Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 6, da parte II.
Breve síntese do capítulo 6
Temos neste capítulo a instituição do
diaconato por conta de um problema natural surgido entre os helenistas e os
hebreus relacionados às suas viúvas.
Foi necessária a separação entre eles
daqueles que serviriam e se dedicariam à oração e à ministração da palavra e
aqueles que iriam servir às mesas. Assim, foram escolhidos sete varões cujas
características se aplicam a todos os que devem servir a Cristo, no diaconato:
De boa reputação.
Cheios do Espírito.
Cheios de sabedoria.
Os apóstolos impõem as suas mãos sobre eles
para os consagrarem a esse serviço e desta forma a igreja ia crescendo e
conquistando muitos adeptos, inclusive sacerdotes por conta das coisas que
Jesus permitiu que fizessem por meio de seu nome.
A partir do verso sete, a história começa a
se concentrar em um diácono: Estevão cujo rosto contemplado pelos adversários
parecia em sua aparência a de um anjo.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO EM JERUSALÉM (3.1-7.60) - continuação.
Como dissemos, os apóstolos testemunharam
de Cristo primeiramente em Jerusalém, conforme foram instruídos, realizando
milagres e pregando o evangelho de Cristo; porém, sofreram muitas perseguições.
A igreja cresceu em Jerusalém e com esse crescimento sobrevieram discórdias
internas. Mesmo assim, a igreja permaneceu firme e continuou a crescer em
número em Jerusalém.
Essa parte II foi dividida em seis seções:
A. O milagre e o sermão de Pedro no Templo (3.1-26) – já vimos; B. A perseguição pelo Sinédrio (4.1-31) – já vimos; C. A vida em comunidade entre
os cristãos (4.32-5.11) – já vimos;
D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42) – já vimos; E. Continuação da vida em comunidade entre os cristãos
(6.1-7) – veremos agora; e, F A
perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60) – começaremos a ver agora.
E. Continuação da vida em comunidade (6.1-7).
Veremos nos próximos sete versículos, a continuação
da vida em comunidade entre os cristãos. Alternando entre perseguições e vida
comunitária, Lucas retorna novamente aos acontecimentos da vida cristã em
comunidade.
Surgiu na igreja uma discussão entre os
judeus palestinos e os judeus helenistas que foi resolvida com os apóstolos
sugerindo que a igreja escolhesse alguns servos para auxiliar em sua
organização.
Essa solução demonstrou a necessidade de
liderança, ordem e serviço dentro da igreja.
As viúvas dos judeus de fala grega estavam
sendo esquecidas na distribuição diária dos alimentos e isso estava trazendo
transtornos ao povo.
O Antigo Testamento exigia que as pessoas
demonstrassem compaixão pelos pobres e necessitados. Essa preocupação é
percebida nas ações que foram postas em prática em 2.44-45; 4.34-37.
Aqui, porém, surgiu o velho problema da
discriminação social: as viúvas dos judeus gregos eram consideradas como
estrangeiras pelos judeus hebraicos nativos e, por isso, não estavam sendo
atendidas pela distribuição habitual de alimentos (provavelmente disponíveis,
em parte, pelas contribuições generosas relatadas em 4.34-37).
Isso constrangeu a todos e trouxe um
problema que necessitaria de resolução entre os doze. Matias agora pertencia ao
grupo dos doze apóstolos (1.26), o que representa uma alteração no termo 'os
onze' (1.26; 2.14; Lc 24.9,33).
Essa citação “discípulos”, no verso dois, é
a primeira de uma série de ocorrências em Atos nas quais os cristãos agora são
chamados de “discípulos” (p. ex.. 6.7; 9.1; 11.26; 13.52). Contudo, Paulo não
empregou esse termo para se referir aos cristãos.
Eles estavam preocupados com o ministério da
palavra de Deus que começava a ficar sufocada pelas atividades necessárias do
dia-a-dia.
Nessa questão que envolveu a organização
inicial da igreja, Lucas registra dois ministérios importantes da igreja do
Novo Testamento:
(1)O
ministério da palavra e da oração (vs. 4).
(2)O
ministério de suprir as necessidades físicas dos cristãos, resumido na
expressão "servir às mesas".
O grego utiliza o verbo diakoneo ("servir"), de onde
procede a palavra portuguesa para "diácono".
Em 6.1, a forma nominal desse verbo é
traduzida como "distribuição", sendo empregada também para se referir
ao "ministério" dos apóstolos no vs. 4.
As qualificações para o ofício de diácono
estão descritas em 1Tm 3.8-13.
Os membros da igreja elegeram sete homens
que foram ordenados (separados para o serviço) pelos apóstolos por meio da
oração e da imposição de mãos (vs. 6). Eles eram cheios do Espírito e de
sabedoria. Em qualquer época, há dois requisitos para o ministério de servir:
üObediência
ao Espírito.
üAção
orientada pela sabedoria.
Essa ação proposta pelos doze agradou a
igreja. Todos os homens tinham nomes gregos, o que pode indicar que eram judeus
da dispersão. Contudo, nessa época muitos judeus palestinos tinham nomes gregos
(p. ex., Simão Pedro).
O primeiro e o último da lista receberam o
registro de suas qualidades: Estêvão ("homem cheio de fé e do Espírito
Santo") recebeu esse atributo por causa de sua atuação em 6.8-7.60; e
Nicolau ("prosélito de Antioquia") presumivelmente para indicar a
natureza cosmopolita de seu serviço e salientar Antioquia, que em breve seria
alvo e centro de atividade missionária.
As qualidades de Filipe também são
apontadas (8.5-6,26-40), em virtude de seu posterior ministério na Samaria e
seu encontro com o eunuco etíope.
F A perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60).
A partir do vs. 8 até ao final do próximo
capítulo, veremos a perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão, um dos sete
diáconos.
Estêvão foi o primeiro mártir da igreja
cristã. Seu sermão revelou o fracasso espiritual da Israel do Antigo Testamento
e apresentou a esperança que é oferecida em Cristo. Contudo, a pregação dessa
mensagem causou o seu assassinato.
Lucas encantou-se com a coragem e fé de
Estêvão ao enfrentar seus oponentes. Essas ações de Estêvão exemplificaram o
poder do testemunho no Espírito em outros que não os apóstolos.
Todos os sete que foram apresentados aos
apóstolos e estes impuseram as mãos sobre eles, foram:
(1)Estêvão,
homem cheio de fé e do Espírito Santo. Ele realizava grandes maravilhas e
sinais entre o povo.
(2)Filipe,
posteriormente realizou milagres semelhantes (8.6) àqueles dos apóstolos que o
haviam ordenado.
(3)Prócoro.
(4)Nicanor.
(5)Timom.
(6)Pármenas.
(7)Nicolau,
um convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia.
Movidos de inveja, ódio e cheios de
Satanás, os membros da chamada sinagoga dos libertos (era formada por judeus
que haviam sido libertos da escravidão), dos judeus de Cirene (uma conhecida
cidade ao norte da África) e de Alexandria, bem como das províncias da Cilícia (uma
província romana localizada no sudeste da Ásia Menor. Tarso, cidade natal de
Paulo - 9.11,30; 11.25 -, era uma das cidades mais importantes dessa região.) e
da Ásia (uma província romana que se localizava a oeste da atual Turquia),
começaram a discutir com Estevão.
Como não podiam com ele prevalecer, usaram
de malignos artifícios para o prenderem e o acusaram, falsamente, de ter
blasfemado contra Moisés e contra Deus – vs. 11.
A oposição ferrenha contra Estêvão incluiu
subornar falsas testemunhas, incitar o povo e os líderes, prender Estêvão e
levá-lo perante o Sinédrio.
Embora Estevão, à luz do evangelho, talvez
tenha começado o seu sermão expressando certa preocupação quanto à observância
superficial dos detalhes técnicos da lei, o que de fato falou (ver o cap. 7)
era que Moisés - do mesmo modo que Jesus e o próprio Estêvão - foi rejeitado
pelo seu povo (7.35,39). Isso não deveria ter sido considerado como blasfêmia
contra Moisés e Deus.
Estêvão também não fez objeções ao templo;
apenas declarou que Deus não está confinado às construções feitas pelos homens,
uma vez que o céu é sua habitação e seu trono (7.48-50).
Na verdade, Estêvão estava confirmando a
lei e os ensinamentos de Moisés, especialmente porque eles apontavam para
Cristo (7.37-38; cf. 1 Rs 8.27; 2Cr 2.6; 6.18).
As testemunhas falsas o acusavam de falar
contra este lugar santo e contra a lei e que também esse Jesus, o Nazareno,
destruiria aquele lugar e mudaria os costumes que Moisés havia ligado a eles.
A liderança judaica conhecia essa mal
interpretada citação de Jesus (Jo 2.19), mas não há evidências de que Estêvão a
conhecesse ou a tivesse pronunciado.
Estêvão não teve dúvida em defender que os
costumes judaicos deveriam se ajustar ao evangelho.
Lucas destaca no vs. 15 que aqueles homens
que estavam olhando para Estevam - todos os que estavam sentados no Sinédrio - observavam
que o rosto dele parecia o rosto de um anjo.
At 6:1 Ora, naqueles dias,
multiplicando-se
o número dos discípulos,
houve
murmuração dos helenistas contra os hebreus,
porque
as viúvas deles estavam sendo esquecidas
na
distribuição diária.
At 6:2 Então, os doze convocaram a
comunidade dos discípulos e disseram:
Não é
razoável que nós abandonemos a palavra de Deus
para
servir às mesas.
At 6:3 Mas,
irmãos, escolhei dentre vós sete homens
de
boa reputação,
cheios
do Espírito
e
de sabedoria,
aos
quais encarregaremos deste serviço;
At 6:4 e,
quanto a nós, nos consagraremos
à
oração
e
ao ministério da palavra.
At 6:5 O parecer agradou a toda a
comunidade;
e elegeram
Estêvão,
homem
cheio de fé
e
do Espírito Santo,
Filipe,
Prócoro,
Nicanor,
Timão,
Pármenas
e Nicolau,
prosélito de Antioquia.
At 6:6 Apresentaram-nos perante os
apóstolos,
e estes,
orando,
lhes
impuseram as mãos.
At 6:7 Crescia a palavra de Deus, e, em
Jerusalém,
se
multiplicava o número dos discípulos;
também
muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.
At 6:8 Estêvão,
cheio de
graça e poder,
fazia
prodígios
e
grandes sinais entre o povo.
At 6:9 Levantaram-se, porém, alguns
dos que eram
da sinagoga chamada
dos
Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos
e
dos da Cilícia e Ásia,
e
discutiam com Estêvão;
At 6:10 e não podiam resistir à
sabedoria
e ao Espírito, pelo qual ele falava.
At 6:11 Então, subornaram homens que
dissessem:
Temos ouvido
este homem proferir blasfêmias
contra
Moisés
e
contra Deus.
At 6:12 Sublevaram
o povo,
os anciãos
e os escribas
e,
investindo,
o
arrebataram, levando-o ao Sinédrio.
At 6:13 Apresentaram testemunhas falsas,
que depuseram:
Este homem
não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei;
At
6:14 porque o temos ouvido dizer que esse Jesus,
o
Nazareno,
destruirá
este lugar
e
mudará os costumes que Moisés nos deu.
At 6:15 Todos os que estavam assentados
no Sinédrio,
fitando os
olhos em Estêvão,
viram
o seu rosto como se fosse rosto de anjo.
O crescimento e avanço da igreja era
notório e isto enfureceu e despertou a inveja na oposição que primeiramente
tentou discutir com ele, mas não pode por causa de sua sabedoria e
conhecimento. Sendo assim, logo começou a mentir e a planejar o mal contra
eles.
A lição que fica é que quando estivermos
pregando com sabedoria e poder de Deus, muitos se converterão, mas outros, por
causa da inveja, terão forças para planejarem o mal e o executarem. E agora,
deixaremos de pregar por causa disso?
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
USE O PODER DE DEUS...
-
Como usar o poder de Deus para tomar, e manter, a iniciativa na guerra
contra o mal
Wilbur N. Pickering, ThM PhD
Isaías 47.10: “*Confiaste na tua iniq...
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
0 comentários:
Postar um comentário
Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.