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domingo, 10 de agosto de 2014

Jó 31:1-40 - JÓ, DE CONSCIÊNCIA IMPERTURBÁVEL, ENCERRA SUA FALA.

Vimos a experiência passada de Jó, no capítulo 29. Depois, vimos a sua experiência presente – cap. 30 -, onde ele lamentou ponto a ponto como as bênçãos de que desfrutara lhe haviam sido tiradas e agora, neste capítulo, veremos ele protestar sua inocência devido à sua consciência imperturbável.
3. As experiências de Jó e sua consciência (na BEG: Jó protesta inocência) – 31:1 – 40.
Aqui Jó se defende assinando uma declaração escrita de sua inocência – costume da época -, apelando a Deus como um juramento pelo nome divino e desafiando as sanções divinas se estivesse mentindo.
Jó não declara inocência geral, exceto naqueles mais graves que, provavelmente, resultariam no sofrimento que ele estava suportando. Ele não se deixa dominar por uma atitude de farisaísmo, mas pelo contrário, como os salmistas (Sl18:23; Sl 31:1), Jó se sente vítima de falsas acusações e é veemente em se defender contra elas.
Eu tenho dito sobre Jó (desde que comecei a meditar em sua situação e na pressão de seus amigos em querer convencer Jó de que sua situação atual era decorrência natural de uma vida passada sendo conduzida longe da presença de Deus, ou seja, eram consequências naturais) que ele era um homem reto, íntegro e que se desviava do mal, com uma fé inabalável, uma consciência imperturbável e uma vida de oração perseverante.
Veja como começa o capítulo 31 dizendo que ele tinha feito uma aliança com os seus olhos. Novamente, temos aqui mais de suas resoluções que serviriam para inspirar e motivar Jonathan Edwards e qualquer outro teólogo que resolvesse ter suas resoluções firmes[1].
No entanto, parece-me, Jó tinha uma desvantagem brutal em relação a nós cristãos modernos: sua vida se deu em uma época que nem ainda o patriarca Abraão, o pai da fé, tinha nascido. Ou seja, nós temos tudo para ficarmos firmes (a lei, os testemunhos e os profetas, o evangelho, as nuvens de testemunhas de Hb 12:1, os heróis da fé, de Hb 11, a história da igreja) e Jó, o que tinha?
Quando Jó se refere ao fato de não pecar com os seus olhos, certamente não está falando da mera concupiscência, mas de algo até pior – a adoração a uma deusa da fertilidade. O termo que se refere a “donzela” – vs 1 – era usado para se referir a uma deusa da fertilidade, a donzela Anate, na literatura cananéia de Ugarite.
Podemos agrupar seu discurso neste capítulo e formatá-lo da seguinte forma, para melhor compreensão da sua defesa:
·         Vs 1-4: Jó tinha firmes resoluções de andar com Deus. Os seus compromissos iam além de meras palavras.
·         Vs 5-8: Jó nega ter agido com avareza.
·         Vs 9-12: Jó afirma que não se deixou levar pela prática do adultério.
·         Vs 13-15: Jó afirma não ter se vendido à injustiça.
·         Vs 16-23: Jó sempre esteve ao lado dos indefesos e dos mais fracos.
·         Vs 24-28: Jó não se havia envolvido com a idolatria em relação ao ouro ou aos deuses estranhos.
·         Vs 29-34: Jó se eximiu do ódio, do egoísmo e da hipocrisia.
·         Vs 35-37: Jó assina sua defesa e sonha com ela se defender de toda e qualquer acusação que possam ter contra ele.
·         Vs 38-40_a.: Jó faz um último juramento, atestando dessa vez a sua justiça social.
Jó 31:1 Fiz aliança com os meus olhos;
                como, pois, os fixaria numa virgem?
                Jó 31:2 Que porção teria eu do Deus lá de cima,
                                ou que herança do Todo-Poderoso desde as alturas?
                Jó 31:3 Porventura não é a perdição para o perverso,
                                o desastre para os que praticam iniquidade?
                Jó 31:4 Ou não vê ele os meus caminhos,
                                e não conta todos os meus passos?
Jó 31:5 Se andei com falsidade,
                e se o meu pé se apressou para o engano
                                               Jó 31:6 (Pese-me em balanças fiéis,
                                                               e saberá Deus a minha sinceridade).
                Jó 31:7 Se os meus passos se desviaram do caminho,
                               e se o meu coração segue os meus olhos,
                                               e se às minhas mãos se apegou qualquer coisa.
                Jó 31:8 Então semeie eu e outro coma,
                               e seja a minha descendência arrancada até à raiz.
Jó 31:9 Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher,
                ou se eu armei traições à porta do meu próximo.
                Jó 31:10 Então moa minha mulher para outro,
                               e outros se encurvem sobre ela.
                Jó 31:11 Porque é uma infâmia,
                               e é delito pertencente aos juízes.
                Jó 31:12 Porque é fogo que consome até à perdição,
                               e desarraigaria toda a minha renda.
Jó 31:13 Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva,
                quando eles contendiam comigo;
                               Jó 31:14 Então que faria eu quando Deus se levantasse?
                                               E, inquirindo a causa, que lhe responderia?
                Jó 31:15 Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele?
                               Ou não nos formou do mesmo modo na madre?
Jó 31:16 Se retive o que os pobres desejavam,
                ou fiz desfalecer os olhos da viúva.
                Jó 31:17 Ou se, sozinho comi o meu bocado,
                               e o órfão não comeu dele
                Jó 31:18 (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com
                               seu pai, e fui o guia da viúva desde o ventre de minha mãe).
                Jó 31:19 Se alguém vi perecer por falta de roupa,
                               e ao necessitado por não ter coberta.
                Jó 31:20 Se os seus lombos não me abençoaram,
                               se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros.
                Jó 31:21 Se eu levantei a minha mão contra o órfão,
                               porquanto na porta via a minha ajuda.
                                               Jó 31:22 Então caia do ombro a minha espádua,
                                                               e separe-se o meu braço do osso.
                Jó 31:23 Porque o castigo de Deus era para mim um assombro,
                               e eu não podia suportar a sua grandeza.
Jó 31:24 Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino:
                Tu és a minha confiança;
                Jó 31:25 Se me alegrei de que era muita a minha riqueza,
                               e de que a minha mão tinha alcançado muito;
                Jó 31:26 Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua,
                               caminhando gloriosa.
                Jó 31:27 E o meu coração se deixou enganar em oculto,
                               e a minha boca beijou a minha mão.
                Jó 31:28 Também isto seria delito à punição de juízes;
                               pois assim negaria a Deus que está lá em cima.
Jó 31:29 Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio,
                e se exultei quando o mal o atingiu
                               Jó 31:30 (Também não deixei pecar a minha boca,
                                               desejando a sua morte com maldição);
                Jó 31:31 Se a gente da minha tenda não disse:
                               Ah! quem nos dará da sua carne?
                                               Nunca nos fartaríamos dela.
                Jó 31:32 O estrangeiro não passava a noite na rua;
                               as minhas portas abria ao viandante.
                Jó 31:33 Se, como Adão, encobri as minhas transgressões,
                               ocultando o meu delito no meu seio;
                Jó 31:34 Porque eu temia a grande multidão,
                               e o desprezo das famílias me apavorava, e eu me calei,
                                               e não saí da porta;
Jó 31:35 Ah! quem me dera um que me ouvisse!
                Eis que o meu desejo é que o Todo-Poderoso me responda,
                               e que o meu adversário escreva um livro.
                Jó 31:36 Por certo que o levaria sobre o meu ombro,
                               sobre mim o ataria por coroa.
                Jó 31:37 O número dos meus passos lhe mostraria;
                               como príncipe me chegaria a ele.
Jó 31:38 Se a minha terra clamar contra mim,
                e se os seus sulcos juntamente chorarem.
                               Jó 31:39 Se comi os seus frutos sem dinheiro,
                                               e sufoquei a alma dos seus donos.
                Jó 31:40 Por trigo me produza cardos,
                               e por cevada joio.
Acabaram-se as palavras de Jó.
Assim, encerram-se as palavras de Jó e também se encerraram as palavras de Elifaz, Bildade e  Zofar. Agora será a vez de Eliú, um quarto amigo, mais jovem que até então se tinha mantido calado.
Depois de Eliú, será a vez de Deus encerrar as discussões apresentando suas colocações e o livro assim encaminhar para o seu final.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br




[1] Confira também a obra do autor: AS MINHAS FIRMES RESOLUÇÕES - Como viver para a glória de Deus.160 páginas, contendo as 70 Resoluções de Jonathan Edwards, ed. SCORTECCI, ISBN:    978-85-366-3714-3 - disponível em ebook: http://www.amazon.com/dp/B00HT3B1SG e               http://issuu.com/danielbarreto4/docs/minhas_resolu____es3-issuu_23p-com_. Também pode ser adquirido em formato impresso no site http://www.ossemeadores.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.