Estamos no capítulo 9/66, na terceira parte
do livro de Isaías, na subparte “A”. A época corresponde ao período entre 740
a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os
públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
A. A resposta de Isaías ao julgamento assírio – 7:1 a 12:6.
Como já dissemos, Isaías revelou o
envolvimento de Deus nos acontecimentos em torno da coalisão sírio-israelita
contra a Assíria. Ele advertiu quanto ao severo julgamento contra Israel e Judá
por meio da agressão assíria, mas também assegurou os seus ouvintes a respeito
da restauração final.
Nós tínhamos dividido essa parte “A”, em
três outras partes. 1. O julgamento assírio e os filhos de Isaías – 7:1 a 8:18
– já vista. 2. O julgamento assírio e
Israel – 8:19 a 10:4 – estamos vendo.
3. O julgamento assírio e Judá – 10:5 a 12:6.
2. O julgamento assírio e Israel – 8:19 a 10:4 – continuação,
Como dissemos acima, tendo deixado claro
que os assírios destruiriam Israel totalmente, Isaías falou ao Reino do Norte
sobre como reagir ao julgamento que estava por vir contra ele.
O profeta conclamou os seus habitantes:
·A
consultarem a Deus – 8:19-22 – já vista.
·A
colocarem a esperança na família de Davi – 9:1-7 – veremos agora.
·A
abandonarem a sua orgulhosa autoconfiança – 9:8 – 10:4 – começaremos agora.
O clamor de Isaías para que coloquem a esperança na família de Davi –
9:1-7.
Essa é a esperança de Israel: o trono de
Davi! Parece que sempre foi assim. Quando Saul comandava Israel e Davi era seu
general, todos desejavam Davi no governo. Quando governou, conduziu a nação ao
auge e a tornou grande potência à sua época. Depois de sua morte, tornou-se o
modelo da comparação dos reis subsequentes. Quando o rei era bom, era comparado
a Davi!
A despeito da rejeição ao trono de Davi
pelos habitantes do Reino do Norte, por causa de Roboão que não lhes ouviu, a
provisão futura de Deus para a sua libertação seria o grande filho de Davi que
viria. No tempo de seu reinado (reinado de Davi), Israel não se dividiu e
dificilmente se dividiria com ele, mas foi com seu filho que foi filho de
Salomão, seu filho, que aconteceu a divisão da nação em reinos do norte e do
sul.
As primeiras cidades a sofrerem com os
assírios – 732 a.C., II Re 15:29 – foram Zebulom e Naftali, o capitulo 9 já
começa com uma palavra de ânimo a essas terras.
O juízo veio e foi necessário, por isso que
foram essas cidades tornadas desprezíveis nos primeiros tempos, mas nos
últimos, tudo seria diferente. Entre todos os que voltaram do exílio, muitos
eram das tribos do norte – I Cr 9:3.
Deus abriria, a partir de uma situação onde
anteriormente existiam apenas sombras (24:11; 35:10; 51:3,11; 55:12; 61:7; 66:7),
um novo futuro, uma nova oportunidade, para o humilde Reino do Norte que se
houvera tão desprezível.
Essa nova alegria seria expressa pelas
metáforas da colheita e da vitória nas guerras, como o verso 3 indica a alegria
da ceifa e o exultar do repartir os despojos.
O jugo e vara - figuras que representavam a
opressão dos assírios (10:77; 14:25; 47:6; Mt 11:29-30) – vs 1 – 4 – tinham assolado
e castigado o povo de Deus e agora estavam sendo quebrados como no dia dos
midianitas (foi Deus que mandou Gideão lutasse contra os midianitas com um
pequeno número de soldados, para que ficasse bem claro que a vitória vinha de
Deus e não dos homens).
O ato de queimar todos os apetrechos de
guerra – vs 5 - indicava que a ameaça de mais guerra havia cessado (2:4; 9:6-7).
Todos nós andávamos desgarrados, perdidos,
em regiões da sombra da morte, em trevas e a grande luz brilhou e resplandeceu
e trouxe a alegria.
Isaías indica de que maneira a sombra do
exílio seria revertida para o Reino do Norte por meio do nascimento de um
menino. Essa criança seria da casa de Davi (v. 7), cuja autoridade os
habitantes do norte haviam rejeitado por séculos. Como também os judeus o
rejeitariam quando o Messias se manifestasse.
Satanás odiava esse menino e o buscou desde
o princípio para o destruir e acabar para sempre com a sua raça. Ele terá uma
excelente oportunidade, mas será pisado em sua cabeça, colocando um fim a sua
capacidade de causar danos.
Cinco nomes reais mostravam as supremas
qualidades desse grande filho de Davi, garantindo que ele verdadeiramente
cumpriria a restauração do Reino do Norte. São nomes que demonstram uma progressão lógica
da estratégia para a guerra, para o governo e para a paz. O número cinco que
está em seu nome indica uma mão cheia e plena de poder capaz de governar todo
o mundo. Embora todos os filhos fiéis de Davi tenham se esforçado para alcançar
esses ideais, o grande filho real dessa profecia não poderia ser outro senão o
próprio Jesus Cristo.
A maravilha, o conselho, a força, a
paternidade e a paz estariam sob o menino que haveria de vir.
Maravilhoso.
O menino não seria um menino normal, mas
filho de Deus e como tal maravilhoso, porque somente Deus é maravilhoso e assim
se chamou quando perguntado por seu nome. “Porque
perguntas assim pelo meu nome?” – Jz 13:18.
Conselheiro.
Aquele que seria capaz de dar a palavra de
Deus para qualquer caso. O menino libertador seria um grande estrategista,
orquestrando uma maravilhosa vitória para o seu povo.
Deus Forte.
Literalmente, "Deus é um
guerreiro". É o Deus que luta as nossas lutas e nos faz vencedor por meio
de Cristo. É do Senhor a batalha e sempre foi, por isso vence todas. Esse nome
exaltava Deus pela vitória que o filho de Davi conquistaria para o seu povo.
Ele não ficaria distante da batalha, mas mostraria poder divino enquanto lutava
pelo seu povo (10:21; Dt 19:17; Jr 32:18).
Pai da Eternidade.
É desde o princípio, desde a eternidade,
antes dos tempos e estações que Deus tem preparado sua obra a se cumprir em seu
filho. Esse nome real não confundia o rei com o Deus Pai. Seguindo os costumes
do Oriente Médio antigo, ele designava o rei como o pai real da nação. Esse
menino sempre seria o pai real da nação; seu cuidado paternal pelos seus
súditos jamais acabaria (40:9-11; 65:17-25; Mt 6:25-26; 11:27-30; 18:12-14; 23:9-12;
Lc 23:34; Rm 8:15-17).
Príncipe da Paz.
A paz sempre foi a tônica desse príncipe,
tanto que a saudação de seus filhos é a “paz do Senhor”. Quando Jesus entrou
naquele ambiente pesado e carregado dos seus discípulos que choravam a sua
morte e se pôs no meio deles, a primeira coisa e a segunda que lhes ministrou
ali foi a paz – Paz seja convosco! - Jo
20:19,21. O governo do menino seria tão eficiente que prenunciaria a paz (2:4; 11:6-9;
Sl 72:7; Mq 5:5; Zc 9:10; Lc 2:14).
E porque um menino se nos deu? Para que se
aumente o seu governo! – vs 7. O reino messiânico não ficaria estagnado, mas
continuaria a crescer (Dn 2:35). O libertador seria um descendente de Davi (7.3;
11.1) e o zelo do Senhor Deus garantiu que isso seria cumprido (26:11; 37:32;
42:13; 59: 17; 63:15; Zc 1:14; 8:2).
O clamor de Isaías para que abandonem a sua orgulhosa autoconfiança –
9:8 – 10:4.
A palavra tinha sido dirigida a Jacó, mas
caiu em Israel. Isaías confrontou a arrogância de Efraim e dos moradores de
Samaria que observavam o julgamento de Deus, mas acreditavam que como havia ruído
por terra, tornariam a edificar com pedras lavadas e se cortaram os sicômoros,
por cedros seriam substituídos.
Eles achavam que poderiam restaurar o reino
do seu próprio jeito, sem a intervenção do grande filho de Davi mencionado no
oráculo anterior.
A agressão assíria contra a coalizão
sírio-israelita deixou poucas dúvidas de que as profecias de Isaías quanto à
destruição de Israel eram verdadeiras, mas alguns ainda acreditavam que
poderiam fazer a reconstrução pelas suas próprias forças.
Isaías já esperava que as suas palavras de
esperança no trono de Davi (9:6-7) fossem rejeitadas porque o Reino do Norte
rejeitava a casa de Davi desde a época em que o reino unido fora dividido (930
a.C.).
As pessoas do Reino do Norte estavam
determinadas a garantir o futuro por meio das suas próprias forças, atitude
simbolizada por termos corno "pedras lavradas" e "cedros"
(v. 10). Sua motivação era a autodeterminação, expressa por "soberba e
altivez de coração" (v. 9) e pelas palavras "tornaremos" e
"substituiremos" (v. 10).
Por causa disso, o Senhor tinha levantado
muitos inimigos contra Israel e apesar das dificuldades que o seu povo já havia
enfrentado, mais julgamento ainda estava guardado para o Reino do Norte.
Amós previu essa falta de resposta à
disciplina divina exercida por meio da agressão assíria (Am 4.6,8-11).
Os israelitas, teimosos, obstinados e
orgulhosos, não buscaram a sabedoria de Deus diante das terríveis
circunstâncias, nem confiaram na esperança do trono davídico (9.6-7), antes
criam que poderiam reverter a seu modo qualquer situação.
O juízo tinha começado e era esperado
arrependimento, no entanto endureceram ainda mais os seus corações. A sentença
divina para a arrogância do Reino do Norte era uma piora ainda mais das
condições, o que levaria à destruição final da nação em 722 a.C, dos seus
órfãos e das suas viúvas. Normalmente Deus mostrava cuidado especial pelos
órfãos e pelas viúvas, mas o julgamento por vir seria tão severo que nem mesmo
eles seriam poupados.
O pecado de Israel despertou a ira de Deus
e resultou em condenação e maldição. A rebelião contra Deus levaria à
destruição dos laços de aliança entre as tribos. No final, somente mesmo os remanescentes
tirados do fogo e da fornalha prosseguiriam na jornada pós-exílio.
Is 9:1 Mas a terra, que foi angustiada,
não
será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos,
a
terra de Zebulom, e a terra de Naftali;
mas
nos últimos tempos a enobreceu
junto
ao caminho do mar, além do Jordão,
na
Galiléia das nações.
Is
9:2 O povo que andava em trevas,
viu
uma grande luz,
e
sobre os que habitavam na região da sombra da morte
resplandeceu
a luz.
Is
9:3 Tu multiplicaste a nação, a alegria lhe aumentaste;
todos
se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa,
e
como exultam quando se repartem os despojos.
Is
9:4 Porque tu quebraste o jugo da sua carga,
e
o bordão do seu ombro, e a vara do seu opressor,
como
no dia dos midianitas.
Is
9:5 Porque todo calçado que levava o guerreiro
no
tumulto da batalha, e todo o manto revolvido em sangue,
serão
queimados, servindo de combustível ao fogo.
Is
9:6 Porque
um
menino nos nasceu,
um
filho se nos deu,
e
o principado está sobre os seus ombros,
e
se chamará o seu nome:
Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte,
Pai
da Eternidade, Príncipe da Paz.
Is
9:7 Do aumento deste principado e da paz não haverá fim,
sobre
o trono de Davi e no seu reino,
para
o firmar e o fortificar com juízo e com justiça,
desde
agora e para sempre;
o zelo do SENHOR
dos Exércitos fará isto.
Is
9:8 O Senhor enviou uma palavra a Jacó, e ela caiu em Israel.
Is
9:9 E todo este povo o saberá, Efraim e os moradores de Samaria,
que
em soberba e altivez de coração, dizem:
Is
9:10 Os tijolos caíram, mas com cantaria tornaremos a edificar;
cortaram-se
os sicômoros, mas em cedros as mudaremos.
Is
9:11 Portanto o SENHOR suscitará, contra ele,
os
adversários de Rezim, e juntará os seus inimigos.
Is
9:12 Pela frente virão os sírios, e por detrás os filisteus,
e
devorarão a Israel à boca escancarada;
e
nem com tudo isto cessou a sua ira, mas ainda está
estendida
a sua mão.
Is
9:13 Todavia este povo não se voltou para quem o feria,
nem
buscou ao SENHOR dos Exércitos.
Is
9:14 Assim o SENHOR cortará de Israel
a
cabeça e a cauda,
o
ramo e o junco, num mesmo dia
Is 9:15 (O ancião e o homem de
respeito é a cabeça;
e
o profeta que ensina a falsidade é a cauda).
Is
9:16 Porque os guias deste povo são enganadores,
e
os que por eles são guiados são destruídos.
Is
9:17 Por isso o Senhor não se regozija nos seus jovens,
e
não se compadecerá dos seus órfãos e das suas viúvas,
porque
todos eles são hipócritas e malfazejos,
e
toda a boca profere doidices;
e
nem com tudo isto cessou a sua ira,
mas
ainda está estendida a sua mão.
Is
9:18 Porque a impiedade lavra como um fogo, ela devora
as
sarças e os espinheiros; e ela se ateará no emaranhado
da
floresta; e subirão em espessas nuvens de fumaça.
Is
9:19 Por causa da ira do SENHOR dos Exércitos
a
terra se escurecerá,
e
será o povo como combustível para o fogo;
ninguém
poupará ao seu irmão.
Is
9:20 Se colher à direita, ainda terá fome, e se comer à esquerda,
ainda
não se fartará; cada um comerá a carne de seu braço.
Is
9:21 Manassés a Efraim, e Efraim a Manassés,
e
ambos serão contra Judá.
Com
tudo isto não cessou a sua ira,
mas
ainda está estendida a sua mão.
A ira de Deus é tão santa como a sua
santidade ou o seu amor. Não existe vingança em Deus, ódio, sentimento ruim de
desprezo e abandono, mesmo que seja a pior das criaturas dessa terra.
A ira de Deus é necessária por causa de sua
justiça, pois como poderia ser injusta a Justiça? Deus nunca passou a mão na
cabecinha do pecador, do infrator, do que comete o mal e disse para ele que o
amava e que ele era um coitadinho. Deus tanto abomina o pecado quanto o
pecador. Todo pecado que cometemos é contra Deus que nos criou e a proporção de
nossa culpa é eterna pois é eterno aquele a quem ofendemos.
Em Cristo Jesus não nos tornamos santos,
sendo pecadores, isso seria uma afronta aos seus atributos eternos. A pena do
pecado é a morte! Eu teria de morrer por meus pecados! Cristo não vem ao mundo
e agora diz você é justo, pois isso seria uma mentira.
O que Cristo faz então? Ele paga as minhas
dívidas com a sua vida. Ele morre a morte que seria minha e paga as minhas
dívidas. Eu não me torno justo, sou justificado “declarado justo” na morte de
Cristo.
“Se
perguntasse aos cristãos qual a definição da palavra justificação, a maioria
diria: “Ser feito justo”. Incorreto, pois o significado é: “ser declarado
justo”, ou “vindicado”.”[1]
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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