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sábado, 26 de julho de 2014

Jó 16:1-22 - UM AMIGO DEVE CONFIAR NO OUTRO

Ainda estamos na parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
C. O segundo ciclo de discursos – 15:1 – 21:34.
Estamos no segundo ciclo de discursos: Jó e seus amigos novamente trocam entre si palavras na forma de discursos, seguindo uma ordem exata, como na primeira série de discursos. Era como se fosse o direito à réplica, comum nos debates, principalmente nos políticos.
Continuemos com essa parte “C”, que estará sendo dividida, como na BEG, em seis partes igualmente: 1. Elifaz – 15:1 – 35 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 16:1 – 17:16 – veremos agora. 3. Bildade – 18:1 – 21. 4. A resposta de Jó a Bildade – 19:1 – 29. 5. Zofar – 20:1 – 29. 6. A resposta de Jó a Zofar – 21:1 – 34.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 16:1 – 17:16.
Jó dá a Elifaz a sua resposta. E podemos também dividi-la em duas partes. 1. A repreensão cínica – 16:1-6. 2. Lamento para Deus – 16:7 a 17:16.
1. A repreensão cínica – 16:1-6.
Como vimos, Jó mantém o seu estilo de resposta, primeiramente se voltando para seu interlocutor dando-lhe sua resposta à altura, mantendo sempre a sua fé e preservando a sua consciência a despeito de tudo; depois, se voltando para Deus com sua perseverante oração em busca de sabedoria e entendimento dos fatos.
Percebemos Jó descartando o discurso de Elifaz como uma repetição repugnante de uma perspectiva defeituosa sobre o sofrimento.
Cinicamente, Jó retrucou a Elifaz por ele ter aplicado os provérbios tradicionais à sua situação. Bem poderia Elifaz estar consolando ele e como amigo compreendendo sua dor, mas a sua opção era o encontro da culpa.
Por quê? Admitindo a culpa e buscando o perdão, o mal cessaria e sua dor seria consolada e ele ouviria novamente a voz de Deus? O que se passava com Elifaz e o que ele buscava?
Os amigos deveriam em primeiro lugar confiar nele e não acusá-lo. Toda relação começa com a confiança e quando não há confiança na relação, como pode ela se perpetuar?
Se a sua premissa for o mal em relação ao seu próximo, como poderá haver relacionamento? Há pessoas que tem receio de confiar na outra com medo de ser traída ou enganada, mas eu prefiro ser traído e enganado do que trair a minha confiança com aquele que estou me relacionando.
Jó já demonstrava cansaço não somente da extensão dos discursos, mas porque eles nada diziam que fosse útil.
2. Lamento para Deus – 16:7 a 17:16.
O desabafo de Jó diante de Deus é muito profundo. Sua oração é a oração de um crente, de um justo que vive pela fé, como nos diz o escritor de Hebreus que o justo de Deus andaria pela fé e não poderia recuar, senão, nele não estaria o seu espírito – Hb 10:38.
Ele reconhece a ação de Deus sobre a sua vida, mas não põe em Deus a culpa no sentido de estar sendo Deus contrário à sua natureza, ou seja, sendo maligno. Ele compreende que o mal não poderia tocá-lo sem que tivesse que passar por seu Deus.
Por que o mal o teria atingido? Ele anseia por respostas, uma vez que não encontra justificativas em sua conduta para castigos divinos. Como é fácil trairmos nossa fé...
Estaria Jó cedendo aos argumentos de seus amigos que associavam piamente seus sofrimentos a comportamentos que tivesse tido? Quem tem as respostas?
Certa vez Jesus falou sobre essa questão que principalmente é sustentada em Jó de que os sofrimentos estão associados, como castigos, a prática de pecados muito graves.
Lucas 13:1 E, Naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios.
Lucas 13:2 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas?
Lucas 13:3 Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.
Lucas 13:4 E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Silo é e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém?
Lucas 13:5 Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.
O verso 1 de Lucas 13 fala de ter Pilatos cometido algo muito grave. Matar uma pessoa enquanto esta oferecia sacrifícios era considerado algo particularmente terrível. Esse incidente registrado nesse verso primeiro, sem dúvida contribuiu para reforçar a reputação de Pilatos como um homem muito cruel.
Naquela época – qual época não é assim? – era crido que as desgraças eram resultados de pecados muito graves, porém, Jesus negou que esses galileus tivessem cometido qualquer ato que merecesse um fim tão trágico.
Todos nós somos pecadores. Jesus insistiu para as pessoas se arrependerem, do contrário morreriam. Por terem sido mortos subitamente, aqueles galileus não tiveram tempo de arrependimento. Assim, Jesus advertiu às pessoas que se arrependam enquanto ainda há tempo, pois poderá não haver outra oportunidade de fazê-lo.
Como sempre fazia, mais uma vez, Jó volta-se para Deus e desabafa. Como nos diz a BEG, no vs 9,  a ilustração é a de um leão. Alguns pensam que a frase deveria ser traduzida por “[ele] fareja e dilacera”. Nos vs 12 a 14, é empregada a ilustração descritiva de um guerreiro.
No verso 19, vemos uma crença em Jó de que nos céus deveria haver uma testemunha, ideia totalmente descartada por Elifaz no seu primeiro discurso – 5:1. No entanto, isso deu a Jó esperanças que tudo poderia ficar bem algum dia. Era como se Jó vislumbrasse pela fé seu redentor e seu advogado, Jesus Cristo, o Justo.
Jó parecia dar a entender que esperava que alguém nas regiões celestiais falasse em seu favor, como um Mediador entre Deus e os homens.
Jó 16:1 Então respondeu Jó, dizendo:
                Jó 16:2 Tenho ouvido muitas coisas como estas;
                               todos vós sois consoladores molestos.
                Jó 16:3 Porventura não terão fim essas palavras de vento?
                               Ou o que te irrita, para assim responderes?
                Jó 16:4 Falaria eu também como vós falais,
                               se a vossa alma estivesse em lugar da minha alma,
                                               ou amontoaria palavras contra vós,
                                                               e menearia contra vós a minha cabeça?
                Jó 16:5 Antes vos fortaleceria com a minha boca,
                               e a consolação dos meus lábios abrandaria a vossa dor.
                Jó 16:6 Se eu falar, a minha dor não cessa, e, calando-me eu,
                               qual é o meu alívio?
                Jó 16:7 Na verdade, agora tu me tens fatigado;
                               tu assolaste toda a minha companhia,
                Jó 16:8 Testemunha disto é que já me fizeste enrugado,
                               e a minha magreza já se levanta contra mim,
                                               e no meu rosto testifica contra mim.
                Jó 16:9 Na sua ira me despedaçou, e ele me perseguiu;
                                rangeu os seus dentes contra mim;
                                               aguça o meu adversário os seus olhos contra mim.
                Jó 16:10 Abrem a sua boca contra mim;
                               com desprezo me feriram nos queixos,
                                               e contra mim se ajuntam todos.
                Jó 16:11 Entrega-me Deus ao perverso,
                               e nas mãos dos ímpios me faz cair.
                Jó 16:12 Descansado estava eu, porém ele me quebrantou;
                               e pegou-me pela cerviz, e me despedaçou;
                                               também me pôs por seu alvo.
                Jó 16:13 Cercam-me os seus flecheiros; atravessa-me os rins,
                               e não me poupa, e o meu fel derrama sobre a terra,
                Jó 16:14 Fere-me com ferimento sobre ferimento;
                               arremete contra mim como um valente.
                Jó 16:15 Cosi sobre a minha pele o cilício,
                               e revolvi a minha cabeça no pó.
                Jó 16:16 O meu rosto está todo avermelhado de chorar,
                               e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte:
                Jó 16:17 Apesar de não haver violência nas minhas mãos,
                               e de ser pura a minha oração.
                Jó 16:18 Ah! terra, não cubras o meu sangue
                               e não haja lugar para ocultar o meu clamor!
                Jó 16:19 Eis que também agora a minha testemunha está no céu,
                               e nas alturas o meu testemunho está.
                Jó 16:20 Os meus amigos são os que zombam de mim;
                               os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus.
                Jó 16:21 Ah! se alguém pudesse contender com Deus pelo homem,
                               como o homem pelo seu próximo!
                Jó 16:22 Porque decorridos poucos anos,
                               eu seguirei o caminho por onde não tornarei.
Jó continuará com seu discurso resposta a Elifaz, se bem que agora está totalmente voltado para Deus em sua busca incessante pelo reino de Deus e a sua justiça.
O seu clamor pelo seu redentor, pelo seu mediador, pelo seu salvador, pelo seu remidor, pelo seu advogado é forte dentro de suas falas e pensamentos.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.