quarta-feira, 16 de setembro de 2015
quarta-feira, setembro 16, 2015
Jamais Desista
Marcos 15.1-47- E VOCÊ, QUAL JESUS VAIS ESCOLHER?
Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi
escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente
gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos
notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na última parte,
a III, no penúltimo capítulo de Marcos, o 15.
III. O MINISTÉRIO DE JESUS NA JUDEIA (10.1-16.20) - continuação.
Como já dissemos, embora Marcos
considerasse muito importante o ministério de Jesus no norte, ele apresenta o
ministério de Jesus na Judeia como o clímax da vida terrena de nosso Senhor.
Nesse ponto, Jesus caminha em direção à sua morte e ressurreição, como ele
havia predito.
Didaticamente, para melhor entendermos o
assunto, nós dividimos esta parte, conforme a BEG, em dez subpartes: A. Os
ensinos durante a jornada (10.1-45) – já
vista; B. A cura em Jericó (10.46-52)
– já vista; C. A entrada triunfal em Jerusalém (11.1-11) – já vimos; D. A purificação do templo
(11.12-26) – já vimos; E.
Controvérsias no templo (11.27 - 12.44) –
já vimos; F Profecias no monte das Oliveiras (13.1-37) – já vimos; G. Unção em Betânia (14.1-11) – veremos agora; H. A ceia de Páscoa em Jerusalém (14.12-31) – já vimos; I. Abandono, julgamento e
morte (14.32 - 15.47) – concluiremos
agora; e, J. Ressurreição e comprovação (16.1-20).
Foi tudo tão rápido entre a prisão de Jesus
e a sua morte. Acho que isso não durou 12 horas. Por isso se admirou Pilatos de
que Jesus já havia morrido e procurou se certificar com o comandante antes de
liberar o corpo de Jesus a José de Arimatéia que queria sepultá-lo.
Pilatos até tentou liberar Jesus, mas
querendo agradar aos homens, ouviu a multidão que pediu ao outro Jesus. Havia
naquele dia dois Jesus e um deles seria agraciado com a sua soltura. Mas por
que mesmo Jesus estava preso? Ninguém sabia. Nada havia contra ele.
E quanto a este outro Jesus? A multidão
excitada pelos sacerdotes clamava: crucifica-o! Então Jesus, Barrabas foi solto
e Jesus Cristo foi condenado. Pilatos mandou açoitá-lo. Nas mãos dos homens que
veio salvar, sofreu afrontas, desprezo e violência.
Eis ai a demonstração de amor pura e
legítima que devemos seguir. Por amor aos pecadores, por amor aos homens, lá
estava Jesus sofrendo todo mal. Como ovelha muda não abriu a sua boca. Aceitou
o governo de seu Pai sobre ele – ao contrário do que prega a teologia da
prosperidade -, confiando-lhe piamente a sua vida e, pelos homens, morreu a
morte dos homens. Glórias a Deus!
Vejamos, detalhadamente, este maravilhoso
capítulo, com a ajuda prestimosa da BEG.
I. Abandono, julgamento e morte (14.32 - 15.47) – continuação.
Logo pela manhã, provavelmente ao amanhecer.
Parece que o Sinédrio se reuniu novamente (isso depois de uma sessão noturna)
buscando dar um aspecto legal aos seus procedimentos. Todavia, a acusação de
blasfêmia, estabelecida na noite anterior, dificilmente impressionaria a corte
civil do tribunal romano. Por isso, essa segunda sessão do Sinédrio pode
perfeitamente ter tido o objetivo (Lc 23.2 confirma isso) de formular uma
acusação civil.
Eles estavam todos reunidos contra Jesus:
os principais dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e todo o Sinédrio,
tiveram conselho. Deus encarnado, a Verdade, ali, nas mãos deles, mas não
podiam enxergar. Ligaram ele, o levaram e o entregaram a Pilatos.
A frase do Credo Apostólico "padeceu
sob Pôncio Pilatos" faz a ligação da fé cristã com um acontecimento histórico
verídico. Uma pedra imponente pertencente a um edifício público na Cesareia do
século primeiro traz inscrito o seu nome e o seu cargo. Pilatos foi o
governador romano da Judeia de 26 a 36 d.C. Como magistrado supremo, somente
ele detinha o direito legal de sentenciar a pena capital (14.64).
Pilatos resolveu interrogá-lo e sua
primeira pergunta a Cristo foi se ele era de fato o rei dos judeus? Esse termo
é ambíguo, pois num sentido político os Herodes eram os reis, e não Jesus.
Apesar disso, Jesus era rei no sentido de que estabeleceu o reino de Deus e
cumpriu as profecias messiânicas do Antigo Testamento.
Jesus dá a ele uma resposta vaga. Pilatos
não reagiu a resposta de Jesus, apenas perguntou por que ele não respondia (vs.
4), talvez com isso sugerindo que Jesus havia propositalmente dado uma resposta
ambígua ou ininteligível.
Pilatos insistia com ele, mas ele ficava em
silêncio, nada respondia. Sem dúvida Pilatos procurava mostrar para Jesus que,
diante da lei, o silêncio implica consentimento. Aquela atitude de Jesus o
perturbou, mas não recuou.
Era, no entanto, um dia de festa e a lei
beneficiaria um dos presos, com sua soltura. Considerando a informação
disponível nesse versículo, é seguro concluir que Barrabas era um zelote que
procurava derrubar o governo de Roma (3.18).
Seu nome provavelmente significa
"filho de um rabino". Ironicamente, alguns manuscritos antigos de Mt
2716 dizem que o primeiro nome de Barrabas era Jesus, um nome bastante comum
nessa época e que tem relação com o nome Josué, que significa
"salvador".
A opção que Pilatos propôs à multidão (vs.
9) foi, portanto, uma inconsciente, porém dolorosa escolha entre dois tipos de
salvadores:
(1)
Jesus
Barrabas, o suposto salvador político de Israel.
(2)
Jesus
de Nazaré, o servo sofredor do Senhor que salvaria o seu povo de seus pecados
(Mt 1.21).
Dos versos de 7 a 12, vemos a tentativa
frustrada de Pilatos de livrar Jesus da morte, mas por pressão da multidão que
era incitada pelos principais dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e
todo o Sinédrio, ele estava prestes a entregá-lo à crucificação.
A multidão gritava que ele deveria ser
crucificado. Crucifica-o! Esse modo cruel e vergonhoso de pena de morte, cuja
origem procede da Pérsia e foi primeiro adotada pelos cartagineses e depois pelos
romanos, era ilegal quando aplicada a cidadãos romanos e era usada
principalmente para os escravos e insurrecionistas (At 5.37).
Cravos de metal eram pregados nos pulsos ou
nas mãos (Jo 20.25) e nos calcanhares da vítima, que sangrava vagarosamente em
dor excruciante.
Quebrar as pernas da vítima (Jo 19.33)
tornava a morte mais rápida por causar asfixia e dificultar o fluxo de sangue
para o cérebro, pois a vitima não podia usar suas pernas para erguer o torso e
ajudar a respiração.
Como Paulo observou, a crucificação de
Jesus o expôs publicamente como o Filho de Deus sob a maldição do Pai (Cl
3.13).
Pilatos cedeu aos apelos da multidão a quem
queria agradar – vs. 15. A ilegalidade do julgamento romano (14.54) consistia
no fato de que Pilatos, embora declarando implicitamente a inocência de Jesus
(vs. 14; cf. Jo 18.38), ainda assim o entregou para ser crucificado apenas para
agradar a multidão. De acordo com a tradição romana, o açoite sempre precedia à
crucificação.
Sendo entregue à crucificação, os soldados
o levam para dentro do palácio, que é o pretório. Originalmente, a palavra era
usada para indicar o quartel-general, porém veio a ser usada também para
"alojamento militar". Ali estava todo o destacamento, literalmente,
"coorte", a décima parte de uma legião romana, ou seiscentos homens,
embora nem todos estivessem necessariamente presentes.
Zombando, vestiram Jesus de púrpura. Devido
à dificuldade de produzir e seu alto custo, a cor púrpura era o sinal de alta
posição e dignidade (Et 1.6; Pv 31.22; Lc 16.19; Ap 17.4) e, portanto, de
realeza (Ct 3.10; 7.5; cf. 2Cr 2.7,14; 3.14). O manto posto em Jesus, sem
dúvida, deveria estar muito velho e desgastado.
Também lhe colocaram uma coroa, mas uma coroa
de espinhos. Simboliza que Jesus carregou a maldição divina (vs. 13) em relação
à terra, na qual os espinhos representam o resultado dessa maldição (Gn
3.17-18).
Depois, os soldados ainda, começaram a
saldá-lo, ironicamente. A saudação, o fato de cuspir no rosto e a homenagem
fingida (vs. 19), eram expressões de zombaria do tipo de respeito devido à
realeza.
O sadismo dos soldados não foi uma reação à
provocação, já que eles nem mesmo eram judeus. A atitude deles talvez possa ser
mais bem explicada pelo fato de serem sírio-árabes que conseguiam se comunicar
com Jesus, certamente em aramaico, e que aproveitaram a ocasião para humilhar
um pretensioso judeu com aspirações messiânicas.
Aprontaram com Jesus como queriam,
tiraram-lhe a púrpura, vestiram-no com suas próprias vestes e o levaram para
fora a fim de o crucificarem.
No caminho da crucificação com Jesus
exausto e a cruz pesada, constrangeram um Cireneu a ajudar Jesus a levar a sua
cruz. Cirene era uma cidade importante da Lídia. Ali havia uma numerosa
comunidade de judeus (At 6.9), e Simão provavelmente era um judeu que havia ido
a Jerusalém para celebrar a Páscoa (At 2.10).
Este Simão era pai de Alexandre e de Rufo.
Os filhos de Simão eram membros da comunidade cristã a qual Marcos escreveu,
provavelmente em Roma (veja Rm 16.13).
Geralmente o homem condenado deveria
carregar pelo menos a trave horizontal, que pesava entre 13 e 18 kg. Simão, ao
carregar a cruz de Cristo, se tornou uma representação visual da devoção que
Jesus exige de seus seguidores (8.34).
Levaram ele ao Gólgota, ou lugar da Caveira.
Um nome macabro, mas certamente apropriado, provavelmente derivado da forma do
morro onde eram feitas as execuções.
Ao chegarem ali ofereceram a Jesus vinho
com mirra, mas Jesus não quis beber. Esta era uma fórmula primitiva de
analgésico. A mirra era uma especiaria muito cara, extraída das folhas do cisto
ou ládano, e bastante usada como cosmético. Foi oferecida a Jesus em seu
nascimento, como presente ao rei (Mt 2.11), bem como aplicada em seu corpo após
sua morte (Jo 19.39-40).
Ato contínuo, o crucificaram e, depois,
repartiram entre si as vestes dele. Era o espólio reservado ao pelotão de
execução. Esses homens não se importavam de repartir as vestes do prisioneiro
antes mesmo de ele morrer.
Esse detalhe, a princípio sem importância,
é na verdade um extraordinário cumprimento de SI 22.18, que descreve
vividamente a agonia de uma morte violenta e inocente (veja o SI 22.16). Mais
tarde (15.34) Jesus citou esse salmo para expressar o grau do seu sofrimento.
Jesus foi crucificado na hora terceira, ou
seja, às nove horas da manhã, daquela sexta-feira pesada.
Por cima dele, na cruz, a sua acusação: O
REI DOS JUDEUS. Chamada de titulus,
em latim, era uma parte tradicional da crucificação: a acusação do crime era
escrita numa placa que alguém levava adiante do prisioneiro em sua caminhada
até o local da execução, e depois era afixada na cruz, atrás de sua cabeça. Foi
Natos (Jo 19.19-22), e não os judeus, que insistiu especificamente nesses
dizeres.
Jesus foi crucificado justamente entre dois
salteadores, estando um à sua direita e o outro, à sua esquerda, para se
cumprir as Escrituras que afirmavam que ele foi contado entre os malfeitores. Apesar
do termo em grego geralmente significar "ladrão", pode transmitir o
sentido mais abrangente de "criminoso", o que seria o caso aqui, uma
vez que o roubo não era um crime punível com a crucificação (14.48).
Em seguida, começaram as provocações a
Jesus e os desafios a que descesse dali. Isso foi tanto um insulto como uma tentação
diabólica semelhante àquela proposta a Jesus no começo de seu ministério (Mt
4.2-6).
Observe também a zombaria dos líderes
judeus e até mesmo daqueles crucificados com Jesus (vs. 31-32). O demônio ainda
estava trabalhando, buscando impedir a obra da redenção exatamente no momento
em que era finalizada, pois esse também era o momento da maior fraqueza física,
e sem dúvida emocional, de Jesus (14.38).
Do meio-dia, hora sexta, até 15h, hora nona,
houve trevas sobre toda a terra. Isso lembra as trevas no Egito, que duraram
três dias, quando ocorreu a morte dos primogênitos (Êx 10.22).
Observe também a profecia de Amós, em que o
Senhor prometeu "farei que o sol se ponha ao meio-dia e entenebrecerei a
terra em dia claro". A ocorrência é descrita pelo profeta "como luto
por filho único" (Am 8.9-10).
Justamente, à hora nona, três horas da
tarde, Jesus exclama com grande voz uma expressão em aramaico – vs. 34 - Eloí,
Eloí, lamá sabactâni? Jesus citou em aramaico o primeiro versículo de Sl 22.
Até mesmo na hora da morte Jesus revelou o seu amor pelas Escrituras.
Alguns dali que ouviram ele clamar achavam
que ele estava chamando por Elias! Alguns na multidão entenderam "Ellias",
em vez de "Eloí", especialmente porque alguns grupos de pessoas
acreditavam que Elias retornaria (6.15; 8.28).
Foi ai que alguém, apressou-se a correr
para oferecer vinagre, literalmente, "azedo". O termo se refere ao
vinho barato que quase já virou vinagre. Oferecer essa bebida não tinha a mesma
intenção que oferecer vinho com mirra (15.23).
Provavelmente isso não foi um ato humanitário
para aliviar o sofrimento, mas antes um ato de crueldade visando prolongar o
sofrimento de Jesus ao mantê-lo acordado para ver se "Elias" de fato
viria para salvá-lo.
No entanto, Jesus deu um grande brado e
expirou. Jesus já estava há seis horas pendurado na cruz suportando agonia
física e mental (vs. 25,34). A crucificação poderia durar por até dois ou três
dias quando havia um assento ou suporte para os pés, o que facilitava a
circulação do sangue.
Qualquer que seja a duração, a vítima,
antes de morrer, perdia vagarosamente a consciência por causa da perda de
sangue. Isso não aconteceu no caso de Jesus, indicando que não foi uma morte
comum.
Naquele exato instante, o véu do santuário
rasgou-se em duas partes. A morte de Jesus foi o sacrifício final e definitivo
pelo pecado (Hb 7.27).
A dispensação da aliança da graça pelo
Antigo Testamento chegou ao seu fim. Não havia mais necessidade do sumo
sacerdote entrar no Santo dos Santos, atrás das cortinas, para fazer expiação
pelos pecados do povo (Êx 26.31-33; cf. Hb 9.1-10). Jesus se tornou o novo e
eterno sumo sacerdote (Hb 8.1), a vítima sacrifical perfeita (Hb 9.14) que
obteve para o seu povo "eterna redenção" (Hb 9.12).
Um centurião, oficial romano responsável
por cem homens, certamente o responsável pelo pelotão que crucificou Jesus,
vendo tudo aquilo exclamou que ele era de fato o Filho de Deus. Logo, ele
estava numa posição bastante favorável para observar a morte de Jesus (15.37).
É improvável que um romano pagão pudesse
usar essa frase num sentido judaico/Antigo Testamento com relação à noção de um
Messias ou o conceito trinitário cristão do eterno Filho.
Antes, esse título significaria para ele a
ideia helenista de um ser humano especial que foi favorecido pelos deuses. Isso
é confirmado pela ambiguidade da frase no grego, que poderia ser traduzida como
"um filho de Deus".
Todavia, Marcos, que escreveu para cristãos
gentios, revelou na confissão do centurião a ironia de um gentio romano
atribuir esse título a Jesus, enquanto os judeus negavam que ele fosse o Filho
de Deus.
A confissão do centurião é o clímax do
Evangelho de Marcos, que começou com as seguintes palavras: "Princípio do
evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus" (1.1).
Algumas mulheres estavam ali com Jesus,
entre elas:
·
Maria
Madalena, de Magdala, uma vila na margem sudoeste do mar da Caldeia (Veja 16.9;
Lc 8.2).
·
Maria,
mãe de Tiago, o menor, e de José (Veja o vs. 47; 16.1 e Lc 24.10). Ela é
conhecida a partir desse relato da crucificação registrado aqui e em Mt 27.56 e
talvez em Lc 24.10.
·
Salomé,
a mãe de Tiago e João (Mt 27.56; cf. Mt 20.20-21).
·
Muitas
outras.
Todos os homens — exceto João, o discípulo
amado — haviam fugido ao 19.26,35.
Jesus já tinha morrido e não poderia ficar
ali. Como era o dia da preparação, o dia anterior ao sábado (sexta-feira), as
providências com o corpo deveriam ser aceleradas e todos os seus discípulos tinham
fugido. A comida era preparada antes do pôr do sol, quando começava o sábado.
Nesse caso em particular, José teve de trazer o linho, fazer os preparativos
para o sepultamento de Jesus e preparar o túmulo (vs. 43-46) durante as três
horas entre a morte de Jesus e o pôr do sol.
Esse José de Arimateia – vs. 43 -, era de
Ramá (na Judeia), cerca de 32 km a noroeste de Jerusalém, a cidade do profeta
Samuel (1 Sm 1.1). José com certeza foi um fariseu piedoso e um seguidor
secreto de Jesus.
José também esperava pelo reino de Deus. Foi
um ato de fé notável num momento em que todos os discípulos de Jesus haviam
fugido. José se colocou numa situação de conflito com a decisão do Sinédrio e
pôs em risco o seu futuro no judaísmo.
Pilatos soube da morte de Jesus e admirou-se.
A surpresa de Pilatos confirma o caráter incomum da morte de Jesus. Ele ficou
tão curioso que chamou um centurião para certificar-se disso. Somente após isso
é que liberou o corpo de Jesus para José.
Foi José e seus auxiliares que baixaram o
corpo de Jesus e o envolveu em um lençol que comprara e o depositou em um
túmulo seu que tinha aberto aberto numa rocha. De acordo com Mt 27.60, o túmulo
pertencia a José e sua família, e consistia tipicamente de uma câmara pintada
com adornos que dava passagem a uma cripta em forma de gaveta cortada na rocha.
Cada cripta era selada com uma pedra redonda e pesada que era rolada até
encaixar no vão do buraco feito na rocha.
Das mulheres, somente Maria Madalena e Maria,
mãe de José, observaram direitinho onde o corpo fora posto.
entraram em
conselho
os
principais sacerdotes com os anciãos, os escribas
e
todo o Sinédrio; e,
amarrando
a Jesus,
levaram-no
e
o entregaram a Pilatos.
Mc 15:2
Pilatos o interrogou:
És
tu o rei dos judeus?
Respondeu
Jesus:
Tu
o dizes.
Mc 15:3
Então, os principais sacerdotes
o
acusavam de muitas coisas.
Mc 15:4
Tornou Pilatos a interrogá-lo:
Nada
respondes?
Vê
quantas acusações te fazem!
Mc 15:5
Jesus, porém, não respondeu palavra,
a
ponto de Pilatos muito se admirar.
Mc 15:6 Ora, por ocasião da festa,
era costume
soltar ao povo um dos presos,
qualquer
que eles pedissem.
Mc 15:7 Havia
um, chamado Barrabás,
preso
com amotinadores,
os
quais em um tumulto haviam cometido homicídio.
Mc 15:8 Vindo
a multidão,
começou
a pedir que lhes fizesse como de costume.
Mc 15:9 E
Pilatos lhes respondeu, dizendo:
Quereis
que eu vos solte o rei dos judeus?
Mc
15:10 Pois ele bem percebia que por inveja
os
principais sacerdotes lho haviam entregado.
Mc 15:11 Mas
estes incitaram a multidão
no
sentido de que lhes soltasse,
de
preferência, Barrabás.
Mc 15:12 Mas
Pilatos lhes perguntou:
Que
farei, então, deste a quem chamais
o
rei dos judeus?
Mc 15:13
Eles, porém, clamavam:
Crucifica-o!
Mc 15:14 Mas
Pilatos lhes disse:
Que
mal fez ele?
E eles
gritavam cada vez mais:
Crucifica-o!
Mc 15:15 Então,
Pilatos,
querendo
contentar a multidão,
soltou-lhes
Barrabás;
e,
após mandar açoitar a Jesus,
entregou-o
para ser crucificado.
Mc 15:16
Então, os soldados
o
levaram para dentro do palácio,
que
é o pretório,
e
reuniram todo o destacamento.
Mc
15:17 Vestiram-no de púrpura
e,
tecendo uma coroa de espinhos,
lha
puseram na cabeça.
Mc 15:18 E o
saudavam, dizendo:
Salve,
rei dos judeus!
Mc 15:19
Davam-lhe na cabeça com um caniço,
cuspiam nele
e, pondo-se
de joelhos,
o
adoravam.
Mc 15:20
Depois de o terem escarnecido,
despiram-lhe
a púrpura
e
o vestiram com as suas próprias vestes.
Então,
conduziram Jesus para fora,
com
o fim de o crucificarem.
Mc 15:21 E
obrigaram a Simão Cireneu,
que
passava, vindo do campo,
pai
de Alexandre e de Rufo,
a
carregar-lhe a cruz.
Mc
15:22 E levaram Jesus
para
o Gólgota,
que
quer dizer Lugar da Caveira.
Mc
15:23 Deram-lhe a beber vinho com mirra;
ele,
porém, não tomou.
Mc 15:24
Então,
o
crucificaram
e
repartiram entre si as vestes dele,
lançando-lhes
sorte,
para
ver o que levaria cada um.
Mc
15:25 Era a hora terceira
quando
o crucificaram.
Mc 15:26 E,
por cima, estava, em epígrafe, a sua acusação:
O
REI DOS JUDEUS.
Mc 15:27 Com
ele crucificaram dois ladrões,
um
à sua direita,
e
outro à sua esquerda.
Mc
15:28 [E cumpriu-se a Escritura que diz:
Com
malfeitores foi contado.]
Mc
15:29 Os que iam passando,
blasfemavam
dele,
meneando
a cabeça e dizendo:
Ah! Tu que
destróis o santuário
e, em três
dias, o reedificas!
Mc 15:30
Salva-te a ti mesmo,
descendo
da cruz!
Mc
15:31 De igual modo,
os
principais sacerdotes com os escribas,
escarnecendo,
entre si diziam:
Salvou
os outros,
a
si mesmo não pode salvar-se;
Mc
15:32 desça agora da cruz o Cristo,
o
rei de Israel,
para
que vejamos e creiamos.
Também
os que com ele foram crucificados
o
insultavam.
Mc 15:33
Chegada a hora sexta,
houve trevas
sobre toda a terra até a hora nona.
Mc 15:34 À
hora nona,
clamou
Jesus em alta voz:
Eloí, Eloí,
lamá sabactâni? Que quer dizer:
Deus meu,
Deus meu,
por
que me desamparaste?
Mc 15:35
Alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam:
Vede,
chama por Elias!
Mc 15:36 E um
deles correu a embeber uma esponja
em
vinagre
e,
pondo-a na ponta de um caniço,
deu-lhe
de beber, dizendo:
Deixai,
vejamos se Elias vem tirá-lo!
Mc
15:37 Mas Jesus,
dando
um grande brado,
expirou.
Mc 15:38 E o
véu do santuário
rasgou-se
em duas partes,
de
alto a baixo.
Mc
15:39 O centurião que estava em frente dele,
vendo
que assim expirara, disse:
Verdadeiramente,
este homem era
o
Filho de Deus.
Mc
15:40 Estavam também ali algumas mulheres,
observando
de longe; entre elas,
Maria
Madalena,
Maria,
mãe de Tiago, o menor,
e
de José, e Salomé;
Mc
15:41 as quais, quando Jesus estava na Galiléia,
o
acompanhavam
e
serviam;
e,
além destas, muitas outras
que
haviam subido com ele
para
Jerusalém.
Mc 15:42 Ao cair da tarde,
por ser o dia
da preparação,
isto
é, a véspera do sábado,
Mc 15:43
vindo José de Arimatéia,
ilustre
membro do Sinédrio,
que
também esperava o reino de Deus,
dirigiu-se
resolutamente a Pilatos
e
pediu o corpo de Jesus.
Mc 15:44 Mas
Pilatos admirou-se
de
que ele já tivesse morrido.
E, tendo
chamado o centurião,
perguntou-lhe
se havia muito que morrera.
Mc 15:45 Após
certificar-se,
pela
informação do comandante,
cedeu
o corpo a José.
Mc 15:46
Este, baixando o corpo da cruz,
envolveu-o
em um lençol que comprara
e
o depositou em um túmulo
que
tinha sido aberto numa rocha;
e
rolou uma pedra para a entrada do túmulo.
Mc 15:47 Ora,
Maria
Madalena e Maria, mãe de José,
observaram
onde ele foi posto.
O sepultamento
de Jesus foi demais para os seus discípulos que viram todo o mundo em que criam
ruir aos seus pés. Eles mesmos deviam estar confusos, atônitos e desesperados.
Eles tinham seguido a Jesus por três anos e meio e agora Jesus sepultado!
Somente José de Arimatéia, instrumento levantado por Deus, é que esteve ali com
Jesus ajudando nos procedimentos necessários relativos à sua morte.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.