Veremos
nesse livro a história desse grande líder em Israel que regressando do
cativeiro para Jerusalém se empenhou pela reconstrução dos muros da cidade
enfrente forte oposição e ainda conduziu o povo de Deus numa renovação da
aliança, na devoção à cidade e em reformas morais e sociais.
Dividiremos
esse livro, composto de 13 capítulos, em duas partes principais.
Parte III – O regresso
de Neemias e a reconstrução do muro – 1:1 a 7:3.
Parte IV – O regresso dos
exilados e a reconstrução da comunidade – 7:4 a 13:31.
Parte III. O
REGRESSO DE NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DO MURO – 1:1 a 7:3.
Neemias
regressou a Jerusalém com a aprovação de Deus e do rei. O regresso de Neemias à
Terra Prometida foi motivado por aspirações piedosas da sua parte em relação à
Jerusalém e ao povo de Deus. Com a ajuda de Deus, Neemias se mostrou fiel e bem
sucedido na construção do muro da cidade apesar de grande oposição. Ele
promoveu a iniciativa de construção que começou com Zorobabel e teve
continuidade com Esdras.
Essa
parte será dividida didaticamente em duas outras partes.
A.O
regresso de Neemias – 1:1 a 2:10.
B.A
reconstrução do muro – 2:11 a 7:3.
Neemias 1:1-11 -
Neemias, outro grande líder em Israel
Estamos
vendo o primeiro capítulo de treze, no total, que é feito este livro.
Depois
de ser informado das condições em que Jerusalém se encontrava, Neemias tomou o
firme propósito de regressar.
Como
na BEG, que estamos seguindo, dividiremos também essa parte “A” em duas outras.
1. Os preparativos para o regresso de Neemias – 1:1 a 2:8 2. Neemias finalmente
regressa – 2:9 a 10.
1. Os preparativos
para o regresso de Neemias – 1:1 a 2:8.
Neemias
descreve como resolveu acompanhar os judeus que estavam regressando. Ele era um
membro da corte real cuja responsabilidade era escolher o vinho (2:1) e evitar
que o rei fosse envenenado, mas cuja proximidade com o rei acarretava prestígio
e influência na corte.
Ele
primeiro recebeu um relato (1:1-3), reagiu ao que ouviu (1:4-11) e pediu permissão
ao rei Artaxerxes I para ir (2:1-8).
a. O relato sobre
Judá – 1:1-3.
Neemias,
cujo significado é "O SENHOR consolou", tinha motivos legítimos para
acompanhar os judeus que estavam regressando. Sua decisão foi inspirada por um
relato das condições difíceis de Jerusalém.
Relembramos
ao leitor que o livro de Neemias era, originalmente, uma continuação do livro
de Esdras.
O
livro começa dizendo na primeira pessoa (“eu” - indicação de que os textos
apresentados no livro fazem parte das memórias do próprio Neemias) que, estando
ele, Neemias, em Susã (uma residência de
inverno dos reis persas - Et 1:2,5; 2:3, 3:15; 9:11ss.; Dn 8:2), no mês de
quisleu, ou seja, entre novembro-dezembro de 446 a.C., do vigésimo ano de
Artaxerxes I (2:1; Ed 7:1) veio a ele Hanani – forma abreviada de Hananias (O
SENHOR é gracioso), juntamente com outros de Judá.
Hanani
era uma espécie de chefe de assuntos judaicos que foi mencionado nos Papiros
Elefantinos, textos aramaicos descobertos no Egito num assentamento de judeus
do século 6. Alguns conjeturam que ele era irmão de Neemias (7:2).
Neemias
perguntou a Hanani sobre os judeus que escaparam e que não foram levados
cativos e ainda por Jerusalém. Hanani e os outros então responderam a ele que a
situação deles era muito terrível e desesperadora - Ed 1:4; Is 1:9; Mq 2:12;
4:7. 1:3 –, sendo que os muros de Jerusalém estavam derribados e as suas
portas, queimadas – vs. 3.
Muito
provavelmente em decorrência dos acontecimentos registrados em Ed 4.7-23, mas,
tendo em vista a referência a "portas", a causa mais provável é a
destruição provocada por Nabucodonosor em 586 a.C. (Is 58:12; 61:4; 64:10).
b. A reação de
Neemias – 1:4 – 11.
Neemias
revelou a sua motivação piedosa para voltar à Terra Prometida.
No
vs. 4, vemos que ele se entristeceu muito com os relatos.
·Assentou-se.
·Chorou.
·Lamentou
por alguns dias.
·Jejuou
e orou perante o Deus dos céus.
Aqui,
o jejum está associado ao luto (como também em I Sm 31:13) e também a uma
petição a Deus ( Ed 8:21; Is 58:3 – especialmente ao Deus dos céus – Ed 1:2; Dn
4:27,37).
Nesse
livro, iremos perceber que a pessoa de Neemias está associada com a ideia de um
homem que vive em constante oração. Talvez tenha sido esta a razão pela qual
Deus abençoou tão ricamente os seus esforços (2:4; 4:4,9; 5:19; 6:9,14,
13:14,22,29,31).
No
verso 5, veremos que Neemias reconhece tanto a transcendência quanto a
imanência do Deus de Israel. O Deus verdadeiro não apenas está muito acima do
seu povo como "Deus dos céus", mas também está próximo dele como “Deus
da aliança”.
No
verso 6 de sua oração, ele pede ao Senhor a sua atenção e os seus ouvidos
apesar dele mesmo e dos pecados de todo povo. Continuamente – Js 1:8; Sl 1:2 –,
ele estava se humilhando e buscando a Deus nas suas orações e confissões de
pecado não somente dele, como de todo o povo de Deus.
Ele
reconhece, no verso 7, que não estavam guardando a aliança do Senhor. A relação
pactual entre Deus e o seu povo tornava as bênçãos e as maldições condicionadas
à fidelidade do povo. O Senhor cumpriria as suas promessas se Israel obedecesse
aos seus mandamentos (vs. 5), mas a sua desobediência resultaria em exílio (Ed
9:9).
Ao
pedir ao Senhor para lembrar da palavra dele mesmo, ele estava fazendo uma
petição comum nas Escrituras (Dt 9:27; Sl 132:1; Jr 14:21) e, particularmente,
aqui, em Neemias (5:19; 6:14; 13:14,22,29,31), na expectativa de que Deus
pudesse agir de acordo com as bênçãos e os julgamentos da aliança, uma vez que
a aliança mosaica prometia restauração depois do exílio (Dt 30:1-5) com base na
aliança feita com Abraão (Gn 15:18-21).
A
oferta de restauração estava à disposição de todas as gerações, tendo como
condição o arrependimento (Lv 26:40-45; Dt 4:25-31).
Em
sua oração e busca, ele se dava a entender, diante de Deus, que estava
arrependido e que estava buscando a Deus, conforme a sua palavra.
No
verso 10, ele diz ao Senhor que apesar de tudo, eles ainda eram seus servos e o
seu povo escolhido que ele tinha resgatado do Egito (Ex 32:11; Mq 6:4).
Ne
1:1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias.
E sucedeu no mês de Quislev, no
ano vigésimo,
estando eu em
Susã, a fortaleza,
Ne 1:2 Que veio Hanani, um de
meus irmãos, ele e alguns de Judá;
e perguntei-lhes
pelos judeus que escaparam,
e
que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.
Ne 1:3 E disseram-me:
Os restantes, que
ficaram do cativeiro, lá na província estão
em grande miséria
e desprezo; e o muro de Jerusalém
fendido
e as suas portas queimadas a fogo.
Ne 1:4 E sucedeu que, ouvindo eu
estas palavras,
assentei-me e
chorei, e lamentei por alguns dias;
e
estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
Ne 1:5 E disse:
Ah! SENHOR Deus
dos céus, Deus grande e terrível!
Que guarda a
aliança e a benignidade para com aqueles
que
o amam e guardam os seus mandamentos;
Ne 1:6 Estejam,
pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos
abertos,
para ouvires a oração do teu servo,
que
eu hoje faço perante ti, dia e noite,
pelos
filhos de Israel, teus servos;
e
faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel,
que
temos cometido contra ti;
também
eu e a casa de meu pai temos pecado.
Ne 1:7 De todo
nos corrompemos contra ti, e não guardamos
os
mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos,
que
ordenaste a Moisés, teu servo.
Ne 1:8 Lembra-te,
pois, da palavra que ordenaste a Moisés,
teu
servo, dizendo:
Vós transgredireis,
e eu vos espalharei entre os povos.
Ne 1:9 E vós vos
convertereis a mim, e guardareis os meus
mandamentos,
e os cumprireis; então, ainda que os
vossos
rejeitados estejam na extremidade do céu,
de
lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho
escolhido
para ali fazer habitar o meu nome.
Ne 1:10 Eles são
teus servos e o teu povo que resgataste
com
a tua grande força e com a tua forte mão.
Ne 1:11 Ah!
Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos
à
oração do teu servo, e à oração dos teus servos
que
desejam temer o teu nome;
e
faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça
perante
este homem.
Então era eu
copeiro do rei.
É
no verso 11 que ele suspira diante de Deus em invocação máxima como aquele que
conseguiu a atenção de seu Senhor e desabafa. Deus, esteja atento os teus
ouvidos:
·À
oração do teu servo.
·À
oração dos teus servos que desejam temer o teu nome.
·Faze
prosperar hoje o teu servo.
·Dá-lhe
graça perante este homem (o rei, Artaxerxes I).
Ele
faz questão de destacar as orações, tanto dele, como de todo o povo. No
entanto, não é de todo o povo, mas somente daqueles do povo que temem ao
Senhor.
O
temor do Senhor é a resposta pactual adequada à revelação que Deus fez de si
mesmo.
Temer
a Deus:
·É
conhecê-lo (Pv 9:10).
·É
confiar nele (SI 5:7; 34:11,22).
·É
obedecer a ele (Pv 8:13).
Então, ele finaliza pedindo a Deus, na certeza de que
será atendido, prosperidade (no sentido de ser bem sucedido em seu intento) e
graça diante de Artaxerxes I.
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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1 comentários:
Super interessante o estudo. Deus abençoe
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.