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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Jeremias 13:1-27 - O CINTO DE LINHO E O JARRO QUEBRADO.

Estamos na sexta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 13.
VI. A QUEBRA DA ALIANÇA (11.1-13.27).
Como já dissemos, de 11.1 a 13.27, estamos vendo a aliança rompida. Esses capítulos começam com um enfoque explícito sobre a violação flagrante da aliança por Judá, uma violação que condenou a nação à maior de todas as maldições da aliança, o exílio.
Esse enfoque inicial é seguido de várias narrativas e discurso, confirmando que o julgamento é inevitável.
Esta parte VI foi dividida em três seções: A. A maldição da aliança (11.1-17) – já vimos; B. O julgamento dos opositores de Jeremias (11.18-12.17) – já vimos; e, C. A maldição da aliança é confirmada (13.1-27) – veremos agora.
C. A maldição da aliança é confirmada (13.1-27).
Até o verso 27 deste, veremos que a maldição da aliança será confirmada. Depois de declarar que Deus julgaria aqueles que desejavam fazer mal ao profeta, esses capítulos confirmam a condenação anterior proferida por Jeremias contra as nações por meio de atos simbólicos com um cinto de linho (vs. 1-11) e jarros de vinho (vs. 12-14), e por meio de uma série de discursos (vs. 15-27).
O cinto de linho.
O Senhor pediu a Jeremias que fosse comprar um cinto e que metesse ele em seus lombos e de forma alguma na água.
O cinto de linho era uma espécie de tanga, que simbolizava o relacionamento íntimo que o Senhor havia planejado ter com o seu povo. O linho era o tecido usado pelos sacerdotes (Êx 28.39), de modo que há uma indicação do papel de Israel como reino de sacerdotes (Êx 19.6).
Jeremias em obediência à palavra do Senhor compra o seu cinto e o põe em seus lombos.
Novamente o Senhor se volta a Jeremias, neste assunto, pela segunda vez. E diz para ele  apanhar o seu cinto, levantar-se da li e ir esconde-lo numa fenda de uma rocha no rio Eufrates.
Em hebraico, Perath, é um termo normalmente usado para designar o rio Eufrates. Alguns estudiosos têm sido sugerido que este texto não se refira a esse rio da Mesopotâmia, mas a um povoado chamado Pará (cf. Js 18.23), próximo a Anatote, no território de Benjamim. A semelhança do nome, no entanto, sugere o Eufrates e, assim, o exílio na Babilônia.
Foi o próprio Senhor que se lembrou do cinto escondido e que novamente fala com Jeremias para ir atrás de seu cinto. É bem provável que o período extenso durante o qual o cinto ficou enterrado nesse local simbolize a longa duração do exílio.
Novamente, em obediência ao Senhor, Jeremias foi ao Eufrates, cavou e apanhou o cinto, mas este estava podre e imprestável. Em consequência de ter sido enterrado (numa das margens do rio ou mesmo no seu leito). Seu estado de decomposição retrata a corrupção do povo que não era mais adequado para se relacionar com o Senhor.
Vemos no vs. 10, os perigos de não obedecermos ou de não darmos ouvidos ao Senhor. Novamente, lhe veio a palavra do Senhor sobre o assunto  e lhe disse que do mesmo modo que o cinto tinha apodrecido, ele, o Senhor, iria fazer apodrecer a soberba de Judá e de Jerusalém que:
ü  Tinha um povo rebelde que se recusava ouvi-lo.
ü  Era maligno.
ü  Caminhava segundo a teimosia de seu coração obstinado.
ü  Andava após deuses alheios e isso para os servir.
Tais deles seriam tão imprestáveis ou pior que o cinto da experiência de Jeremias.
O Senhor explica – vs. 11 - que o ato simbólico do cinto ilustra a sua aliança com todo o Israel, pois assim como se liga o cinto aos lombos do homem, assim o Senhor ligou a ele toda a casa de Israel, e toda a casa de Judá. Ele desejava que eles fossem por seu povo, e por seu nome, e por seu louvor, e por sua glória (povo-nome-louvor-glória); mas não quiseram ouvir.
Jeremias é chamado novamente pelo Senhor para mais uma de suas experiências e palavras proféticas. Agora seria para ele tomar um jarro ou um odre e enchê-lo de vinho. O vinho além de simbolizar alegria dos homens e festas, também é usado com frequência como um símbolo da ira de Deus (25.15-29).
Deus fala a Jeremias para dizer a eles que todo odre se encherá de vinho e eles irão responder que sabiam disso, mas o Senhor continua – vs. 13 – ao afirmar que ele encherá de embriaguez toda a terra, todos os habitantes, mesmo reis que habitam e se assentam sobre o trono de Davi, e sacerdotes, profetas e todos de Jerusalém.
Depois, os atirará um contra o outro, mesmo pais contra filhos e não terá pena, nem piedade, nem compaixão até destruí-los todos.
O Senhor pede que escutem, que se inclinem diante dele para ouvir e que por isso não deveriam se ensoberbecer, porque o Senhor falou.
O convite de Deus ainda era válido e permanecia de pé. Todos deveriam dar-lhe glórias antes da escuridão. Os conceitos de luz e trevas costumam ser empregados para salvação e julgamento, respectivamente (Is 9.2; Am 5.18-20). Veja na BEG outro exemplo de uso da expressão hebraica traduzida como "sombra da morte", veja SI 23.4.
Havia o perigo bem real de Deus transformar a luz deles em grande e terríveis trevas e escuridão por causa de seus comportamentos e manias. Até quando resistiremos ao Senhor e permaneceremos de pé?
Deus os adverte que se não o ouvirem – vs. 17 – a sua alma chorará em oculto por causa da soberba. Eles amargamente chorarão por causa do cativeiro que certamente viria. Deus advertiu e falou, mas a resposta deles foi de fato a negligência ao Senhor.
A palavra de Deus que poderia salvá-los e tinha poder para isso, já não alcançava os corações endurecidos e servia para condenação deles, pois estaria Deus entrando em juízo com cada um.
Seria para Jeremias dizer ao rei e a rainha-mãe, provavelmente Joaquim e sua mãe, Neústa (2Rs 24.8) para se humilharem e sentarem-se no chão uma vez que estava caindo da sua cabeça a coroa da sua glória - 22.24-26. Esse oráculo foi proferido pouco antes do ataque de Nabucodonosor a Jerusalém em 597 a.C.
Essa maldição cumpre a ameaça de julgamento contra determinados filhos de Davi de acordo com a aliança davídica (2Cr 6.16). Não é irreversível, permitindo o surgimento de reis fiéis posteriores (2Sm 7; SI 89; 132).
No verso 19, as cidades do Sul, cidades da região árida no sul da Terra Prometida eram importantes como defesa contra os aliados satélites da Babilônia (p. ex., Moabe; 2Rs 24.2), mas não foram capazes de evitar o saque de Judá. Serviam de exemplo para o "orgulho" de Judá (v. 17) uma vez que o Reino do Sul confiava na proteção oferecida por essas cidades, e não por Deus.
Este é o erro natural de nós que habitamos o presente século de não entendermos os planos de Deus, sua soberania e acharmos que somos capazes de grandes feitos. Nem sempre nossa vitória é bem nossa, mas somos os vitoriosos e isso é o que acaba importando. Eu mesmo já prefiro é dar glórias a Deus em tudo e reconhecer nele o controle total e absoluto, sem o vilipêndio da vontade de sua criatura.
Nos versos 20 e 21, Judá era militarmente vulnerável tanto no norte quanto no sul (v. 19) e do norte é que viria a eles a sua destruição por meio de um povo estranho e de línguas estranhas.
No verso 22, uma imagem de humilhação pública, como de uma prostituta, possivelmente sugerindo estupro.
No verso 23, algumas perguntas retóricas, talvez hiperbólicas. Acostumados que estavam com o mal, como poderia mudar de uma hora para outra? O que seria impossível aos homens, Deus tornou possível em Cristo Jesus. De fato, não poderíamos mudar do etíope a sua pele, nem do leopardo as suas malhas, mas em Cristo Jesus, Deus nos fez nova criatura aniquilando na morte de Cristo a nossa própria morte.
 Uma característica típica de Jeremias é afirmar que, a essa altura, Judá se encontra tão corrompida que seria impossível haver arrependimento daí ele se apega a sua esperança em uma nova aliança (31.31-34).
Em consequência, Deus iria espalhá-los como o restolho – vs. 24 – que é arrebatado pelo vento do deserto. Essa imagem é usada também para os perversos no SI 1.4.
Jr 13:1 Assim me disse o Senhor:
Vai, e compra-te um cinto de linho,
e põe-no sobre os teus lombos,
mas não o metas na água.
Jr 13:2 E comprei o cinto, conforme a palavra do Senhor,
e o pus sobre os meus lombos.
Jr 13:3 Então me veio a palavra do Senhor pela segunda vez, dizendo:
Jr 13:4 Toma o cinto que compraste e que trazes sobre os teus lombos,
e levanta-te, vai ao Eufrates,
e esconde-o ali na fenda duma rocha.
Jr 13:5 Fui, pois, e escondi-o junto ao Eufrates,
como o Senhor me havia ordenado.
Jr 13:6 E passados muitos dias, me disse o Senhor:
Levanta-te, vai ao Eufrates, e toma dali o cinto
que te ordenei que escondesses ali.
Jr 13:7 Então fui ao Eufrates, e cavei, e tomei o cinto do lugar
onde e havia escondido; e eis que o cinto tinha apodrecido,
e para nada prestava.
Jr 13:8 Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Jr 13:9 Assim diz o Senhor:
Do mesmo modo farei apodrecer a soberba de Judá,
e a grande soberba de Jerusalém.
Jr 13:10 Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras,
que caminha segundo a teimosia do seu coração,
e que anda após deuses alheios, para os servir,
e para os adorar, será tal como este cinto,
que para nada presta.
Jr 13:11 Pois, assim como se liga o cinto aos lombos do homem,
assim eu liguei a mim toda a casa de Israel,
e toda a casa de Judá, diz o Senhor,
para me serem por povo, e por nome,
e por louvor, e por glória;
mas não quiseram ouvir:
Jr 13:12 Pelo que lhes dirás esta palavra:
Assim diz o Senhor Deus de Israel:
Todo o odre se encherá de vinho.
E dir-te-ão:
Acaso não sabemos nós muito bem
que todo o odre se encherá de vinho?
Jr 13:13 Então lhes dirás:
Assim diz o Senhor:
Eis que eu encherei de embriaguez
a todos os habitantes desta terra,
mesmo aos reis que se assentam
sobre o trono de Davi, e aos sacerdotes,
e aos profetas, e a todos os habitantes
de Jerusalém.
Jr 13:14 E atirá-los-ei uns contra os outros,
mesmo os pais juntamente com os filhos, diz o Senhor;
não terei pena nem pouparei,
nem terei deles compaixão para não os destruir.
Jr 13:15 Escutai, e inclinai os ouvidos; não vos ensoberbeçais,
porque o Senhor falou.
Jr 13:16 Dai glória ao Senhor vosso Deus,
antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés
nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz,
ele a mude em densas trevas,
e a reduza a profunda escuridão.
Jr 13:17 Mas, se não ouvirdes, a minha alma chorará em oculto,
por causa da vossa soberba; e amargamente chorarão
os meus olhos, e se desfarão em lágrimas,
porque o rebanho do Senhor se vai levado cativo.
Jr 13:18 Dize ao rei e à rainha-mãe:
Humilhai-vos, sentai-vos no chão;
porque de vossas cabeças já caiu a coroa
de vossa glória.
Jr 13:19 As cidades do Negebe estão fechadas,
e não há quem as abra; todo o Judá é levado cativo, sim,
inteiramente cativo.
Jr 13:20 Levantai os vossos olhos, e vede os que vêm do norte;
onde está o rebanho que se te deu, o teu lindo rebanho?
Jr 13:21 Que dirás, quando ele puser sobre ti como cabeça
os que ensinaste a serem teus amigos?
Não te tomarão as dores, como as duma mulher
que está de parto?
Jr 13:22 Se disseres no teu coração:
Por que me sobrevieram estas coisas?
Pela multidão das tuas iniquidades se descobriram
as tuas fraldas, e os teus calcanhares
sofrem violência.
Jr 13:23 pode o etíope mudar a sua pele,
ou o leopardo as suas malhas?
então podereis também vós fazer o bem,
habituados que estais a fazer o mal.
Jr 13:24 Pelo que os espalharei como o restolho
que passa arrebatado pelo vento do deserto.
Jr 13:25 Esta é a tua sorte, a porção que te é medida por mim,
diz o Senhor;
porque te esqueceste de mim,
e confiaste em mentiras.
Jr 13:26 Assim também eu levantarei as tuas fraldas sobre o teu rosto,
e aparecerá a tua ignominia.
Jr 13:27 Os teus adultérios, e os teus rinchos,
e a enormidade da tua prostituição, essas abominações tuas,
eu as tenho visto sobre os outeiros no campo.
Ai de ti, Jerusalém! até quando não te purificarás?
Aqui Deus estava distribuindo o que lhes caberia por sorte em função do que foram capazes de produzir, ou seja, porque se esqueceram dele e confiaram em mentiras – vs. 25. Originalmente, a sorte fora lançada para dividir a terra, mas, neste caso, ironicamente, indicava a expulsão do povo dessa mesma terra.
O Senhor não deixaria passar impune tal descabimento do povo adúltero e disse que levantaria as suas fraldas sobre o rosto deles para que aparecesse a sua ignomínia diante de todos.
Até quando? Uma pergunta feita com frequência por um adorador buscando a operação divina (12.4; cf. salmos de lamento; p. ex., SI 13.1); aqui, o Senhor dirige a pergunta ironicamente ao seu povo: até quando não te purificarás? Possivelmente, também indicava que Judá ainda tinha a oportunidade de se arrepender, mas haveria o kronos e o kairós?
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br

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2 comentários:

agradeço por ter acesso as informações e estudos bíblicos...quando penso que sei de tudo, percebo que ainda tem muito mais de Deus pra minha vida...Deus abençoe aos responsáveis por esse site, e que continuem ensinando as pessoas que não devem desistir, porque vale a pena entregar a direção de nossas vidas sem reservas ao nosso único e verdadeiro Deus...Provérbios 6:23
Porquanto, o mandamento é lâmpada, o ensino é luz, e as advertências da disciplina são o caminho que conduz à vida;

gostei muito tirei minhas duvidas

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.