O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o último capítulo do Evangelho de João, o 21; estamos
na última parte também.
Breve síntese do capítulo 21
Esta é mais uma vez, a terceira (eu tenho
uma pregação sobre isso: recomendo a sua leitura e meditação), das 13 vezes registradas que ele
apareceu aos seus discípulos depois de ressurrecto dentre os mortos.
A morte estava tão acostumada com o triunfo
que se esqueceu de que na morte de Cristo ela também morreria! As aparições
agora eram específicas e pontuais. Assim, Jesus mantinha seu padrão até que se
completassem os 40 dias aqui na terra.
Ele aparece aos discípulos enquanto estes
pescavam. Pescaram a noite toda, mas nada apanharam. Estavam frustrados e
tristes e lá aparece Jesus, na praia, preparando algo de comer e iria usar dos
peixes que ainda apanhariam.
A refeição preparada por Jesus, na beira da
praia, que momento especial! Quantas não são as vezes que Jesus está conosco em
nossas praias, mas estamos distraídos com nossa pescaria feita do nosso modo
que não apanha peixe algum?
Neste capítulo, o último do Evangelho de
João, Jesus vai tratar especialmente de Pedro para curá-lo daquele triste
momento em que negou o Senhor por três vezes.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. EPÍLOGO (21.1-25).
Depois de sua ressurreição, Jesus
estabeleceu na igreja uma ordem que deve ser seguida pelas gerações futuras.
É possível que esse capítulo tenha sido
acrescentado como um pós-escrito pelo mesmo autor do Evangelho (isto é, por
João), embora haja indícios de que outra pessoa escreveu o vs. 24 e talvez o vs.
25.
Dividiremos essa última parte em quatro
seções, as quais veremos todas agora.
A. O milagre no mar (21.1-14).
B. A confirmação de Pedro (21.15-19).
C. O discípulo amado (21.20-23).
D. Comentários finais (21.24-25).
A. O milagre no mar (21.1-14).
Jesus apareceu aos seus discípulos enquanto
eles estavam pescando e lhes concede que apanhem uma quantidade extraordinária
de peixes.
Depois dessas coisas, ainda o Senhor se
manifestou aos seus discípulos junto ao mar de Tiberíades.
Tudo começou com Pedro que teve a ideia de
ir pescar. Essa declaração pode indicar que, por ter negado o Senhor, Pedro
pensou que havia perdido o privilégio de ser uma testemunha. Naquela noite,
nada apanharam.
No Mediterrâneo da antiguidade não era
incomum pescar durante a noite. As circunstâncias trazem à memória a pesca
miraculosa relatada em Lc 5.4-11 e são associadas ao chamado inicial de Pedro e
alguns dos outros discípulos (Mt 4.18-22).
Eles passaram toda a noite pescando e não
encontram nada. A madrugada já estava despontando quando alguém surge na praia
e pede a eles algo para comer. Era o Senhor, todavia, os discípulos não
reconheceram que era ele.
Eles responderam que não tinham nada e
aquele senhor, à beira da praia, fala para eles jogarem a rede do lado direito
do barco que iriam encontra peixes.
Eles obedeceram e pegaram grande quantidade
de peixes. Aquele discípulo a quem Jesus
amava João foi o primeiro a reconhecer Jesus.
Pedrão ouvindo que era o Senhor cingiu-se
com sua veste. Um gesto surpreendente para alguém que estava prestes a se
lançar na água. É possível que Pedro tenha se vestido desse modo em sinal de
reverência a Jesus, diante do qual não desejava aparecer despido.
Os outros discípulos apanharam o barco e
foram para praia, para perto de Jesus onde ali viram umas brasas e, em cima,
peixes e pão. A passagem não diz de onde veio o peixe. Apesar de não ser
especificado, é possível que fizesse parte do milagre.
Jesus pediu a eles que trouxessem também
dos peixes que acabaram de pescar. A quantidade era enorme, cento e cinquenta e
três grandes peixes. Foram sugeridos vários significados para esse número. A
explicação mais simples é que se tratava do modo de um pescador descrever uma
pesca extraordinária.
Apesar da grande quantidade de peixes, a
rede suportou o peso. Jesus tinha preparado o café da manhã para eles com
peixes e pães e, assim, naquela manhã comeram juntos. Fora essa a terceira vez
que Jesus aparecera a eles.
Não o terceiro aparecimento, mas a terceira
vez que Jesus se revelava na presença de um grupo de apóstolos (cf.
20.19-23,24-26).
B. A confirmação de Pedro (21.15-19).
Veremos nos próximos versos Jesus tratando
de Pedro e o curando de todo mal. Por ter negado Jesus, é possível que Pedro se
considerasse inadequado para continuar no ofício de apóstolo. Nesses
versículos, Jesus confirma o apostolado de Pedro.
Jesus se dirige a ele como Simão, filho de
João - o mesmo nome que Jesus emprega no início de sua declaração solene em
resposta à confissão de Pedro (Mt 16.17).
Ele pergunta a ele se ele o amava mais do
que todos ali. Essa pergunta pode ser interpretada de várias maneiras:
"Amas-me mais do que estes homens me amam?"; "Amas-me mais do
que amas a estes homens?"; “Amas-me mais do que amas a estas coisas (redes
e peixes)?".
Na pergunta de Jesus, o verbo grego
traduzido como "amar" muda de forma quando Cristo questiona pela terceira
vez, ao passo que Pedro responde sempre usando esse segundo verbo.
Para alguns comentaristas, houve a intenção
de diferenciar, de algum modo, o significado dos dois verbos.
Porém, duas considerações tornam essa ideia
improvável:
(1)Em
primeiro lugar, João emprega esses verbos de modo alternado em outras passagens
do seu Evangelho.
(2)Em
segundo lugar, outras variações de expressão nesse diálogo são claramente
estilísticas (p. ex., "Apascenta os meus cordeiros", "Pastoreia
as minhas ovelhas", "Apascenta as minhas ovelhas").
Apascenta os meus cordeiros. "Meus
cordeiros" e "minhas ovelhas" são expressões que correspondem a “minha
igreja” (10.14,26-27).
Pedro escreveu aos presbíteros, considerando-se
"presbítero como eles" (1Pe 5.1-2), instando-os a “[pastorear] o
rebanho de Deus", numa indicação clara de que havia levado a sério as
palavras de Jesus.
Pedro não se entristeceu porque Jesus muda
ligeiramente o vocabulário nessa última pergunta, mas porque as três perguntas
sobre o seu amor por Jesus certamente o lembraram de suas três negações
recentes.
Em sua bondade, Jesus deu a Pedro a
oportunidade de confessar o seu amor e reafirmar o seu chamado para servir ao
Senhor. Reagindo com muita gratidão, Pedro chama Jesus de "o Supremo
Pastor" (1 Pe 5.4).
Tendo feito Pedro passar por essa sessão
terapêutica, lhe fala que quando era ele jovem, cingia-se a si mesmo, porém
quando Pedro envelhecer, outro o cingirá e o levará onde não quererá ir. Estava
Jesus falando – vs. 19 - com que gênero de morte Pedro haveria de honrá-lo. De
acordo com uma tradição antiga, sem seu martírio Pedro foi crucificado de
cabeça para baixo.
Ele então repete o seu chamado para Pedro,
como uma segunda chance para ele poder responder novamente. “Segue-me” - uma
repetição do chamado inicial de Jesus aos seus apóstolos (Mt 4.19; Lc 5.27; cf.
Jo 21.22). Esse episódio confirma, pela graça, o papel de Pedro como apóstolo.
C. O discípulo amado (21.20-23).
Pedro já curado, curiosamente, quis saber
do fim do discípulo amado – vs. 21. Ao ser relacionada a 13.23-25, essa
descrição “do discípulo que Jesus amava” não deixa dúvidas de que se trata de
João, filho de Zebedeu.
Jesus fala de sua volta futura e João esclarece
que Cristo não prometeu que retornaria durante o tempo de vida de João.
Alguns enxergaram nisso uma declaração de
que Jesus havia prometido voltar antes do final do século 1 d.C. Aqui, João
deixa claro que não foi feito nenhuma promessa desse tipo. No entanto, esses
versículos certamente trazem uma promessa da segunda vinda de Cristo que
ocorrerá num momento não especificado.
D. Comentários finais (21.24-25).
Essas palavras finais – vs. 24 e 25 - encerram
o Evangelho de João com a garantia de que o conteúdo da obra é autêntico, porém
não exaustivo.
O discípulo que escreveu a respeito "destas
coisas" é o mesmo discípulo mencionado várias vezes anteriormente e
identificado como aquele a quem Jesus amava (13.23) — a saber, João.
O vs. 24 dá testemunho de que o livro fora
escrito por João e ele usa “sabemos” para dizer que seu testemunho é verdadeiro.
Trata-se do depoimento de um contemporâneo de João que, sem dúvida, o conhecia
pessoalmente. Logo, todo o Evangelho, incluindo o cap. 21, foi recebido quase
instantaneamente pela igreja primitiva como um texto canônico.
João finaliza com uma hipérbole descritiva,
expressando claramente que cada um dos escritores do Evangelho teve de ser
extremamente seletivo. Esse versículo foi escrito por João ou acrescentado pela
pessoa que redigiu o depoimento anterior.
Jo 21:1 Depois disto,
tornou Jesus
a manifestar-se aos discípulos
junto
do mar de Tiberíades;
e
foi assim que ele se manifestou:
Jo
21:2 estavam juntos Simão Pedro,
Tomé,
chamado Dídimo,
Natanael,
que era de Caná da Galiléia,
os
filhos de Zebedeu
e
mais dois dos seus discípulos.
Jo
21:3 Disse-lhes Simão Pedro:
Vou
pescar.
Disseram-lhe
os outros:
Também
nós vamos contigo.
Saíram,
e entraram no barco,
e,
naquela noite, nada apanharam.
Jo 21:4 Mas,
ao clarear da madrugada,
estava
Jesus na praia;
todavia,
os discípulos
não
reconheceram que era ele.
Jo
21:5 Perguntou-lhes Jesus:
Filhos,
tendes aí alguma coisa de comer?
Responderam-lhe:
Não.
Jo 21:6
Então, lhes disse:
Lançai
a rede à direita do barco e achareis.
Assim fizeram
e já não podiam puxar a rede,
tão
grande era a quantidade de peixes.
Jo 21:7
Aquele discípulo a quem Jesus amava
disse
a Pedro:
É
o Senhor!
Simão Pedro,
ouvindo
que era o Senhor,
cingiu-se
com sua veste,
porque
se havia despido,
e lançou-se
ao mar;
o
21:8 mas os outros discípulos vieram
no
barquinho
puxando
a rede com os peixes;
porque não
estavam distantes
da
terra senão quase
duzentos
côvados.
Jo
21:9 Ao saltarem em terra,
viram
ali umas brasas
e,
em cima, peixes;
e
havia também pão.
Jo
21:10 Disse-lhes Jesus:
Trazei
alguns dos peixes
que
acabastes de apanhar.
Jo 21:11
Simão Pedro entrou no barco
e
arrastou a rede para a terra,
cheia
de cento e cinqüenta e três
grandes
peixes;
e, não
obstante serem tantos,
a rede não se
rompeu.
Jo
21:12 Disse-lhes Jesus:
Vinde,
comei.
Nenhum
dos discípulos ousava perguntar-lhe:
Quem
és tu?
Porque
sabiam que era o Senhor.
Jo
21:13 Veio Jesus,
tomou
o pão,
e
lhes deu,
e, de igual
modo, o peixe.
Jo 21:14 E já era esta a terceira vez
que Jesus se manifestava aos discípulos,
depois de
ressuscitado dentre os mortos.
Jo 21:15 Depois de terem comido,
perguntou Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho
de João, amas-me mais do que estes outros?
Ele respondeu:
Sim, Senhor,
tu sabes que te amo.
Ele lhe disse:
Apascenta os
meus cordeiros.
Jo 21:16 Tornou a perguntar-lhe pela
segunda vez:
Simão, filho
de João, tu me amas?
Ele lhe respondeu:
Sim, Senhor,
tu sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus:
Pastoreia as
minhas ovelhas.
Jo 21:17 Pela terceira vez Jesus lhe
perguntou:
Simão, filho
de João, tu me amas?
Pedro entristeceu-se por ele lhe ter
dito, pela terceira vez: Tu me amas?
E
respondeu-lhe:
Senhor,
tu sabes todas as coisas,
tu
sabes que eu te amo.
Jesus lhe disse:
Apascenta as
minhas ovelhas.
Jo 21:18 Em verdade, em verdade te digo
que, quando
eras mais moço,
tu
te cingias a ti mesmo
e
andavas por onde querias;
quando,
porém, fores velho,
estenderás
as mãos,
e
outro te cingirá
e
te levará para onde não queres.
Jo 21:19 Disse isto para significar com
que gênero de morte
Pedro havia
de glorificar a Deus.
Depois de assim falar, acrescentou-lhe:
Segue-me.
Jo 21:20 Então, Pedro, voltando-se,
viu que
também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava,
o
qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus
e
perguntara:
Senhor,
quem é o traidor?
Jo 21:21 Vendo-o, pois, Pedro perguntou
a Jesus:
E quanto a
este?
Jo 21:22 Respondeu-lhe Jesus:
Se eu quero
que ele permaneça até que eu venha,
que
te importa?
Quanto
a ti,
segue-me.
Jo 21:23 Então,
se tornou
corrente entre os irmãos o dito
de
que aquele discípulo não morreria.
Ora, Jesus
não dissera que tal discípulo não morreria, mas:
Se
eu quero que ele permaneça
até
que eu venha, que te importa?
Jo 21:24 Este é o discípulo
que dá
testemunho a respeito destas coisas
e
que as escreveu;
e
sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
Jo 21:25 Há, porém, ainda muitas outras
coisas que Jesus fez.
Se todas elas
fossem relatadas uma por uma,
creio
eu que nem no mundo inteiro
caberiam
os livros que seriam escritos.
Quanto a ti,
SEGUE-ME! Como seguiria ele a Jesus uma vez que Jesus subiria ao Pai? É por que
onde a palavra de Deus está sendo pregada - e para ser pregada ela deve apontar
para Jesus Cristo -, ali ele está! Entenda: não somos nós quem fazemos a obra
de Deus, mas o Senhor quem a faz por meio de nossa instrumentalidade – toda a
glória pertence somente a ele.
Obrigada pela ajuda em interpretar esse texto O da Palavra.m Meditando!
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Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
2 comentários:
Mas por esses versos acima da pra saber como Pedro morreu?
Obrigado! Deus o abençoe!!!
Deus Seja sempre Louvado!!!!....
Obrigada pela ajuda em interpretar esse texto
O da Palavra.m
Meditando!
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