes, pois até a roupa estaria contaminada pela carne.
Essa é uma vívida metáfora para a influência contaminadora dos falsos mestres, essa frase enfatiza o cuidado que os leitores de Judas deveriam ter nos contatos com os falsos mestres e com aqueles sob a influência deles (1Co 5.11; 2Jo 10.11).
Nos vs. 24 e 25, veremos a doxologia final. Judas encerrou a epístola com uma doxologia (cf. Rm 16.25-27) que expressa confiança no poder de Deus para preservar o seu povo até o final e que reconhece a eterna grandeza de Deus em sua "glória, majestade, império e soberania".
Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém – vs. 24, 25.
·         É ele o Senhor que não nos deixará cair.
·         É ele o Senhor quem nos apresentará diante da sua glória sem sermos consumidos por ela.
·         É ele o Senhor quem nos apresentará sem mácula e com grande alegria ao único Deus, nosso Salvador.
·         É a ele o Senhor que será destinada, por isso, toda glória, majestade, poder e autoridade.
·         Isso tudo sendo feito mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre. Amém!
Essa é uma importante garantia à luz das muitas ameaças de castigo que Judas havia listado contra os falsos mestres e aqueles que o seguem.
É somente mediante a preservação e capacitação de Deus que os cristãos permanecem fiéis a Cristo (a BEG recomenda aqui seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
Jd 1:1 Judas,
servo de Jesus Cristo
e irmão de Tiago,
aos chamados, amados em Deus Pai
e guardados em Jesus Cristo,
Jd 1:2 a misericórdia,
a paz
e o amor vos sejam multiplicados.
Jd 1:3 Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos
acerca da nossa comum salvação,
foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco,
exortando-vos a batalhardes, diligentemente,
pela fé que uma vez por todas
foi entregue aos santos.
Jd 1:4 Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação,
os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados
para esta condenação,
homens ímpios, que transformam em libertinagem
a graça de nosso Deus
e negam o nosso único Soberano e Senhor,
Jesus Cristo.
Jd 1:5 Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes
de tudo uma vez por todas,
                que o Senhor, tendo libertado um povo,
                               tirando-o da terra do Egito,
                                               destruiu, depois, os que não creram;
                Jd 1:6 e a anjos, os que não guardaram o seu estado original,
                               mas abandonaram o seu próprio domicílio,
                                               ele tem guardado sob trevas,
                                                               em algemas eternas,
                                                                              para o juízo do grande Dia;
Jd 1:7 como Sodoma, e Gomorra,
e as cidades circunvizinhas,
                que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles,
                seguindo após outra carne,
                               são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição.
Jd 1:8 Ora, estes, da mesma sorte,
                quais sonhadores alucinados,
                               não só contaminam a carne,
                                               como também rejeitam governo
                                               e difamam autoridades superiores.
                               Jd 1:9 Contudo, o arcanjo Miguel,
                                               quando contendia com o diabo
                                                               e disputava a respeito do corpo de Moisés,
                                                               não se atreveu a proferir juízo infamatório
                                                                              contra ele; pelo contrário, disse:
                                                                                              O Senhor te repreenda!
Jd 1:10 Estes, porém,
                quanto a tudo o que não entendem,
                               difamam;
                e, quanto a tudo o que compreendem
                               por instinto natural,
                               como brutos sem razão,
                                               até nessas coisas se corrompem.
Jd 1:11 Ai deles!
                Porque prosseguiram pelo caminho de Caim,           
                               e, movidos de ganância,
                                               se precipitaram no erro de Balaão,
                                               e pereceram na revolta de Corá.
Jd 1:12 Estes homens são
                como rochas submersas,
                               em vossas festas de fraternidade,
                                               banqueteando-se juntos sem qualquer recato,
                pastores que a si mesmos se apascentam;
                nuvens sem água impelidas pelos ventos;
                árvores em plena estação dos frutos,
                               destes desprovidas,
                               duplamente mortas,
                               desarraigadas;
                Jd 1:13 ondas bravias do mar,
                               que espumam as suas próprias sujidades;
                estrelas errantes,
                               para as quais tem sido guardada a negridão das trevas,
para sempre.
Jd 1:14 Quanto a estes foi que também profetizou Enoque,
o sétimo depois de Adão, dizendo:
                Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades,
                               Jd 1:15 para exercer juízo contra todos
                               e para fazer convictos todos os ímpios,
                                               acerca de todas as obras ímpias
que impiamente praticaram
                                               e acerca de todas as palavras insolentes
que ímpios pecadores
                                                                               proferiram contra ele.
Jd 1:16 Os tais são murmuradores,
são descontentes,
                andando segundo as suas paixões.
                               A sua boca vive propalando grandes arrogâncias;
são aduladores dos outros,
                por motivos interesseiros.
Jd 1:17 Vós, porém, amados,
                lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas
                               pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,
                                               Jd 1:18 os quais vos diziam:
No último tempo, haverá escarnecedores,
andando segundo as suas ímpias paixões.
Jd 1:19 São estes
                os que promovem divisões,
                sensuais, que não têm o Espírito.
Jd 1:20 Vós, porém, amados,
                edificando-vos na vossa fé santíssima,
                orando no Espírito Santo,
                               Jd 1:21 guardai-vos no amor de Deus,
                               esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo,
                                               para a vida eterna.
Jd 1:22 E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida;
Jd 1:23 salvai-os,
                arrebatando-os do fogo;
quanto a outros,
                sede também compassivos em temor,
                detestando até a roupa contaminada pela carne.
Jd 1:24 Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços
e para vos apresentar com exultação,
imaculados diante da sua glória,
Jd 1:25 ao único Deus,
nosso Salvador,
mediante Jesus Cristo,
Senhor nosso,
                glória,
                majestade,
                império
                e soberania,
                               antes de todas as eras,
                               e agora,
                               e por todos os séculos.
                                               Amém!
Vindo um dia desses para o serviço, Deus falou comigo sobre cantar louvores e adorá-lo e orar a ele no meio das tribulações:
-      filho, você deve me reconhecer no meio das tempestades, como eu andava por cima das águas e por elas não era afetado. Eu continuo no controle de todas as forças: dos ventos contrários, da tempestade, das águas, do mar revolto, das ondas... Por que não me louvas e me adoras e não me reconheces?
Pois bem, devemos adorar ao Senhor não para que por meio de nossa adoração a situação mude, mas por reconhecermos o controle do Senhor que querendo, mudará o quadro atual, ou não.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 


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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.