sábado, 1 de novembro de 2014
sábado, novembro 01, 2014
Jamais Desista
Esdras 7:1-28 - ESDRAS, AUTORIDADE GOVERNAMENTAL E MESTRE DA LEI DE DEUS
Esdras
deu continuidade aos trabalhos dos primeiros exilados que regressaram. Esdras e
seus companheiros foram libertos da Babilônia e abençoados por Deus. Esdras
conduziu o povo às bênçãos de Deus ao reformar a vida moral deles.
O
foco da atenção passa dos trabalhos iniciais de reconstrução sob Zorobabel para
o trabalho de Esdras. Cerca de 60 anos transcorreram entre os acontecimentos do
final do cap. 6 e os do começo do cap. 7.
A
falta de material intermediário retrata o trabalho de Esdras coo uma
continuação legítima do trabalho de Zorobabel.
Ed 7:1-28 Segmentação e Reflexões
Dividiremos
essa segunda parte, conforme a BEG, em duas outras partes. A. O regresso de
Esdras – 7:1 a 8:36. B. A reconstrução do Povo de Deus como nação (os
remanescentes do pós-exílio ou a nova nação unificada de Israel) – 9:1 a 10:44.
A. O regresso de
Esdras – 7:1 a 8:36.
Esdras
tinha chegado à Terra Prometida algum tempo depois e começou o seu próprio
programa de restauração. Ele não tinha voltado sozinho, mas liderou um grupo de
exilados – vs 7. Ele tinha partido da Babilônia na primavera – vs 9 – quando havia
ainda suprimento abundante de água ao longo do caminho para o trajeto de uns 4
meses.
Para
melhor compreensão dessa parte “A”, dividiremos o assunto em cinco outras
partes. 1. A apresentação de Esdras – 7:1-10. 2. A comissão de Esdras – 7:11 –
26. 3. A doxologia de Esdras – 7:27 – 28. 4. OS companheiros de Esdras – 8:1-14.
5. A chegada de Esdras – 8:15-36.
1. A apresentação
de Esdras – 7:1-10.
Esdras
estava no cativeiro da Babilônia – vs 1 – e agora estava voltando à Terra
Prometida. É provável que na ocasião do primeiro regresso, com Sesbazar –
Zorobabel - Esdras ainda não tivesse nascido. Ele cresceu na Babilônia, onde a
maioria dos exilados vivia.
A
preservação de sua linhagem serviria para mostrar sua linhagem e autoridade sacerdotal.
Ele era o 17º descendente de Arão que fora descendente de Anrão, de Coate, de Levi,
de Jacó, de Isaque e de Abraão. Era ele portanto coatita.
No
capitulo 6 de I Crônicas encontraremos os descendentes de Levi os quais foram
organizados da seguinte maneira, conforme já vimos em “AO POVO DE DEUS DO PÓS EXÍLIO - O
reino davídico, o templo e bênçãos e maldições – Reflexões nos livros de I e II
Crônicas.”
O propósito do cronista neste
capítulo 6, na inclusão dessas tribos no povo de Deus, é apresentar um relato
extenso sobre a tribo de Levi como pano de fundo para a organização dos servos
do templo na comunidade pós-exílica.
Na sua concepção acerca do povo
restaurado, as esperanças de ter um rei estavam ligadas à centralidade do culto
no templo.
Ele dividiu os 81 versículos
deste capítulo em duas principais partes, onde na primeira, que vai do verso 1
ao 53, apresenta a organização das famílias dos levitas onde vemos a
importância que o cronista atribuía ao templo e ao sacerdócio.
Para que os judeus que
regressaram vissem a bênção de Deus, não apenas na família real de Judá, mas
também nos servos do templo – Levi – precisariam estes exercerem as suas
devidas funções.
Assim são apresentados – ver
segmentação do capítulo 6[1],
abaixo - nos versos de 1 ao 15, os sacerdotes descendentes de Arão (a lista
passa rapidamente dos três filhos de Levi: Gerson, Coate e Merari para a
família sumo sacerdotal de Arão. Dos filhos de Arão para Eleazar, versos 1 ao
4a, prosseguindo com os descendentes de Eleazar e acompanhando sua sucessão até
o exílio, dos versos 4b ao 15).
Nos versos de 16 ao 30, é
apresentado um levantamento dos três clãs de Levi. Essa genealogia foi
provavelmente extraída de Ex 6:16 ao 19; Nm 3:17 ao 20; 26:57 ao 61.
Dos versos de 31 ao 47, são
apresentados os músicos do templo nomeados por Davi. Davi tinha nomeado grupos
de cada um desses três clãs de Levi para serem músicos – 15:16 ao 26; II Cr
35:3: a família de Hemã de Coate – vs 33 ao 38; a família de Asafe de Gérson –
vs 39 ao 43; e, a família de Etã de Merari, vs 44 ao 47.
E, dos versos 48 ao 53, a seção
final que faz a distinção entre os deveres dos filhos de Arão e dos membros de
outras famílias. O destaque de oferecer sacrifícios é dado de forma exclusiva
aos zadoquitas. Isso para se evitar qualquer controvérsia entre as famílias
levíticas no período pós-exílio.
Percebe-se, destarte, uma
preocupação com a estruturação para a organização da tribo de Levi no período
pós-exílio. Também é de se notar o seu profundo interesse pela música sacra que
acaba por legitimar a organização levítica no período que se seguiu ao exílio.
E na segunda divisão, do 54 ao
81, são apresentados os territórios separados para as famílias. Com isso em
mente, consegue-se perceber sua preocupação dupla de manter a identidade do povo de Deus e os seus
direitos territoriais.
O cronista, bem provavelmente está
se baseando em Js 21.5-39 e apontando para as propriedades amplas às quais os
descendentes de Arão tinham direito.
A maioria desses locais ficava
fora dos limites da província pós-exílio e reflete o interesse do cronista pela
expansão territorial do Povo de Deus (os remanescentes do pós-exílio ou a nova
nação unificada de Israel) restaurada.
A
palavra de Deus fala no vs 7 que ele era escriba versado na Lei de Moisés
(provavelmente os cinco primeiros livros), dada pelo Senhor – II Tm 3:16 - e
ainda tinha sobre ele a boa mão do Senhor que lhe era favorável concedendo-lhe
tudo o que pedia.
Seu
papel aqui agora estava bem definido e claro quanto aos registros do restante
da narrativa. No AT, um escriba era um funcionário do governo encarregado de
uma ou mais funções administrativas:
·
levar
a vara de comando – Jz 5:14;
·
ser
um oficial do exército incumbido de alistar pessoas – II Re 25:19;
·
ser
encarregado do palácio – Is 22:15;
·
ter
funções literárias – Jr 36:32;
·
ser
uma autoridade governamental – vs 25 (era o seu caso aqui).
Esdras,
além disso, no caso, era também o mestre da Lei de Deus – vs 10,11,14; Ne
8:1,4,9.
Esdras
estava focado e tinha seus objetivos, principalmente de ensinar outros para que
eles também pudessem ouvir e fazer. A razão do sucesso de Esdras está na Bíblia
– vs 10:
Esdras
tinha preparado o seu coração (isso demonstra uma pré- disposição mental
favorável ao reino de Deus e à sua justiça):
·
Para
buscar a lei do SENHOR.
·
Para
cumpri-la.
·
Para
ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.
2. A comissão de
Esdras – 7:11 – 26.
Foi
por meio de uma carta que Artaxerxes autorizou o trabalho de Esdras. Ela pode
ser visualizada entre os vs. 12 e 26, o qual foi escrita, como já tivemos a
oportunidade de ver, em aramaico, a língua usada na diplomacia internacional do
antigo Oriente Próximo.
Ela
concedia a Esdras a autoridade que lhe seria necessária para realizar as
reformas registradas nos capítulos seguintes. É possível que a carta tenha sido
escrita por Esdras e assinada por Artaxerxes, ou que Artaxerxes tenha contado
com a ajuda de conselheiros judeus para redigi-la, como alguns dos detalhes
parecem indicar. É só reparar nos versos de 15 a 17 na riqueza de detalhes do
culto israelita que sugere fortemente que Esdras ou seus conselheiros judeus
tenham escrito a carta ou ajudado Artaxerxes a redigi-la.
Sabemos
que o único Rei dos reis e Senhor do senhores, mesmo no livro de Esdras-Neemias
isso está claro, é o Senhor Jesus Cristo – I Tm 6:15; Ap 17: 14 e Ap 19:16 -,
mas aqui Artaxerxes se utilizava desse título para indicar a sua supremacia
sobre todos os reis vassalos.
No
verso 13 essa permissão de regressar se estendia a todos os que estivessem
dispostos a voltar, como foi o caso com a permissão inicial de Ciro no vs 1:3.
Assim,
o ministério de Esdras enfatiza a importância da participação de todos do povo
de Deus. Agora unidos como uma só nação, sem rachas ou divisões, sem o Reino do
Norte ou do Sul, mas um só povo, unido em um só templo, com um só Deus, O
Senhor.
Enquanto
Ciro comissionou os primeiros judeus que regressaram para "edificar"
um templo (1:2), o qual foi ratificado por Dario (6:8), Artaxerxes comissionou
Esdras para ir muito além e assim "fazer inquirição" sobre a condição
espiritual do povo. A sua generosidade foi semelhante a de Dario – vs 6:9.
Portanto,
o tema de 7:1 a 10:44 passa a ser a reconstrução desse Povo de Deus (os remanescentes
do pós-exílio ou a nova nação unificada de Israel), um elemento essencial para
que tivessem continuidade depois do tempo de Esdras.
Duas funções ficaram claras para Esdras,
conforme vs 25:
1.
Exercer
autoridade governamental.
2.
Ensinar
a Lei de Deus ao povo de Deus.
No
decreto de Artaxerxes, conforme a BEG, a autoridade de aplicar castigos não era
dada explicitamente ao próprio Esdras, mas era exercida pelo “conselho dos
príncipes e dos anciãos” – 10:8.
Ed
7:1 E passadas estas coisas no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia,
Esdras, filho de Seraías, filho
de Azarias, filho de Hilquias,
Ed 7:2 Filho de
Salum, filho de Zadoque, filho de Aitube,
Ed 7:3 Filho de
Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote,
Ed 7:4 Filho de
Zeraquias, filho de Uzi, filho de Buqui,
Ed 7:5 Filho de
Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar,
filho
de Arão, o sumo sacerdote;
Ed 7:6 Este Esdras subiu de
Babilônia; e era escriba hábil
na lei de Moisés,
que o SENHOR Deus de Israel tinha dado;
e,
segundo a mão do SENHOR seu Deus, que estava
sobre
ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira.
Ed 7:7 Também subiram a
Jerusalém alguns dos filhos de Israel,
dos sacerdotes,
dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos
servidores do
templo, no sétimo ano do rei Artaxerxes.
Ed 7:8 E no quinto mês chegou a
Jerusalém, no sétimo ano deste rei.
Ed 7:9 Pois no primeiro dia do
primeiro mês foi o princípio da partida
de Babilônia; e
no primeiro dia do quinto mês
chegou
a Jerusalém, segundo a boa mão do seu Deus
sobre ele.
Ed 7:10 Porque Esdras tinha
preparado o seu coração
para buscar a lei
do SENHOR e para cumpri-la
e para ensinar em
Israel os seus estatutos e os seus juízos.
Ed 7:11 Esta é, pois, a cópia da
carta que o rei Artaxerxes
deu ao sacerdote Esdras,
o escriba das palavras dos
mandamentos
do SENHOR, e dos seus estatutos
sobre
Israel:
Ed 7:12 Artaxerxes, rei dos
reis, ao sacerdote Esdras,
escriba da lei do
Deus do céu, paz perfeita, etc.
Ed 7:13 Por mim se decreta que
no meu reino todo aquele
do povo de
Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser
ir
contigo a Jerusalém, vá.
Ed 7:14 Porquanto és enviado da
parte do rei
e dos seus sete
conselheiros para fazeres inquirição
a
respeito de Judá e de Jerusalém,
conforme
à lei do teu Deus, que está na tua mão;
Ed 7:15 E para levares a prata e
o ouro que o rei
e os seus
conselheiros voluntariamente deram ao Deus de
Israel,
cuja habitação está em Jerusalém;
Ed 7:16 E toda a prata e o ouro
que achares em toda a província
de Babilônia, com
as ofertas voluntárias do povo
e
dos sacerdotes, que voluntariamente oferecerem,
para
a casa de seu Deus, que está em Jerusalém.
Ed 7:17 Portanto diligentemente
comprarás com este dinheiro
novilhos, carneiros,
cordeiros, com as suas ofertas de
alimentos,
e as suas libações, e as oferecerás sobre o
altar
da casa de vosso Deus, que está em Jerusalém.
Ed 7:18 Também o que a ti e a
teus irmãos bem parecer fazerdes
do restante da
prata e do ouro, o fareis conforme a vontade
do
vosso Deus.
Ed 7:19 E os utensílios que te
foram dados para o serviço
da casa de teu
Deus, restitui-os perante o Deus de Jerusalém.
Ed 7:20 E tudo mais que for
necessário para a casa de teu Deus,
que te convenha
dar, dá-lo-ás da casa dos tesouros do rei.
Ed 7:21 E por mim mesmo, o rei
Artaxerxes, se decreta
a todos os
tesoureiros que estão dalém do rio que tudo quanto
vos pedir o
sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus
dos
céus, prontamente se faça.
Ed 7:22 Até cem talentos de
prata, e até cem coros de trigo,
e até cem batos
de vinho, e até cem batos de azeite;
e
sal à vontade.
Ed 7:23 Tudo quanto se ordenar,
segundo o mandado do Deus do céu,
prontamente se
faça para a casa do Deus dos céu;
pois,
para que haveria grande ira sobre o reino do
rei
e de seus filhos?
Ed 7:24 Também vos fazemos saber
acerca de todos os sacerdotes
e levitas,
cantores, porteiros, servidores do templo e ministros
desta
casa de Deus, que não será lícito impor-lhes,
nem
tributo, nem contribuição, nem renda.
Ed 7:25 E tu, Esdras, conforme a
sabedoria do teu Deus, que possuis,
nomeia
magistrados e juízes, que julguem a todo o povo que
está
dalém do rio, a todos os que sabem as leis do
teu
Deus; e ao que não as sabe, lhe ensinarás.
Ed 7:26 E todo aquele que não
observar a lei do teu Deus
e a lei do rei,
seja julgado prontamente; quer seja morte,
quer desterro,
quer multa sobre os seus bens, quer prisão.
Ed 7:27 Bendito seja o SENHOR
Deus de nossos pais, que tal inspirou
ao coração do
rei, para ornar a casa do SENHOR,
que
está em Jerusalém.
Ed 7:28 E que estendeu para mim
a sua benignidade perante o rei
e os seus
conselheiros e todos os príncipes poderosos do rei.
Assim
me animei, segundo a mão do SENHOR
meu
Deus sobre mim,
e ajuntei dentre
Israel alguns chefes para subirem comigo.
Esdras
reconhece a Deus em toda a sua jornada abençoada, coo veremos a seguir.
3. A doxologia de
Esdras – 7:27 – 28.
Esdras
agradeceu a Deus pela sua bondade e se animou para ajuntar de Israel alguns
chefes para irem com ele – vs 28.
Ele
bendiz ao Senhor e entende que o fato do coração do rei estar com eles foi
decorrência de sua boa vontade para com eles que inclinou o coração do rei como
está escrito em Provérbios: Como ribeiros
de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer,
o inclina. (Pv 21:1).
Além
disso entende que é pecador e que portanto carece da misericórdia e da graça de
Deus sobre sua vida – vs 28.
Ficou
concluída aqui a segunda seção de Esdras em aramaico.
[1] Ver segmentação
no livro “AO POVO DE DEUS DO PÓS EXÍLIO - O reino davídico, o templo e bênçãos
e maldições – Reflexões nos livros de I e II Crônicas.” Ou no site do autor: http://www.jamaisdesista.com.br/2014/08/i-cr-61-81-estruturacao-para.html
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.