INSCREVA-SE!

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Tito 1-16 - FORMAÇÃO DE LIDERES COMPETENTES

Paulo escreveu essa epístola, provavelmente, entre 62-64 d.C., para incentivar Tito a completar a organização das igrejas em Creta, confrontar as ações de falsos mestres nessa região e instruir os crentes a terem uma conduta cristã apropriada. Estamos no capítulo 1/3.
Breve síntese do capítulo 1.
Paulo escreveu a Tito para incentivá-lo a completar a organização das igrejas em Creta, confrontar as ações de falsos mestres nessa região e instruir os crentes a terem uma conduta cristã apropriada. (BEG).
É o que se percebe logo no primeiro capítulo o zelo de Paulo e sua preocupação na formação de líderes competentes que cuidem do rebanho de Deus. Será que nossos pastores são assim como Paulo recomendou a Tito? Veja as qualificações abaixo nos vs. de 6 a 8 que fica bem clara com essa segmentação.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÕES (1.1-4).
Paulo identificou-se e explicou o seu ministério como servo e como apóstolo. Paulo iniciou a carta com uma elaborada identificação de si mesmo como o autor e Tito como o destinatário, assim como com uma bênção.
Servo de Deus, ou "escravo de Deus" (ou seja, alguém que pertence a Deus e que serve a ele; Rm 1.1; Fp 1.1). Além de servo, apóstolo de Jesus Cristo. Alguém enviado como um representante autorizado e oficial de Cristo.
Seu objetivo? Levar aos eleitos de Deus a fé e o conhecimento da verdade. Assim como em muitas passagens, Paulo falou daqueles que criam e daqueles que creriam no futuro como os que haviam sido eleitos ou escolhidos por Deus (2Tm 2.10; para melhor entendimento, recomendamos a leitura e a reflexão no excelente artigo teológico da BEG: "Predestinação e presciência", em Rm 8).
Esse conhecimento da verdade é que conduz à piedade. A missão apostólica de Paulo incluía mais do que converter os perdidos. Ele também reconhecia que os crentes devem crescer no conhecimento da verdade para que desenvolvam uma vida piedosa.
O conhecimento da verdade nem sempre leva à piedade (1Co 13.2), mas tal conhecimento é necessário para a piedade, mas se fundamenta na esperança da vida eterna.
A verdadeira fé e conhecimento cristãos estão baseados na esperança que nos é assegurada pela morte e ressurreição de Cristo (1Tm 1.1; 2Tm 1.1; 1Tm 1.16).
Paulo garante isso falando que a promessa vinha daquele Deus que não pode mentir. Uma afirmação da total confiabilidade de Deus. Deus não pode quebrar suas promessas (Nm 23.19).
Promessa essa feita antes dos tempos eternos. A promessa divina de salvação para os eleitos por meio da fé (vs.1) é eterna (2Tm 1.9).
No entanto, no devido tempo ele manifestou a sua palavra. A pregação de Paulo do evangelho cristão anunciava a eterna promessa de Deus em Cristo. Deus, nosso salvador. Como autor da aliança da graça, Deus é salvador (2.10; 3.4; 1Tm 1.1; 2.3; 4.10; recomendamos a leitura e a reflexão no excelente artigo teológico da BEG: "A aliança das obras e a aliança da graça", em Gn 6).
Paulo chama Tito de seu verdadeiro filho. Isso provavelmente indica que Tito foi um dos convertidos de Paulo. Não há evidências de que Paulo tivesse filhos biológicos; ele se considerava o pai espiritual daqueles que havia levado a Cristo, e ele os amava com um amor paterno.
Essa expressão graça e paz é típica do modo como Paulo impetrava uma bênção sobre os crentes (1Tm 1.2). Elas eram sempre a graça e a paz vindas de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Como mediador da aliança da graça, Cristo é Salvador (2.13; 3.6; 2Tm 1.10; vejam, repetimos a informação, o excelente artigo teológico da BEG: "A aliança das obras e a aliança da graça", em Gn 6).
Ao longo dessa carta, Paulo usou o título "salvador" tanto para Deus como para Cristo (vs. 3), refletindo, desse modo, a sua crença na divindade de Cristo (2.13).
II. INSTRUÇÕES A TITO (1.5-3.11).
Paulo deu a Tito a responsabilidade de cuidar das igrejas em Creta. Tito deveria organizar as igrejas constituindo ministros qualificados e também fazer oposição aos falsos mestres.
Diferentes grupos dentro da igreja deveriam receber instruções diferentes de Tito, mas todos os cristãos deveriam observar as instruções gerais dadas por ele. Tito deveria evitar as contendas dos falsos mestres que levavam à divisão.
Essa parte II irá de 1.5 ao 3.11, contendo instruções a Tito. A intenção de Paulo era instruir Tito sobre como agir como o seu (de Paulo) representante em Creta.
Seu ensino se divide em cinco seções: organização da igreja (1.5-9), falsos mestres (1.10-16), instruções para grupos específicos (2.1-15), instruções para todos os cristãos (3.1-8) e uma palavra final sobre os falsos mestres (3.9-11). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. Organização das igrejas em Creta (1.5-9) - veremos agora; B. Lidando com falsos mestres (1.10-16) - veremos agora; C. Instruções para grupos específicos (2.1-15); D. Instruções para todos os cristãos (3.1-8); e, E. Lidando com falsos mestres (3.9-11).
A. Organização das igrejas em Creta (1.5-9).
Tito havia ficado em Creta para organizar as congregações de crentes (1.5). Ele fazia isso primeiramente recrutando presbíteros com as qualificações adequadas (1.6-9).
1. A responsabilidade organizacional de Tito (1.5).
Paulo relembrou a Tito que ele havia permanecido em Creta com o propósito de organizar as igrejas. Ele deveria colocar em ordem as coisas restantes, ou seja, talvez a organização de igrejas em geral, mas especialmente a ordenação de presbíteros.
Os presbíteros deveriam ser homens encarregados do cuidado geral de uma igreja local (At 14.23; 20.17; 1Tm 5.17). Como o vs. 7 deixa claro, Paulo usou indiferentemente os termos "bispo" e "presbítero".
Em 1Tm 3.2-7, Paulo discutiu as qualificações para os bispos em termos muito semelhantes. Nenhuma lista tinha a intenção de ser completa; ambas indicam qualidades representativas requeridas daqueles que serviriam como presbíteros.
2. As qualificações para ser ministro (1.6-9).
Os presbíteros que Tito deveria chamar para coordenarem as igrejas em Creta deveriam possuir certas qualificações.
·         Ser irrepreensível – vs. 6 e 7.
A mudança casual de Paulo de "presbítero" para "bispo" no vs. 7 mostra que ele entendia os dois termos como se referindo ao mesmo ofício (cf. At. 20.17,28).
Talvez ele visse uma pequena diferença de nuança entre eles, com "presbítero" enfatizando o caráter (maturidade espiritual), e "bispo", a tarefa (cf. At. 20.28).
·         Marido de uma só mulher – vs. 6.
Provavelmente uma referência à fidelidade conjugal (1Tm 3.2). Esse requerimento excluía a prática de poligamia para os presbíteros. Muito provavelmente, Paulo assumiu que quase todos, se não todos, os presbíteros deveriam ser casados, mas não há razão para se supor que ele exigisse que os presbíteros fossem casados.
·         Ter filhos crentes submissos.
·         Não ser orgulhoso.
·         Não ser briguento.
·         Não ser apegado ao vinho.
·         Não ser violento.
·         Não ser ávido por lucro desonesto.
Ninguém deveria ver a liderança da igreja como uma oportunidade para ganhar dinheiro (vs. 11; 1Tm 6.5,10), embora Paulo tenha sancionado a remuneração para o ministério pastoral (1Co 9.7-9; 1Tm 2.17-18).
·         Ser hospitaleiro.
·         Ser amigo do bem.
·          Ser sensato, justo, consagrado.
·         Ter domínio próprio.
À luz da cultura de Creta (vs. 12-13), não é de admirar que o domínio próprio recebesse uma ênfase importante nessa carta (2.2,4-6,12).
·         Ser apegado firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada.
Assim como em suas cartas a Timóteo, Paulo estava preocupado com a transmissão do evangelho e com o compromisso com relação à sã doutrina de acordo com o evangelho (1Tm 1.10).
·         Ser capaz de encorajar outros pela sã doutrina.
·         Ser capaz de refutar os que se opõem a ela.
Duas tarefas do presbítero eram especialmente relevantes em vista dos falsos mestres em Creta: ensinar a sã doutrina e refutar o erro.
B. Lidando com falsos mestres (1.10-16).
Tito devia não somente confrontar e corrigir ensinos falsos, mas também lidar com os próprios falsos mestres, especialmente os da circuncisão. Nem todos os cristãos judeus, mas aqueles que tinham vindo de uma estreita perspectiva judeu-cristã (At 15.1,5; Cl 6.12-13).
Esses insubordinados que não passam de faladores e enganadores, especialmente os da circuncisão, andavam – vs. 11 - pervertendo casas inteiras. Isso deve se referir às atividades dos falsos mestres nas igrejas locais, desse modo enfatizando a necessidade de uma melhor organização (vs. 5), ou nas casas de famílias cristãs. O ensino deles não estava de acordo com a "sã doutrina" (vs. 9).
Paulo citou no vs. 12 a Epimênides, um poeta e reformador religioso de Cnossos, Creta, que viveu durante o século 6 a.C. e que era conhecido pelas suas profecias e sabedoria.
Paulo não colocou Epimênides no mesmo nível dos profetas do Antigo Testamento. Em vez disso, ele citou esse filósofo porque o povo da antiga cidade de Creta o estimava e porque a maneira auto desaprovadora das palavras de Epimênides tornava a descrição mais crível.
Sobre o que ele disse que os cretenses, sempre são mentirosos, feras malignas, glutões preguiçosos, ele falou a verdade. Portanto, Tito deveria repreendê-los severamente, para que fossem sadios na fé.
Não era para Tito dar atenção – vs. 14 - a lendas judaicas nem a mandamentos de homens que rejeitam a verdade. Talvez Paulo estivesse se referindo aos tipos de mitos acerca das figuras do Antigo Testamento que são encontradas em muitos dos escritos apócrifos judeus (1Tm 1.4; 4.7; 2Tm 4.4). Os mandamentos de homens devem estar relacionados às interpretações diferentes que os falsos mestres faziam da lei de Moisés (3.9; 1Tm 1.7; 4.3).
Isso tudo tinha aparência de profunda sabedoria, conhecimento elevado de Deus e intimidades com o sobrenatural, mas não passavam de grande engodo, como muito se vê hoje em dia no nosso presente século.
Paulo afirmava para Tito que todas as coisas eram puras para os puros. Os falsos mestres haviam aparentemente proibido o uso de certas coisas (1Tm 4.3). Para saber sobre a reação de Paulo a ensinos semelhantes, veja 1Tm 4.3-5.
Paulo não condenou apenas a doutrina dos falsos mestres, mas também as ações deles (2Tm 3.2-5). Tanto a sã doutrina como as ações em concordância com uma vida transformada são necessárias para os cristãos.
A falta de ações que sejam coerentes com uma vida transformada torna suspeita a fé em Cristo de tal pessoa (Mt 7.16-20; Tg 2.14-17; 1Jo 3.17; por fim, mais uma recomendação de leitura de um excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
 Tt 1:1 Paulo,
servo de Deus
e apóstolo de Jesus Cristo,
para promover a fé
que é dos eleitos de Deus
e o pleno conhecimento da verdade
segundo a piedade,
Tt 1:2 na esperança da vida eterna
que o Deus que não pode mentir prometeu
antes dos tempos eternos
Tt 1:3 e, em tempos devidos,
manifestou a sua palavra
mediante a pregação
que me foi confiada
por mandato de Deus,
nosso Salvador,
Tt 1:4 a  Tito,
verdadeiro filho,
segundo a fé comum,
graça e paz,
da parte de Deus Pai
e de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Tt 1:5 Por esta causa, te deixei em Creta,
para que pusesses em ordem as coisas restantes,
bem como, em cada cidade,
constituísses presbíteros,
conforme te prescrevi:
Tt 1:6 alguém que seja irrepreensível,
marido de uma só mulher,
que tenha filhos crentes
que não são acusados de dissolução,
nem são insubordinados.
Tt 1:7 Porque é indispensável que o bispo
seja irrepreensível
como despenseiro de Deus,
não arrogante,
não irascível,
não dado ao vinho,
nem violento,
nem cobiçoso de torpe ganância;
Tt 1:8 antes, hospitaleiro,
amigo do bem,
sóbrio,
justo,
piedoso,
que tenha domínio de si,
Tt 1:9 apegado à palavra fiel,
que é segundo a doutrina,
de modo que tenha poder tanto
para exortar pelo reto ensino
como para convencer
os que o contradizem.
Tt 1:10 Porque existem
muitos insubordinados,
palradores frívolos
e enganadores,
especialmente os da circuncisão.
Tt 1:11 É preciso fazê-los calar,
porque andam pervertendo casas inteiras,
ensinando o que não devem,
por torpe ganância.
Tt 1:12 Foi mesmo, dentre eles, um seu profeta, que disse:
Cretenses,
sempre mentirosos,
feras terríveis,
ventres preguiçosos.
Tt 1:13 Tal testemunho é exato.
Portanto,
repreende-os severamente,
para que sejam sadios na fé
Tt 1:14 e não se ocupem com fábulas judaicas,
nem com mandamentos de homens desviados da verdade.
Tt 1:15 Todas as coisas são puras
para os puros;
todavia, para os impuros e descrentes,
nada é puro.
Porque
tanto a mente
como a consciência deles estão corrompidas.
Tt 1:16 No tocante a Deus,
professam conhecê-lo;
entretanto, o negam
por suas obras;
é por isso que
são abomináveis,
desobedientes
e reprovados para toda boa obra.
O cuidado do pastor com seu rebanho vai ao extremo de lutar e de se opor fortemente contra os falsos pastores que querem a gordura do rebanho e cujo interesse está nos lucros ou em outro lugar menos no reino de Deus e na salvação das almas.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.

1 comentários:

Postar um comentário

Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.