O propósito da epístola aos colossenses foi
o de afirmar e explicar a supremacia e a suficiência de Cristo em oposição a
todos os outros poderes e tentativas para obter a salvação. Estamos no capítulo
1/4.
Breve
síntese do capítulo 1.
Esta é mais uma epístola escrita da prisão
por Paulo que não se sentia prisioneiro apesar de preso. Somente não se sente
prisioneiro estando preso quem verdadeiramente está livre, livre em Cristo
Jesus.
Há muitos de nós que se sentem livres de
cadeias e prisões, mas estão na escravidão servindo o pecado da murmuração, da
reclamação. Paulo, embora preso era livre. Colossenses é uma epístola que fala
da supremacia e da suficiência de Cristo em relação à salvação do homem.
Supremacia porque nada é maior, nem melhor,
nem superior ao método de Deus – Cristo Jesus! Suficiente porque basta Cristo e
nada mais para salvar o homem de seus pecados.
Estamos agora segmentando Colossenses. O
conhecimento de Paulo de Cristo e da obra de Deus é espetacular.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. INTRODUÇÃO (1.1-14).
Paulo cumprimentou os colossenses e contou a
eles do seu louvor e suas orações a Deus em favor deles. Paulo iniciou a
epístola com as saudações costumeiras (vs. 1-2) e assegurou aos colossenses de
suas ações de graças (vs. 3-8) e orações (vs. 9-14) em favor deles.
A divisão da introdução ficará da seguinte
forma: A. Saudação (1.1-2) – veremos
agora; B. Relato a respeito da ação de graças (1.3-8) – veremos agora; e, C. Relato a respeito
da intercessão (1.9-14) – veremos agora.
A. Saudação (1.1-2).
Como costumava fazer em suas cartas, Paulo
cumprimentou os colossenses. Ele se identificou como Paulo, apóstolo de Jesus
Cristo pela vontade de Deus – não foi uma conquista humana – e apresentou a
Timóteo, sem nada falar dele.
A sua carta foi dirigida aos santos e fiéis
irmãos em Cristo de Colossos. A eles, Paulo ministrou, como de costume a graça
e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus.
Paulo elogiou os colossenses não somente
porque eles tinham sido feitos “santos” - separados do mundo - em Cristo, mas
também porque eles tinham permanecido "fiéis” a Cristo apesar dos falsos
ensinos que haviam penetrado nessa região.
A sinceridade de Paulo é demonstrada pelo
fato de que em outras circunstâncias ele não era tão positivo sobre a situação
de seus leitores (p. ex., Cl 1.6).
B. Relato a respeito da ação de graças (1.3-8).
Dos vs. de 3 a 8, Paulo faz um relato a
respeito da ação de graças. Para expressar a sua genuína apreciação pelos
serviços deles a Cristo, Paulo mencionou que ele dava graças pela obra da graça
de Deus na vida dos membros dessa igreja.
Um ensino que estava circulando em Colossos
questionava se Cristo sozinho era suficiente para uma vida fiel e salvação
final. Nessa breve expressão “fé em Cristo Jesus” – vs. 4 - Paulo lembrou a
seus leitores que o que eles já tinham "em Cristo” era suficiente e
completo.
Não somente Paulo tinha ouvido falar da fé
deles, mas também do amor por todos os santos e isso por causa da esperança que
lhes estava reservada nos céus. Fé – Amor - Esperança.
Essas qualidades formam a base para o
agradecimento de Paulo e são fundamentais para o seu entendimento da vida
cristã (veja Rm 5.2-5; Co1 13.13; Cl 5.5-6; lTs 1.3; 5.8; cf. Hb 10.22-24).
Elas são dons de Deus, não virtudes
produzidas pelos próprios cristãos. Paulo enfatizou a soberania de Deus em dar
a salvação, bem como a segurança dos cristãos no relacionamento que eles tinham
com Cristo (Ef 1.4; 2.8).
Em todo o mundo o evangelho ia frutificando
e crescendo. O povo ouvia e entendia a graça de Deus em toda a sua verdade, por
isso que se espalhava entre eles também. O instrutor deles tinha sido Epafras
que também falou a Paulo e a Timóteo do amor que eles tinham no Espírito.
Apesar do seu foco em Cristo, Paulo expressou a firme convicção de que o
Espírito Santo realizava a santificação na igreja (aqui expressa pelo "amor"
cristão). Veja Cl 5.22-23; Cl 5.22.
C. Relato a respeito da intercessão (1.9-14).
Era por isso que Paulo, desde o dia em que
ouvira falar deles, não cessava de orar por eles. Apesar das boas informações
que tinha recebido, Paulo entendia que os cristãos colossenses tinham constante
necessidade da ajuda de Deus. Paulo os assegurou de que orava continuamente por
eles.
A sua oração era para que fossem cheios do
pleno conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e entendimento
espiritual.
Os colossenses haviam se deparado com falsos
ensinos que afirmavam fornecer discernimento especial e revelações. Paulo disse
que eles deviam receber do Espírito esse tipo de conhecimento. Ele se contrapôs
a esse falso ensino ao chamar a atenção para a verdadeira origem do
conhecimento.
Paulo desejava que eles vivessem de maneira
digna do Senhor para poder agradá-lo e dessa forma, frutificando em toda boa
obra, com alegria, dando graças ao Pai. Essas são características da vida
cristã que agradam a Deus.
Para contrapor-se aos falsos ensinos em
Colossos, Paulo apresentou uma perspectiva positiva da vida cristã. Essas
descrições eram particularmente relevantes para a situação em Colossos, mas
elas também apontavam para as características que todo cristão deveria esforçar-se
para manifestar.
Num sentido rigoroso, é impossível para os
cristãos viverem uma vida que seja digna da posição que eles têm em Cristo.
Antes do retorno de Cristo, nós não podemos e não iremos agradar a Deus em
todas as coisas que fizermos. No entanto, essa perfeição é o nosso objetivo, e
nós poderemos sempre melhorar nas nossas tentativas para servir a Cristo de
maneira fiel.
Ou seja, jamais atingiremos a meta, mas
sempre correremos atrás dela. Vejamos o que ele nos diz que devemos fazer em Colossenses
1:10-12:
·Viver
de maneira digna do Senhor.
·Em
tudo agradá-lo.
üFrutificando
em toda boa obra.
üCrescendo
no conhecimento de Deus.
üFortalecendo-se
com todo o poder, de acordo com a força da sua glória, para que tivessem toda a
perseverança e paciência com alegria.
üDando
graças ao Pai, que é aquele quem nos tornou dignos de participar da herança dos
santos no reino da luz.
Por isso deveríamos dar graças ao Pai que
nos fez idôneos para participarmos da herança dos santos no reino da luz. O
falso ensino em Colossos resultou em covardia perante os seres cósmicos que
eram tidos como tendo poderes sobre os cristãos. (2.16,18,20-23).
Foi por isso que aqui Paulo usou a palavra “idôneos".
Nenhum poder no universo pode invalidar as credenciais daqueles que estão “em
Cristo" (vs. 2,41. A BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente
artigo teológico “A união com Cristo", em Cl 6.
Ele, Jesus Cristo, nos libertou ou nos
resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho
amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados – vs. 13 e 14.
Essa linguagem lembra a salvação de Israel
por Deus da escravidão do Egito e mais tarde do cativeiro na Babilônia. Paulo
via a humanidade fora de Cristo como estando desamparadamente sob o "reino
das trevas", o governo perverso de Satanás (Ef 2.1-3; 6.11).
Os cristãos são libertos deste mundo
perverso (Gl 1.4) e levados para o reino e a proteção do Filho de Deus.
A imagem dos "santos na luz" (vs.
12) é apropriada aqui, pois em outra parte Paulo falou da luz do evangelho
brilhando na escuridão e penetrando o véu que cobria o coração daqueles que estavam
perecendo (2Co 3.15; 4.4-6; 6.14; Ef 5.8-14; Fp 2.15; lTs 5.5).
Fomos resgatados do domínio das trevas e
transportados para o reino do Filho do seu amor, ou do seu Filho amado. Observe
o retrato de Jesus nos Evangelhos sinóticos como o amado de Deus (Mt 3.17;
17.5; Mc 1.11; 9.7; Lc 3.22), bem como o rico cenário do Antigo Testamento do
qual essa designação emerge (Dt 18.15; SI 2.7; Is 42.1).
É nele que temos a redenção – vs. 14. Em
outra carta Paulo falou da redenção como um acontecimento futuro, um tempo
quando os cristãos irão experimentar a emancipação do seu corpo no retorno de
Cristo (Rm 8.23).
Aqui a redenção está descrita como algo que
já foi efetuado porque nós já recebemos o perdão dos nossos pecados (observe o
padrão "outrora... mas agora" de 1.21-22,26; 2.13,17,20; 3.10).
Reparem nas palavras “resgatados” e
“transportados” no particípio passado indicando que a ação não se deu pelo pecador,
mas por aquele que o salvou.
II. A SUPREMACIA DE CRISTO (1.15-23).
O falso ensino em Colossos era
desacreditado pela supremacia de Cristo sobre todas as coisas, incluindo todo
poder tanto na antiga quanto na nova criação.
Paulo rompeu numa doxologia em louvor da
majestade e glória de Jesus. Muitos intérpretes acreditam que Paulo estava se
apropriando de um antigo hino cristão.
Ao apontar para a supremacia de Cristo
tanto na criação (vs. 15-17) quanto na redenção (vs. 18-19), ele indicou o
elemento que faltava no falso ensino em Colossos: uma visão apropriada da
pessoa de Cristo.
Com uma visão correta de Cristo, os
colossenses seriam capazes de resistir aos falsos ensinos que os estavam
perturbando (vs. 20-23).
Além do mais, ao escrever na forma de um
hino, Paulo os convidava a adorar o Filho de Deus, e não simplesmente a uma
obediência doutrinária a ele.
A divisão dessa parte ficará, conforme a
BEG, da seguinte maneira: A. Cabeça de toda a criação (1.15-17) – veremos agora; B. Cabeça da igreja (1.18-20)
– veremos agora; e, C. Implicações
práticas (1.21-23) – veremos agora.
A. Cabeça de toda a criação (1.15-17).
Paulo primeiro exaltou a supremacia de
Cristo sobre todas as coisas criadas, incluindo os poderes cósmicos.
Cristo é a imagem perfeita do Deus
invisível. Cristo é a "imagem de Deus" no sentido de que ele é o ser
humano perfeito, o último Adão (Rm 5.14; 1 Co 15.45).
No entanto, Cristo também se encaixa nessa
definição no sentido de que ele é Deus encarnado. A divindade de Cristo (Rm
9.5; Fp 2.6; Tt 2.13) tinha uma importância prática para Paulo.
Sendo Deus quanto à natureza, Cristo revela
Deus, o qual não pode ser visto e nem conhecido (1Tm 1.17; 6.16). Esse
pensamento é paralelo ao material de Jo 1.1-18 e Hb 1.3.
Os colossenses deveriam procurar Deus em
Cristo sobre tudo o mais, porque somente nele a imagem de Deus estava
perfeitamente preservada.
Além da imagem perfeita, ele é o
primogênito de toda a criação. Paulo não quis dizer simplesmente que o Filho
foi o primeiro ser criado, pois isso contradiria os vs. 16-17.
À luz das claras afirmações da divindade de
Cristo em outra parte no Novo Testamento (a BEG recomenda novamente a leitura e
a reflexão em seu excelente artigo teológico "Jesus Cristo, Deus e
homem", em Jo 1), é melhor entender o termo "primogênito" como significando "o filho favorecido que é o principal herdeiro de um
patrimônio familiar" (p. ex., Ex 4.22; SI 89.27).
O termo primogênito é empregado em
colossenses para indicar posição. Porque ele é especialmente amado pelo seu Pai
(vs. 13), e porque nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas (vs.
16-17), Jesus exerce toda a autoridade sobre a criação e desfruta de todos os
direitos sobre ela.
Foi nele que foram criadas todas as coisas
nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias,
poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Porque
ele é tanto o agente como o objetivo da criação, Cristo é Senhor sobre tudo o
que existe, até mesmo da hierarquia angélica que os colossenses pensavam que
precisavam aplacar ou reverenciar. Cristo é o Senhor dos anjos, não um ser
igual a eles.
Além disso, ele é antes de todas as coisas,
e nele tudo subsiste – vs. 17. Uma forte reafirmação da prioridade temporal e
supremacia cósmica de Cristo, esse versículo explicita o que estava implícito
no vs. 16: Cristo é temporalmente (no tempo) anterior a toda a criação. Ele não
é um ser criado. Não pode ser dito, como Ário (c. 250-336 d.C.) foi o último a
afirmar, que "houve um tempo em que ele não existia" (PNPN 2, vol.
14, pp. 53).
O pensamento de que Jesus é, o tempo todo,
o princípio sustentador e unificador do universo é ecoado em Hb 1.2-3.
B. Cabeça da igreja (1.18-20).
Tendo afirmado a supremacia de Cristo sobre
a criação, Paulo se voltou para a supremacia de Cristo sobre a nova criação, no
centro do qual é seu corpo, a igreja.
Paulo explicou essa imagem em Ef 1.21-23 e
desenvolveu suas implicações em Ef 4.15; 5.23.
A ressurreição de Jesus marcou o início de
uma nova criação (2 Co 5.17). Como o primeiro a ressuscitar da morte, Jesus
inaugurou o novo tempo antecipado pela profetas do Antigo Testamento (At
2.29-36; 13.32-35) e moldou uma nova humanidade nele para substituir a antiga
em Adão.
Sua ressurreição é tanto uma antecipação
quanto uma garantia da ressurreição que todos os cristãos um dia irão desfrutar
(Rm 8.29; 1Co 15.20-28; Hb 1.6; 12.23).
Sem diminuir da glória que o Filho
preexistente já tinha com o Pai, o Novo Testamento ensina que a ressurreição de
Cristo o destinava a uma posição superior e conquistou para ele um nome ainda
maior (At 13.33-34; Rm 1.4; Ef 1.20-23; Fp 2.1-11; Hb 1.4-5).
Pela virtude de sua ressurreição da morte,
Jesus Cristo é o Senhor do universo que ele criou, sustenta e redimiu. Ele é a
cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que
nele habitasse toda a plenitude – vs. 18,19; ver também 2.9. No grego “pleroma” tudo o que Deus é, e tem está
contido em Cristo cabalmente.
Como nele há o pleroma de Deus, é por meio
dele que ele, Deus, está reconciliando consigo mesmo todas as coisas, tanto as
que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu
sangue derramado na cruz – vs. 20.
Esse é o ponto alto dessa seção escrita na
forma de um hino. A queda da humanidade no pecado (a BEG sugere ler seu
excelente artigo teológico "A criação, a queda e redenção", em Gn 3)
trouxe consigo a corrupção de toda a criação, tanto a visível como a invisível
(Gn 3; Rm 5.12; 8.20; Ef 2.2; 6.12).
Por meio da encarnação de Cristo, de sua
morte expiatória e de sua ressurreição gloriosa:
·Está
garantida a continuação do seu reino e seu retorno em glória.
·Está
satisfeita a justiça de Deus (Rm 3.21-26).
·Está
restaurada a paz entre Deus e a humanidade (2Co 5.17-21).
·Está
assegurada a glorificação final da ordem criada (Rm 8.18-21).
·Estão
circunscritos (2.15) e destruídos (2Pe 2.4; Jd 6) os poderes dos seres de
espírito rebelde.
C. Implicações práticas (1.21-23).
Depois de considerar a majestade de Cristo
na criação e na igreja da nova criação, Paulo voltou a focalizar a sua discussão
nos cristãos de Colossos. Outrora inimigos de Deus e alienados de sua vida,
eles agora estavam reconciliados com Deus e eram chamados a serem fiéis a
Cristo.
Antes eram estranhos e estavam separados de
Deus e, em suas mentes (ou no entendimento), eram inimigos por causa das obras
malignas. Veja também 2.13; Ef 2.2-3; 4.17-19.
O texto pode indicar ou que nossa alienação
mental de Deus tem raiz no comportamento ou que ele é expresso pelo
comportamento. O ponto essencial é que os nossos pensamentos e ações conspiram
juntos contra Deus.
Antes, separados de Deus, agora
reconciliados pelo corpo físico de Cristo, ou no corpo da sua carne – vs. 22. A
morte de Jesus em carne significa que a reconciliação que Deus efetuou não é
simplesmente uma questão de pacificação cósmica de poderes hostis.
Ela também proporciona a renovação pessoal
e a purificação daqueles que aceitam o evangelho e se firmam nele (2.13; Rm
5.6-11; Ef 2.4-10).
Antes separados, agora reconciliados para
sermos apresentados diante dele:
üSantos.
üInculpáveis.
üLivres
de qualquer acusação.
Isso se permanecermos alicerçados e firmes na
fé, não nos deixando afastar da esperança do evangelho. A fé salvadora é a fé
que persevera e suporta (vs. 11) e que está ancorada na esperança (vs. 5).
Ao contrário do que os inimigos de Paulo
ensinavam, a verdadeira fé e esperança estão somente em Cristo. Essa relação
com Cristo é confirmada pela fé e pela esperança e não pela prática de
disciplinas ascéticas rigorosas.
Essa esperança do evangelho, que eles
ouviram e que foi proclamado a todos os que estão debaixo do céu. Esse é o
evangelho do qual Paulo, tinha se tornado ministro e que foi pregado a toda
criatura.
Uma alusão a uma das condições a ser
cumprida antes da consumação dos tempos: a proclamação do evangelho para o
mundo inteiro (1.6; Mt 24.14; Mc 13.10). Essa passagem fala disso como já tendo
sido completado, assim como faz o livro de Atos (At 1.8; 13.47; 28.28-31).
Aqui Paulo fez uso de uma hipérbole (um
exagero intencional visando causar efeito). E ainda, ao exercer o seu
ministério nos centros urbanos do Império Romano, Paulo via a si mesmo (e aos
outros apóstolos) como tendo alcançado o mundo civilizado (At 19.10; Rm
15.18-25) desse modo tornando possível o iminente retorno de Cristo.
III. MINISTÉRIO DE PAULO AOS COLOSSENSES (1.24-2.7)
O ministério de Paulo à igreja foi
planejado para convencer os colossenses a se afastarem do falso ensino que
estava sendo ministrado entre eles. Dos vs. 1.24 a 2.7, veremos o ministério de
Paulo aos colossenses.
Paulo relembrou aos colossenses da extensão
cósmica do senhorio de Cristo (1.15-20), e do modo como a obra redentora de
Cristo relacionava-se com a vida deles (1.21-23).
Nesse ponto, ele voltou-se para o seu próprio
papel no plano redentor de Deus e o relacionamento que ele esperava que essa
carta iria estabelecer entre ele e os colossenses (muitos dos quais ele nunca
havia encontrado), para persuadi-los a deixar o cativeiro das “filosofias” que
predominava entre eles (2.8).
Dado o contexto dessa passagem, que
enfatiza a suficiência total de Cristo, bem como o que Paulo disse em outras
partes (p. ex., Rm 3.21-26; 2Co 5.17-21), as palavras de Paulo não significam
que a obra salvadora de Cristo na cruz não teve mérito suficiente para
assegurar a nossa salvação.
Se a passagem for considerada como dizendo
que as aflições da igreja acrescentam mérito além do que já foi conquistado por
Cristo, ela está sendo seriamente mal interpretada.
Antes, o que "resta" das aflições
de Cristo é por causa da necessidade divinamente apontada de que os cristãos
devem suportar aflições, as quais a igreja é chamada para sofrer por Cristo e
com ele (2Co 4.7-12; 1 Ts 3.2-4).
Num sentido real, esse sofrimento permanente
da igreja como o corpo de Cristo é identificado com os sofrimentos do próprio
Cristo (cf. At 9.4).
Paulo pode ter tido como objetivo aqui a
intensificação dos sofrimentos que o povo de Deus terá de suportar nos últimos
dias (Mt 24.21-22), os estágios finais da História, que foram precedidos pela
morte e ressurreição de Cristo (Rm 13.11-14; 1Co 7.29).
Esse é o motivo pelo qual Paulo sofria
"por amor” à igreja (2Tm 2.10; veja também Ef 3.13). Como um servo do
evangelho, Paulo regozijava-se pela oportunidade de participar nos sofrimentos
do povo de Deus.
Paulo se tornou ministro de acordo com a
responsabilidade por Deus a ele atribuída de apresentar-lhes plenamente a
palavra de Deus, o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações, mas
que agora foi manifestado a seus santos – vs. 25 e 26.
Essa palavra “mistério” era muito usada na
religião pagã do século 1 para se referir aos ensinamentos secretos que eram
passados para alguns poucos (geralmente mediante o pagamento de uma taxa)
iniciados, mas foi com alguma ironia que Paulo aplicou esse termo à revelação
do Filho de Deus que foi gratuitamente colocada à disposição das nações (1.27;
2.2; 4.3; Ef 1.9; 3.3-4,9; 5.32; 6.19).
No vocabulário de Paulo,
"mistério" refere-se ao que antes estava oculto no conselho de Deus,
mas que agora foi revelado, ou seja, o modo pelo qual o reino de Deus foi
estendido às nações dos gentios no período do Novo Testamento.
A maior parte do propósito de Deus para os
gentios estava escondida deles antes da vinda de Jesus. As gerações anteriores
tiveram permissão para andar "nos seus próprios caminhos" (At 14.16;
veja Rm 1.24-32; Ef 2.12).
O Antigo Testamento falou mediante sombras,
sinais e alusões a respeito de um dia em que Deus levaria os gentios para o
reino de Deus por meio do Messias (p. ex., Gn 12.3; Zc 9.9-10).
No entanto, o próprio Paulo teve de
aprender que a maioria dos judeus rejeitaria o evangelho e que os gentios o
aceitariam em grande número (At 13.46).
Nesse sentido, a maneira e a condição pelo
qual a inclusão dos gentios ocorreria durante o período do Novo Testamento
tinham sido amplamente ocultas. Isso foi revelado somente para os apóstolos e
profetas do Novo Testamento, e explicado por eles (Ef 3.5-6).
Deus quis dar a conhecer entre os gentios a
gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em nós, a esperança da glória.
CRISTO EM NÓS, A
ESPERANÇA DA GLÓRIA!
Assim, nós proclamamos, advertindo e
ensinando cada um com toda a sabedoria, a fim de que possamos apresentar todo
homem perfeito em Cristo – Gl 2.20 – e para isso, nós agora, os vivos, nos
esforçamos, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em cada crente
no Senhor. (Cl 1.27-29).
Cl 1:1 Paulo,
apóstolo
de Cristo Jesus,
por
vontade de Deus,
e o irmão Timóteo,
Cl
1:2 aos santos
e
fiéis irmãos em Cristo
que
se encontram em Colossos,
graça
e paz a vós outros,
da
parte de Deus,
nosso
Pai.
Cl 1:3 Damos sempre graças a Deus,
Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo,
quando
oramos por vós,
Cl
1:4 desde que ouvimos
da
vossa fé em Cristo Jesus
e
do amor que tendes
para
com todos os santos;
Cl 1:5 por causa da esperança que vos
está preservada
nos
céus, da qual antes ouvistes
pela
palavra da verdade do evangelho,
Cl
1:6 que chegou até vós;
como
também, em todo o mundo,
está
produzindo fruto e crescendo,
tal
acontece entre vós,
desde o dia em que ouvistes
e
entendestes a graça de Deus na verdade;
Cl
1:7 segundo fostes instruídos por Epafras,
nosso
amado conservo
e,
quanto a vós outros,
fiel
ministro de Cristo,
Cl
1:8 o qual também nos relatou
do
vosso amor no Espírito.
Cl 1:9 Por esta razão, também nós, desde
o dia em que o ouvimos,
não
cessamos de orar por vós
e
de pedir que
transbordeis
de pleno conhecimento da sua vontade,
em
toda a sabedoria
e
entendimento espiritual;
Cl
1:10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor,
para
o seu inteiro agrado,
frutificando
em toda boa obra
e
crescendo no pleno conhecimento de Deus;
Cl
1:11 sendo fortalecidos com todo o poder,
segundo
a força da sua glória,
em
toda a perseverança
e
longanimidade;
com
alegria,
Cl
1:12 dando graças ao Pai,
que
vos fez idôneos
à
parte que vos cabe
da
herança dos santos na luz.
Cl 1:13 Ele nos libertou
do
império das trevas
e
nos transportou
para
o reino do Filho do seu amor,
Cl
1:14 no qual temos
a
redenção,
a
remissão dos pecados.
Cl 1:15 Este é a imagem do Deus
invisível,
o primogênito de toda a criação;
Cl 1:16 pois, nele, foram criadas
todas
as coisas, nos céus
e
sobre a terra,
as
visíveis
e
as invisíveis,
sejam
tronos,
sejam
soberanias,
quer
principados,
quer
potestades.
Tudo foi criado
por
meio dele
e
para ele.
Cl 1:17 Ele é antes de todas as coisas.
Nele, tudo
subsiste.
Cl 1:18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja.
Ele é o princípio,
o primogênito de entre os mortos,
para
em todas as coisas ter a primazia,
Cl
1:19 porque aprouve a Deus que,
nele,
residisse toda a plenitude
Cl
1:20 e que, havendo feito a paz
pelo
sangue da sua cruz,
por
meio dele,
reconciliasse
consigo mesmo
todas
as coisas,
quer
sobre a terra,
quer
nos céus.
Cl 1:21 E a vós outros também que,
outrora,
éreis
estranhos
e
inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas,
Cl 1:22 agora, porém,
vos
reconciliou
no
corpo da sua carne,
mediante
a sua morte,
para
apresentar-vos perante ele
santos,
inculpáveis
e
irrepreensíveis,
Cl
1:23 se é que permaneceis na fé,
alicerçados
e firmes,
não
vos deixando afastar da esperança do evangelho
que
ouvistes
e
que foi pregado
a
toda criatura debaixo do céu,
e
do qual eu, Paulo,
me
tornei ministro.
Cl 1:24 Agora, me regozijo
nos
meus sofrimentos por vós;
e
preencho o que resta das aflições de Cristo,
na
minha carne,
a
favor do seu corpo,
que
é a igreja;
Cl
1:25 da qual me tornei ministro
de
acordo com a dispensação da parte de Deus,
que
me foi confiada a vosso favor,
para
dar pleno cumprimento
à
palavra de Deus:
Cl 1:26 o mistério que estivera oculto
dos séculos e das gerações;
agora,
todavia, se manifestou aos seus santos;
Cl
1:27 aos quais Deus quis dar a conhecer
qual
seja
a
riqueza da glória deste mistério
entre
os gentios,
isto
é,
Cristo
em vós,
a
esperança da glória;
Cl 1:28 o qual nós anunciamos,
advertindo
a todo homem
e
ensinando a todo homem em toda a sabedoria,
a
fim de que apresentemos
todo
homem
perfeito
em Cristo;
Cl 1:29 para isso é que eu também
me
afadigo,
esforçando-me
o mais possível,
segundo
a sua eficácia
que
opera eficientemente em mim.
Confesso aos amados que esta epístola é
muito interessante apesar de muito complexa e segmentá-la corretamente é uma
grande tarefa. Fiquemos à vontade para criticar visando oferecermos o melhor conteúdo
possível aos irmãos.
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
Muito interessante seu texto, e super relevante para a caminhada cristã, lembre-se de sempre fazer as citações, pois varias partes do seu texto, são de autoria de outras pessoas, isso além de ser mais transparente incentiva os irmãos a ler mais, grande abraço
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Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
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As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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2 comentários:
Tem sido benção os estudos feitos pelo irmão Daniel, Deus o abençõe.
Muito interessante seu texto, e super relevante para a caminhada cristã, lembre-se de sempre fazer as citações, pois varias partes do seu texto, são de autoria de outras pessoas, isso além de ser mais transparente incentiva os irmãos a ler mais, grande abraço
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Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.