terça-feira, 16 de junho de 2015
terça-feira, junho 16, 2015
Jamais Desista
Amós 1.1-15 - PASTOR, BOIADEIRO, COLHEDOR DE SICÔMOROS E PROFETA.
Apresentaremos a seguir uma breve introdução
ao livro de Amós, feito de forma resumida, com base na BEG. Caso desejem maior
aprofundamento, recomendamos ver essa introdução na própria BEG e em outras
fontes recomendadas.
Autor:
O profeta Amós:
·
Era
de Tecoa (1.1), uma vila a aproximadamente 15 km ao sul de Jerusalém e a 9 km
de Belém em Judá.
·
Era
pastor (1.1), boieiro (7.14) e colhedor de sicômoros (7.14).
·
Conhecia
muito sobre história internacional (1.3-2.3).
·
Conhecia
ainda mais a lei de Deus e a história do povo da aliança de Deus.
·
Ele
não havia estudado para ser profeta (7.14), mas o Senhor soberanamente o chamou
para exercer esse ofício.
·
Falou
primeiramente ao Reino do Norte (7.15), mas também se dirigiu aos pecados de
Judá (2.4-5; cf. 9.11).
Contextualização
e datas:
·
Profetizou
durante os reinados de Uzias de Judá (792-740 a.C.) e de Jeroboão II de Israel
(793-753 a.C.).
·
É
provável que Amós tenha entregado a maioria dos - se não todos - oráculos desse
livro no Reino do Norte.
·
Viveu
numa época entre Joel e Jonas.
·
Cumpriu
uma parte do seu ministério profético em Betel (7.10-17).
·
Durante
o reinado de Jeroboão houve paz entre Judá e Israel e o rei havia restaurado as
fronteiras de Israel de acordo com a profecia de Jonas, filho de Amitai (2Rs
14.25).
·
O
Reino do Norte havia se tornado rico e estava desfrutando de uma falsa sensação
de segurança, tornada possível pela fraqueza do Egito, da Babilônia e
especialmente da Assíria, a qual havia entrado em declínio temporário depois da
morte de Adade-Nirari III (805-783 a.C.).
·
Israel
não enfrentou nenhuma ameaça séria dos exércitos assírios durante quarenta
anos. Foi provavelmente durante esse período que Amós cumpriu a sua missão
profética.
·
Amós
dirigiu o seu ministério ao Reino do Norte (Israel).
Nesse
período, muitos israelitas estavam mantendo, e até mesmo excedendo, os
requerimentos rituais da lei (4.4-5). Ainda assim, a verdadeira adoração a Deus
estava misturada com idolatria (5.26; 2Rs 17.14-17), o que levava a vários
tipos de violência e injustiça (2.6-8; 4.1).
Embora
o Senhor já houvesse mandado advertências a Israel na forma de fome, sede,
crestamento, gafanhotos, pragas e derrota militar, o seu povo recusava-se em
ver a mão dele nesses acontecimentos e falhou em arrepender-se (4.6-11).
Data:
·
Entre
760-750 a.C.
Propósito.
·
Conforme
a BEG:
ü
Revelar
a severidade do julgamento divino por causa da infidelidade pactual em Israel e
em Judá.
ü
Declarar
a esperança de grande restauração depois da destruição e do exílio que estava
se aproximando.
Verdades
fundamentais – conforme a BEG:
·
Assim
corno as nações gentias seriam julgadas pela sua pecaminosidade, Israel e Judá
seriam julgadas pelos seus pecados, por meio da agressão assíria.
·
O
pleito de Deus contra Israel era inegável e a causa de muitos problemas para
Israel, tanto na natureza quanto na guerra.
·
As
visões do futuro de Amós confirmaram que Samaria seria destruída pela agressão
assíria.
·
Embora
Israel e Judá fossem ser julgadas juntamente com as outras nações, após o
exílio, elas seriam exaltadas acima de seus vizinhos gentios.
Propósito
e características – conforme a BEG:
Amós desafiou vigorosamente a idolatria e a
injustiça social de Israel, declarando que a adoração sincrética negava as mais
básicas verdades sobre o Deus de Israel:
·
O
Senhor é soberano sobre tudo o que ele criou (4.13; 5.8; 9.5-6).
·
Ele
é o verdadeiro Deus sobre as nações.
·
Como
tal, ele é capaz de jogar nação contra nação (1.3-2.3) e de julgar o povo da
sua aliança por meio da agressão de outras nações (6.14).
·
Porém,
a despeito de tudo isso, ele é um Deus de amor que deseja a vida, e não a morte
do seu povo (5.4).
Amós ressaltou que por Israel não se ter
arrependido, mesmo depois de ter sido julgada (4.6-11), o Senhor faria um
julgamento ainda mais severo, que terminaria em total destruição e exílio
(4.12-5.20).
Pouco depois de Amós ter previsto que
Israel cairia perante o Império Assírio, suas previsões começaram a se cumprir.
·
Sob
o reinado de Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.), a Assíria ganhou poder e se
expandiu para o norte e para o oeste.
·
Judá
logo se tornou um vassalo assírio.
·
A
Síria, localizada entre Israel e a Assíria, passou a fazer parte do Império
Assírio (2Rs 16.7-9).
·
Tiglate-Pileser
III foi sucedido pelo seu filho Salmaneser V (727-722 a.C.), o qual continuou a
política de expansão para o oeste de seu pai, forçando Oseias, o último rei do
Reino do Norte, a tornar-se seu vassalo (2Rs 1 7.3).
·
Oseias
se rebelou e de modo equivocado procurou a ajuda do Egito (2Rs 1 7.4).
·
Como
resultado, Salmaneser V da Assíria sitiou Sarnaria, e a capital israelita foi
entregue ao seu sucessor, Sargão II, em 722 a.C. (2Rs 17.5-6).
O Senhor castiga a quem ele ama, e o seu
julgamento foi um sinal do comprometimento que ele tinha com o povo da aliança
como um todo.
Portanto, Amós afirmou a promessa de Deus
de nunca abandonar o povo com que estava em aliança. Amós declarou que, depois
do exílio:
·
O
"tabernáculo caído de Davi" (9.11) seria restaurado.
·
A
linhagem real conquistaria as nações (9.12).
·
O
povo de Deus seria abençoado além de qualquer medida (9.13-15).
Cristo
em Amós – conforme a BEG:
As profecias de Amós revelam Cristo de três
maneiras.
1.
O
tema principal de Amós julgamento contra as nações e contra os infiéis de
Israel e Judá prenuncia o julgamento que vem em Cristo.
·
O
Novo Testamento ensina que Cristo julgará aqueles que se voltam contra Deus,
cumprindo o tema do julgamento visto em Amós (Jo 5.21-27; Rm 2.12-16),
incluindo o povo em aliança com Deus (Hb 10.26-30; 1Pe 4.17; Ap
2.4-5,14-16,20-23; 3.1-3,15-19).
2.
Am
9.11-15 fala da restauração prometida a Israel e Judá após o exílio. Seguindo o
padrão estabelecido por Moisés (Lv 26. Dt 4.15-31; 28.1-68), Amós anunciou que
o exílio seria seguido de um tempo de grandes bênçãos para o povo de Deus. Após
o fracasso daqueles que retornaram à Terra Prometida em 539 a.C., essas
profecias de restauração começaram a se cumprir.
·
O
Novo Testamento explica o cumprimento inicial dessas profecias de restauração:
ü
Por
meio da entrega do Espírito como o penhor da herança daqueles que acreditam na
primeira vinda de Cristo (Ef 1.14).
ü
Pelo
cumprimento final nos novos céus e nova terra quando Cristo retornar (Ap
21.1ss.).
3.
Amós
falou da restauração do "tabernáculo caído de Davi" - a dinastia real
de Davi (9.11). Essa previsão indicou que, algum tempo após o exílio, um filho
de Davi lideraria o povo de Deus à vitória sobre as nações (9.12) e garantiria
segurança eterna para eles (9 15).
·
Essa
profecia é cumprida por Jesus, o filho real de Davi (Mt 1.1; Lc 1.32-33, Ap
22.16).
ü
Jesus
subiu ao trono da casa de Davi em sua ressurreição e ascensão (At 2.25-36).
ü
Ele
reina agora e promove uma guerra santa contra as nações por meio do evangelho
(At 15.13-19; 1Co 15.23-25).
ü
No
final, ele derrotará todos os seus inimigos e estabelecerá um reino universal
quando retornar em glória (At 2.34-36; Ap 19.11-21; 21.1; 22.5).
Esboço
proposto pela BEG que estaremos seguindo:
Nosso trabalho será dividido em cinco
partes principais:
I. SOBRESCRITO (1.1).
II. O POVO DE DEUS JULGADO JUNTO COM AS
NAÇÕES (1.2 2.16).
III. ORÁCULOS CONTRA ISRAEL (3.1 6.14).
IV. VISÕES CONTRA ISRAEL (7.1 9.10).
V. O POVO DE DEUS EXALTADO SOBRE TODAS
AS NAÇÕES (9.11-15).
I. SOBRESCRITO (1.1)
Aqui, no verso primeiro, o profeta e o
período do seu ministério são identificados.
Amós apresenta a si mesmo e a sua profecia,
especificando o período em que a palavra de Deus tinha vindo a ele. Os oráculos
de profetas algumas vezes são apresentados com essa fórmula (cf. Jr 1.1).
Como profeta, Amós era o emissário da
acusação de Deus contra Israel, que havia violado de modo flagrante os
requerimentos da aliança de Deus.
Ele também era aquele que estava entre os pastores
de Tecoa.
O termo hebraico “pastores” se refere
aqueles que pastoreiam um tipo particular de ovelha conhecida pela sua lã
extraordinária. O rei de Moabe é identificado como possuidor desse tipo de
ovelha (2Rs 3.4).
Já Tecoa, essa vila ficava cerca de 15 km
ao sul de Jerusalém e a cerca de 6 km de Belém. Devido aos seus campos de
primeira qualidade, ela tinha condição de alimentar muitos pastores e seus
rebanhos.
Ele também narra e contextualiza o seu
tempo e época. Ele viu as coisas que Deus lhe mostrou sobre Israel incluindo um
terremoto. Suas visões se dão nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de
Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. Uma vez
que esse havia sido um acontecimento memorável numa região com tendência a
terremotos, ele seria lembrado como um ato de julgamento divino (cf. Zc 14.5).
II. O POVO DE DEUS JULGADO JUNTO COM AS NAÇÕES (1.2 2.16).
Veremos nesta parte II que Amós declarou
que Deus havia determinado julgar Israel e Judá, juntamente com as nações
gentias, por meio da agressão assíria. É a história do povo de Deus sendo julgado
juntamente com as nações.
O livro começa com uma série de oráculos de
julgamento anunciando a intenção de Deus de julgar Israel e Judá, assim como as
nações gentias.
O profeta implicitamente fez referência à
agressão assíria que estava por vir como instrumento da ira de Deus sobre as
nações e sobre o seu próprio povo.
Essa séria de oráculos começa com um
anúncio introdutório que une a seção inteira (1.2) e então se divide em oito
partes: Síria (1.3-5), Filístia (1.6-8); Fenícia (1.9-10), Edom (1.11-12), Amon
(1.13-15), Moabe (2.1-3) e então, ironicamente, Judá (2.4-5) e Israel (2.6-16).
Assim, também estaremos seguindo essas
divisões: A. O Senhor ruge (1.2) –
veremos agora; B. O castigo divino para a Síria (1.3-5) – veremos agora; C. O castigo divino para a Filístia (1.6-8) – veremos agora; D. O castigo divino
para a Fenícia (1.9-10) – veremos agora;
E. O castigo divino para Edom (1.11-12) –
veremos agora; F O castigo divino para Amon (1.13-15) – veremos agora; G. O castigo divino para Moabe (2.1-3); H. O castigo
divino para Judá (2.4-5); e, I. O castigo divino para Israel (2.6-16)
A. O Senhor ruge (1.2).
Estas primeiras palavras de Amós “O Senhor
ruge” revelam o tom da maior parte desse livro. Amós anunciou que Deus estava
rugindo como um leão.
O hebraico também pode ser traduzido como
"rugirá de modo agressivo". Deus é comparado a um leão rugindo e
pronto para atacar. Como pastor, Amós provavelmente conhecia bem esse tipo de
rugido (cf. 1Sm 17.34-37).
Ele rugia de Sião e de Jerusalém se fazia
ouvir a sua voz poderosa. O Senhor construiu o seu templo em Sião. Desse
palácio real, o grande rei rugiu quando a sua ira estava prestes a ser liberada
(IICr 13.16; cf. Jr 25.30).
O julgamento do Senhor viria na forma de
seca (veja Lv 26.19; Dt 28.22-24). Ela secaria toda a terra, dos prados ao cume
do Carmelo, rico em pomares e vinhas.
Embora Amós estivesse profetizando sobre uma
seca literal, os versículos seguintes (1.3-2.16) sugerem que ele estava se
referindo metaforicamente ao ataque devastador da agressão assíria.
B. O castigo divino para a Síria (1.3-5).
Começam aqui os oráculos contra cada nação.
Nos versículos 3 e 5, o castigo divino era para a Síria. O profeta anunciou
primeiro a destruição da Síria, o vizinho imediato ao norte de Israel. O rei
assírio Tiglate-Pileser III conquistou Damasco em 732 a.C.
A repetição deste refrão “por três
transgressões... e por quatro” (1.6,9,11,13; 2.1,4,16) é um típico exemplo do
paralelismo utilizando números ascendentes (cf. SI 62.11; Mq 5.5).
Era um artifício comum na antiga poesia do
Oriente Próximo e não deve ser considerado literalmente, mas sim com o
significado de "por muitos pecados".
Então, pelos muitos pecados de Damasco é
que se seguem os seus juízos.
Davi havia derrotado e estabelecido forças
militares nessa cidade real da Síria (2Sm 8.6). Durante o reinado de Salomão
(1Rs 11.23-25), Damasco se libertou, tendo Rezom como rei.
A acusação contra ele era de que ele tinha
trilhado a Gileade com trilhos de ferro.
As sementes eram debulhadas com uma tábua
de madeira que tinha "dentes", ou pregos de metal ou basalto
incrustados na parte de baixo. Um boi puxaria o trenó enquanto o guia ficaria
sobre ele. O profeta acusou os sírios de tratarem Gileade dessa maneira (cf.
2Rs 13.7).
Seria por isso que o Senhor poria fogo à
casa de Hazael, um fogo que devoraria os castelos ou palácios de Bem-Hadade.
Compare com 1.7,10,12,14; 2 2,5. A repetição também foi adotada por Oseias (Os
8.14) e Jeremias (Jr 17.27; 21.14; 29.27; 50.32).
No antigo Oriente Próximo, o fogo era visto
como um instrumento do julgamento divino. Ele era geralmente usado em combates
e era interpretado como o meio pelo qual um deus raivosamente purifica o seu
povo rebelado.
Hazael era o rei de Damasco (c. 842-796
a.C.) que fundou uma dinastia na Síria, como Eliseu havia previsto (2Rs
8.7-15).
Os palácios citados, possivelmente são as
fortalezas em forma de castelo da nobreza e dos ricos e Ben-Hadade, tratava-se
de um título de autoridade real, semelhante a "Faraó" no Egito, para
o rei da Síria.
O Senhor disse que quebraria o ferrolho de
Damasco. Literalmente, "destruirei". O verbo geralmente é usado para
indicar aniquilação pela guerra (p. ex., Js 23.4; Jz 4.24; Is 10.7).
O alvo seria aquele que tinha o cetro – vs.
5 -, o rei. Literalmente, "o entronizado" ou, menos provavelmente,
"o habitante". À palavra hebraica é usada para Deus entronizado como
rei (SI 2.4; 22.3).
Também seriam os alvos os moradores de
Biqueate-Áven, literalmente, "Vale da maldade/ idolatria", a
localização não é certa e de Bete-Éden, local este que provavelmente era um
distrito a cerca de 300 km a nordeste de Damasco (não confundir com o Éden; Gn
2.8) e era governado por um rei vassalo sírio.
O uso do paralelismo aqui (Biqueate-Áven e
Bete-Éden) indica que não apenas Damasco, mas também seus territórios seriam
destruídos.
A cidade de Quir seria para onde seriam
levados cativos. Quir era a pátria natal dos sírios (9.7).
C. O castigo divino para a Filístia (1.6-8).
Agora é anunciado o castigo divino para a
Filístia – vs. 6 e 8. Desde os tempos de Sansão, os filisteus haviam perturbado
o povo de Deus. Aqui, Amós anunciou a vingança de Deus. As cidades da Filístia
se revoltaram contra a dominação assíria em diferentes momentos e sofreram
severamente pela sua deslealdade.
O começo é semelhante ao que já vimos,
logo, pelos muitos pecados da Filístia é que lhes sobreviriam os juízos de
Deus.
Das cinco cidades reais dos filisteus, Gaza
era a que ficava mais ao sul. As outras quatro eram Saque-lo, Asdode, Ecrom e
Gate (vs. 8).
Conforme a BEG, localizada entre o Egito e
Canaã, Gaza era um centro natural para o comércio. Sargão tomou Gaza em 720
a.C. quando o rei de Gaza se juntou aos egípcios. Ela pode ter sido destruída
por eles, mas certamente foi devastada por Alexandre o Grande em 332 a.C.
Eles tinham levado cativo todo o povo.
Literalmente, "um exílio total ou grupo exilado". O comércio filisteu
incluía escravos. Prisioneiros de guerra geralmente viravam escravos no antigo
Oriente Próximo, mas aqui toda uma comunidade, ou população, foi vendida como
escrava.
Aparentemente é uma referência à captura e
venda de israelitas durante o reino de Jeorão (2Cr 21 16-17; JI 3.3,6; cf. Am
1.9).
Eles levaram cativo todo o povo para os
entregarem a Edom. Edom, essencialmente "irmã" de Israel por meio de
Esaú (Gn 25.25,30), recebeu dos filisteus os israelitas como escravos. Pela sua
participação nesse pecado não fraternal, Gaza, que representa a Filístia como
um todo, estava então sendo condenada.
Outras cidades importantes da Filístia eram
Asdode, Asquelom e Ecrom. Asdode foi destruída em 711 a.C. quando se revoltou
contra Sargão. Asquelom e Ecrom se revoltaram durante o reino de Senaqueribe
(705-681 a.C.) e foram punidas severamente.
As quatro cidades - Gaza, Asdode, Asquelom
e Ecrom - são mencionadas nos anais assírios como vassalas de Esar-Hadom
(680-669 a.C.) e Assurbanipal (669-627 a.C.).
Gate, a quinta cidade, não foi mencionada,
pois já havia sido derrotada por Hazael (2Rs 12.17).
D. O castigo divino para a Fenícia (1.9-10).
Depois da Síria e da Filístia, o castigo
divino era agora para a Fenícia. A Fenícia era, alternadamente, amiga ou
inimiga de Israel. O fato de estar localizada numa região costeira a tornava
muito importante para Israel.
Também ela por seus muitos pecados sofreu o
juízo de Deus. Sua principal cidade era Tiro. O nome significa
"rocha". A mais antiga das duas principais cidades fenícias (a outra
é Sidom) mencionada nas cartas Amarna (século 14 a.C.), Tiro foi construída
sobre uma rocha no mar e era virtualmente impenetrável.
Continua a BEG a nos dizer que ela foi
perturbada pelos assírios, babilônios e persas, mas não foi destruída até que
Alexandre o Grande tomou a cidade e matou quase todos os seus cidadãos.
Assim como Gaza (vs. 6), Tiro vendeu os
Israelitas à escravidão e assim rompeu uma sucessão histórica de alianças.
Eles simplesmente não se lembraram dessa
aliança de irmãos. O termo "lembrar" significa, literalmente,
"manter os termos de" nos antigos tratados e alianças internacionais
(cf. Gn 9.15; Ex 2.24; Lv 26.42). Tiro não se lembrou de suas alianças
históricas com Israel.
O
termo “aliança de irmãos” era devido ao fato que no antigo Oriente Próximo,
reis que formavam alianças chamavam-se mutuamente de "irmãos".
Por exemplo, Hirão de Tiro chamou Salomão
de "meu irmão" (1 Rs 9.13; cf. 1Rs 5.12) num cenário de relações de
aliança com Davi (2Sm 5.11). Mais tarde, Acabe continuou com as relações
próximas com Fenícia ao casar-se com Jezabel, a filha de Etbaal, rei de Sidom
(1 Rs 16.31).
E. O castigo divino para Edom (1.11-12).
Agora chegamos a Edom que também,
semelhantemente pelos seus muitos pecados estaria vindo o juízo contra eles –
vs. 11 e 12 – era o castigo divino para Edom. Amós agora voltou a sua atenção
para o sudeste. Edom havia perturbado o povo de Deus desde os primeiros tempos.
Este era o "irmão" carnal de
Israel, e possivelmente também "irmão" de aliança de Israel, mesmo
assim, houve contra eles movidos de grande ódio, inveja e ganância.
Edom perseguiu seu irmão Judá à espada. Edom
não somente recebeu seus irmãos israelitas como escravos da Filístia (1.6) e de
Tiro (1.9), mas também "perseguiu seu irmão à espada". Compare com Ob
10.14.
Esses acontecimentos do reino de Jeorão
incluem a revolta de Edom e a conspiração com os filisteus e árabes quando eles
atacaram Judá e entraram em Jerusalém, saquearam o palácio e deportaram a
família real (2Cr 21.16-17).
Por causa disso o juízo de Deus atingiria Temã
– vs. 12. Temã era neto de Esaú (Gn 36.11,15). Aparentemente, o clã que derivou dele deu o seu
nome a uma região ao sul de Edom e a uma vila a 22 km de Petra. A referência
aqui é à região. Temã era famosa pela sabedoria (c-f. Jó 2.11; Jr 49.7).
O fogo que se meteria em Temã, logo
consumiria os castelos de Bozra. Essa cidade edomita, mais ao norte, ficava a
aproximadamente 52 km ao norte de Petra. Ao mencionar suas regiões mais ao
norte e mais ao sul, Amós consignou toda Edom à destruição.
A BEG nos diz que desde o tempo de Amós,
Edom passou a ser controlado por um império após o outro. Em 300 a.C. a região
de Edom caiu perante os ataques dos nabateus.
F O castigo divino para Amon (1.13-15).
Agora o juízo de Deus era contra Amon,
também pelos seus muitos pecados.
Os amonitas descendiam de Ben-Ami, a
descendência da trapaça e do incesto da filha mais jovem de Ló (Gn 19.34-38).
Eles viviam entre a Síria e Moabe. O rei
assírio Salmaneser III (858-824 a.C.) conquistou o reino de Amon, fazendo dele
um vassalo assírio. Os reis assírios que o sucederam trouxeram mais destruição
à região. Amós previu esses acontecimentos.
Uma acusação gravíssima contra eles era o
fato de terem rasgado o ventre às grávidas. Essa atrocidade específica foi praticada
por outros, incluindo Hazael da Síria (2Rs 8.12), Menaém de Israel (2Rs 15.16)
e pela Assíria (Os 13.16).
Aparentemente, o propósito era eliminar
descendentes que pudessem tentar reivindicar a terra. Desta forma, pretendiam
dilatarem os seus próprios limites.
Estender suas fronteiras era uma ostentação
típica dos reis do antigo Oriente Próximo. Quando faziam isso, eles imaginavam
que estavam realizando o desejo de seus deuses.
AMÓS[1]
JUÍZOS CONTRA
OS VIZINHOS DE ISRAEL
Am 1.1 As
palavras de Amós,
que estava entre os pastores de Tecoa,
o que ele viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias,
rei de Judá, e nos dias de Jeroboão,
filho de Joás, rei de Israel,
dois anos antes do terremoto.
Am1.2 Disse
ele:
O Senhor brama de Sião,
e de Jerusalém faz ouvir a sua voz;
os prados dos pastores lamentam,
seca-se o cume do Carmelo.
Am1.3 Assim
diz o senhor:
Por três transgressões de Damasco,
sim, por quatro, não retirarei o castigo;
porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro.
Am1.4 Por isso porei fogo à casa de Hazael,
e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade.
Am1.5 Quebrarei o ferrolho de Damasco,
e exterminarei o morador do vale de Ávem e de
Bete-Éden
aquele que tem o cetro;
e o povo da Síria será levado em cativeiro a Quir,
diz o Senhor.
Am1.6 Assim
diz o Senhor:
Por três transgressões de Gaza, sim, por quatro,
não retirarei o castigo;
porque levaram cativo todo o povo
para o entregarem a Edom.
Am1.7 Por isso porei fogo ao muro de Gaza,
e ele consumirá os seus palácios.
Am1.8 De Asdode exterminarei o morador,
e de Asquelom aquele que tem o cetro;
tornarei a minha mão contra Ecrom;
e o resto dos filisteus perecerá, diz o Senhor Deus.
Am1.9 Assim
diz o Senhor:
Por três transgressões de Tiro, sim, por quatro,
não retirarei o castigo;
porque entregaram todos os cativos a Edom,
e não se lembraram da aliança dos irmãos.
Am1.10 por isso porei fogo ao muro de Tiro,
e ele consumirá os seus palácios.
Am1.11 Assim
diz o Senhor:
Por três transgressões de Edom, sim, por quatro,
não retirarei o castigo;
porque perseguiu a seu irmão à espada,
e baniu toda a compaixão;
e a sua ira despedaçou eternamente,
e conservou a sua indignação para sempre.
Am1.12 Por isso porei fogo a Temã,
o qual consumirá os palácios de Bozra.
Am1.13 Assim
diz o Senhor:
Por três transgressões dos filhos de Amom, sim por
quatro,
não retirarei o castigo;
porque fenderam o ventre às grávidas de Gileade,
para dilatarem os seus termos.
Am1.14 Por isso porei fogo ao muro de Rabá,
fogo que lhe consumirá os palácios,
com alarido no dia da batalha,
com tempestade no dia do turbilhão.
Am1.15 E o seu rei irá para o cativeiro,
ele e os seus príncipes juntamente, diz o Senhor.
Por isso que o juízo de Deus atingiria os
muros de Rabá. A forma abreviada da referência completa "Rabá dos filhos
de Amon" (Dt 3.11; 2Sm 12.26) é a atual Amã, na Jordânia (1.14; Jr 49.2-3;
Ez 21.20;25.5).
Fogo este que além de consumir os muros de
Rabá, também consumiria os palácios com o alarido no dia da batalha - esses eram
os gritos das tropas entrando em combate. Veja também o alarido de guerra
"contra Rabá dos filhos de Amon" (Jr 49.2) – e com tempestade no dia
da tormenta - essa ilustração para a tempestade do julgamento de Deus vem na
forma de turbulentos ataques militares (veja SI 83.15; Is 5.28; Jr 4.13; 23.19;
25.32).
A mesma linguagem também descreve a
aparência do Senhor no julgamento (Is 17.13; 29.6; 66.15; Na 1.3).
O fim disso seria que o seu rei - dizia o
Senhor - iria para o cativeiro, ele e os seus príncipes juntamente. Esse termo “seu
rei” é usado aqui e em Jr 49.3 (traduzido como "Milcom"). Seria o rei
e seus príncipes juntamente que iriam para o cativeiro. Era uma prática comum
dos assírios levar o rei, sua família e seus príncipes juntos para o exílio.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.