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domingo, 26 de julho de 2015

Zacarias 9 1:1-17 - OS PRESOS DA ESPERANÇA E A RESTITUIÇÃO EM DOBRO.

Reflexões em Zacarias
Estamos estudando, com a ajuda preciosa da BEG, o livro de Zacarias cujo pano de fundo histórico é o mesmo de Ageu, sendo que a ênfase de Zacarias não era somente a reconstrução do templo, como vimos em Ageu, mas ele também encorajava o povo quanto à Jerusalém ser o local, num futuro de médio prazo, para o reino de Deus. Estamos começando a segunda parte com o nono capítulo.
II. AS PROFECIAS COM APLICAÇÃO NO FUTURO (9.1-14.20).
Zacarias trouxe várias profecias que falaram de um futuro mais distante da comunidade restaurada. Um grupo de profecias revelou que Deus traria bênçãos para Jerusalém por meio da linhagem real de Davi. Um Segundo grupo revelou o complexo processo pelo qual Deus manteria as promessas feitas apesar das contínuas falhas do povo.
Veremos doravante até o término deste livro as profecias com aplicações no futuro.
Essa segunda metade do livro contém profecias não datadas que se encaixam melhor numa época logo após a reconstrução do templo. O profeta voltou a sua atenção para o futuro do reino de Deus em duas grandes seções (9.1-11.17; 12.1-14.20). Elas gerarão a nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. O primeiro grupo de profecias (9.1-11.17) – começaremos a ver agora - e B. O segundo grupo de profecias (12.1-14.21).
A. O primeiro grupo de profecias (9. 1-11. 17).
Até o capítulo 11, estaremos vendo o primeiro grupo de profecias, que tratam da vinda de Deus, o Rei, em julgamento. Ele também foi dividido em quatro seções: 1. Deus vinga-se do seu povo (9.1-8) – veremos agora; 2. O rei de Israel chega a Jerusalém (9.9-17) – veremos agora; 3. Deus reúne o seu povo (10.1-11.3); e, 4. O pastor do povo de Deus (11.4-17).
1. Deus vinga-se do seu povo (9.1-8).
Esses versículos retratam a Deus como um guerreiro vingador que tomaria posse de sua terra ao destruir todos os inimigos em seu caminho.
Conforme a BEG, ele viria do norte de Jerusalém, um acontecimento que levaria ao chamado para a celebração no vs. 9 (cf. vs. 14-17, onde Deus é retratado como vindo do sul de Jerusalém). Como também ocorre em outros profetas, Deus é visto vingando o seu povo por meio do avanço de um exército gentio (veja Is 45.1-3; Mq 1.2-7). Após o Império Medo-Persa, Alexandre, o Grande, veio do norte e conquistou Canaã, em 333 a.C.
Essa expressão exata “A sentença pronunciada pelo SENHOR” que inicia o capítulo 9, aparece apenas mais duas vezes no Antigo Testamento (12.1; Ml 1.1).
A sentença ou advertência seria contra Hadraque, cidade mais ao norte, citada nos vs. 1-8, e chamada de Hatarikka nas inscrições cuneiformes assírias, mas cairia sobre Damasco, capital de Arã, cidade vizinha mais ao norte de Israel.
Isso porque os olhos do SENHOR estão sobre toda a humanidade e, em especial, sobre todas as tribos de Israel – vs. 1. A campanha militar de Alexandre seria tão espetacular que toda a humanidade, principalmente o povo de Deus, tomaria conhecimento desse rei poderoso quando ele fosse instrumento da justiça divina.
Também estaria sobre Hamate, no rio Orontes, ao norte de Damasco, e ainda mais sobre Tiro e Sidom. Essas cidades da costa mediterrânea da antiga Fenícia foram centros comerciais durante todo o período bíblico.
A descrição de seus moradores como pessoas "cuja sabedoria é grande" pode estar ligada às suas habilidades comerciais. O julgamento sobre essas cidades é um tema comum no Antigo Testamento (Jr 47.1-7; Ez 28.1-23).
Com seu comércio e habilidades de seu povo em negociar, Tiro tinha construído para si uma verdadeira fortaleza e tinha acumulado prata como pó e o ouro como a lama das ruas, ou seja, estava abastada, rica e poderosa, mas o Senhor haveria de se apossar dela e ainda lançar no mar todas as suas riquezas, sendo ela mesma consumida pelo fogo de seu juízo – vs. 3 e 4.
As suas vizinhas ao ver isso, Asquelom, Gaza e Ecrom entrariam em agonia, ficariam com medo e perderiam toda a esperança.
Essas fortes cidades da Filístia não conseguiriam resistir ao julgamento de Deus contra elas. Muitas vezes, no Antigo Testamento, elas são destinadas para o julgamento (Veja Is 14.28-32; E7 25.15-17; Am 1.6-8). O fato seria que um povo bastardo ocuparia Asdode e assim Deus acabaria com o orgulho dos filisteus – vs. 6.
Assim, o Senhor haveria de literalmente tirar o sangue das suas bocas, e a comida proibida de entre os seus dentes, ou seja, haveria de ter misericórdia a fim de gerar a salvação entre eles, de forma que o que restasse iria pertencer ao Senhor Deus e se tornaria chefe em Judá, e Ecrom seria como os jebuseus. Alguns dos habitantes de Canaã, que não seriam destruídos pela ira do julgamento divino, seriam incorporados ao povo de Deus e se tornariam seus servos, como Araúna, o jebuseu, havia se tornado parte de Judá, gerações antes (2Sm 24.16-24; 1Cr 21.18.26).
Deus anunciou que defenderia a sua cidade nesses dias. Alexandre o Grande, não destruiu Jerusalém ou o templo construído por Zorobabel e Josué (veja 1.1-. 8.23).
Em várias ocasiões, os profetas anunciaram que a restauração acontecesse plenamente Deus não permitiria que nações gentias destruíssem ou controlassem a terra de Israel (14.11; Jl 2.19.26-27; Am 9.15; Sf 3.11,15).
Aqui, Zacarias falou do período da campanha de Alexandre (333 a.C.), mas os gregos e os romanos continuaram a oprimir o povo de Deus durante séculos, após a campanha desse grande conquistador.
Daniel profetizou que um quarto reino (Roma) oprimiria Judá (Dn 2.24-45) como parte de uma extensão do exílio por causa da contínua rebelião da comunidade restaurada contra Deus (Dn 9).
Continua a BEG a esclarecer que Zacarias apresentou a genuína oferta de Deus de que essa extensão do exílio seria reduzida e que a restauração do Messias aconteceria após a ocupação grega.
É verdade que a guerra dos Macabeus (166-142 a.C.) resultou na independência de Israel, mas essa autonomia foi manchada pela iniquidade tanto dos líderes como do povo.
Em 63 a.C., Roma dominou a região. Assim, a restauração nunca aconteceu em grande escala. A promessa de que o povo de Deus "não passará mais" pela derrota somente será plenamente cumprida Cristo retomar em glória.
2. O rei de Israel chega a Jerusalém (9.9-17).
Esses versículos de 9 ao 17 contemplam a chegada do Messias vitorioso a Jerusalém, a fim de garantir a promessa feita no vs. 9. Novamente, a oferta feita deveria acontecer em resposta à opressão grega (vs. 13).
Apesar da vitória de Israel durante o período dos Macabeus, a pecaminosidade flagrante e continua de Israel adiou essa vitória messiânica final até o quarto reino anunciado por Daniel (Roma).
Ainda assim, a profecia de Zacarias deu ao público original a esperança de que o Messias viria para destruir todos os inimigos e assegurar a restauração de Jerusalém.
O profeta anuncia um momento de grande alegria e grande regozijo para a cidade ou filha de Sião - título bastante comum para a cidade santa e o povo de Deus (Is 62.11; Sf 3.14; Is 1.8) – que deveria exultar-se. O povo de Deus se regozijaria porque o Senhor finalmente havia chegado a Jerusalém.
O rei soberano, o teu rei, o supremo e real descendente de Davi que fora prometido por repetidas vezes (2Sm 7.12-14; SI 132.1,10-11; Is 9.7; 11.1-5; Jr 23.5-6; 33.15-22; Ez 34.23-24; 37.24-28), o Justo e vitorioso, humilde, viria montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta.
Seu caráter e comportamento não seriam como os de outros reis do mundo. Ele defenderia a lei de Deus como os reis do Antigo Testamento deveriam ter feito (Dt 17.14-20). Sua bondade o tomaria aberto e acessível (Mt 11.29; Fp 2.5).
Ele viria montado em jumento, cria de jumenta, em vez de montar num grande cavalo como um guerreiro (cf. Ap 19.11), o grande Rei faria a sua aparição em Jerusalém montado num jumentinho (Mc 11.1-7).
Os jumentos estavam entre as montarias preferidas pela realeza (I Re 1.33) durante os períodos de paz.
Conforme os comentários da BEG, as mulas e os jumentos eram animais de montaria da realeza (vs. 9; Jz 10.4; 2 Sm 13.29; 18.9). No caso da situação de I Re 1.33, Davi estava declarando, com aquele ato, publicamente, que Salomão era o seu herdeiro escolhido. Ao montar num jumento, o Rei indicava a sua completa vitória e o fim da guerra (veja o vs. 10).
Os instrumentos de guerra – carros, cavalos de guerra, arcos de batalha - seriam abolidos no reino de paz do Rei justo (Is 2.1-5; 11.6-9; Mq 5.1) e a paz seria proclamada às nações. O grande Rei de Israel derrotaria todos os inimigos de Deus e, assim, introduziria a paz universal (Is 2.1-5; 9.5-7; 57.19; Mq 4.1-5; Ef 2.12-18).
Também o seu domínio se estenderia às extremidades da terra. O governo soberano e universal de Deus era fundamental à fé no Antigo Testamento (SI 22.27-28; 72.8; 96.4-6; Is 45.22: 52.10; 66.18; Dn 2.44-47; 7.13-14,27).
Porém, o objetivo da história bíblica – esclarece a BEG - é que o reino de Deus seja conhecido na terra como no céu (nesse ponto a BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4) onde poderemos constatar que Cristo – o centro da história, da Bíblia e da nossa vida - é aquele que trará o domínio universal do Pai à terra (Mt 12.28; Fp 2.9-11; Ap 19.11-21).
Sião é lembrada do sangue da aliança de Deus, uma referência à graciosa provisão de Deus para cobrir o pecado. No Antigo Testamento, era usado o sangue de animais (Ex 24.8); no Novo Testamento, essa primeira provisão é substituída pelo sangue do Messias (Mt 26.28). Por causa dessa graça de seu sangue remidor os prisioneiros seriam libertos da cova que não tinha água para matar a sede.
Então vem o apelo e o clamor para se voltar à fortaleza aqueles que estavam presos, os prisioneiros da esperança. Seria dito àqueles que permaneceram fora da Terra Prometida que deveriam voltar para seus lares, na Terra Prometida, pois que Deus estaria restituindo a eles tudo em dobro.
Desde os dias de Moisés, o plano de Deus era abençoar seu povo, depois de trazê-lo do exílio, de maneira que excederia as bênçãos oferecidas aos seus antepassados (Dt 30.5). É nessa base que o Novo Testamento compreende as grandes bênçãos de Deus para os crentes que estão sob a nova aliança.
Nos versos 13 e 14 se vê Deus, o Senhor soberano da história, movendo seu povo numa linguagem figurada como se os seus filhos fossem flechas que acertassem o alvo inimigo trazendo grandes vitórias ao povo de Deus.
 O Deus de Israel é agora retratado corno vindo da região sul do deserto, montado em redemoinhos (veja 25m 22.8-18; SI 18.7-15; Dn 7.13). A palavra hebraica traduzida por "Sul" também pode ser o nome próprio "Temã" (Hc 3.3). A resposta divina contra seus inimigos é aqui retratada em termos da antiga lembrança de Deus dirigindo-se para a batalha em favor de Canaã nos dias de Moisés (Veja Ex 15.14-18).
»ZACARIAS [9]
Zc 9:1 A palavra do Senhor está contra a terra de Hadraque,
e repousará sobre Damasco,
pois ao Senhor pertencem as cidades de Arã,
e todas as tribos de Israel.
Zc 9:2 E também Hamate que confina com ela,
e Tiro e Sidom, ainda que sejam mui sábias.
Zc 9:3 Ora Tiro edificou para si fortalezas,
e amontoou prata como o pó, e ouro como a lama das ruas.
Zc 9:4 Eis que o Senhor a despojará,
e ferirá o seu poder no mar;
e ela será consumida pelo fogo.
Zc 9:5 Asquelom o verá, e temerá;
também Gaza, e terá grande dor;
igualmente Ecrom, porque a sua esperança
será iludida;
e de Gaza perecerá o rei,
e Asquelom não será habitada.
Zc 9:6 Povo mestiço habitará em Asdode;
e exterminarei a soberba dos filisteus.
Zc 9:7 E da sua boca tirarei o sangue,
e dentre os seus dentes as abominações;
e ele também ficará como um resto
para o nosso Deus;
e será como chefe em Judá,
e Ecrom como um jebuseu.
Zc 9:8 Ao redor da minha casa acamparei contra o exército,
para que ninguém passe, nem volte;
e não passará mais por eles o opressor;
pois agora vi com os meus olhos.
Zc 9:9 Alegra-te muito, ó filha de Sião;
exulta, ó filha de Jerusalém;
eis que vem a ti o teu rei;
ele é justo e traz a salvação;
ele é humilde e vem montado sobre um jumento,
sobre um jumentinho, filho de jumenta.
Zc 9:10 De Efraim exterminarei os carros,
e de Jerusalém os cavalos,
e o arco de guerra será destruído,
e ele anunciará paz às nações;
e o seu domínio se estenderá de mar a mar,
e desde o Rio até as extremidades da terra.
Zc 9:11 Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu pacto,
libertei os teus presos da cova em que não havia água.
Zc 9:12 Voltai à fortaleza,
ó presos de esperança;
também hoje anuncio que te recompensarei em dobro.
Zc 9:13 Pois curvei Judá por meu arco,
pus-lhe Efraim por seta;
suscitarei a teus filhos,
ó Sião, contra os teus filhos,
ó Grécia; e te farei a ti,
ó Sião, como a espada de um valente.
Zc 9:14 Por cima deles será visto o Senhor;
e a sua flecha sairá como o relâmpago;
e o Senhor Deus fará soar a trombeta,
e irá com redemoinhos do sul.
Zc 9:15 O Senhor dos exércitos os protegerá;
e eles devorarão, e pisarão os fundibulários;
também beberão o sangue deles como ao vinho;
e encher-se-ão como bacias de sacrifício,
como os cantos do altar.
Zc 9:16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará,
como o rebanho do seu povo;
porque eles serão como as pedras de uma coroa,
elevadas sobre a terra dele.
Zc 9:17 Pois quão grande é a sua bondade,
e quão grande é a sua formosura!
o trigo fará florescer os mancebos
e o mosto as donzelas.
Esse versículo 15 - “O SENHOR dos Exércitos os protegerá” - prevê a proteção de Deus sobre o seu povo enquanto marcha contra os seus próprios inimigos, derrotando-os completamente. O povo de Deus ficaria exuberante devido à santa alegria.
Seu povo descansaria em segurança, como ovelhas sob o seu cuidado (13.7; Ez 34.1-24; 37.24), pois que seriam eles como pedras de uma coroa, ou seja, o povo se tornaria glorioso como resultado da presença de Deus (2Co 3.18).
A abundância natural – belos, formosos, abastados com o trigo e alegres com o vinho - que ocorrerá depois que o Messias estabelecer plenamente o seu reino cumpre a esperança da renovação da criação (veja Is 65.17; Ap 21.1).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


4 comentários:

Muito fiel...
VEJA O CAPÍTULO 9, VERSÍCULO X VERSÍCULO (em inglês) - acho que poderá te ajudar
https://biblehub.com/zechariah/9-1
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.