INSCREVA-SE!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Isaías 1:1-31 - VISÃO DE ISAÍAS

No quadro a seguir, bem resumido por sinal, teremos uma pré visualização do contexto histórico de cada um dos livros. 
Quadro resumido dos principais períodos, datas aproximadas, referências bíblicas e o público de cada escrito profético.[1]
Essa contextualização histórica é fundamental para o bom entendimento de toda as Escrituras!
A maioria dos livros proféticos que estudaremos apresenta seu contexto histórico que nos auxiliará no seu entendimento, mas alguns outros, somente mesmo pelo seu conteúdo é que conseguiremos saber de que período o profeta se referia – Jl, Ob, Jn, Hb e Ml são exemplos disso.
Identificamos três grandes períodos importantíssimos no estudo dos profetas:
1.     Os assírios.
2.     Os babilônios.
3.     A época de restauração.
Vejamos em maiores detalhes, com a ajuda da BEG, cada um deles:
(1)   O julgamento por meio dos assírios.
No século 8º, a Assíria era o império dominante no antigo Oriente Próximo e, portanto, motivo de grande preocupação para os profetas.
Em resposta ao pecado manifesto e prolongado dos israelitas, Deus decidiu usar os exércitos da Assíria para julgá-los. O ataque ocorreu em três estágios principais.
a.    Em 734 a.C., Israel, o reino do norte, se aliou à Síria para resistir ao domínio assírio, mas essa coalizão provocou a derrota da Síria e a subjugação severa de Israel pela Assíria – II Re 15:20-29.
b.   Em 722 a.C., os assírios reagiram a novas rebeliões destruindo Samaria, a capital do reino do norte e exilando vários dos seus cidadãos. O último rei de Samaria foi Oséias – 732 a 724 a.C. No total, foram 20 os reis de Samaria desde Jeroboão I (930 a 909 a.C.) até Oséias – II Re 15:30;17.
c.    Por fim, em 701 a.C., o rei assírio Senaqueribe atacou Judá e chegou a sitiar Jerusalém, mas o Senhor o fez recuar no último instante - II Re 17-19.
Os profetas que ministraram nesse período falam com frequência desses acontecimentos e outros relacionados.
(2)   O julgamento por meio dos babilónios.
Em 612 a.C., os babilônios conquistaram Nínive, a capital da Assíria e se tornaram o império dominante da região. Como Israel, o reino no norte, já havia sido derrotado e exilado pelos assírios, Deus usou os babilônios para julgar Judá, o reino do sul, mediante invasões e deportações em 605 a.C., 597 a.C. e 586 a.C.
a.    A primeira invasão resultou na subjugação e deportação de alguns membros da elite de Judá, como Daniel e seus amigos - Dn 1:3-6.
b.   A segunda invasão resultou em mais dificuldades para o povo e em outra deportação de judeus, como Ezequiel - Ez 33:21; II Re 24:14).
c.    A terceira invasão resultou na destruição de Jerusalém e no exílio de quase toda a população - II Re 25:1-21.
135 anos depois, os caldeus, babilônicos, sob o governo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, levaram cativo o Reino do Sul, Judá – II Re 25:1-7.
Zedequias (597 a 586 a.C.) – II Re 24:18 – 25:26, foi o último rei. Ao todo foram 21 reis de Judá, desde Roboão (930 a 913 a.C.) até Zedequias.
Vários profetas predisseram esses acontecimentos, interpretaram-nos à medida que se desdobravam e refletiram sobre os mesmos após sua ocorrência.
(3)   Restauração.
Em 539-538 a.C., o imperador Ciro da Pérsia derrotou a Babilônia e permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém.
Um pequeno número de judeus regressou à Terra Prometida sob a liderança de Josué, o sumo sacerdote e de Zorobabel, um descendente de Davi.
Depois de alguns atrasos, o templo finalmente foi reconstruído em 520-515 a.C. Apesar desse recomeço relativamente promissor da comunidade restaurada, no tempo de Esdras e Neemias e nas décadas subsequentes (c. 450-400 a.C.), a religião falsa se arraigou de tal modo entre o povo que voltou do exílio que todas as esperanças da concretização gloriosa do reino do Deus passaram a ser projetadas num futuro distante, conhecido hoje como o período do Novo Testamento. Muitos profetas também trataram desses acontecimentos.
Depois desse período, até a manifestação do Messias esperado, se passaram muitos anos, mais de 400 anos conhecidos como época de silêncio bíblico dos profetas. O último deles a profetizar foi Malaquias e ele profetizou acerca de que Deus enviaria um mensageiro, um novo “Elias”, a fim de preparar  a vinda futura do Filho de Deus ao seu povo – Ml 3:1; 4:5.
Durante esse tempo também aconteceu a revolta dos Macabeus onde os judeus enfrentaram Antioco-Epifânio (165 a.C.) que, entrando no templo, sacrificou um porco como afronta ao Deus Todo-Poderoso e a todos os judeus.
Esse silêncio dos profetas (mais de 400 anos) foi interrompido com a proclamação de João Batista de que Deus estava prestes a estabelecer o seu reino – Mt 3:12; Mc 1:3-8; Lc 3:2-17. Foi dele o famosa proclamação que ligou o Antigo Testamento ao Novo Testamento: - “Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” – Jo 1:36.
Tanto Jesus, o Messias esperado, como os seus evangelistas identificaram João Batista como o Elias predito em Malaquias – Mt 17:12-13. Foi, portanto, João Batista, que abriu o caminho para uma nova era de profecia – a era do reino de Deus em Cristo Jesus.
Agora sim, estamos contextualizados e preparados para nossa jornada nesses livros, a começar de Isaias, mas antes, ainda, vejamos alguns aspectos importantes sobre as profecias e os profetas que nos servirá também de base para todos os 17 livros de nossas futuras reflexões:
Qual o papel dos profetas?
Simples: ser o porta-voz de Deus! Como porta-voz é de se esperar autoridade, clareza e coragem, pois muitos dos recebedores das mensagens proféticas endureciam os seus próprios corações para as suas próprias ruinas, mas o profeta sofria as consequências.
Analisando-se os chamados a seguir veremos algumas características semelhantes nos respectivos chamados (o chamado, uma palavra introdutória e o comissionamento do profeta, a objeção natural de cada um e depois Deus os confortando, os consolando e enviando sinais): 
O CHAMADO DE DEUS
COMISSIONAMENTO
OBJEÇÕES
SINAIS
Êx 3:1-12
na sarça ardente (Êx 3.1-10).
Êx 3.1 1
Ex 3.12
Is 6.1-13.
 no templo (Is 6.1-10).
 Is 6.11
Is 6.11-13
Jr 1.1-10.
 num lugar não especificado (Jr 1.4-5).
Jr 1.6
Jr 1.7-10
Ez 1.1-3.11
na calmaria de urna tempestade (Ez 1.1-2.5).
implicitamente, Ez 2.6,11
Ez 2.6-3.14
Quando a monarquia humana foi instituída, os Profetas se tornaram cada vez mais ligados aos governantes da terra.
Os profetas de Israel serviam de emissários entre Deus, o Rei supremo, e seu rei humano e a nação, Israel.
Usando de uma analogia com as práticas políticas do mundo antigo, o Rei divino de Israel enviava emissários proféticos para dar orientação, louvar a fidelidade e condenar as transgressões das alianças que ele havia estabelecido com o seu povo vassalo.
Essa função de emissário era extremamente importante para o ministério de todos os profetas do Antigo Testamento que registraram suas profecias por escrito.
Eles ameaçaram maldições e ofereceram bênçãos de acordo com a aliança firmada entre Deus e Israel (veja Lv 26; Dt 28-30; cf. Is 1.2; Jr 2.9; Os 4.1; Mq 1.2; 6.2).
Em conformidade com os termos da aliança, os profetas anunciaram várias maldições secundárias, bem corno a maior maldição de todas, a saber, a destruição total e o exílio da Terra Prometida.
Também proclamaram várias bênçãos secundárias, bem como a maior bênção de todas, a saber, a restauração depois do exílio.
Todos esses elementos proféticos revelam o papel desses indivíduos como emissários do Rei divino em sua aliança com Israel.
Hodiernamente, somos todos profetas de Deus, pois temos a mensagem do evangelho para anunciarmos a todos os povos.
Como descobrir o verdadeiro profeta e profecia?
Havia três critérios para se determinar se o profeta era verdadeiro:
1.     Deveria ser um israelita – Dt 18:15.
2.     Deveria ser fiel à aliança mediada por Moisés – Dt 13:1-5.
3.     Suas predições deveriam se cumprir – Dt 18:21-22.
Devemos ter em mente que as palavras dos profetas visavam, com frequência, motivar seus ouvintes, e não prognosticar acontecimentos.
Muitas vezes, anunciavam os julgamentos futuros como ameaças, e não condenações inevitáveis, e falavam de bênçãos futuras como ofertas, e não promessas garantidas.
Na verdade, os profetas revelavam que Deus tinha níveis diferentes de determinação no que se referia às predições proféticas.
Em algumas ocasiões, a natureza condicional da profecia era explícita (p. ex., Jr 22.4-5). Em outras ocasiões, era implícita (p. ex., Jr 7.5-7; Is 7.9). Por vezes, Deus oferecia palavras ou sinais para confirmar o seu nível elevado de determinação de cumprir uma profecia (Is 38.7; Jr 44.29).
Ocasionalmente, os profetas relatavam que Deus estava tão determinado a cumprir uma profecia que ele havia jurado fazê-lo (Is 45.23; Jr 22.4-5; 49.13).
Nessa ultima categoria, o juramento divino demonstrava o caráter inevitável do cumprimento de uma predição; elevava a palavra profética até o nível da imutabilidade, pois Deus jamais quebra seus votos solenes (Nm 23.19).
Ainda assim, os detalhes acerca do modo, tempo, lugar e grau, e contra ou a favor de quem o cumprimento se daria normalmente não eram especificados, permanecendo ocultos até que a profecia jurada se cumprisse.
Em decorrência disso, todas as predições proféticas podiam ser afetadas em maior ou menor grau pelas reações humanas a essas profecias.
As Escrituras estão repletas de exemplos em que o arrependimento, a oração, a recalcitrância e a indiferença levaram Deus a suspender, adiar, estender, abreviar, apressar, amenizar ou intensificar o cumprimento das predições proféticas (Êx 32.12; 2Sm 12.14-22; Jo 3.4-9).
Por esse motivo, quando aplicamos corretamente o critério das predições cumpridas aos verdadeiros profetas, devemos sempre perguntar de que maneira os profetas pretendiam que suas predições fossem compreendidas. Que nível de determinação divina as palavras do profeta indicavam? Era intenção do profeta que suas predições fossem consideradas condicionais ou inevitáveis?
Não devemos nos contentar com uma compreensão mecânica da palavra profética desassociada de tais intenções proféticas. Mesmo assim, as profecias bíblicas são tão abrangentes e especificas que envergonham os profetas pagãos. (Is 41.21-29).
Todas as épocas e povos, especialmente do antigo Oriente Próximo, tiveram seus adivinhadores, videntes ou feiticeiros que afirmavam anunciar o futuro (Dt 18.9-13; 1Rs 18.19, 25,40).
No entanto, não há nada em toda a literatura do antigo Oriente Próximo que se compare às profecias reunidas nas Escrituras.
Sua especificidade e cumprimento notável e sua compreensão abrangente e magnífica da História não têm paralelos em nenhuma outra tradição literária.
Em muitas ocasiões, suas profecias de destruição foram proferidas quando a nação estava no auge do poder, e suas profecias de vitória foram dadas em situações que pareciam inteiramente perdidas.
As formas de literatura profética
Os profetas utilizaram basicamente três formas literárias em seus livros:
1. Narrativas — tanto biográficas (Dn 1-3) como autobiográficas (Is 6; Jr 1).
2. Discursos dirigidos a Deus — lamentos (Jr 9.10; Lm; Ez 2.3-10), petições (Jr 42.2; Dn 9.17) e louvor (Is 12.1-6).
3. Discursos dirigidos a pessoas — como cânticos de escárnio (Is 14), ditos de sabedoria (Is 28.23-29) e contestações (Is 1.18; 43.26), entre outros.
Embora os profetas se dirigissem ao povo de várias maneiras, alguns padrões básicos de discurso aparecem com tanta frequência que é proveitoso identificá-los e descrevê-los.
Por um lado, várias formas de discurso tinham como objetivo maior anunciar desde as maldições secundárias da aliança até a maior ameaça de todas, ou seja, o exílio.
1.     Demandas.
Como emissários do Rei celestial de Israel, os profetas ouviam e, por vezes, participavam do tribunal do céu. Em seguida, relatavam o que haviam visto e ouvido em linguagem jurídica formal.
Deus entrava em juízo contra o seu povo por este haver transgredido manifestamente a sua aliança e os sentenciava a maldições severas (Is 3.13; Mq 6.1-2).
2.     Oráculos de julgamento.
Os profetas também transmitiam mensagens de destruição numa linguagem que não refletia de modo tão direto as formalidades do tribunal celestial.
Esses oráculos normalmente se iniciavam identificando a quem eram dirigido e. em seguida, apresentavam uma ou mais acusações e sentenças (Ez 7.7-10; Zc 9.1 -8).
3.     Os ais.
Quando o julgamento de Deus era particularmente severo, os profetas expressavam ais.
Esses discursos normalmente eram bastante semelhantes aos oráculos de julgamento (identificação do destinatário, acusações e sentenças) com o acréscimo de um clamor de 'ai".
Advertiam sobre coisas terríveis que aconteceriam quando as maldições sobreviessem (Is 3.9-11; 5,8-22; Ez 13.3-18: Os 7.13; Na 3.1).
Por outro lado, os profetas também anunciavam bênçãos, desde vantagens relativamente pequenas e pessoais até a bênção suprema de restauração do povo à Terra Prometida depois do exílio. Normalmente, essas profecias eram dadas de dois modos: 
1.     Oráculos de salvação.
Os profetas consolavam Israel com oráculos de salvação ou libertação.
Esses oráculos assumiam várias formas diferentes, mas normalmente incluíam algum tipo de anúncio de bênção seguido de detalhes sobre a maravilha dessa bênção.
O foco principal dos oráculos de salvação era a restauração do povo de Deus à Terra Prometida depois do exílio, tema que ocupa seções extensas dos Profetas Maiores (Is 40-55; Jr 30-33: Ez 34-40).
Essas profecias de consolo eram baseadas nas promessas feitas por Deus em sua aliança com os patriarcas (Gn 15. 1 -21; 17.1-22; 22.15-18), as quais Moisés confirmou posteriormente ao descrever o período posterior ao exílio vindouro como um tempo em que Deus derramaria misericórdia e bênçãos sem precedentes sobre o seu povo (Dt 30.1-10).
As promessas de restauração se cumpriram parcialmente na volta do exílio em 539-538 a.C. (veja II Cr 36:22-23; Zc 1:8-17), mas o Novo Testamento revela que o seu cumprimento total se encontra em Cristo.
Nesse sentido, profecias de restauração foram inspiradas pelo Espírito de Cristo para a sua igreja (1 Pe 1.10-12; 2Pe 1.19-20).
Algumas se referem diretamente ao ministério de Cristo aqui na terra, enquanto outras dizem respeito ao ministério e reinado de Cristo no céu e à obra da igreja em andamento no presente.
Todas as profecias se cumprirão plenamente nas realidades dos novos céus e nova terra quando Cristo voltar.
2.     Oráculos contra as nações.
Os profetas também transmitiam mensagens de esperança e salvação para o povo de Deus por meio do pronunciamento de julgamentos contra outras nações que haviam se rebelado contra o Senhor.
Ainda que num sentido formal essas profecias fossem julgamentos, serviam também de garantia de salvação para o povo fiel de Deus, pois eram voltadas contra os seus inimigos.
Os livros de Naum e Obadias são inteiramente constituídos de descrições de guerra santa contra os gentios.
Seções extensas dos livros maiores também são dedicadas a oráculos contra as nações (ls 13-24; Jr 46--51; Ez 25-32).
Os oráculos contra as nações se dividem em dois tipos principais.
1.     Muitas das profecias anunciavam que Deus julgaria nações especificas por meio dos ataques de outras nações (p. ex.. Am 1.2-2.3; Sf 1.18-21).
2.     No entanto, vários profetas proclamaram que um julgamento mundial final contra as nações ocorreria depois que o povo de Deus tivesse voltado do exílio (Ez Am 9.12: .Ag 2.20-23).
Cristo nos profetas
Toda as Escrituras apontam de uma certa forma para Cristo, pois a Bíblia é cristocêntrica, desde o início, em Gênesis. Os profetas do Antigo Testamento, como não podia deixar de ser, também apontavam para Cristo e sua obra de várias maneiras.
Em todos os casos, vemos que:
·       Cristo cumpriu dimensões dessas expectativas proféticas em sua primeira vinda.
·       Cristo continua a cumpri-las em seu ministério à igreja nos dias de hoje.
·       Cristo as cumprirá definitivamente na consumação de todas as coisas em sua segunda vinda.
Na maioria dos casos, os profetas prenunciaram Cristo de modo bastante indireto, especialmente ao falarem de julgamentos e bênçãos secundárias cujo cumprimento se deu, em geral, durante o Antigo Testamento.
Esses atos de justiça e misericórdia divina já haviam ocorrido, mas também prefiguravam os julgamentos e bênçãos maiores que Cristo traria.
Os profetas predisseram Cristo e sua obra mais diretamente ao se concentrarem no grande julgamento do exílio e na bênção da restauração do povo à Terra Prometida depois do exílio (com os respectivos julgamentos contra as nações por ocasião da restauração).
A destruição e exílio de Israel e Judá foram apenas prelúdios do julgamento eterno que sobrevirá contra o povo da aliança que se rebelar contra Deus.
Do mesmo modo, a restauração do povo fiel de Deus à Terra Prometida e as bênçãos que receberam, bem como o julgamento contra as nações, predito para os dias de restauração,  prenunciaram a recompensa e o julgamento final que Cristo trará.
As predições mais diretas acerca de Cristo podem ser vistas nas ocasiões em que os profetas falam de atividades reais e sacerdotais especificas que ocorreriam em conjunto com a restauração depois do exílio (“levantarei o tabernáculo caído de Davi" - Am 9.1 11 -; “te farei como um anel de selar” - Ag 2:23).
É nesse contexto que as profecias messiânicas de cunho real aparecem.
Ao falarem dos dias do reino de Deus depois do exílio, os profetas se referiram às maneiras em que o Filho de Davi julgaria os inimigos de Deus e traria bênçãos eternas sobre o seu povo.
Essas predições se cumpriram, estão se cumprindo e se cumprirão em Jesus Cristo.
O propósito desse livro de Isaias.
·       Incentivar os contemporâneos do profeta a serem leais ao Senhor.
·       Exortar os futuros leitores exilados a se arrependerem de seus pecados.
·       Exortá-los a confiarem que, após o exílio, o Senhor abençoaria o remanescente fiel e as outras nações de maneira como nunca antes eles haviam sido abençoados.
Verdades fundamentais encontradas no livro, conforme a Bíblia de Estudo de Genebra – BEG.
·       Deus chamou Isaías para advertir o seu povo sobre a decisão divina de mandá-los para o exílio e para garantir que, no futuro, após o exílio, o povo voltaria a receber bênçãos sem precedentes.
·       A confiabilidade de Isaías foi demonstrada pelo cumprimento de muitas de suas primeiras profecias, feitas antes de o seu livro ser escrito.
·       As maravilhosas predições de Isaías sobre o fim do exílio na Babilónia e a restauração certamente aconteceriam, mas somente os arrependidos em Israel e entre os gentios desfrutariam dessas bênçãos futuras.
Autoria do livro de Isaias.
Não entraremos no mérito da questão, mas tão-somente nos basta, por hora, que o autor foi aquele que o próprio livro diz: Isaias – 1:1.
Contextualização histórica-temporal de Isaias.
O ministério público de Isaías aconteceu durante os reinados dos reis de Judá" (1.1):
·       Uzias (797-740 a.C.).
·       Jotão (750-731 a.C.).
·       Acaz (735-715 a.C.).
·       Ezequias (715-686 a.C.).
Ele ministrou em Judá durante a época em que Deus julgou o seu povo por meio do ataque assírio (740-686 a.C.).
Isaías também profetizou sobre o julgamento babilônico (612-538 a.C.), que aconteceu após a sua morte.
O último acontecimento mencionado no livro como um acontecimento passado é a ascensão de Esar-Hadom ao trono da Assíria (37.38), ocorrida em 681 a.C. O livro de Isaías só poderia ter sido completado depois dessa data.
O ministério de Isaías pode ser dividido em cinco segmentos principais:
1.     Primeiro julgamento da Assíria (740-734 a.C.).
Em meados do século 8 a.C., a Assíria transformou-se num poder dominante no antigo Oriente Próximo. Foi durante esse período que Isaías começou a ministrar (6.1).
Ele se levantou contra os líderes hipócritas (1.10-15), gananciosos (5.18:), beberrões (5.11) e cínicos (5,19) que haviam levado o povo de Deus à ruína moral, e advertiu que Deus estava se preparando para julgar o seu povo tanto do Reino do Norte quanto do reino sul por meio dos exércitos da assíria.
2.     A coalizão entre Síria e Israel (734-732 a.C.).
Quando a Síria e Israel formaram uma coalizão para resistir à dominação, os reis Peca, de Israel, e Rezina, da Síria, confrontaram o rei Acaz, de Judá, de modo a forçá-lo a fazer parte de sua aliança.
Isaías ofereceu a Acaz a proteção de Deus contra todos os seus inimigos, mas a reação de Acaz foi de medo e descrença. Em vez de confiar que Deus traria a libertação, ele procurou a ajuda dos assírios.
Como resultado, Deus não apenas incitou a Assíria a atacar a Síria e Israel, como também Judá tornou-se subserviente ao império assírio.
3.     Destruição de Sararia (722 a.C.).
O Reino do Norte enfrentou grandes dificuldades e rebelou-se contra o império assírio. Essa rebelião levou ao cumprimento da profecia de Isaias de que o Reino do Norte seria invadido pela Assíria, que Samaria (a capital do Reino do Norte) seria destruída e que muitos cidadãos de Israel seriam levados para o exílio.
4.     Invasão de Judá e cerco de Jerusalém (705-701)
A despeito da extinção do Reino do Norte, Judá deu prosseguimento à sua pecaminosa rebelião contra Deus e resistiu à dominação assíria em seu território.
O resultado foi que Deus também incitou os assírios contra Judá.
O rei Senaqueribe da Assíria (705-681 a.C.) atacou o reino de Ezequias, destruiu grande parte de Judá e fechou um cerco contra Jerusalém (36.1-37.38).
Isaías advertiu quanto a buscar ajuda de outras nações e clamou a Ezequias para que este confiasse no Senhor para que fosse liberto dos assírios.
Diferentemente de Acaz, Ezequias finalmente confiou no Senhor (37.14-35) e Deus expulsou os assírios antes que eles pudessem destruir Jerusalém (36.1-37.37).
5.     Julgamento e restauração na Babilônia (586-539 a.C.).
Embora Deus tenha mostrado misericórdia para com Ezequias, este procurou imediatamente garantir-se contra problemas futuros formando uma aliança com os babilônios (39.1-2).
Em resposta a essa falta de fé, Isaías anunciou que os tesouros reais seriam um dia levados para a Babilônia (39.6-7).
Assim, ele predisse que Jerusalém cairia diante dos babilônios e que os cidadãos de Judá seriam exilados do mesmo modo como havia acontecido com a sua contraparte no Reino do Norte, décadas antes.
Grande parte desse livro explica esses acontecimentos futuros e oferece esperança para os que um dia seriam exilados para a Babilônia.
Isaías predisse a queda da Babilônia e uma grande restauração de Israel e Judá (caps. 40-66).
Isaias, o evangelho do Antigo Testamento.
As profecias de Isaías prenunciam Cristo em pelo menos três aspectos.
1.     Primeiramente, Isaías advertiu sobre os julgamentos que viriam contra o povo rebelde de Deus e sobre as nações que resistissem a ele (1.20; 3.13-15; 11.4; 34.2; 51.5).
Por fim, as decisões divinas com as quais Isaías ameaçou foram cumpridas no ministério de Cristo (53.4-6,12; 2Co 1.15; Hb 9.26).
2.     Segundo, Isaías garantiu que o povo de Deus que se mantivesse fiel iria desfrutar de uma gloriosa restauração após o exílio - uma restauração que ele chamou de "os novos céus e a nova terra" (66.22; veja também 65.17).
Jesus inaugurou essa nova criação por meio de um ministério terreno que separou novamente a luz das trevas ao 1.1-9).
Ele dá prosseguimento a essa nova criação por toda a história da igreja (2Co 4.6; 5.17; Cl 6.15; Tg 1.18) e a levará à sua plenitude quando voltar (Ap 21.1-3).
3.     Terceiro, o Novo Testamento refere-se mais a Isaías do que a qualquer outro livro do Antigo Testamento quando a questão é indicar de que maneira Jesus cumpriu as expectativas do Antigo Testamento em relação ao Messias.
O mais importante aspecto no qual Jesus cumpriu as profecias de Isaías diz respeito ao tema dominante o do servo.
Isaías predisse que o "servo" traria justiça às nações (42 .1 -4), restabeleceria a aliança de Israel com o Senhor (42,5-7), se tornaria a luz para os gentios (49.1-7), tiraria os pecados dos eleitos e ressuscitaria dos mortos (52.13-53.12).
O Novo Testamento identifica esse Servo-Salvador como Jesus, o Senhor encarnado (Mt 8.17; 16.21; 27.26,29,31,38,57-60; Mc 14.49,61; 15.27,43-46; Lc 2.14; 18.31-33; 23.32; Jo 1.10-11, 29; 3.17; 12.38; 19.1,7,18,38-41; At 2.23; 3.13; 7.32-33; 8.32-33; 10.43; Rm 4.25; 8.34; 10.15-16; 15.21; 1Co 15.3; Ef 3.4-5; Fp 2.9; Hb 5.8; 9.28; 1Pe 2.22-25; 1Jo 3.5; Ap 14.5).
Divisão proposta do livro de Isaias em quatro partes.
Agora que já vimos, com a ajuda preciosa e valiosa da BEG, a parte geral sobre os profetas e em específico da análise geral do livro de Isaias, nos fornecendo essa espetacular cosmovisão profética, vamos agora dividir, ou propor a divisão do livro, conforme já estamos fazendo, seguindo a BEG.
Dividiremos o presente livro em 4 grandes partes:
Parte I – APRESENTAÇÃO – 1:1.
Parte II – A MENSAGEM DE JULGAMENTO E RESTAURAÇÃO PREGADA POR ISAÍAS – 1:2 a 6:13.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
Na primeira parte, uma simples identificação de Isaías e da época do seu ministério.
Na segunda parte, veremos Isaías proferindo palavras proféticas de julgamento contra Israel e Judá, mas também fornecendo a esperança de restauração após o exílio.
Na terceira parte, bem longa, com 33 capítulos, veremos um resumo do ministério do profeta durante o período de julgamento assírio.
Na quarta parte, veremos que a resposta de Isaías ao julgamento babilônico foi trazer conforto ao futuros exilados confirmando-lhes a capacidade de Deus de restaurá-los, especificando os instrumentos que Deus estava prestes a usar e explicando de que maneira eles poderia participar da salvação.
Ao final, fiz uma conclusão do livro e coloquei a bibliografia utilizada. Espero que esta obra seja útil, proveitosa para o ensino, aprendizagem e compartilhamentos.
Aqui neste livro, além das reflexões e segmentação, você encontrará uma palavra de fé, de encorajamento, de certeza e de convicção de que não estamos aqui por acaso, nem somos frutos das circunstâncias aleatórias do universo.
Tudo na vida tem um propósito, uma função e você já descobriu a sua ou o seu propósito? 
A ordem e a organização do texto segue a mesma da narrativa bíblica. Boa leitura!
Palavras finais da introdução.
Eu tenho me esmerado em estudar a Bíblia de forma sistemática e mais aprofundada possível e o que mais tenho visto nas histórias da Bíblia é Deus falando, Deus fazendo, Deus mostrando, Deus instruindo, Deus aparecendo, Deus se revelando, Deus fazendo alianças, Deus se aproximando, Deus conduzindo. E o homem? Este sendo convidado a pregar a palavra de Deus e não suas opiniões e filosofias.
Veremos que o livro de Isaías também não é diferentes! Não há como não deixar de registrar que a nossa vida é resultado da pura graça divina de um Deus misericordioso, bondoso e cumpridor de suas promessas e que zela de sua palavra para a cumprir e servir de exemplo para nós termos a mesma fidelidade.
Ainda quero aproveitar o ensejo para comunicar aos amados leitores que as versões impressas e eletrônicas poderão apresentar alguma diferença na disposição gráfica do texto devido a sua segmentação, mas o conteúdo é o mesmo.
Uma curiosidade: eu levei exatos 66 dias para rascunhar o conteúdo deste livro – comecei em 28/11/2014, inclusive, e terminei em 01/02/2014, também inclusive, que justamente representa o número de capítulos de Isaías (66 capítulos), um por dia!
Você poderá encontrar qualquer capítulo em forma digital de texto e de vídeo. Em texto, em nosso site: http://www.jamaisdesista.com.br; em vídeo, no nosso canal do YouTube (inscrevá-se em nosso canal): https://www.youtube.com/c/OsSemeadores?sub_confirmation=1
Agradecemos sua compreensão e paciência.
A Deus toda a glória!
 Parte I – APRESENTAÇÃO – 1:1.
 Is 1:1-31 – A visão de Isaías
Aqui Isaias se identificou a si mesmo como o autor e contextualizou-se historicamente à época dos reis de Judá. Recomendo a leitura do texto acima intitulado: “Contextualização histórica-temporal de Isaias.
Além dessa apresentação, veremos outras que aparecem em 2.1; 13.1; 14.28; 15.1; 17.1; 19.1; 21.1,11,13; 22.1; 23.1, mas todas elas atribuem o material desse livro a Isaías.
O livro é uma compilação de revelações de Deus que vieram a Isaías durante os reinados de Uzias (792-740 a.C.), Jotão (750-731 a.C.), Acaz (735-715 a.C.) e Ezequias (729-686 a.C.). O nome de Isaías significa "O SENHOR salva".
Parte II – A MENSAGEM DE JULGAMENTO E RESTAURAÇÃO PREGADA POR ISAÍAS – 1:2 a 6:13.
Esses capítulos fornecem um resumo das profecias de Isaías. Ele proferiu palavras de julgamento contra Israel e Judá, mas também forneceu a esperança de restauração após o exílio.
Um severo julgamento estava prestes a acontecer contra o rebelde povo de Deus por meio de destruição e exílio, mas esse julgamento terminaria resultando em purificação do povo de Deus, bem como grande restauração.
A resposta de Isaías ao julgamento assírio incluiu ameaças de julgamento e esperança de restauração que as gerações futuras precisavam aplicar a si mesmas. Nesses capítulos, fica demonstrada a confiabilidade de Isaías como profeta.
Vamos dividir essa segunda parte em três blocos:
A.      Julgamento e restauração à retidão e à justiça (1:2-2.5) – com suas subdivisões: 1. Demanda contra a impiedade e a injustiça (1.2-31) 2. A justiça e a retidão futuras de Sião (2.1-5). 
B.      Julgamento e restauração naquele dia (2.6-4.6) – com suas subdivisões:  1. Orgulho e sincretismo naquele dia (2.6-22) 2. Os lideres de Jerusalém naquele dia (3.1-15) 3. As mulheres altivas naquele dia (3.16-4.1) 4. O Renovo do Senhor naquele dia (4.2-6)
C.      Julgamento que leva à restauração (5.1-6.13) – com suas subdivisões:  1. O cântico da vinha (5.1-7) 2. Os ais contra o povo de Deus (5.8-30) 3. A missão de Isaías de julgamento e restauração (6.1-13)
Nesses versículos Isaías anuncia a ação judicial de Deus contra o seu povo (1.2-31) e prossegue com uma declaração da exaltação futura de Sião (2.1-5).
A repetida preocupação desses versículos é o julgamento contra a falta de retidão e justiça em Jerusalém e a restauração delas na cidade após o julgamento.
1. Demanda contra a impiedade e a injustiça (1.2-31)
Isaías inicia o seu livro profético com uma dramática visão da corte do céu, onde Deus apresenta a sua demanda contra Judá e pronuncia a sentença de julgamento.
Ele começa dizendo que é o Senhor quem fala e a sua fala é de lamento por ter criado filhos e os engrandecido, porém são filhos que não o ouvem.
Até o boi e o jumento conhecem o seu possuidor, no entanto, os filhos do homem, não conhecem ao Senhor. Eu diria que esse “não conhecer” está mais para rejeitar o conhecimento que todos tem do Senhor.
É minha aposta teológica e afirmação contumaz. Um pressuposto que carrego comigo baseado nas Escrituras, principalmente em Romanos 1.
TODO HOMEM TEM CONHECIMENTO DE DEUS!
Até o índio que nunca viu um homem branco ou um homem que jamais viu civilização e vive isolado em alguma ilha desse mundo ou selva que ninguém nunca tenha ido até lá, até esses tem conhecimento de Deus. Até aquele que diz que Deus não existe ou aquele que acha que Deus não existe, mas não tem certeza disso, não importa. Todos temos conhecimento de Deus!
Essa palavra conhecer é delicada! Para evitarmos confusão estou dizendo conhecer no sentido de saber, de consciência relacionada por exemplo a outras criaturas. Eu sou homem e sei que há mulher, mesmo que eu nunca tivesse visto uma. Também sei que há outros homens, como eu. Também, do mesmo jeito, sei que há um Deus que criou todas as coisas.
Por isso que Romanos nos diz que somos indesculpáveis e de fato somos.
Ele continua no verso 4 falando, profetizando com uma das formas de literatura profética “os ais”. Ele fala da nação! Ai da nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, filhos corruptores. Sabem por quê? No mesmo verso se vê a explicação:
·       Abandonaram ao Senhor.
·       Blasfemaram do Santo de Israel.
·       Voltaram para trás.
A continuação é terrível. Toda cabeça se encontra doente e todo coração enfermo! Se não bastasse isso, todo o corpo, desde a planta dos pés ao alto da cabeça – vs. 6.
Em consequência, a terra sofre e fica assolada e as cidades consumidas e a lavoura fica para os estranhos. Se o Senhor dos Exércitos (uma designação para Deus como o guerreiro divino - 5 26; 9.6; 13.4; 24.14-16; 30.27; 40.10-11; 42.13,25; 59.17; 66.15-16 -, como o comandante de suas tropas, sejam do céu ou da terra, onde as suas batalhas e guerras sempre terminam com a sua vitória) não tivesse deixado os remanescentes, por sua pura graça e misericórdia, já se teriam tornado semelhante à Sodoma e Gomorra – vs. 9.
Não se parece essa época com a presente era no Brasil? Cadê os profetas do Senhor para anunciarem o tempo de arrependimento antes que nos seja tarde?
A partir do verso 10, Isaias  condena o culto hipócrita. Ir adorar a Deus no templo ou em qualquer outro lugar e permanecer hipócrita, falso, egoísta, descuidado com o próximo, seu irmão, é realmente um ato de ofensa e afronta a Deus.
Tendo associado Judá a Sodoma e Gomorra (veja 3:9), Deus convoca os réus para ouvir as argumentações judiciais da corte (cf. 1.2).
Deus quer obediência do coração em vez de sacrifícios de animais oferecidos por hábito ou tradição (1 Sm 15.22-23; Mq 6.6-8; Mt 23.23).
Deus não tolerava mais as práticas religiosas hipócritas do seu povo infiel e desobediente (veja SI 51.16). É aqui que o profeta revela o cerne da acusação de Deus contra Judá: a corrupção do sistema legal de Jerusalém e sua injustiça social. Veja 1.17,21,26-27.
Aqueles que vivem da fé, jamais deixarão de lado a preocupação com os necessitados, pois essa é uma importante demonstração de espiritualidade verdadeira (cf. vs. 23; veja 58.7; Jr 22.16; Tg 1.27).
Depois dessas palavras duras contra o pecado e contra o culto hipócrita, um anúncio, um convite da graça a partir do verso 18. E que convite! Parece mesmo um pregador da graça do evangelho de Jesus Cristo anunciando o tempo aceitável do Senhor.
O convite está feito e aberto, mas a rejeição dele, meu Deus, ai dos desprezadores e dos que tem por hábito rejeitar a Deus! Eles serão devorados à espada, porque a boca do Senhor o disse – vs. 20.
Quem prega sempre crê que irá pregar para salvação, para cura e libertação – bem esse é o objetivo -, mas no fundo, no fundo, nem sempre é assim, pois para os desprezadores, a palavra que geraria vida, gerará a morte!
Se alguém está pregando em nome de Jesus e sendo a boca de Deus no anúncio de sua palavra e do evangelho, cuidado! Eu sempre cri que a pregação tem SEMPRE duas funções: amolecer os corações de cera que se derreterão a favor do Senhor e endurecer os corações de barro, que resistirão ao Espírito Santo. Não há meio termo!
A partir do verso 21, temos o julgamento e a redenção de Jerusalém, ou seja, Isaias encerrará a cena da sala do tribunal com uma declaração de culpa de Sião e a consequente punição que levaria à eliminação do mal.
Talvez levando ainda mais adiante a personificação de Jerusalém no vs. 8. Logo após ter sido fundada por Davi, a cidade era fiel; com o decorrer do tempo, porém, tornara-se grandemente pérfida.
Perceba o tema da prostituição em Os 1-3. Nesse caso, a devassidão de Jerusalém estava basicamente associada à influência que as cortes sofriam das falsas religiões. Veja essa restauração desse caráter na cidade no vs. 26.
A prática de suborno é fortemente condenada na lei de Deus, pois ela promove a injustiça (Ex 23.8; Dt 10.17; 16.19; 27.25; veja também Is 5.23; 33.15; 45.13). Outra coisa que também promove a injustiça estão relacionados aos órfãos e às viúvas. Eles eram especialmente vulneráveis à injustiça e, portanto, de particular preocupação para Deus (p. ex. Dt 10.18; 17.19; 24.17-19; 26.12-13; SI 146.9).
Judá havia violado a tal ponto a sua aliança com Deus que tornara-se sua inimiga e, assim, estava sujeita a sua santa ira despejada por meio do ataque assírio e, posteriormente, babilônico. O julgamento de Jerusalém tinha o propósito de purificá-la da corrupção.
A limpeza do julgamento poria fim à restauração da cidade, e não à sua destruição final. O que está em questão aqui é a reintegração de "juízes" e "conselheiros" que trariam justiça à cidade depois do exílio.
A Jerusalém restaurada seria semelhante ao que fora no início, só que melhor. Tanto os líderes quanto o povo viveriam em harmonia com a vontade de Deus (24.23; 32.1). A cidade ficaria repleta de homens e mulheres piedosos que praticariam a retidão e demonstrariam serviço fiel a Deus e às outras pessoas.
Um enorme contraste é estabelecido entre "os que se arrependem" (vs. 27) e "os que deixarem o SENHOR" (vs. 28). Os primeiros seriam "redimidos" (vs. 27), enquanto os últimos "pereceriam" (vs. 28).
Num certo grau, os julgamentos assírio e babilônico contra Judá conseguiram isso, mas o julgamento e a redenção finais serão cumpridos por Cristo em sua volta.
Sião seria redimida pelo direito, pelos que se arrependessem, pela justiça – vs. 27, mas quanto aos transgressores, os pecadores e os que deixarem o Senhor, serão juntamente destruídos.
Quando chegassem à ruína, os pecadores de Judá perceberiam o quanto eles estavam errados (26.1 29.22; 44.9,11; 65.13, 66.5). Foi principalmente nos locais reservados para os rituais de fertilidade – carvalhos, jardins - que eles haviam corrompido Judá (65.3; 66.17).
A corrupção das cortes de Jerusalém evidentemente era resultado, da maneira direta ou indireta, da adoção de práticas injustas (vs. 7) promovidas pelas falsas religiões.
Is 1:1 Visão de  Isaías, filho de Amós, que ele teve
               a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de
                              Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá.
               Is 1:2 Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra;
                              porque o SENHOR tem falado:
               Criei filhos, e engrandeci-os;
                              mas eles se rebelaram contra mim.
               Is 1:3 O boi conhece o seu possuidor,
                              e o jumento a manjedoura do seu dono;
                                            mas Israel não tem conhecimento,
                                                           o meu povo não entende.
               Is 1:4 Ai, nação pecadora, povo carregado de iniquidade,
                              descendência de malfeitores, filhos corruptores;
                                            deixaram ao SENHOR, blasfemaram
                                                           o Santo de Israel, voltaram para trás.
               Is 1:5 Por que seríeis ainda castigados, se mais vos rebelaríeis?
                              Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco.
               Is 1:6 Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã,
                              senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas,
                                            nem ligadas, nem amolecidas com óleo.
               Is 1:7 A vossa terra está assolada, as vossas cidades estão
                              abrasadas pelo fogo; a vossa terra os estranhos a devoram
                                            em vossa presença; e está como devastada,
                                                           numa subversão de estranhos.
               Is 1:8 E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha,
                              como a choupana no pepinal, como uma cidade sitiada.
               Is 1:9 Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado
                              algum remanescente, já como Sodoma seríamos,
                                            e semelhantes a Gomorra.
               Is 1:10 Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma;
                              dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.
               Is 1:11 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios,
                              diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros,
                                            e da gordura de animais cevados;
                              nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros,
                                            nem de bodes.
               Is 1:12 Quando vindes para comparecer perante mim,
                              quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis
                                            a pisar os meus átrios?
               Is 1:13 Não continueis a trazer ofertas vãs;
                              o incenso é para mim abominação, e as luas novas,
                                            e os sábados, e a convocação das assembleias;
                                                           não posso suportar iniquidade,
                                                                          nem mesmo a reunião solene.
               Is 1:14 As vossas luas novas, e as vossas solenidades,
                              a minha alma as odeia; já me são pesadas;
                                            já estou cansado de as sofrer.
               Is 1:15 Por isso, quando estendeis as vossas mãos,
                              escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as
                                            vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas
                                                           mãos estão cheias de sangue.
               Is 1:16 Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos
                              de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.
               Is 1:17 Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo;
                              ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão;
                                            tratai da causa das viúvas.
               Is 1:18 Vinde então, e argui-me, diz o SENHOR:
                              ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata,
                                            eles se tornarão brancos como a neve;
                              ainda que sejam vermelhos como o carmesim,
                                            se tornarão como a branca lã.
               Is 1:19 Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra.
               Is 1:20 Mas se recusardes, e fordes rebeldes,
                              sereis devorados à espada;
                                            porque a boca do SENHOR o disse.
               Is 1:21 Como se fez prostituta a cidade fiel!
                              Ela que estava cheia de retidão!
                                            A justiça habitava nela, mas agora homicidas.
               Is 1:22 A tua prata tornou-se em escórias,
                              o teu vinho se misturou com água.
               Is 1:23 Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões;
                              cada um deles ama as peitas, e anda atrás das recompensas;
                                            não fazem justiça ao órfão,
                                            e não chega perante eles a causa da viúva.
               Is 1:24 Portanto diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos,
                              o Forte de Israel:
                                            Ah! tomarei satisfações dos meus adversários,
                                                           e vingar-me-ei dos meus inimigos.
               Is 1:25 E voltarei contra ti a minha mão, e purificarei inteiramente
                              as tuas escórias; e tirar-te-ei toda a impureza.
               Is 1:26 E te restituirei os teus juízes, como foram dantes;
                              e os teus conselheiros, como antigamente;
                                            e então te chamarão cidade de justiça, cidade fiel.
               Is 1:27 Sião será remida com juízo,
                              e os que voltam para ela com justiça.
               Is 1:28 Mas os transgressores e os pecadores
                              serão juntamente destruídos;
                                            e os que deixarem o SENHOR serão consumidos.
               Is 1:29 Porque vos envergonhareis pelos carvalhos que cobiçastes,
                              e sereis confundidos pelos jardins que escolhestes.
               Is 1:30 Porque sereis como o carvalho, ao qual caem as folhas,
                              e como o jardim que não tem água.
               Is 1:31 E o forte se tornará em estopa,
                              e a sua obra em faísca;
                                            e ambos arderão juntamente,
                                                           e não haverá quem os apague.
Nos vs. 30-31 é feita uma comparação dos transgressores, dos pecadores e dos que deixam ao Senhor, com o carvalho cujas folhas murcham e com a floresta que não tem água. A seca (vs. 30) e o fogo (vs. 31) geralmente significam julgamento de Deus.
Além disso, em Isaías, a imagem da água significa salvação gratuita, graciosa e abundante (11.9; 32.2; 41.18; 48.21; 55.1; 58.11), enquanto a sua ausência, pressagia futilidade e separação das bênçãos de Deus (3.1; 7.19; 41:17; 50.2).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 

...


[1] Extraído da BEG, pg. 880.

...


2 comentários:

Postar um comentário

Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.