Estamos na sexta parte, de nossa divisão
proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG.
Estamos no capítulo 13.
VI. A QUEBRA DA ALIANÇA (11.1-13.27).
Como já dissemos, de 11.1 a 13.27, estamos
vendo a aliança rompida. Esses capítulos começam com um enfoque explícito sobre
a violação flagrante da aliança por Judá, uma violação que condenou a nação à
maior de todas as maldições da aliança, o exílio.
Esse enfoque inicial é seguido de várias
narrativas e discurso, confirmando que o julgamento é inevitável.
Esta parte VI foi dividida em três seções:
A. A maldição da aliança (11.1-17) – já
vimos; B. O julgamento dos opositores de Jeremias (11.18-12.17) – já vimos; e, C. A maldição da aliança é
confirmada (13.1-27) – veremos agora.
C. A maldição da aliança é confirmada (13.1-27).
Até o verso 27 deste, veremos que a
maldição da aliança será confirmada. Depois de declarar que Deus julgaria
aqueles que desejavam fazer mal ao profeta, esses capítulos confirmam a
condenação anterior proferida por Jeremias contra as nações por meio de atos
simbólicos com um cinto de linho (vs. 1-11) e jarros de vinho (vs. 12-14), e
por meio de uma série de discursos (vs. 15-27).
O cinto de linho.
O Senhor pediu a Jeremias que fosse comprar
um cinto e que metesse ele em seus lombos e de forma alguma na água.
O cinto de linho era uma espécie de tanga,
que simbolizava o relacionamento íntimo que o Senhor havia planejado ter com o
seu povo. O linho era o tecido usado pelos sacerdotes (Êx 28.39), de modo que
há uma indicação do papel de Israel como reino de sacerdotes (Êx 19.6).
Jeremias em obediência à palavra do Senhor
compra o seu cinto e o põe em seus lombos.
Novamente o Senhor se volta a Jeremias,
neste assunto, pela segunda vez. E diz para eleapanhar o seu cinto, levantar-se da li e ir esconde-lo numa fenda de uma
rocha no rio Eufrates.
Em hebraico, Perath, é um termo normalmente
usado para designar o rio Eufrates. Alguns estudiosos têm sido sugerido que
este texto não se refira a esse rio da Mesopotâmia, mas a um povoado chamado
Pará (cf. Js 18.23), próximo a Anatote, no território de Benjamim. A semelhança
do nome, no entanto, sugere o Eufrates e, assim, o exílio na Babilônia.
Foi o próprio Senhor que se lembrou do
cinto escondido e que novamente fala com Jeremias para ir atrás de seu cinto. É
bem provável que o período extenso durante o qual o cinto ficou enterrado nesse
local simbolize a longa duração do exílio.
Novamente, em obediência ao Senhor,
Jeremias foi ao Eufrates, cavou e apanhou o cinto, mas este estava podre e
imprestável. Em consequência de ter sido enterrado (numa das margens do rio ou
mesmo no seu leito). Seu estado de decomposição retrata a corrupção do povo que
não era mais adequado para se relacionar com o Senhor.
Vemos no vs. 10, os perigos de não
obedecermos ou de não darmos ouvidos ao Senhor. Novamente, lhe veio a palavra
do Senhor sobre o assunto e lhe disse
que do mesmo modo que o cinto tinha apodrecido, ele, o Senhor, iria fazer apodrecer
a soberba de Judá e de Jerusalém que:
üTinha
um povo rebelde que se recusava ouvi-lo.
üEra
maligno.
üCaminhava
segundo a teimosia de seu coração obstinado.
üAndava
após deuses alheios e isso para os servir.
Tais deles seriam tão imprestáveis ou pior
que o cinto da experiência de Jeremias.
O Senhor explica – vs. 11 - que o ato
simbólico do cinto ilustra a sua aliança com todo o Israel, pois assim como se
liga o cinto aos lombos do homem, assim o Senhor ligou a ele toda a casa de
Israel, e toda a casa de Judá. Ele desejava que eles fossem por seu povo, e por
seu nome, e por seu louvor, e por sua glória (povo-nome-louvor-glória); mas não
quiseram ouvir.
Jeremias é chamado novamente pelo Senhor
para mais uma de suas experiências e palavras proféticas. Agora seria para ele
tomar um jarro ou um odre e enchê-lo de vinho. O vinho além de simbolizar
alegria dos homens e festas, também é usado com frequência como um símbolo da
ira de Deus (25.15-29).
Deus fala a Jeremias para dizer a eles que
todo odre se encherá de vinho e eles irão responder que sabiam disso, mas o
Senhor continua – vs. 13 – ao afirmar que ele encherá de embriaguez toda a
terra, todos os habitantes, mesmo reis que habitam e se assentam sobre o trono
de Davi, e sacerdotes, profetas e todos de Jerusalém.
Depois, os atirará um contra o outro, mesmo
pais contra filhos e não terá pena, nem piedade, nem compaixão até destruí-los
todos.
O Senhor pede que escutem, que se inclinem
diante dele para ouvir e que por isso não deveriam se ensoberbecer, porque o
Senhor falou.
O convite de Deus ainda era válido e
permanecia de pé. Todos deveriam dar-lhe glórias antes da escuridão. Os
conceitos de luz e trevas costumam ser empregados para salvação e julgamento,
respectivamente (Is 9.2; Am 5.18-20). Veja na BEG outro exemplo de uso da
expressão hebraica traduzida como "sombra da morte", veja SI 23.4.
Havia o perigo bem real de Deus transformar
a luz deles em grande e terríveis trevas e escuridão por causa de seus
comportamentos e manias. Até quando resistiremos ao Senhor e permaneceremos de
pé?
Deus os adverte que se não o ouvirem – vs.
17 – a sua alma chorará em oculto por causa da soberba. Eles amargamente
chorarão por causa do cativeiro que certamente viria. Deus advertiu e falou,
mas a resposta deles foi de fato a negligência ao Senhor.
A palavra de Deus que poderia salvá-los e
tinha poder para isso, já não alcançava os corações endurecidos e servia para
condenação deles, pois estaria Deus entrando em juízo com cada um.
Seria para Jeremias dizer ao rei e a
rainha-mãe, provavelmente Joaquim e sua mãe, Neústa (2Rs 24.8) para se
humilharem e sentarem-se no chão uma vez que estava caindo da sua cabeça a
coroa da sua glória - 22.24-26. Esse oráculo foi proferido pouco antes do
ataque de Nabucodonosor a Jerusalém em 597 a.C.
Essa maldição cumpre a ameaça de julgamento
contra determinados filhos de Davi de acordo com a aliança davídica (2Cr 6.16).
Não é irreversível, permitindo o surgimento de reis fiéis posteriores (2Sm 7;
SI 89; 132).
No verso 19, as cidades do Sul, cidades da
região árida no sul da Terra Prometida eram importantes como defesa contra os
aliados satélites da Babilônia (p. ex., Moabe; 2Rs 24.2), mas não foram capazes
de evitar o saque de Judá. Serviam de exemplo para o "orgulho" de
Judá (v. 17) uma vez que o Reino do Sul confiava na proteção oferecida por
essas cidades, e não por Deus.
Este é o erro natural de nós que habitamos
o presente século de não entendermos os planos de Deus, sua soberania e
acharmos que somos capazes de grandes feitos. Nem sempre nossa vitória é bem
nossa, mas somos os vitoriosos e isso é o que acaba importando. Eu mesmo já
prefiro é dar glórias a Deus em tudo e reconhecer nele o controle total e
absoluto, sem o vilipêndio da vontade de sua criatura.
Nos versos 20 e 21, Judá era militarmente
vulnerável tanto no norte quanto no sul (v. 19) e do norte é que viria a eles a
sua destruição por meio de um povo estranho e de línguas estranhas.
No verso 22, uma imagem de humilhação
pública, como de uma prostituta, possivelmente sugerindo estupro.
No verso 23, algumas perguntas retóricas,
talvez hiperbólicas. Acostumados que estavam com o mal, como poderia mudar de
uma hora para outra? O que seria impossível aos homens, Deus tornou possível em
Cristo Jesus. De fato, não poderíamos mudar do etíope a sua pele, nem do
leopardo as suas malhas, mas em Cristo Jesus, Deus nos fez nova criatura aniquilando
na morte de Cristo a nossa própria morte.
Uma
característica típica de Jeremias é afirmar que, a essa altura, Judá se
encontra tão corrompida que seria impossível haver arrependimento daí ele se
apega a sua esperança em uma nova aliança (31.31-34).
Em consequência, Deus iria espalhá-los como
o restolho – vs. 24 – que é arrebatado pelo vento do deserto. Essa imagem é
usada também para os perversos no SI 1.4.
Jr 13:1 Assim me disse o Senhor:
Vai, e
compra-te um cinto de linho,
e
põe-no sobre os teus lombos,
mas
não o metas na água.
Jr 13:2 E
comprei o cinto, conforme a palavra do Senhor,
e
o pus sobre os meus lombos.
Jr 13:3 Então
me veio a palavra do Senhor pela segunda vez, dizendo:
Jr 13:4 Toma
o cinto que compraste e que trazes sobre os teus lombos,
e
levanta-te, vai ao Eufrates,
e
esconde-o ali na fenda duma rocha.
Jr 13:5 Fui,
pois, e escondi-o junto ao Eufrates,
como
o Senhor me havia ordenado.
Jr 13:6 E
passados muitos dias, me disse o Senhor:
Levanta-te,
vai ao Eufrates, e toma dali o cinto
que
te ordenei que escondesses ali.
Jr 13:7 Então
fui ao Eufrates, e cavei, e tomei o cinto do lugar
onde
e havia escondido; e eis que o cinto tinha apodrecido,
e
para nada prestava.
Jr 13:8 Então
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Jr 13:9 Assim diz o Senhor:
Do mesmo modo
farei apodrecer a soberba de Judá,
e
a grande soberba de Jerusalém.
Jr 13:10 Este
povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras,
que
caminha segundo a teimosia do seu coração,
e
que anda após deuses alheios, para os servir,
e
para os adorar, será tal como este cinto,
que
para nada presta.
Jr 13:11
Pois, assim como se liga o cinto aos lombos do homem,
assim
eu liguei a mim toda a casa de Israel,
e
toda a casa de Judá, diz o Senhor,
para
me serem por povo, e por nome,
e por louvor,
e por glória;
mas
não quiseram ouvir:
Jr 13:12 Pelo
que lhes dirás esta palavra:
Assim
diz o Senhor Deus de Israel:
Todo
o odre se encherá de vinho.
E dir-te-ão:
Acaso
não sabemos nós muito bem
que
todo o odre se encherá de vinho?
Jr 13:13
Então lhes dirás:
Assim
diz o Senhor:
Eis
que eu encherei de embriaguez
a
todos os habitantes desta terra,
mesmo aos
reis que se assentam
sobre
o trono de Davi, e aos sacerdotes,
e
aos profetas, e a todos os habitantes
de
Jerusalém.
Jr 13:14 E
atirá-los-ei uns contra os outros,
mesmo
os pais juntamente com os filhos, diz o Senhor;
não
terei pena nem pouparei,
nem
terei deles compaixão para não os destruir.
Jr 13:15
Escutai, e inclinai os ouvidos; não vos ensoberbeçais,
porque
o Senhor falou.
Jr 13:16 Dai
glória ao Senhor vosso Deus,
antes
que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés
nos
montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz,
ele
a mude em densas trevas,
e
a reduza a profunda escuridão.
Jr 13:17 Mas,
se não ouvirdes, a minha alma chorará em oculto,
por
causa da vossa soberba; e amargamente chorarão
os
meus olhos, e se desfarão em lágrimas,
porque
o rebanho do Senhor se vai levado cativo.
Jr 13:18 Dize
ao rei e à rainha-mãe:
Humilhai-vos,
sentai-vos no chão;
porque
de vossas cabeças já caiu a coroa
de
vossa glória.
Jr 13:19 As
cidades do Negebe estão fechadas,
e
não há quem as abra; todo o Judá é levado cativo, sim,
inteiramente
cativo.
Jr 13:20
Levantai os vossos olhos, e vede os que vêm do norte;
onde
está o rebanho que se te deu, o teu lindo rebanho?
Jr 13:21 Que
dirás, quando ele puser sobre ti como cabeça
os
que ensinaste a serem teus amigos?
Não
te tomarão as dores, como as duma mulher
que
está de parto?
Jr 13:22 Se
disseres no teu coração:
Por
que me sobrevieram estas coisas?
Pela
multidão das tuas iniquidades se descobriram
as
tuas fraldas, e os teus calcanhares
sofrem
violência.
Jr
13:23 pode o etíope mudar a sua pele,
ou
o leopardo as suas malhas?
então
podereis também vós fazer o bem,
habituados
que estais a fazer o mal.
Jr 13:24 Pelo
que os espalharei como o restolho
que
passa arrebatado pelo vento do deserto.
Jr 13:25 Esta
é a tua sorte, a porção que te é medida por mim,
diz
o Senhor;
porque
te esqueceste de mim,
e
confiaste em mentiras.
Jr 13:26
Assim também eu levantarei as tuas fraldas sobre o teu rosto,
e
aparecerá a tua ignominia.
Jr 13:27 Os
teus adultérios, e os teus rinchos,
e
a enormidade da tua prostituição, essas abominações tuas,
eu
as tenho visto sobre os outeiros no campo.
Ai de ti,
Jerusalém! até quando não te purificarás?
Aqui Deus estava distribuindo o que lhes
caberia por sorte em função do que foram capazes de produzir, ou seja, porque
se esqueceram dele e confiaram em mentiras – vs. 25. Originalmente, a sorte fora
lançada para dividir a terra, mas, neste caso, ironicamente, indicava a
expulsão do povo dessa mesma terra.
O Senhor não deixaria passar impune tal
descabimento do povo adúltero e disse que levantaria as suas fraldas sobre o
rosto deles para que aparecesse a sua ignomínia diante de todos.
Até quando? Uma pergunta feita com
frequência por um adorador buscando a operação divina (12.4; cf. salmos de
lamento; p. ex., SI 13.1); aqui, o Senhor dirige a pergunta ironicamente ao seu
povo: até quando não te purificarás? Possivelmente, também indicava que Judá
ainda tinha a oportunidade de se arrepender, mas haveria o kronos e o kairós?
agradeço por ter acesso as informações e estudos bíblicos...quando penso que sei de tudo, percebo que ainda tem muito mais de Deus pra minha vida...Deus abençoe aos responsáveis por esse site, e que continuem ensinando as pessoas que não devem desistir, porque vale a pena entregar a direção de nossas vidas sem reservas ao nosso único e verdadeiro Deus...Provérbios 6:23 Porquanto, o mandamento é lâmpada, o ensino é luz, e as advertências da disciplina são o caminho que conduz à vida;
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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USE O PODER DE DEUS...
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Como usar o poder de Deus para tomar, e manter, a iniciativa na guerra
contra o mal
Wilbur N. Pickering, ThM PhD
Isaías 47.10: “*Confiaste na tua iniq...
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
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É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
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A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
2 comentários:
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gostei muito tirei minhas duvidas
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