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terça-feira, 29 de julho de 2014

Jó 19:1-29 - JÓ RESPONDE NOVAMENTE A BILDADE: O SEU REDENTOR VIVE!

Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
C. O segundo ciclo de discursos – 15:1 – 21:34.
Estamos, agora, nessa parte “C”, que foi dividida, como na BEG, em seis partes igualmente: 1. Elifaz – 15:1 – 35 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 16:1 – 17:16 – já vista. 3. Bildade – 18:1 – 21 – já vista. 4. A resposta de Jó a Bildade – 19:1 – 29 – veremos agora. 5. Zofar – 20:1 – 29. 6. A resposta de Jó a Zofar – 21:1 – 34.
4. A resposta de Jó a Bildade – 19:1 – 29.
Um crente, um verdadeiro crente falando e se justificando diante de Bildade que contra ele falou inverdades.
O seu discurso neste capítulo começa inquirindo os seus amigos por que eles tanto o infligiam com suas palavras se ele já por tantas vezes tinha se justificado diante deles dizendo de sua inocência?
Sempre estava eles o vituperando e ele chega ao ponto de admitir algum erro, mas que, na verdade, esse erro ficaria somente com ele.
E sua afirmação é relacionada à soberania de Deus porque entende Jó que a sua aflição foi permitida por Deus, embora não entenda os motivos dela, nem contra Deus se levanta Jó, pelo contrário vemos nele e em sua fala raios de esperança de sua justiça, ainda que não seja no presente momento, ou seja, nesta vida.
Como nos diz a BEG, Jó não conseguia entender por que Deus permitira que esse tormento externo viesse sobre ele. Deus não somente não estava ouvindo a sua súplica por justiça – vs. 7 e 8 -, mas o estava privando de honra e o atacando – vs. 9 a 12 – a ponto de levá-lo a sentir vergonha dos outros  - vs. 13 ao 20.
Ele fala de Deus como Deus que realmente poderia fazer algo, mas que não faz por causa de algum de seus propósitos. Deus parece preferir o silêncio e a aparente ausência do que estar ali preocupado com que Jó ou qualquer outro fosse ou estivesse pensando.
Quem se preocupa com o que os outros vão pensar, acaba vivendo uma realidade que não existe e sendo escravo da imaginação fértil dele mesmo a qual é maligna e não pode ser justa.
Jó sempre preferiu a sua consciência contra tudo o que os outros pensavam ou achavam. Ele entende que Deus pode transformá-lo e de um instante para o outro mudar a sua sorte como foi para ele estar agora sofrendo e sendo atacado por seus amigos ao invés de estar ali sendo consolado por eles.
Até o verso 22, Jó está se lamentando e entendendo que Deus tem o controle de todas as coisas. Ele sofre mais com seus amigos do que com Deus que não explica nada para ele. Ele entende mais a Deus, ainda que em silêncio, do que seus amigos que insistem em encontrarem nele alguma explicação para todos os fatos.
Bildade em sua acusação tinha, de modo muito simplista, afirmado que Deus não pervertia a justiça – 8:3; concordamos com isso – e sustentava que todo elemento de sofrimento representava o julgamento divino justificado – discordamos disso. Jó, então, por isso, insistia que, se fosse assim, no seu caso, Deus não tinha sido justo.
O livro de Jó nos permite um vislumbre por cima de toda a cena da realidade que nem Jó nem seus amigos tinham, a qual nunca teremos também em nossas vidas e na vida dos amigos que a nós se achegarem para nos consolar ou nos acusar.
Quando olhamos de cima (ainda nem terminamos o livro, mas já conseguimos ver algumas coisinhas):
ü  Vemos que Deus está no controle de tudo e não Satanás ou o mal ou qualquer que seja a força dominante ou reinante.
ü  Vemos que há um só reino, como um só domínio, um só Senhor, nos céus e na terra. Não vemos um reino dividido, nem um dualismo de forças do bem e do mal, mas o Deus soberano, transcendente, mas também imanente.
ü  Vemos que as coisas se sucedem aos que estão lá embaixo sem que a eles sejam dadas explicações sobre qualquer fenômeno.
ü  Vemos que os verdadeiros amigos são os que compartilham conosco a nossa dor e estão ao nosso lado, em confiança, amor e força.
ü  Vemos que muitos irão querer entender, compreender as coisas e por não conseguirem optarão pelo caminho mais fácil que é o da acusação e da perseguição.
Jó, então, de tão seguro em suas convicções, sonha desejando que suas palavras fossem escritas em um livro para sempre, obviamente para a posteridade – Hb 2:2. Hoje temos as Escrituras que jamais passarão, como disse o Senhor: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” – Lc 21:33
O desejo de seu coração por gravar as suas palavras era devida à sua convicção de que o seu Redentor vivia e que por fim se levantaria de sobre a terra. Mesmo passando por todo sofrimento, ele não havia perdido totalmente a esperança. Sua fé numa futura justificação continua forte.
Depois ainda profetiza e sua palavra não cai por terra. Dizia ele, Jó, que ainda o veria face a face em sua vida. Uma palavra assim falada não poderia ser dita de qualquer maneira, mas apenas pela boca de Deus. Jó estava cheio do Espírito Santo de Deus!
O motivo pelo qual ele gostaria de que fossem gravadas as suas palavras era porque o seu Redentor vivia e a sua fé o estaria conduzindo cada vez mais para perto dele.
O termo Redentor, nos ensina a BEG, pode ser traduzido por “Defensor”, “Vingador”, “Fiador”, “Justificador” ou “Resgatador”.
Se Deus era o inimigo de Jó, como ele imaginava, então Jó certamente precisava de um mediador, um justificador, um defensor.
Embora os leitores saibam pelo prólogo que Deus não era inimigo de Jó e que, no final, Deus se torna seu justificador – 42:7 -, Jó espera que um terceiro ser celestial fizesse a sua defesa – 9:33,34; 16:18 a 21.
A revelação plena do Novo Testamento mostra que esse advogado não é outra pessoa senão Jesus Cristo – I Tm 2:5 “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”
Vejamos, literalmente, o que nos diz a BEG, sobre 19.26-27:
Depois, revestido este meu corpo da minha pele. Literalmente, "depois, revestido este meu corpo que eles tiraram - isto". Pode ser que esse "isto" se refira aos estragos causados pela sua enfermidade. O significado exato dessas palavras é um tanto incerto. em minha carne. O significado da preposição traduzida por em pode ser "em" (minha carne) ou "fora de". Uma vez que o livro de Jó toca na ideia da ressurreição no cap. 14, parece provável que, se Jó está falando de sua morte na primeira parte desse versículo, então a ressurreição esteja em vista aqui, e a tradução da preposição deve ser "em". É certo que Jó acredita ter um Redentor que o ama e por quem o seu coração anseia. Toda a passagem evoca fortemente a necessidade que todo pecador tem de um mediador que seja, ao mesmo tempo, Deus e homem. Veja CFW 32.2; CM 86; BC 37.

É de fato muito interessante, em Jó, encontrarmos essas ideias do redentor, do mediador e desse mediador ao mesmo tempo Deus e homem, do resgatador, da ressurreição dos mortos, da justiça futura, da soberania de Deus e por que não da responsabilidade humana. 
Jó 19:1 Respondeu, porém, Jó, dizendo:
                Jó 19:2 Até quando afligireis a minha alma,
                               e me quebrantareis com palavras?
                Jó 19:3 Já dez vezes me vituperastes;
                               não tendes vergonha de injuriar-me.
                Jó 19:4 Embora haja eu, na verdade, errado,
                               comigo ficará o meu erro.
                Jó 19:5 Se deveras vos quereis engrandecer contra mim,
                               e arguir-me pelo meu opróbrio,
                                               Jó 19:6 Sabei agora que Deus é o que me
                                                               transtornou, e com a sua rede me cercou.
                Jó 19:7 Eis que clamo:
                               Violência!
                                               Porém não sou ouvido.
                Grito:
                               Socorro!
                                               Porém não há justiça.
                Jó 19:8 O meu caminho ele entrincheirou, e já não posso passar,
                               e nas minhas veredas pôs trevas.
                Jó 19:9 Da minha honra me despojou;
                               e tirou-me a coroa da minha cabeça.
                Jó 19:10 Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou;
                               e arrancou a minha esperança, como a uma árvore.
                Jó 19:11 E fez inflamar contra mim a sua ira,
                               e me reputou para consigo, como a seus inimigos.
                Jó 19:12 Juntas vieram as suas tropas,
                               e prepararam contra mim o seu caminho,
                                               e se acamparam ao redor da minha tenda.
                Jó 19:13 Pôs longe de mim a meus irmãos,
                               e os que me conhecem, como estranhos se apartaram de mim.
                Jó 19:14 Os meus parentes me deixaram,
                               e os meus conhecidos se esqueceram de mim.
                Jó 19:15 Os meus domésticos e as minhas servas
                               me reputaram como um estranho,
                                               e vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.
                Jó 19:16 Chamei a meu criado, e ele não me respondeu;
                               cheguei a suplicar-lhe com a minha própria boca.
                Jó 19:17 O meu hálito se fez estranho à minha mulher;
                               tanto que supliquei o interesse dos filhos do meu corpo.
                Jó 19:18 Até os pequeninos me desprezam, e, levantando-me eu,
                               falam contra mim.
                Jó 19:19 Todos os homens da minha confidência me abominam,
                               e até os que eu amava se tornaram contra mim.
                Jó 19:20 Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne,
                               e escapei só com a pele dos meus dentes.
                Jó 19:21 Compadecei-vos de mim, amigos meus,
                               compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.
                Jó 19:22 Por que me perseguis assim como Deus,
                               e da minha carne não vos fartais?
                Jó 19:23 Quem me dera agora,
                               que as minhas palavras fossem escritas!
                Quem me dera,
                               fossem gravadas num livro!
                Jó 19:24 E que, com pena de ferro, e com chumbo,
                               para sempre fossem esculpidas na rocha.
                Jó 19:25 Porque eu sei que o meu Redentor vive,
                               e que por fim se levantará sobre a terra.
                Jó 19:26 E depois de consumida a minha pele,
                               contudo ainda em minha carne verei a Deus,
                Jó 19:27 Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos,
                               e não outros o contemplarão;
                               e por isso os meus rins se consomem no meu interior.
                Jó 19:28 Na verdade, que devíeis dizer:
                               Por que o perseguimos?
                                               Pois a raiz da acusação se acha em mim.
                Jó 19:29 Temei vós mesmos a espada;
                               porque o furor traz os castigos da espada,
                                               para saberdes que há um juízo.
Jó demonstra em tudo isso uma fé inabalável e que suporta todo tipo de pressão contra ela. Deus nos mostra em Jó que podemos também vencer, se como ele, mantivermos nossa fé firme, inabalável e nossa consciência imperturbável, sem esmorecermos jamais de nossas vidas de orações incessantes. Como nos diz Paulo: “orai sem cessar” – I Ts 5:17.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.