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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ezequiel 17:1-24 - A PARÁBOLA DAS DUAS ÁGUIAS.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que ainda estamos no primeiro capítulo “I”, agora na segunda parte “B”, na terceira seção “3”, alínea “f”, estamos no capítulo 17:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (8.1-24.27).
3. Discursos relacionados (12.21-24.27) - continuação.
f. A parábola das duas águias (17.1-24).
Nos próximos 24 versículos, veremos a parábola das duas águias. Esse oráculo não é datado, mas provavelmente foi pronunciado entre as datas apresentadas em 8.1 (no sexto ano, no sexto mês, aos cinco dias do mês...); 20.1 (no quinto mês do sétimo ano, aos dez dias do mês,...), que falam sobre o sexto e o sétimo anos do exílio de Joaquim (592-590 a.C.). Nabucodonosor estabeleceu o cerco a Jerusalém em 588 a.C. e depôs Zedequias do trono em 586 (v. 20).
Ezequiel diz, ao iniciar este capítulo, que ainda veio a ele, filho do homem, a palavra do Senhor que lhe dizia, para propor à casa de Israel um enigma.
Na alegoria de Ezequiel, a águia representava o poderio da Babilônia sob o comando de Nabucodonosor.  A ponta de um cedro, o reino de Judá e a dinastia de Davi que por essa ocasião já havia durado por mais de trezentos anos.
A águia bonita, de grandes asas, de plumagem colorida, foi ao Líbano e arrancou a ponta mais alta de seus ramos. Uma referência ao exílio e ao cativeiro de Joaquim na Babilônia. Os exilados continuavam a considerar Joaquim como o legítimo rei de Judá.
Também ela tomou da semente da terra e a lançou num solo frutífero, junto a muitas águas e a plantou como o salgueiro. O resultado disso foi que se tornou em uma videira mui larga, mas de pouca altura, ou seja, era Jerusalém sob a liderança de Zedequias, que havia sido empossado por Nabucodonosor após ter deportado Joaquim (2Rs 24.15-17). Essa videira prosperou, embora numa escala mais humilde.
A outra grande águia da alegoria de Ezequiel se trata do Egito – vs. 7 - o Egito, sob o governo de Psamético II (595 — 589 a.C.) ou Hofra (589-570 a.C.). Zedequias trocou a sua aliança (vs. 15-17 – veja mais à frente), o que resultou na destruição de Jerusalém.
Dos versos 8 ao 10, o Senhor explica os detalhes da alegoria e lhes dá a interpretação correta. Ela tinha sido plantada corretamente e junto a muitas águas e se esperava o seu crescimento e amadurecimento com a consequente produção de frutos.
No entanto, nada disso aconteceu, pelo contrário passou a imitar e a praticar coisas abomináveis até que veio a Águia e a levou para plantá-la na Babilônia. O que ficou dela para trás para nada prestaria, não poderia subsistir – vs. 14.
Também contra os babilônios se revoltou e buscou ajuda com os egípcios. Embora os historiadores do Antigo Testamento não mencionem o apelo por auxílio feito por Zedequias ao Egito, Jeremias o faz (Jr 37.5-11; 44.30).
Uma das cartas de Laquis escrita sobre pedaços de cerâmica nos últimos dias do reino de Judá, também informa que um comandante do exército havia ido ao Egito, talvez para solicitar auxílio. Veja 16.26-29; 29.6-7; 30.20-26.
Dos versos 16 ao 21, o Senhor fala e jura por ele mesmo que o rei que desprezou o juramento e quebrou o pacto, no meio da Babilônia ele iria morrer. (Veja também 2Rs 25.4-7).
“A rebelião de Zedequias contra o rei da Babilônia provocou o ataque dos babilônios. O resultado foi a destruição de Jerusalém – inclusive do templo – e a deportação de Zedequias e da maioria do povo de Judá.
O ano era de 586 a.C. e apesar de ser um vassalo nomeado por Nabucodonosor, Zedequias se juntou ao Egito e outras nações numa conspiração contra os babilônios – Jr 27:3-8; Ez 17:11-21.
Conforme a BEG, a decisão infeliz do rei de Judá de se rebelar contra a Babilônia pode ter recebido o incentivo de Faraó Ofra – Apries – que subiu ao poder em 589 a.C.
Foram quase dois anos exatos do cerco dos babilônios contra Jerusalém, aproximadamente uns 539 dias contados de 10 do 10 do ano 9 até 9 de 4 do ano 11. A fome apertou e não havia pão para comerem. Foi nesse momento que a cidade foi arrombada e alguns deles fugiram, inclusive o rei.
No entanto, foram alcançados, presos e fizeram subir o rei de Judá ao rei da Babilônia, a Ribla e ali foi pronunciada a sentença contra Zedequias. Seus filhos foram mortos à espada às suas vistas e Zedequias teve os seus olhos vazados e seus pés presos em cadeias e assim levados cativos para a Babilônia.
Se Zedequias tivesse ouvido os profetas Jeremias e Ezequiel – Jr 38:14-28; Ez 12:13 -, nada disso teria acontecido a ele. Jeremias tinha tentado convencer o rei a se render, pois o julgamento do Senhor era inevitável.
Quem sabe uma rendição pacífica teria poupado tanto a Jerusalém quanto ao templo? A sua rebeldia trouxe consequências terríveis tanto a ele quanto a sua família e ao povo sofrido de Judá. Ao final morre na Babilônia – Jr 52:11.”[1]
Somente nesse momento de grande dor e pesar, de remorsos e de arrependimentos, quando o juízo tivesse ocorrido e as consequências estavam sendo distribuídas em doses amargas é que saberiam que foi o Senhor quem disse isso tudo. Souberam antecipadamente, mas não creram, desprezaram, e agora, tarde demais, estavam sendo desprezados – vs. 21.
A misericórdia e a graça do Senhor permitiriam que de um topo do cedro, apanhasse um simples broto para plantá-lo. Ele seria cortado do mais tenro e plantado sobre um monte alto e sublime.
A Bíblia com frequência usa um renovo, um galho ou uma árvore como símbolos da realeza (Dn 4.9-12,19-22). Ezequiel anunciou que Deus restauraria um descendente de Joaquim ("a ponta de um cedro"; vs. 3,22) ao reinado de Judá. Essa predição foi e seria cumprida por Jesus o Messias, o Renovo do Senhor (Is 4.2; 11.1; 53.2; 60.21; Jr 23.5; 33.15; Zc 6.12).
Ez 17:1 Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Ez 17:2 Filho do homem, propõe um enigma,
e profere uma alegoria à casa de Israel;
Ez 17:3 e dize:
Assim diz o Senhor Deus:
uma grande águia, de grandes asas e de plumagem comprida,
cheia de penas de várias cores, veio ao Líbano
e tomou o mais alto ramo dum cedro;
Ez 17:4 arrancou a ponta mais alta dos seus raminhos,
e a levou a uma terra de comércio;
e a pôs numa cidade de comerciantes.
Ez 17:5 Também tomou da semente da terra,
e a lançou num solo frutífero;
pô-la junto a muitas águas;
e plantou-a como salgueiro.
Ez 17:6 E brotou, e tornou-se numa videira larga, de pouca altura,
virando-se para ela os seus ramos,
e as suas raízes estavam debaixo dela.
Tornou-se numa videira, e produzia sarmentos,
e lançava renovos.
Ez 17:7 Houve ainda outra grande águia, de grandes asas,
e cheia de penas;
e eis que também esta videira lançou para ela
as suas raízes,
e estendeu para ela os seus ramos desde as auréolas
em que estava plantada,
para que ela a regasse.
Ez 17:8 Numa boa terra, junto a muitas águas,
estava ela plantada, para produzir ramos,
e para dar fruto, a fim de que fosse videira excelente.
Ez 17:9 Dize:
Assim diz o Senhor Deus:
Acaso prosperará ela?
Não lhe arrancará a águia as raízes,
e não lhe cortará o fruto, para que se seque?
para que se sequem todas as folhas de seus renovos?
Não será necessário nem braço forte, nem muita gente,
para arrancá-la pelas raízes.
Ez 17:10 Mas, estando plantada, prosperará?
Não se secará de todo, quando a tocar o vento oriental?
Nas auréolas onde cresceu se secará.
Ez 17:11 Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Ez 17:12 Dize, pois, à casa rebelde:
Não sabeis o que significam estas coisas?
Dize-lhes:
Eis que veio o rei de Babilônia a Jerusalém,
e tomou o seu rei e os seus príncipes,
e os levou consigo para Babilônia;
Ez 17:13 e tomou um da estirpe real, e fez pacto com ele,
e o juramentou. E aos poderosos da terra removeu,
Ez 17:14 para que o reino ficasse humilhado,
e não se levantasse, embora, guardando o seu pacto,
pudesse subsistir.
Ez 17:15 Mas ele se rebelou contra o rei de Babilônia,
enviando os seus embaixadores ao Egito,
para que se lhe mandassem cavalos
e muita gente.
Prosperará ou escapará aquele que faz tais coisas?
Quebrará o pacto e escapará?
Ez 17:16 Como eu vivo, diz o Senhor Deus,
no lugar em que habita o rei que o fez reinar,
cujo juramento desprezou, e cujo pacto quebrou,
sim, com ele no meio de Babilônia
certamente morrerá.
Ez 17:17 Não lhe prestará Faraó ajuda em guerra,
nem com seu grande exército, nem com sua companhia
numerosa, quando se levantarem tranqueiras
e se edificarem baluartes, para destruir muitas vidas.
Ez 17:18 Porquanto desprezou o juramento e quebrou o pacto,
porquanto deu a sua mão, e ainda fez todas estas coisas,
ele não escapará.
Ez 17:19 Portanto, assim diz o Senhor Deus:
Vivo eu, que o meu juramento que desprezou,
e o meu pacto que violou,
isso farei recair sobre a sua cabeça.
Ez 17:20 E estenderei sobre ele a minha rede,
e ficará preso no meu laço; e o levarei a Babilônia,
e ali entrarei em juízo com ele por causa da traição
que cometeu contra mim.
Ez 17:21 E a fina flor de todas as suas tropas cairá à espada,
e os que restarem serão espalhados a todos os ventos;
e sabereis que eu, o Senhor, o disse.
Ez 17:22 Assim diz o Senhor Deus:
Também eu tomarei um broto do topo do cedro,
e o plantarei;
do principal dos seus renovos cortarei o mais tenro,
e o plantarei sobre um monte alto e sublime.
Ez 17:23 No monte alto de Israel o plantarei;
e produzirá ramos, e dará fruto,
e se fará um cedro excelente.
Habitarão debaixo dele aves de toda a sorte;
à sombra dos seus ramos habitarão.
Ez 17:24 Assim saberão todas as árvores do campo que eu,
o Senhor,
abati a árvore alta,
elevei a árvore baixa,
sequei a árvore verde,
e fiz reverdecer a árvore seca;
eu, e Senhor, o disse, e o farei. 
Naquele lugar especial, no monte alto de Israel, seria plantado e vingaria e produziria ramos, dando frutos e se tornando um excelente cedro onde debaixo dele habitariam aves de toda a sorte, à sombra de seus ramos esbeltos.
Em vez de ser ameaçado por outros reinos (aves como as águias), esse esplêndido cedro tornar-se-ia um refúgio para todas as espécies de aves (cf. Dn 4.12,21; Mt 13.31-32). Essa árvore daria frutos (2Rs 19.30; Is 11.1; 37.31; Jr 17.8; Jo 15.4, 5, 8,16).
No verso 24, o fecho deste capítulo de forma profética, exortativa e instrutiva. Agora, saberão todas as árvores do campo que foi o Senhor, e sempre será a sua glória somente para ele, que:
·         Abateu a árvore alta.
·         Elevou a árvore baixa.
·         Secou a árvore verde.
·         Fez reverdecer a árvore seca.
Foi o Senhor quem disse e que o fará- vs. 24.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br




[1] Do livro do mesmo autor: O REINO DIVIDIDO - Reflexões bíblicas nas histórias dos reis de Judá e de Israel em I e II Reis.
 ...

5 comentários:

Graça e paz meu querido.achei de grande valia suas palavras no post, Deus lhe abnçoe grandemente, por favor como fazer para adiquir seus livros ? me parecem muito bons. ai esta meu end eletrônico.
ozeasalves44@hotmail.com
grato

Ezequiel 17:1a24 A parábola das duas águias, onde a referencia das leituras esta Jr 17 é na verdade Ez 17;

Ajustamos as referências que diziam Jr quando na verdade eram Ez. Muito obrigado pela correção de nosso post. Valeu!

Glórias a DEUS..!!!! Estou bastante feliz com a explicação. Estive por vários meses, tentando entender este capítulo de Ezequiel. Agora pra mim esta esclarecido. Quero ainda fazer um paralelo entre este capítulo e a vida cotidiana dos crentes de hoje com seus líderes e governantes. Ajudem-me por favor. Tenho que aprender mais. preciso trazer uma explicativa deste texto à minha igreja. Obrigado de todo coração a quem me ajudar...!!!!

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.