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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

João 3.1-36 - VOCÊ CRÊ EM CRISTO, O SEGUE E O OBEDECE? VOCÊ NASCEU DE NOVO!

O Evangelho de João é o livro escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 3, da parte II.
Breve síntese do capítulo 3
Jesus e Nicodemos; João Batista e seu testemunho.
Primeiro Nicodemos, um dos principais dos judeus que buscou a Jesus a noite quando mal poderia ser visto pelo mundo. Havia algo em Jesus que o atraia e ele foi ter com ele, com todo o respeito e temor, mas seu amor e temor era maior pelas glórias dos homens.
Ele nada entendeu do que Jesus lhe falava e Jesus não faz rodeios, mas vai direto ao assunto. Você não aceita meu testemunho porque não crê em mim porque o seu coração está mais voltado aos homens do que a Deus.
Isto foi o que entendi que Jesus falou a Nicodemos. Enquanto semelhantemente nossos corações estiverem longe de Deus não perceberemos Deus. Não há grandes mistérios, nem enigmas, nem coisas demasiadamente difíceis para os homens. Deus escolheu a fé para gerar nos homens a sua salvação por meio de seu Filho enviado. Quem o recebe, é salvo; quem o rejeita, rejeita a própria vida.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – estamos vendo; C. Uma breve visita a Jerusalém (5.1-47); D. O seu ministério na Galileia (6.1-71); e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50).
B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) - continuação.
Como já dissemos, Jesus realizou o seu primeiro milagre em Caná e mais tarde retornou ali para realizar um segundo milagre. Enquanto isso, vários acontecimentos importantes deram início a algumas das mudanças mais surpreendentes que Jesus trouxe ao mundo.
Assim, dividimos essa parte em 6 seções para melhor explorá-las: 1. O casamento em Caná (2.1-11) – já vimos; 2. A purificação do Templo (2.12-25) – já vimos; 3. A chegada do reino (3.1-21) – veremos agora; 4. Outro testemunho de João (3.22-36) – veremos agora; 5. A mulher samaritana (4.1-42); e, 6. Um oficial do rei em Caná (4.43-54).
3. A chegada do reino (3.1-21).
A chegada do reino é o primeiro sermão de Jesus. Ele se encontrou com Nicodemos e discutiu a natureza da nova ordem que estava iniciando.
Os sermões de Jesus se iniciam normalmente com alguém lhe fazendo uma pergunta, e então Jesus responde de modo a conduzir a discussão para um nível mais profundo, geralmente apontando equívocos e corrigindo-os.
O novo entendimento que surge desses debates possibilita àqueles que creem, confessar a Jesus com mais propriedade e exatidão.
Nicodemos era um dos principais príncipes dos judeus e também fariseu. Ele foi ter, como já dissemos, de noite com Jesus. Talvez Nicodemos estivesse com medo de ser observado e por isso evitou visitá-lo durante o dia.
A escolha dessa ocasião também pode indicar respeito por Jesus, uma vez que Nicodemos pode ter evitado distrair um rabino durante o dia. Nicodemos representa, de modo simbólico, uma pessoa que vive nas trevas deste mundo e encontra a luz (cf. 9.4; 11.10; 13.30).
Ele se dirige a Jesus chamando-o de Rabi e Mestre. Essa afirmação indica o conhecimento de Nicodemos sobre o fato de Deus certificar seus mensageiros, ou agentes de revelação, ao dar-lhes poder para realizar milagres. Porém, esse entendimento de Nicodemos não chegou a confessar plenamente quem Jesus é.
Os sinais eram tão notórios que ele afirma que o que Jesus fazia não poderia ser feito sem Deus estar no caso. Jesus, porém responde para ele o que ele precisa ouvir.
Nicodemos precisava nascer de novo. O termo grego traduzido como "de novo" também pude ser interpretado como "do alto" ou "de cirna". Essa tradução alternativa concorda satisfatoriamente com a discussão sobre as coisas "terrenas' e "celestiais" no vs. 12, e também com a discussão sobre Jesus ter subido e descido, no vs. 13; além disso, é empregada em outras passagens desse Evangelho (19.11,23).
Por outro lado, o termo equivalente para "regenerador" (Tt 3.5) favorece o sentido de "nascer de novo”. Logo, é possível que Jesus estivesse sendo propositalmente ambíguo, sugerindo que o novo nascimento também é um nascimento do alto.
Essa ambiguidade deu origem ao primeiro equívoco de Nicodemos (vs. 4), que por sua vez motivou o restante da conversa. A BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico 'Regeneração e novo nascimento', em Jo 3 – reproduzido ao final dessa reflexão e segmentação.
Essa frase enigmática “nascer da água e do Espírito” – vs. 5 -  induziu muitas discussões e várias propostas de solução.
(1)   "Água" se refere à liberação do líquido amniótico que se segue ao nascimento físico. Porém, não há nenhuma outra passagem da Escritura em que a palavra "água" se refira ao líquido amniótico.
(2)   "Agua' se refere à água que é usada no batismo cristão; porém, essa referência, que precedia a instituição desse ritual, não faria nenhum sentido para Nicodemos.
(3)   "Agua" é uma referência às passagens do Antigo Testamento no qual o termo "água" e "Espírito' são unidos para expressar o derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias ou final dos tempos (p. ex., Is 32.15; 44.3; Ez 36.25-27; veja também – sugestão da BEG - o artigo teológico "O plano das eras", em 1-lb 7). A menção dessa representação do Antigo Testamento, rica em simbolismos, explicaria a repreensão de Jesus no vs. 10.
(4)   "Água" se refere ao batismo de João que, tal qual o batismo cristão, significa a purificação dos pecados. Essa purificação está ligada à obra regeneradora do Espírito em SI 51.7-12 (cf. Tt. 3.5) e o Antigo Testamento menciona a água junto com a vinda do Espírito nos últimos dias (veja acima). Essa opinião favorece a maioria dos paralelos do Antigo Testamento e faz mais sentido à luz da menção de João Batista nos caps. 1; 3.
Tendo Jesus explicado, ainda restou dúvidas no coração de Nicodemos, mas Jesus o repreendeu dizendo que ele não aceitava o seu testemunho que era dele e do Pai.
Jesus afirmou a sua qualificação para falar das coisas celestiais, pois somente ele veio do céu. Mais adiante, a origem 'celestial' de Jesus se tornou a principal causa de disputa (6.41-42).
Jesus ainda cita o caso da serpente levantada no deserto que curava o povo que a contemplava, estando ela presa a um pedaço de madeira, suspensa entre os céus e a terra. Nm 21.4-9 registra a história da serpente de bronze, que era um tipo de Cristo.
Do mesmo modo que os israelitas foram salvos das serpentes abrasadoras ao fixarem os olhos na serpente de bronze pendurada sobre urna haste, assim também somos salvos do julgamento eterno ao olhar para Cristo, que foi levantado num madeiro.
Levantar é um termo-chave nesse Evangelho (8.28; 12.32,34), que transmite o duplo significado de crucificação e exaltação. O Evangelho de João considera a morte de Jesus na cruz, bem como a sua ressurreição e a sua glorificação, como aspectos de um único acontecimento que revela a glória de Deus.
A palavra 'importa' aponta para o propósito soberano de Deus, pois até mesmo a crucificação foi parte do plano eterno de Deus para salvar os eleitos (At 4.27-28).
Ele completa seu raciocínio e discurso a Nicodemos expressando um dos versos mais famosos da Bíblia (Jo 3.16) de que Deus amou ao mundo. Alguns tem empregado essa frase para sugerir que a morte de Jesus fez expiação por todos os seres humanos, e baseiam essa concepção na ideia de que Deus ama a todos da mesma maneira e com a mesma intensidade.
É verdade que o Novo Testamento ensina que a oferta do evangelho é grátis para todos, pois todos são convidados a compartilhar de Cristo.
No entanto, em outras passagens desse mesmo Evangelho, Jesus deixa claro que a sua expiação foi planejada somente para os eleitos (p.ex. 6.37-40; 10.14-18; 17.9).
Parece que Jesus usou o termo "mundo” para indicar que a sua obra salvadora não estava limitada aos judeus, mas se aplicava às pessoas em todo o mundo (isto é, aos eleitos de todas as nações). Veja os artigos teológicos – proposta da BEG - “Expiação limitada” em Jo 10, e “Amor divino", em I Jo 4.
Deus amou o mundo de tal maneira, isto é, “dessa Maneira” ou “assim”. De novo Jesus apontou para o paralelo da situação com Moisés, e não no sentido de “com tanta paixão" ou "com tanta ternura" que deu o seu Filho unigénito.
Jesus define o amor de Deus em termos de expiação, como é frequente no Novo Testamento (15.13-14; Rm 5.8; Cl 2.20; Ef 5.2; I Jo 3.16; 4.9-10; Ap. 1.5).
Ele amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo o que nele crê - a mesma frase grega empregada em 3.15 - não pereça (aqueles não se beneficiarem da solução que Deus providenciou serão condenados e irão perecer), mas tenha a vida eterna.
É muito mais do que uma existência na qual estaremos para sempre diante da presença do Deus triúno (17.3; Ap 21.3-4). Os cristãos já possuem uma vida espiritual eterna porque o seu espirito não pode morrer, e já possuem plenitude de vida porque gozam da comunhão com Deus. Nos novos céus e nova terra, os cristãos também desfrutarão de uma vida física eterna e terão uma comunhão mais íntima com Deus em sua presença manifesta.
O objetivo do envio de Jesus, o Filho de Deus ao mundo, não foi condená-lo, mas salvá-lo. Jesus não veio para declarar ou tornar o mundo culpado - pois o mundo já era culpado e já estava condenado - nem trazer julgamento final. Pelo contrário, ele veio assegurar a salvação. Embora tenha condenado o pecado (p. ex., 9.39) e declarado culpadas certas pessoas, Jesus somente irá executar julgamento definitivo e punição eterna sobre os pecadores deste mundo quando retomar (5.25-30).
Infelizmente, a conclusão que se chega é que a luz veio ao mundo, mas o mundo amou mais as trevas do que a luz. O mundo rejeitou Jesus porque ele é a luz que expõe o pecado. Aqueles que praticam o mal fogem dele, preferindo que suas iniquidades não sejam reveladas.
Já quem pratica a verdade, aproxima-se da luz. Verdade é uma questão tanto moral quanto intelectual. Viver para a verdade é contrastado não com fazer o que é falso, mas com fazer o que é mal (vs. 20).
4. Outro testemunho de João (3.22-36).
Depois disso, diz a palavra, que Jesus foi com seus discípulos para a Judéia, onde passou por algum tempo e ali batizava. João Batista confirmou que Jesus veio do céu e isso era motivo de celebração, como numa festa de casamento.
Todavia, Jesus foi recebido somente por aqueles que receberam entendimento do alto. Aqui há três seções:
1ª. Nos vs. 22-24 está registrado que Jesus e seus discípulos foram para a Judéia, onde estava João Batista; isso proporciona uma conveniente transição para João Batista (vs. 25-30).
2ª. Nos vs. 25.30, João Batista afirma mais uma vez que a sua importância está apenas em seu papel de preparar o caminho para Cristo.
3ª. Se os vs. 31-36 são uma continuação das palavras de João Batista, ou um comentário editorial de João o evangelista, é uma questão que permanece em aberto. Não há indicação textual de que se trata de um comentário isolado de Jesus que tenha sido inserido aqui.
Jesus, como João Batista, também batizava, mas por meio de seus discípulos. Considerando 4.2, fica claro que o batismo era ministrado pelos discípulos sob a autoridade de Jesus.
Presumivelmente, esse batismo não era o batismo cristão em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas sim uma extensão do ministério de batismo e arrependimento de João Batista.
O Evangelho de João não registra as circunstâncias da prisão de João Batista (veja Mt 14.3-12; Mc 6.17-29).
Como ambos batizavam, alguns discípulos de João foram procurá-lo e questioná-lo, mas João respondeu que o homem não pode receber coisa alguma se não for do alto - uma afirmação da abrangente soberania de Deus.
João continuava a explicar que ele não era o messias, mas que muito se regozijava por estar vendo a Jesus. João Batista encorajava seus seguidores a compartilharem da sua alegria em Jesus em vez de ficarem com inveja pelo fato de o próprio João estar deixando de ser o centro das atenções.
Jesus é quem veio do céu. Jesus é distinto de todos os seres humanos que são 'da terra' (vs. 13), porém observe que todos os que entram no reino de Deus devem nascer do alto (3.3).
Jesus estava testificando o que tinha visto e ouvido, mas ninguém estava aceitando o seu testemunho. Os discípulos de João se preocuparam com o fato de estarem perdendo influência, e exageraram a situação dizendo "e todos lhe saem ao encontro" (v. 26). A inquietação de João Batista pelo fato de as pessoas não reagirem adequadamente ao ministério de Jesus o levou a usar a forte expressão "ninguém aceita”.
Ele, Jesus, que tinha sido enviado por Deus, falava as palavras de Deus porque Deus não dava de seu Espírito com limitações – vs. 34. Essas palavras certamente podem ser aplicadas ao ministério terreno poderoso de Jesus, capacitado pelo Espírito (Ec 3.22; 4.1), mas também podem ser referir à plenitude do Espírito que Jesus dá àqueles que o servem. Jesus é quem envia o Espírito (15.26).
Aqueles que creem no Filho são os que tem a vida eterna, mas os que não creem, são rebeldes e se mantém rebeldes contra o Filho, logo não verão a vida. Rebelde é alguém que não obedece. Obedecer ao filho é semelhante a crer no Filho. A fé verdadeira implica comprometimento moral com Jesus, e a desobediência persistente a ele demonstra falta de fé.
 Jo 3:1 Havia, entre os fariseus,
um homem chamado Nicodemos,
um dos principais dos judeus.
Jo 3:2 Este,
de noite,
foi ter com Jesus e lhe disse:
Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus;
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes,
se Deus não estiver com ele.
Jo 3:3 A isto, respondeu Jesus:
Em verdade, em verdade te digo
que, se alguém não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus.
Jo 3:4 Perguntou-lhe Nicodemos:
Como pode um homem nascer, sendo velho?
Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?
Jo 3:5 Respondeu Jesus:
Em verdade, em verdade te digo:
quem não nascer da água
e do Espírito
não pode entrar no reino de Deus.
Jo 3:6 O que é nascido da carne é carne;
e o que é nascido do Espírito é espírito.
Jo 3:7 Não te admires de eu te dizer:
importa-vos nascer de novo.
Jo 3:8 O vento sopra onde quer,
ouves a sua voz,
mas não sabes donde vem,
nem para onde vai;
assim é todo o que é nascido do Espírito.
Jo 3:9 Então, lhe perguntou Nicodemos:
Como pode suceder isto?
Acudiu Jesus:
Jo 3:10 Tu és mestre em Israel
e não compreendes estas coisas?
Jo 3:11 Em verdade, em verdade te digo
que nós dizemos o que sabemos
e testificamos o que temos visto;
contudo, não aceitais o nosso testemunho.
Jo 3:12 Se, tratando de coisas terrenas,
não me credes,
como crereis,
se vos falar das celestiais?
Jo 3:13 Ora, ninguém subiu ao céu,
senão aquele que de lá desceu,
a saber, o Filho do Homem             
[que está no céu].
Jo 3:14 E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto,
assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
Jo 3:15 para que todo o que nele crê
tenha a vida eterna.
Jo 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito,
para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.
Jo 3:17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para que julgasse o mundo,
mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Jo 3:18 Quem nele crê não é julgado;
o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do unigênito
Filho de Deus.
Jo 3:19 O julgamento é este:
que a luz veio ao mundo,
e os homens amaram mais as trevas do que a luz;
porque as suas obras eram más.
Jo 3:20 Pois todo aquele que pratica o mal
aborrece a luz
e não se chega para a luz,
a fim de não serem argüidas as suas obras.
Jo 3:21 Quem pratica a verdade
aproxima-se da luz,
a fim de que as suas obras sejam manifestas,
porque feitas em Deus.
Jo 3:22 Depois disto,
foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judéia;
ali permaneceu com eles
e batizava.
Jo 3:23 Ora, João estava também batizando em Enom,
perto de Salim, porque havia ali muitas águas,
e para lá concorria o povo e era batizado.
Jo 3:24 Pois João ainda não tinha sido encarcerado.
Jo 3:25 Ora, entre os discípulos de João e um judeu
suscitou-se uma contenda com respeito à purificação.
Jo 3:26 E foram ter com João e lhe disseram:
Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão,
do qual tens dado testemunho,
está batizando,
e todos lhe saem ao encontro.
Jo 3:27 Respondeu João:
O homem não pode receber coisa alguma
se do céu não lhe for dada.
Jo 3:28 Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse:
eu não sou o Cristo,
mas fui enviado como seu precursor.
Jo 3:29 O que tem a noiva é o noivo;
o amigo do noivo que está presente
e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo.
Pois esta alegria já se cumpriu em mim.
Jo 3:30 Convém que ele cresça
e que eu diminua.
Jo 3:31 Quem vem das alturas
certamente está acima de todos;
quem vem da terra
é terreno e fala da terra;
quem veio do céu
está acima de todos
Jo 3:32 e testifica o que tem visto e ouvido;
contudo, ninguém aceita o seu testemunho.
Jo 3:33 Quem, todavia,
lhe aceita o testemunho,
por sua vez, certifica
que Deus é verdadeiro.
Jo 3:34 Pois o enviado de Deus
fala as palavras dele,
porque Deus não dá
o Espírito por medida.
Jo 3:35 O Pai ama ao Filho,
e todas as coisas tem confiado às suas mãos.
Jo 3:36 Por isso, quem crê no Filho
tem a vida eterna;
o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho
não verá a vida,
mas sobre ele permanece
a ira de Deus.
João tem o mesmo discurso que Jesus e até parece algo combinado. O segredo da vida dos homens não está na cultura, em conhecimentos, riquezas, mas na sua fé, em seu coração.
Regeneração e novo nascimento: Preciso nascer de novo?[1]
Na teologia reformada, o termo regeneração, equivalente a nascer de novo é um termo técnico que se refere à revitalização que Deus opera numa pessoa implantando em seu interior novos desejos, propósitos, bem como a capacidade moral que conduz a uma resposta favorável ao evangelho de Cristo. A palavra "regeneração" é derivada do termo grego palingenesis que é usado apenas duas vezes nas Escrituras. Em Mt 19.28 Jesus se refere a uma 'renovação' do universo em sua segunda vinda como palingenesis. Nesse caso, o termo indica urna "segunda génese" ou "segundo começo" para o universo, e não a renovação individual que costuma ser associada ao termo teológico "regeneração". Na outra passagem, Paulo descreve o batismo como “o lavar regenerador” (Tt 3.5). Apesar de haver quem considere essa expressão uma referência à recriação dos céus e da terra que se completará quando Jesus voltar, tradicionalmente entende-se que Paulo está falando de uma regeneração individual da pessoa batizada. Foi esse sentido posterior que os teólogos adotaram para o uso técnico do termo.
Jesus ensinou esse conceito a Nicodemos quando disse “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3), indicando uma transformação muito mais profunda do que aquela exigida dos judeus para receber a vida eterna. A expressão grega traduzida como "nascer de novo" também pode significar "nascer do alto" (veja as notas sobre Jo 3.3,7). É bem provável que Jesus tivesse os dois sentidos em mente. Por um lado, aqueles que estão mortos em pecado precisam receber uma vida nova pelo “nascimento espiritual"; num certo sentido, portanto, passam por um segundo nascimento. Por outro lado, assim como Jesus veio do céu (Jo 3.13), aqueles que entram no reino devem receber vida do Deus que está no céu (Jo 3.3,7). Como João expressa em outras passagens, precisamos “nascer de Deus" (veja Jo 1.13; 1 Jo 3.9; 4.7; 5.1,4,18). Esse novo nascimento realizado pelo Espírito (Jo 3.8) vivifica as pessoas para as coisas de Deus e lhes dá uma nova vida para servir a Cristo.
De qualquer modo, podemos pensar na regeneração e em "nascer de novo" de modo bastante semelhante ao conceito neotestamentário de nova criação. A nova criação é uma realidade objetiva concretizada por Cristo. Quando indivíduos são ligados a Cristo pela fé nele, tornam-se parte da nova criação (2Co 5.17). Assim como Jesus falou da regeneração ("renovação") do universo (Mt 19.28), é apropriado falar da regeneração (“renascimento") daqueles que estão em Cristo.
A visão reformada da regeneração pode ser destacada de outros pontos de vista em pelo menos dois sentidos. Primeiro, do catolicismo romano tradicional, segundo o qual a regeneração ocorre no batismo, um conceito conhecido como regeneração batismal. A teologia reformada afirma que a regeneração pode ocorrer em qualquer momento na vida de uma pessoa, até mesmo ainda no ventre materno (CFW 10.3) e, portanto, não é o resultado automático do batismo (CFW 28.1,6).
Segundo, de outros ramos evangélicos da igreja para os quais o arrependimento e a fé conduzem à regeneração (isto é, as pessoas nascem de novo somente depois de exercitarem a fé salvadora). A teologia reformada, por outro lado, ensina que o pecado original e a depravação total privam todas as pessoas da capacidade moral e vontade de exercitar a fé salvadora. Por esse motivo, a regeneração antecede o arrependimento e a fé salvadora. Sem a regeneração, não podemos ver o reino de Deus (Jo 3.3). Depois que nascemos de Deus, recebemos a capacidade de crer em Cristo e segui-lo. A regeneração é realizada inteiramente pelo Deus Espírito Santo - não há nada que possamos fazer para obtê-la. Somente Deus ressuscita os seus eleitos da morte espiritual para a vida nova em Cristo (Ef 2.1 -10). A regeneração é uma obra miraculosa de Deus que nos leva à fé consciente, intencional e ativa em Cristo.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.


[1] Texto originário da Bíblia de Estudo de Genebra – referente a João 3.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.