Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 16, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 16
Lucas, com apoio, certamente de Paulo,
redigiu tão bem esta epístola que ficamos maravilhados, perplexos e estupefatos
diante dos fatos, dos acontecimentos, diante das reações tanto a favor como
contra o evangelho.
Paulo aqui apanha Timóteo e depois de circuncidá-lo,
por cautela, com ele sai para comunicar as decisões tomadas pelos apóstolos e
presbíteros de Jerusalém e assim ir fortalecendo os irmãos na fé em Cristo.
Eles pensam e tomam a iniciativa de irem
pregar a palavra por um lugar, mas quem é que se lhes opõem? O próprio Deus!
Paulo, então, tem uma visão e recebe a interpretação com a direção do Senhor
para irem por outro lugar pregarem a palavra de Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha
apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam
sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo
levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo
Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios
à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A
primeira viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem
missionária de Paulo (15.36-18.22) – estamos
vendo; D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14); E. A
detenção, o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32); F A viagem
de Paulo a Roma (27.1-28.16); e, G. Os dois anos do ministério de Paulo na sua
prisão domiciliar em Roma (28.17-31).
C. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36 - 18.22) - continuação.
Desde o verso 36, do capítulo 15, anterior,
ao 18.22 estamos, como dissemos, vendo a segunda viagem missionária de Paulo.
Lucas registrou a segunda fase missionária de Paulo aos gentios.
Eles chegaram A Derbe, depois a Listra e lá
encontraram um jovem chamado Timóteo. Paulo encontrou esse jovem, de origem
parte judia e parte grega, na pequena comunidade judaica de Listra.
Tal qual seu pai, Timóteo cresceu como um
grego e não havia sido circuncidado. Visto que sua mãe era judia, Paulo não
julgou estar transgredindo o princípio de liberdade dos gentios ao circuncidar Timóteo
(vs. 3).
Eles estavam passando pelas cidades
comunicando as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros. Como visto
consistentemente até aqui, a decisão comunicada às igrejas não fora tomada pela
assembleia de crentes, mas pelo concilio de apóstolos e presbíteros, com
autoridade sobre as igrejas locais. As decisões foram comunicadas "para
que as observassem".
A comunicação dessas decisões era para que
fossem obedecidas e assim as igrejas iam sendo fortalecidas na fé e cresciam em
número a cada dia.
Paulo e seus companheiros viajaram pela região
frígio-gálata. Uma região localizada na parte sul da província da Galácia,
incluindo a Frigia, Antioquia da Pisídia e áreas circunvizinhas.
Naquele momento o Espírito Santo estava
impedindo eles de pregarem ali na Ásia. A província da Ásia, situada na parte
ocidental da Ásia Menor, incluía a famosa cidade de Éfeso, onde Deus queria que
Paulo fosse evangelizar mais tarde (cap. 19).
O Espírito Santo também é chamado de
"Espírito de Jesus" (vs. 7) e "Deus" (vs. 10; 2Co 3.17).
Esses versículos apontam para a doutrina da Trindade (cf. 2Co 13.14).
Quando eles chegaram à fronteira da Mísia,
tentaram entrar na Bitínia, mas enfrentaram novamente oposição, por parte do
mesmo Espírito, aqui chamado de “Espírito de Jesus” – vs.7.
Seguindo para o noroeste através da Galácia
e Frigia, Paulo e Silas chegaram à Mísia, um distrito que se estendia do
noroeste da Frigia até o litoral, abrangendo Helesponto (atual Estreito de
Dardanelos) e Propôntida (o mar de Mármara). Bitínia ficava ao leste.
Então contornaram Mísia e desceram a
Trôade. Trôade, um antigo e importante porto grego do mar Egeu por volta de 300
a.C., tornou-se uma cidade-estado e, mais tarde, uma colônia romana que
funcionava como um importante porto para a região. O famoso sítio arqueológico
de Troia ficava cerca de 16 km dali.
Foi durante a noite que Paulo teve a visão
do homem da Macedônia que lhes pedia ajuda e ele entendeu que deveriam ir para
lá, pregarem o evangelho.
Aqui tem início a primeira de uma série de
frases construídas na primeira pessoa do plural, indicando que o autor
acompanhou Paulo e Silas.
Eles partiram de Trôade e navegaram para
Samotrácia - uma ilha notória situada ao norte do mar Egeu onde muitos navios
paravam regularmente – e dali para Neápolis. Palavra grega que significa
"cidade nova" (atual Cavala). Nela havia um porto que servia à cidade
de Filipos, distante 16 km em direção ao noroeste.
De Neápolis foram para Filipos. Filipe II
da Macedônia (pai de Alexandre o Grande) havia estabelecido ali uma grande
colônia grega que chamou de Filipos. Os romanos a conquistaram em 167 a.C. e
anexaram-na à província da Macedônia. Em Filipos eles ficaram vários dias.
Em um dia de sábado saíram da cidade e
foram para a beira de um rio onde eles esperavam encontrar um lugar de oração –
vs. 13. De acordo com a lei judaica, eram necessários pelo menos dez homens
para estabelecer uma sinagoga.
Caso isso não acontecesse, um lugar de
oração poderia ser formado ao ar livre, de preferência perto de algum lugar que
tivesse água.
Eles se sentaram ali e começaram a
conversarem com as mulheres que se haviam reunido ali. Elas se reuniam
informalmente para ler e estudar as Escrituras, e esperavam receber instrução
de algum mestre judeu que porventura passasse por ali.
Dentre essas mulheres havia uma que se
chamava Lídia a qual era vendedora de tecido de púrpura, da cidade de Tiatira.
Tiatira, cerca de 50 km a sudeste de Pérgamo, era uma cidade pertencente ao
antigo reino da Lídia até que os romanos a reorganizaram e ela passou a fazer
parte da província romana da Ásia.
Tiatira era famosa pela sua indústria de
tinturas, especificamente pela produção de corantes na cor púrpura (que era a
cor usada nos trajes reais).
O que vem a seguir é impressionante, pois o
Senhor lhe abriu o coração para que compreendesse a mensagem que Paulo pregava.
Essa iluminação e persuasão divinas são necessárias para que o coração, cego
pelo pecado, possa reagir favoravelmente ao evangelho (Jr 13.23; Jo 6.44,65; Rm
9.16; ICo 2.14).
Esse convite eficaz da parte de Deus é
garantia de que todos aqueles que foram eleitos irão aceitá-lo (13.48; 2Ts
2.13-14; 2Tm 1.9-10).
Depois de ser batizada, ela e toda a sua
casa, ela os convidou a irem se abrigarem em sua própria casa e eles aceitaram.
Através da história da redenção, com
frequência Deus tem concedido bênçãos para todos os integrantes da família (p.
ex., Gn 17.7-14; At 2.38-39; 11.14; 16.31). Em Atos, o batismo dos membros da
família são exemplos admiráveis dessa bênção (10.47-48; 16.31-33; cf. 1Co
1.16). Uma vez que tais batismos familiares eram uma prática comum,
provavelmente incluíam crianças e até mesmo bebês.
Em um determinado dia, estando eles indo
para o costumeiro lugar de oração, encontraram uma escrava que estava possessa
de espirito adivinhador, literalmente, "um espírito de pitonisa". O
termo se referia originalmente à serpente mítica que guardava o templo e o
oráculo do deus grego Apoio, em Delfos.
Posteriormente, essa expressão veio a
indicar uma pessoa possessa por demônios ou mesmo um ventríloquo. As pessoas de
Filipos devem ter pensado que ela estava possuída por um demónio que adivinhava
o destino.
O fato era que com suas adivinhações, ela
dava muito dinheiro para os seus senhores. Ela começou a seguir Paulo e a gritar
anunciando a todos que eles eram servos do Deus Altíssimo e que anunciavam no
evangelho, o caminho da salvação.
Um judeu teria compreendido que esse título
“Deus Altíssimo” se aplica a Javé (El Elyon; Nm 24.16; SI 78.35), ao passo que
um gentio o atribuiria a Zeus.
E por muitos dias ela se manifestava desse
jeito quando eles passavam. Até que Paulo se incomodou com aquilo e a
repreendeu em nome de Jesus Cristo dizendo para aquele espírito se retirar dela
– vs. 18. Aquele espírito a deixou imediatamente e ela nada mais pode
adivinhar.
De acordo com o entendimento da expressão
"Deus Altíssimo", todos entenderam que Paulo estava querendo
transmitir a ideia de que Jesus, como divindade, é quem havia expulsado o
demônio.
Com a saída do espirito adivinhador do
corpo daquela jovem, seus senhores viram seu negócio fácil se desmoronar e
então agarraram a Paulo e Silas e os arrastaram para a praça principal, diante
das autoridades.
Agarraram somente esses dois porque eram
judeus e líderes da equipe missionária, uma vez que seus companheiros (Lucas, um
gentio da Antioquia da Síria, e Timóteo, um meio-gentio de Listra) eram gentios
e por isso não foram acusados.
A acusação era de que Paulo e Silas estavam
ensinando uma religião ilegal (em latim, religio
illicita e, desse modo, perturbando a paz romana (pax romana). No entanto, essa acusação foi motivada por questões
culturais e preconceito religioso.
Acusaram injustamente Paulo e Silas de
serem agitadores, de serem judeus, de propagarem costumes aos romanos os quais não
era permitido nem aceitar, nem praticar, de estarem perturbando a cidade. Paulo
e Silas eram cidadãos romanos e, politicamente, não deveriam ter recebido esse
tratamento. No entanto, esse direito foi ignorado no clima de agitação da
multidão.
A multidão agora se volta contra eles e os
magistrados depois de os despirem, ordena que fossem açoitados e em seguida
lançados na prisão. Na prisão, o carcereiro recebera ordem especial para guardar
aquelas vidas.
Por causa dessa ordem, ele tratou de
prendê-los com a máxima segurança, lançando-os no cárcere interior e lhes
prendendo os pés no tronco. Foram tratados conto criminosos e colocados numa
cela de segurança máxima.
O dia para eles tinha sido difícil, mas à
meia-noite estavam eles adorando e cantando louvores a Deus. Poderiam eles terem
escolhido o caminho das maldições, das reclamações, das murmurações, do apelo à
injustiça, mas não, resolveram louvar a Deus. Todos os presos os ouviam
louvando a Deus.
O que acontece em seguida? Um grande
terremoto, violento mesmo, a tal ponto forte que abalou os alicerces da prisão
e imediatamente todas as portas da prisão foram abertas e as correntes de todos
foram soltas. Existe uma realidade física-espiritual onde a matéria obedece ao
comando de vontades externas, como a daqueles anjos que estavam ali, libertando
a todos.
Quando o carcereiro acordou e viu todas as
portas abertas, puxou da sua espada com a intenção de matar-se. De acordo com a
lei romana, se um prisioneiro fugisse, o guarda responsável deveria morrer em
seu lugar (12.19).
No entanto, Paulo interviu a tempo e lhe
pediu que não fizesse mal a si mesmo. O carcereiro estava trêmulo, assustado,
com medo e se prostou diante de Paulo e Silas, depois os levou para fora da
prisão e perguntou a eles o que deveria ele fazer para ser salvo.
A resposta deles foi: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você
e os de sua casa" – vs. 31 - para outros exemplos de salvação em
família, veja 2.38-39; 10.24,48; 16.15; ICo 1.16. Quando uma pessoa aceitava
uma determinada religião, toda a família era envolvida (vs. 34).
Aquela noite estava sendo muito especial. Eles
pregaram a palavra de Deus, a ele e a todos os de sua casa e naquela mesma hora
da noite o carcereiro lavou as feridas deles; em seguida, ele e todos os seus
foram batizados.
O carcereiro os havia levado para a sua própria
casa onde serviu-lhes uma refeição e com todos os de sua casa alegrou-se muito
por haver crido em Deus – vs 32 ao 34.
Aquela libertação miraculosa a noite apensa
serviu para a salvação do carcereiro e de toda a sua família, pois que eles
mesmos voltaram para a prisão à espera do amanhecer do dia.
Amanheceu o dia e aqueles magistrados que
prenderam Paulo e Silas pediram ao carcereiro que soltasse eles, mas Paulo não
acatou, antes os desafiou a irem pessoalmente libertá-los pois que eram cidadãos
romanos e foram açoitados sem o devido processo legal.
Paulo apelou à sua cidadania romana, que o
eximia de brutalidades como açoites e tortura. Quando um cidadão romano era
julgado num tribunal romano, lhe era concedido o direito de levar o seu caso
perante César (25.11; 26.32).
Com aquela notícia todos temeram muito e
foram até eles pedirem desculpas, conforme Paulo e Silas pediram. Aqueles
magistrados foram os que os conduziram para fora da prisão e pediram a eles que
deixassem aquela cidade.
Depois de saírem da prisão, Paulo e Silas
foram à casa de Lídia, onde se encontraram com os irmãos e os encorajaram. Era
frequente que os primeiros cristãos se reunissem em casas particulares para
adorar a Deus (Fm 2). O termo "irmão' geralmente se refere a todos os
cristãos. Nesse caso, o termo inclui: Lídia e os da sua casa, a jovem possessa,
provavelmente o carcereiro e os da sua casa, e Lucas, que nesse momento estava
em Filipos.
Depois disso, Paulo e Silas partiram – vs.
40.
At 16:1 Chegou também a Derbe e a
Listra.
Havia ali um discípulo chamado Timóteo,
filho
de uma judia crente,
mas
de pai grego;
At
16:2 dele davam bom testemunho
os
irmãos em Listra e Icônio.
At 16:3 Quis Paulo que ele fosse em sua
companhia
e, por isso, circuncidou-o por causa dos
judeus daqueles lugares;
pois
todos sabiam que seu pai era grego.
At 16:4 Ao passar pelas cidades,
entregavam aos irmãos,
para
que as observassem, as
decisões tomadas
pelos
apóstolos
e
presbíteros de Jerusalém.
At 16:5 Assim, as igrejas
eram
fortalecidas na fé
e,
dia a dia,
aumentavam
em número.
At 16:6 E, percorrendo a região
frígio-gálata,
tendo
sido impedidos
pelo
Espírito Santo
de
pregar a palavra na Ásia,
At
16:7 defrontando Mísia,
tentavam
ir para Bitínia,
mas
o Espírito de Jesus
não
o permitiu.
At 16:8 E, tendo contornado Mísia,
desceram
a Trôade.
At 16:9 À noite,
sobreveio
a Paulo uma visão
na
qual um varão macedônio estava em pé
e
lhe rogava, dizendo:
Passa
à Macedônia
e
ajuda-nos.
At 16:10 Assim que teve a visão,
imediatamente,
procuramos partir para aquele destino,
concluindo
que Deus nos havia chamado
para
lhes anunciar o evangelho.
At 16:11 Tendo, pois, navegado de
Trôade,
seguimos
em direitura a Samotrácia,
no dia seguinte,
a
Neápolis
At 16:12 e dali,
a
Filipos, cidade da Macedônia,
primeira
do distrito e colônia.
Nesta cidade,
permanecemos
alguns dias.
At 16:13 No sábado,
saímos
da cidade para junto do rio,
onde
nos pareceu haver um lugar de oração;
e,
assentando-nos,
falamos
às mulheres que para ali tinham concorrido.
At 16:14 Certa mulher, chamada Lídia,
da
cidade de Tiatira,
vendedora
de púrpura,
temente
a Deus, nos escutava;
o
Senhor lhe abriu o coração
para
atender às coisas que Paulo dizia.
At 16:15 Depois de ser batizada,
ela
e toda a sua casa, nos rogou, dizendo:
Se
julgais que eu sou fiel ao Senhor,
entrai
em minha casa e aí ficai.
E
nos constrangeu a isso.
At 16:16 Aconteceu que,
indo
nós para o lugar de oração,
nos
saiu ao encontro uma jovem
possessa
de espírito adivinhador,
a
qual, adivinhando,
dava
grande lucro aos seus senhores.
At 16:17 Seguindo a Paulo e a nós,
clamava, dizendo:
Estes
homens são servos do Deus Altíssimo
e
vos anunciam o caminho da salvação.
At 16:18 Isto se repetia por muitos
dias.
Então, Paulo, já indignado,
voltando-se,
disse ao espírito:
Em
nome de Jesus Cristo,
eu
te mando:
retira-te
dela.
E
ele, na mesma hora,
saiu.
At 16:19 Vendo os seus senhores que se
lhes desfizera a esperança do lucro,
agarrando
em Paulo e Silas,
os
arrastaram para a praça, à presença das autoridades;
At
16:20 e, levando-os aos pretores, disseram:
Estes
homens, sendo judeus, perturbam a nossa cidade,
At
16:21 propagando costumes que não podemos
receber,
nem praticar,
porque somos romanos.
At 16:22 Levantou-se a multidão,
unida
contra eles,
e os pretores, rasgando-lhes as vestes,
mandaram
açoitá-los com varas.
At 16:23 E, depois de lhes darem muitos
açoites,
os
lançaram no cárcere,
ordenando
ao carcereiro que os guardasse
com
toda a segurança.
At 16:24 Este, recebendo tal ordem,
levou-os
para o cárcere interior
e
lhes prendeu os pés no tronco.
At 16:25 Por volta da meia-noite,
Paulo
e Silas oravam
e
cantavam louvores a Deus,
e
os demais companheiros de prisão escutavam.
At 16:26 De repente,
sobreveio
tamanho terremoto,
que
sacudiu os alicerces da prisão;
abriram-se
todas as portas,
e
soltaram-se as cadeias de todos.
At 16:27 O carcereiro despertou do sono
e, vendo abertas as portas do cárcere,
puxando
da espada, ia suicidar-se,
supondo
que os presos tivessem fugido.
At 16:28 Mas Paulo bradou em alta voz:
Não
te faças nenhum mal, que todos aqui estamos!
At 16:29 Então, o carcereiro,
tendo
pedido uma luz,
entrou
precipitadamente
e,
trêmulo,
prostrou-se
diante de Paulo e Silas.
At
16:30 Depois, trazendo-os para fora, disse:
Senhores,
que devo fazer para que seja salvo?
At
16:31 Responderam-lhe:
Crê
no Senhor Jesus
e
serás salvo,
tu
e tua casa.
At
16:32 E lhe pregaram a palavra de Deus
e
a todos os de sua casa.
At 16:33 Naquela mesma hora da noite,
cuidando
deles,
lavou-lhes
os vergões dos açoites.
A seguir,
foi
ele batizado,
e
todos os seus.
At 16:34 Então,
levando-os
para a sua própria casa,
lhes
pôs a mesa;
e,
com todos os seus,
manifestava
grande alegria,
por
terem crido em Deus.
At 16:35 Quando amanheceu,
os
pretores enviaram oficiais de justiça, com a seguinte ordem:
Põe
aqueles homens em liberdade.
At 16:36 Então, o carcereiro comunicou a
Paulo estas palavras:
Os
pretores ordenaram que fôsseis postos em liberdade.
Agora, pois,
saí
e
ide em paz.
At 16:37 Paulo, porém, lhes replicou:
Sem
ter havido processo formal contra nós,
nos
açoitaram publicamente
e
nos recolheram ao cárcere,
sendo
nós cidadãos romanos;
querem
agora,
às
ocultas,
lançar-nos
fora?
Não será assim;
pelo
contrário,
venham
eles
e,
pessoalmente,
nos
ponham em liberdade.
At 16:38 Os oficiais de justiça
comunicaram
isso aos pretores;
e
estes ficaram possuídos de temor,
quando
souberam que se tratava de cidadãos romanos.
At 16:39 Então,
foram
ter com eles
e
lhes pediram desculpas;
e,
relaxando-lhes a prisão,
rogaram
que se retirassem da cidade.
At 16:40 Tendo-se retirado do cárcere,
dirigiram-se
para a casa de Lídia
e,
vendo os irmãos,
os
confortaram.
Então, partiram.
A mente deles, em Atos dos Apóstolos,
parecia programada para SEMPRE
pregarem o evangelho – (II Timóteo
4:2prega a palavra,
insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com
toda a longanimidade e doutrina.)
Impressiona-me o levante contrário em Atos
com uma forte oposição à pregação da palavra de Deus. Paulo e Silas acabaram por
isso presos e torturados, mas nem se importavam... queriam apenas pregarem e
serem efetivos, eficazes e eficientes.
Chamado efetivo e conversão:
Posso resistir ao Espírito Santo?[1]
A doutrina reformada da graça irresistível, também chamada de graça
eficaz, afirma que Deus regenera e converte os eleitos por meio daquilo que é
conhecido como o chamado efetivo. Esse é o chamado interior do Espírito Santo
que persuade e convida o pecador a receber a Cristo, ao mesmo tempo em que o
pecador é regenerado e renovado interiormente de modo a amar ao Senhor e crer
prontamente no evangelho. Esse chamado deve ser distinguido do chamado exterior
do evangelho, o convite feito a todas as pessoas indiscriminadamente pela
pregação do evangelho, do testemunho, da ministração dos sacramentos e de
outras proclamações da Palavra de Deus. Não obstante, o chamado interior muitas
vezes acompanha e opera por meio do chamado exterior. Enquanto outras tradições
ensinam que esse convite interior do Espírito Santo pode ser aceito ou rejeitado,
a teologia reformada insiste que o chamado interior de Deus é efetivo ou seja,
nunca deixa de salvar aqueles que são chamados desse modo.
A Bíblia fala do chamado efetivo de Deus em várias passagens, mas
talvez a que o distingue mais claramente do chamado exterior é Rm 8.29-30.
Nesses versículos, Paulo indica que o grupo daqueles que são chamados corresponde
ao grupo daqueles que são predestinados, justificados e, por fim, glorificados.
Fica evidente que esse chamado é dirigido somente aos que são salvos - bem como
a todos os que são salvos (cf. Rm 1.7; Jd 1; Ap 17.14).
O chamado efetivo é necessário em função do estado decaído da
humanidade. Entorpecidos e envoltos em pecado, somos totalmente incapazes de
responder de maneira afirmativa ao chamado exterior do evangelho; não dispomos
dos meios para poder compreender corretamente Deus e sua mensagem de salvação
(1 Co 2.12-14) e odiamos a Deus e seus
mandamentos (Rm 8.5-8). Nenhuma pessoa decaída tem a capacidade moral de
receber Cristo; somente aqueles a quem Deus concedeu essa capacidade podem crer
no evangelho e ser convertidos (Dt 30.6; Mt 1 1.2 5-2 7; 13.1 0-1 6; Jo 6.4 4,6
3-65; At 1 6.1 4).
Diante da nossa incapacidade, Deus escolheu transformar o coração dos
eleitos mediante o seu chamado efetivo, implantando dentro deles uma nova
capacidade moral e novos desejos, de modo que aceitem, inevitavelmente, o
convite de Deus quando forem chamados (Jo 6.4 4-4 5; 10.1-5). É Deus quem
inicia esse processo ao regenerar o nosso espírito e renovar o nosso coração
(Dt 30.6; Jo 1.12-13; 3.5-8; At 1 6.1 4; Fp 2.1 2-1 3; veja o artigo teológico
"Regeneração e novo nascimento", em Jo 3). Ele nos converte
concedendo-nos a fé salvadora como meio infalível de obtermos a salvação (At
13.48; 1Co 1.22-31; Ef 2.8-9; Fp 1.29; I Jo 5.20).
Nem sempre Deus chama os eleitos dessa maneira na primeira vez que
ouvem o evangelho; uma pessoa pode ser eleita e, ainda assim, rejeitar o
evangelho por muitos anos. Quando isso acontece, os eleitos se comportam como
todas as outras pessoas decaídas, rejeitando necessariamente o evangelho devido
ao seu ódio por Deus e sua falta de capacidade moral de obedecer a ele. Muitas
vezes, os cristãos pressupõem indevidamente que isso significa que o chamado
interior e efetivo do Espírito Santo pode ser resistido. O chamado exterior por
meio da pregação e do testemunho pode, de fato, ser resistido (At 13.45-46,49-51;
14.1-4). Na verdade, o chamado exterior sempre provoca resistência a menos que
seja acompanhado do chamado interior efetivo. Mas o chamado interior d Espírito
Santo sempre resulta em conversão.
[1]Artigo
teológico da BEG em At 16 – reproduzido na íntegra.
QUANTO À SALVAÇÃO DE ALMAS:
Não se trata de convencimento, nem de luta, nem de discussão...
Não se trata de concordância ou não...
A mensagem de salvação está ainda disponível a todos: muçulmanos, hinduístas, espíritas, católicos, evangélicos, espiritualistas, ateus, religiosos, não religiosos, ...
A urgência da mensagem de salvação sempre foi e agora mais do que nunca é a grande nova que precisa ganhar o mundo, como foi nos primeiros tempos.
"Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa!" - (At 16.31)
Ainda sobre Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor:
"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (At 4.12).
Ouça esse pedaço do sermão de John Piper que foi muito feliz ao abordar essa tão delicada questão:
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...
0 comentários:
Postar um comentário
Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.