Como dissemos, Gálatas foi escrito para auxiliar
os cristãos da Galácia a resistir aos falsos mestres que pregavam que só era
salvo quem acrescentava à fé em Cristo, o mérito humano da obediência à lei.
Estamos refletindo no capítulo 5/6.
Breve
síntese do capítulo 5.
Que liberdade é esta que temos em Cristo Jesus que nos livrou da lei?
Seria, porventura, para nos esbaldarmos em pecado para que a graça de Cristo
superabunde? Paulo mesmo dá a resposta e nos diz que Cristo não é ministro do
pecado, mas da justiça.
Não brinque com o pecado. Não flerte com ele. Não lhe dê ocasiões. Não
adie decisões importantes de não se deixar levar pelos seus folguedos. Estamos
livres da lei, mas não para darmos liberdade ao pecado e sermos seus escravos.
Cristo nos libertou para agora sermos servos da justiça.
Repare que não somos senhores, nem do pecado para a morte, nem da
justiça para a vida. Antes somos servos. Se do pecado, para a morte. Se da
justiça, para a vida, em Cristo Jesus.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. EXORTAÇÕES PRÁTICAS (5.1-6.10).
O evangelho da justificação exclusivamente
pela fé conduz a várias considerações práticas:
·Cristo
libertou os cristãos das tradições humanas legalistas.
·Os
cristãos são livres, mas não para cometerem pecado, antes, livres para
obedecerem a Deus, confiando no Espírito Santo e assim evitando confiar na
carne;
·As
bênçãos de Deus virão somente para aqueles que vivem pela fé, porém o
julgamento aguarda aqueles que se desviam do verdadeiro evangelho.
Finalizando a epístola, veremos dos vs. 5.1
a 6.10 diversas exortações práticas. Ao final da mais importante seção dessa
epístola, Paulo passa à exortação prática que procede do verdadeiro evangelho
da justificação exclusivamente pela fé.
Esse material está dividido em três partes:
liberdade em Cristo (5.1-15), o poder do Espírito (5.16-6.6) e a bênção e o
julgamento divino (6.7-10). Elas geraram a seguinte divisão proposta, conforme
a BEG: A. A liberdade em Cristo (5.1-15) – veremos
agora; B. O poder do Espírito Santo (5.16-6.6) – começaremos a ver agora; e, C. Julgamento divino e bênçãos
(6.7-10).
A. A liberdade em Cristo (5.1-15).
O apelo de Paulo para abandonarmos o
legalismo suscita uma questão importante: os cristãos são livres para viver da
maneira como quiserem? Paulo responde a essa pergunta ao considerar o
equilíbrio entre liberdade e responsabilidade.
Na verdade mesmo, não é livre o que faz o
que quer, na hora que quer, quando quer, como quiser, antes, é livre somente
aquele que em tudo se domina, por uma causa maior.
Quem faz o que quer, na hora que quer e
como quiser, nunca foi livre, mas escravo de suas vontades e desejos, esse não
domina nada, antes é dominado por tudo.
A literatura judaica na época de Paulo
algumas vezes se referia à submissão à instrução da lei como estando debaixo do
jugo da lei. Paulo estava preocupado que seus leitores gentios não deixassem a
lei ocupar o lugar de Cristo na vida deles (Mt 11.29; At 15.10 – aqui, a BEG
recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico
"Liberdade cristã", em Rm 14).
Éramos escravos e fomos libertados por
Cristo para a liberdade. Considerar Cristo e a circuncisão como necessários
para a salvação é o equivalente a negar a suficiência de Cristo para a
salvação.
Aceitar a circuncisão como exigência para a
salvação significa não apenas admitir um padrão de obras de justiça que não
pode ser alcançado (2.21), mas também rejeitar o que Cristo realizou. É um
retorno ao domínio do pecado e à maldição da lei.
Assim, todos os que procuram se justificar
diante de Deus pelas obras da lei, separaram-se de Cristo e da graça, caíram. Ou
seja, estavam renunciando à graça de Deus, pois não mais confiavam nela.
Aqueles que são escolhidos em Cristo serão
protegidos de renunciar ao evangelho, e Paulo continuava confiante que ao menos
alguns na Galácia dariam ouvidos às suas advertências (vs. 10).
Todavia, pode ter havido alguns que
aparentavam ser membros de Cristo, mas demonstraram não o ser de fato ao
abandonar o evangelho (Rm 11.22; 1Jo 2.19).
Por essa razão, a Escritura nos exorta a
"com diligência cada vez maior,
confirmar a vossa vocação e eleição" (2Pe 1.10) e a viver de maneira a
manifestar a presença do Espírito dentro de nós (5.16-6.10; 2Pe 1.5-11).
O Espírito nos dá esperança da justificação
no último dia, pois já fomos justificados em Cristo (Rm 5.1-5,9-10). O Espírito
é nosso antegozo da herança da glória (2Co 5.5; Ef 1.13).
Nós, que estamos no Espírito, aguardamos a
esperança da justiça que provém da fé. A certeza da esperança da justiça pela
fé é contrastada com a vã esperança da justificação pelas obras da lei.
Paulo não estava argumentando contra a
circuncisão em si (6.15; At 16.3; 1Co 7.19), mas contra a tentativa de
transformar esse ritual numa exigência para a salvação.
Aquele que acredita em Jesus Cristo e
demonstra a realidade de sua fé mediante uma vida santificada está salvo, quer
seja circuncidado ou não.
Aquela mudança na forma de pensar tinha de
ter alguém por trás que os estava desviando da simplicidade do Evangelho.
Como poderia ainda Paulo estar sendo
perseguido se ele pregasse a circuncisão? Paulo pode estar se referindo à sua
vida antes da conversão, ou pode estar refutando uma falsa acusação de seus
oponentes, que diziam que ele pregava a necessidade da circuncisão para a
salvação quando estava com os apóstolos em Jerusalém, mas deixava de lado essa
exigência quando em companhia de gentios (1.10).
Se fosse assim, o escândalo da cruz teria
sido removido. Paulo sabia que alguém estaria por trás disso e desejou mesmo
que fossem mutilados, ou que se "castrassem" (Fp 3.2). A indignação
de Paulo foi resultado de ter observado cristãos novatos serem desviados. Jesus
usou palavras de advertência semelhantes para aqueles que ousassem levar outros
a errar (Lc 17.1-2).
A liberdade cristã é a liberdade do pecado,
e não liberdade para pecar (Rm 6.1-7.6). Nós fomos chamados para essa
liberdade, em Cristo Jesus – vs. 13.
Paulo faz um resumo de toda a lei – vs. 14.
Paulo não anulou a lei; pelo contrário, afirmou-a. Cristo não aboliu a lei;
antes, cumpriu-a (Mt 5.17).
Muitos aspectos externos da lei, tais como
as prescrições sociais e alimentares, devem ser reinterpretadas à luz da obra
de Cristo. Mas as exigências morais da lei continuam a afirmar a vontade de
Deus quanto ao comportamento dos cristãos (Rm 8.2-8; 13.8-10). Novamente a BEG
recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Os
três usos da Lei", em SI 119 – pedagógico, civil e moral.
Enfim – vs. 14 - toda a lei se resume num
só mandamento: "Ame o seu próximo
como a si mesmo" - Mt 19.19; Rm 13.10; 1Co 13.
B. O poder do Espírito Santo (5.16-6.6).
Dos vs. 5.16 ao 6.6, veremos Paulo discorrendo
sobre o poder do Espírito. Paulo havia acabado de chamar a atenção dos gálatas
para agirem com responsabilidade em sua a liberdade em Cristo, mas como
obedeceriam à vontade de Deus se não estavam sob o jugo e as restrições do
legalismo? Confiar no Espírito Santo é o único caminho para viver para Cristo.
Paula dá a dica, em forma imperativa – vs.
16 – “andai no Espírito”. O Espírito
Santo habitando dentro do cristão é um sinal de que somos herdeiros das
promessas da aliança dadas a Abraão (3.14; 4.6; 5.5). A presença do Espírito
também é um sinal de que no último dia Deus irá declarar o cristão como sendo
justo (vs. 5; 2Co 1.22; 5.5).
Já a carne, ou "natureza
pecaminosa", desejava o contrário. Paulo disse em 6.13 que os agitadores
da Galácia procuravam circuncidar os gálatas para "se gloriarem na vossa [dos gálatas] carne".
Em 2.16 ele diz que "ninguém será
justificado" pelas obras da lei.
Paulo usava a palavra "carne" em
pelo menos três sentidos.
1.Um
primeiro, mais geral, se refere simplesmente à humanidade.
2.Um
segundo, mais reduzido, se refere ao aspecto físico da vida humana.
3.Um
terceiro, ainda mais restrito, especialmente quando colocado em contraste com o
"Espírito", se refere à natureza humana decaída e pecaminosa, que
inclui tanto a mente como a alma.
Se os gálatas haviam abandonado a Cristo e
colocado a confiança na lei, então estavam retornando à dependência da carne e,
desse modo, à maldição da lei.
Há tanto esperança como advertência nas
palavras de Paulo. O desejo da carne se opõe ao Espírito, mas a capacidade de
vida do cristão flui do fato de que o oposto também é verdadeiro: o desejo do
Espírito nos liberta da carne e da lei.
Dos vs. 19 ao 21, Paulo faz uma lista de
pecados graves que os legalistas considerariam deploráveis (p. ex., a
imoralidade sexual e a idolatria), mas depois diz que, na verdade, os próprios
legalistas estão envolvidos em pecados que os fazem morder uns aos outros e
devorar-se mutuamente (p. ex., facções e ambições egoístas, cf. vs. 15).
Esses, não herdarão o reino de Deus – vs.
21. Paulo emprega essa frase várias vezes em suas cartas (1Co 6.9-10; 15.50;
cf. Ef 5.5).
A questão principal é que aqueles que não
demonstrarem a influência do Espírito na própria vida não terão parte na
consumação do reino de Deus que acontecerá quando Cristo retornar.
Já no vs. 22, contrastando com as obras da
carne, Paulo fala do fruto do Espírito – não “frutos”, mas fruto. Em outras
passagens, Paulo utilizou a metáfora da produção agrícola para descrever a
conduta dos cristãos (Rm 6.22; Ef 5.9; Fp 1.11).
Do mesmo modo, João Batista pregou que o
verdadeiro arrependimento produziria "fruto" visível de mudança de
comportamento (Mt 3.8; Lc 3.8). O amor produzido pelo Espírito é tal qual o
amor de Cristo. Ele vai muito além do desempenho da autojustiça legalista (Lc
10.25-37).
OBRAS DA CARNE
FRUTO DO ESPÍRITO
Imoralidade sexual.
Impureza.
Libertinagem.
Idolatria.
Feitiçaria.
Ódio.
Discórdia.
Ciúmes.
Ira.
Egoísmo.
Dissensões.
Facções.
Inveja.
Embriaguez.
Orgias.
E coisas semelhantes.
Gálatas
5:19-21
Amor.
Alegria.
Paz.
Paciência.
Amabilidade.
Bondade.
Fidelidade.
Mansidão
E domínio
próprio.
Gálatas
5:22.23
Nós que pertencemos a Cristo, crucificamos
a carne, com todas as suas paixões e desejos – vs. 24; veja ainda 2.20; 6.14;
Rm 6.6.) Para o povo de Cristo, a cruz quebrou o jugo da lei da condenação
(2.19).
Os cristãos devem, pela fé, reconhecer a
realidade da nova união com Cristo em sua morte e, além disso, reconhecerem
também que foram elevados a uma nova vida no Espírito de Cristo. Logo, devem
viver no Espírito (Cl 3.1,3,5).
Gl 5:1 Para a liberdade
foi que Cristo nos libertou.
Permanecei,
pois, firmes
e não vos submetais,
de novo,
a jugo de escravidão.
Gl 5:2 Eu, Paulo, vos digo que,
se vos deixardes circuncidar,
Cristo de nada vos
aproveitará.
Gl 5:3 De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar
que está obrigado a guardar toda a lei.
Gl 5:4 De Cristo vos desligastes,
vós que procurais justificar-vos na lei;
da graça decaístes.
Gl 5:5 Porque nós,
pelo Espírito,
aguardamos a esperança da
justiça
que provém da fé.
Gl 5:6 Porque, em Cristo Jesus,
nem a circuncisão,
nem a incircuncisão têm valor algum,
mas a fé que atua pelo
amor.
Gl 5:7 Vós corríeis bem;
quem vos impediu de continuardes a obedecer à
verdade?
Gl 5:8 Esta persuasão
não vem daquele que vos chama.
Gl 5:9 Um pouco de fermento leveda toda a massa.
Gl 5:10 Confio de vós, no Senhor,
que não alimentareis nenhum outro sentimento;
mas aquele que vos
perturba,
seja ele quem for, sofrerá
a condenação.
Gl 5:11 Eu, porém, irmãos,
se ainda prego a circuncisão,
por que continuo sendo
perseguido?
Logo, está desfeito o
escândalo da cruz.
Gl 5:12 Tomara até se mutilassem
os que vos incitam à rebeldia.
Gl 5:13 Porque vós, irmãos,
fostes chamados à liberdade;
porém não useis da
liberdade
para dar ocasião à carne;
sede, antes,
servos uns dos outros,
pelo amor.
Gl 5:14 Porque toda a lei
se cumpre em um só preceito,
a saber:
Amarás o teu próximo como a
ti mesmo.
Gl 5:15 Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros,
vede que não sejais mutuamente destruídos.
Gl 5:16 Digo, porém:
andai no Espírito
e jamais satisfareis à concupiscência da carne.
Gl 5:17 Porque a carne
milita contra o Espírito,
e o Espírito,
contra a carne,
porque são opostos entre
si;
para que não façais o que,
porventura,
seja do vosso querer.
Gl 5:18 Mas, se sois guiados pelo Espírito,
não estais sob a lei.
Gl 5:19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são:
prostituição, impureza, lascívia,
Gl 5:20 idolatria, feitiçarias, inimizades,
porfias, ciúmes, iras,
discórdias, dissensões, facções,
Gl 5:21 invejas, bebedices, glutonarias
e coisas semelhantes a estas,
a respeito das quais eu vos
declaro,
como já, outrora, vos
preveni,
que não herdarão o reino de
Deus
os que tais coisas
praticam.
Gl 5:22 Mas o fruto do Espírito é:
amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, Gl 5:23 mansidão, domínio próprio.
Contra estas coisas não há
lei.
Gl 5:24 E os que são de Cristo Jesus
crucificaram a carne,
com as suas paixões
e concupiscências.
Gl 5:25 Se vivemos no Espírito,
andemos também no Espírito.
Gl 5:26 Não nos deixemos possuir de vanglória,
provocando uns aos outros,
tendo inveja uns dos outros.
Meus queridos, nós que vivemos no Espírito, ANDEMOS TAMBÉM NO ESPÍRITO! Que no dia de hoje nossos esforços e
concentração sejam dedicados a cumprirmos este mandamento.
John MacArthur Jr, em O CAOS CARISMÁTICO, Ed. Fiel, ebook, página 135
fala que há, em relação ao crente e ao Espírito Santo, somente 5 mandamentos
nas Epístolas do Novo Testamento: “Em
todas as epístolas do Novo Testamento, encontram-se apenas cinco mandamentos
relacionados ao crente e ao Espírito Santo:
[1]Jr, John MacArthur, O
CAOS CARISMÁTICO, Editora Fiel, ebook, página 135.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
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1 comentários:
Aprendi bastante gostei muito Deus abençoe.
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