Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante de um
escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual,
notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de
QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus;
ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos
crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os
crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus papéis
interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo de
Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das obras;
à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a dependência
do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar o
evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 13/16, na parte V.
Breve
síntese do capítulo 13.
Autoridades são ministros de Deus para manutenção da ordem e do
progresso em nossa sociedade. Por isso Deus levantou homens especiais, que ele
mesmo escolheu, para estarem onde estão e ocuparem seus cargos.
Há quem não desempenhe bem seu papel ou que é corrupto, desleal, falso,
mas a função que ele está representando foi preparada por Deus e a Deus ele
prestará contas de tudo o que estiver fazendo que não vise o bem-estar geral da
população.
Nós devemos estar sujeitos às autoridades e elas incluem todo tipo de
autoridade, entre elas, sem dúvidas o pai! O pai é quem cuida e administra com
a bênção de Deus, juntamente com a mãe, que muitas vezes faz os dois papéis –
pai e mãe -, o lar para mantê-lo estável, seguro, direcionado para Deus,
produtivo e próspero.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. INSTRUÇÕES PRÁTICAS (12.1-15.13) - continuação.
Dissemos que a devoção
total a Cristo levará a servi-lo fielmente nos vários desafios que os cristãos
enfrentam juntos. Veremos, pois, doravante até 15.13 essas exortações práticas.
Ele tratou de quatro
assuntos, que estamos seguindo em nossa divisão proposta: A. A necessidade de
consagração total (12.1-2) – já vimos;
B. A vida no corpo de Cristo (12.3-21) – já
vimos; C. As responsabilidades políticas e sociais (13.1-14) – veremos agora; e, D. Como tratar as controvérsias entre os
espiritualmente fracos e os fortes (14.1-15.13).
C. As responsabilidades políticas e sociais (13.1-14).
O apóstolo Paulo forneceu exemplos adicionais
concretos do que significa “fazer o bem perante todos os homens" (12.17) e
"ter paz com todos os homens" (12.18), especificamente pela submissão
às autoridades civis estabelecidas por Deus, e pela vida em santidade e pureza
moral.
Os cristãos têm uma razão distinta para uma
submissão apropriada às autoridades governantes: o próprio Deus é a fonte da
estrutura governamental da sociedade (Pv 8.15-16; Dn 2.21).
A rebelião contra essa autoridade implica
rebelião contra a ordenação divina. Quem é do bem e pratica coisas boas, jamais
deverá temer as autoridades, pois que elas incentivam o bem comum de todos.
As autoridades são ministros de Deus para nosso
bem. A autoridade governamental existe em benefício da sociedade. Essa é a
função normal dela, e Paulo admitiu que esses benefícios podem ser realizados
em termos práticos, mesmo quando os governantes são não cristãos professos.
Embora os cristãos não possam exercer
vingança pessoal (12.19), Deus estabeleceu os governos civis em parte para
exercerem vingança em nome dele, como seus representantes.
Não ter que executar justiça civil ajuda os
cristãos a terem paz com todos (12.18), enquanto demonstram, ao mesmo tempo,
misericórdia e amor para com seus inimigos (12.19-21).
O uso da espada por ela é legítima, ou
seja, eles tem o poder da vida e da morte. A pena capital está sem dúvida em
vista aqui. Em outras passagens, Paulo aceitou o princípio dessa pena, quando
apropriado (At 25.11).
Ela também passa a ser o nosso vingador.
Aquilo que a pessoa não deve fazer (12.19), o Estado pode fazê-lo legitimamente
na busca da justiça.
É por esse e outros motivos que pagamos
tributos. A submissão cristã é a resposta de uma consciência instruída pela
revelação divina.
Como a incumbência do governo é divinamente
estabelecida e requer apoio financeiro, os cristãos devem pagar seus impostos
com uma motivação e intenção claras: a carga de pagar impostos se toma um
elemento integrante da devoção deles a Deus.
E evidente que o apóstolo Paulo estava
familiarizado com a declaração de Jesus (Mt 22.21). Aqui – vs. 7 - ele indicou
como ela se aplica, tanto para a transação do pagamento de impostos quanto para
aqueles a quem eles são pagos.
Paulo foi ainda mais além na aplicação do
seu princípio básico da consagração cristã. A ligação entre os versículos 7 e 8
é encontrada na exortação do versículo 7: os cristãos devem cumprir seus deveres
financeiros para com o Estado.
No entanto, essa é apenas uma aplicação
específica do princípio geral agora enunciado: todos os deveres devem ser cumpridos.
Mas um desses deveres é constante: o amor ao próximo.
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” –
vs. 9. (Veja Lv 19.18.) Essa não é uma exortação ao amor-próprio. Mais
precisamente, ela indica que o mesmo interesse assumido pela própria pessoa
como criado à imagem de Deus (Gn 1.26-27) deve ser demonstrado para com os
outros (Lc 6.31).
O parecer de Paulo de que amamos a nós
mesmos naturalmente implica que o amor-próprio é legítimo, na verdade
inevitável, e contrário a qualquer tipo de masoquismo.
O discernimento
espiritual está arraigado na apreensão da revelação divina. A ênfase de Paulo
no papel da mente está novamente evidente aqui no vs. 11 quando ele diz que
conhecemos o tempo e que já chegou, portanto, a hora de despertarmos do sono,
pois que a nossa salvação - no sentido de redenção final (8.23) – está agora
mais próxima do que quando cremos no início.
A noite, portanto, não
durará para sempre, o dia está por nascer. O apóstolo Paulo falava da presente
era de pecado como “noite", e da futura era de bênção como “dia” (a BEG
recomenda reflexão em seu excelente texto do seu artigo teológico "O plano
das eras", em Hb 7).
Rm 13:1 Todo homem esteja sujeito
às autoridades superiores;
porque não há autoridade
que não proceda de Deus;
e as autoridades que existem
foram por ele instituídas.
Rm 13:2 De modo que aquele que se opõe à autoridade
resiste à ordenação de
Deus;
e os que resistem trarão
sobre si mesmos condenação.
Rm 13:3 Porque os magistrados não são para temor,
quando se faz o bem,
e sim quando se faz o mal.
Queres tu não temer a autoridade?
Faze o bem
e terás louvor dela,
Rm 13:4 visto que a
autoridade
é ministro de Deus para teu
bem.
Entretanto, se fizeres o mal,
teme; porque não é sem
motivo
que ela traz a espada;
pois é ministro de Deus,
vingador,
para castigar o que pratica o mal.
Rm 13:5 É necessário que lhe estejais sujeitos,
não somente por causa do temor da punição,
mas também por dever de
consciência.
Rm 13:6 Por esse motivo,
também pagais tributos,
porque são ministros de
Deus,
atendendo, constantemente,
a este serviço.
Rm 13:7 Pagai a todos o que lhes é devido:
a quem tributo, tributo;
a quem imposto, imposto;
a quem respeito, respeito;
a quem honra, honra.
Rm 13:8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma,
exceto o amor com que vos ameis uns aos outros;
pois quem ama o próximo
tem cumprido a lei.
Rm 13:9 Pois isto:
Não adulterarás,
não matarás,
não furtarás,
não cobiçarás,
e, se há qualquer outro mandamento,
tudo nesta palavra se
resume:
Amarás o teu próximo como a
ti mesmo.
Rm 13:10 O amor não pratica o mal contra o próximo;
de sorte que o cumprimento da lei é o amor.
Rm 13:11 E digo isto a vós outros que conheceis o tempo:
já é hora de vos despertardes do sono;
porque a nossa salvação
está, agora,
mais perto do que quando no
princípio cremos.
Rm 13:12 Vai alta a noite,
e vem chegando o dia.
Deixemos, pois, as obras das trevas
e revistamo-nos das armas da luz.
Rm 13:13 Andemos dignamente,
como em pleno dia,
não em orgias
e bebedices,
não em impudicícias
e dissoluções,
não em contendas
e ciúmes;
Rm 13:14 mas revesti-vos
do Senhor Jesus Cristo
e nada disponhais para a
carne
no tocante às suas
concupiscências.
São duas atitudes esperadas de nossa parte uma vez que a noite está
acabando e já vem raiando o dia.
1.Devemos nos revestir do Senhor Jesus Cristo.
Deixemos,
pois, em função disso (o fim da noite e a proximidade do novo dia) as “obras
das trevas” e vamos nos revestir das “armas da luz”. A metáfora “armas da
luz" ressalta que o desenvolvimento das virtudes espirituais, e não apenas
a mera rejeição dos vícios, é essencial para a defesa espiritual.
Paulo
então nos recomenda que andemos dignamente ou nos comportemos com decência. A
advertência de Paulo contra um modo de vida carnal inclui, de modo
impressionante, não apenas os pecados da carne (pecados sexuais e vida desenfreada),
mas também as imperfeições insidiosas que podem ser nutridas e até mesmo
ostentadas no seio da própria igreja ("contendas e ciúmes").
Aqueles
que estão em Cristo devem viver de maneira coerente com a sua nova posição (Ef
4.1).
2.Nada devemos dispor para a carne no tocante às suas
concupiscências!
Então
quer dizer que eu posso ou não posso dispor para a carne? Sim, por isso nada devo
dispor para ela!
O
mundo ai fora – eu não falo das coisas naturais e boas, como trabalho,
educação, saúde, governo, lazer, diversão, etc... -, que se esqueceu de Deus,
nada tem para nos oferecer, se não oportunidades para desenfreadamente
dispormos para a carne no tocante às suas concupiscências.
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1 comentários:
Glórias a Deus por este estudo :)
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.