sábado, 5 de março de 2016
sábado, março 05, 2016
Jamais Desista
Hebreus 10 1-39 - RETROCEDER E SER DESTRUÍDO - OU - CRER E SER SALVO?
Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a
fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e
superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 10/13.
Breve
síntese do capítulo 10.
Aqui no capítulo 10, estamos diante de uma frase ou citação que eu sou
apaixonado, trata-se do verso 19: tendo, pois, irmãos intrepidez, ousadia,
entremos com confiança no Santo dos Santos.
No
Santos dos Santos, somente poderia entrar o sumo-sacerdote e uma única vez por
ano e uma única vez em toda a sua vida! Por causa do Mediador, Jesus Cristo,
Nosso Senhor, temos acesso a qualquer momento! Você fecha os seus olhos em
oração e pronto está diante do Pai!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. CRISTO É SUPERIOR AO MINISTÉRIO SACERDOTAL (8.1-10.18) - continuação.
Estamos vendo que dos vs. 8.1 ao 10.18,
estamos vendo que Cristo é superior ao ministério sacerdotal. A superioridade
de Cristo a Arão e ao sacerdócio levítico levou o autor a fazer uma descrição
completa do incomparável ministério sacerdotal de Jesus.
Estamos seguindo a divisão desse material
em quatro seções, conforme a BEG: A. Uma aliança superior (8.1-13) – já vimos; B. Um tabernáculo superior
(9.1-10) – já vimos; C. Um sacrifício
superior (9.11-28) – já vimos; e, D.
O sacrifício de Cristo foi de uma vez para todo o sempre (10.1-18) – veremos agora.
D. O sacrifício de Cristo foi de uma vez para todo o sempre (10.1-18)
Nos próximos 18 versículos, veremos que o
sacrifício de Cristo foi feito de uma vez para sempre. O autor elaborou a
respeito da grande importância do sacrifício final de Cristo pelos pecados do
povo de Deus.
Ele começa dizendo que a Lei traz somente
uma sombra dos bens vindouros e não a sua realidade. Os "bens" eram
as perspectivas com respeito à lei, a qual os prenunciava; com a primeira vinda
de Cristo, eles se tornaram parcialmente presentes, e serão completamente
cumpridos no seu retorno (9.11).
Seria por isso que ela nunca conseguiria
aperfeiçoar ou tornar perfeitos os adoradores. Os adoradores não poderiam ser
"purificados uma vez por todas" (vs. 2). A lei não poderia eliminar
seus pecados nem conceder a eles permanente acesso à presença de Deus (7.11,19;
9.9).
A consequência é que deveria ser repetidos
ano a ano para trazer a recordação de pecados. Os sacrifícios do Antigo
Testamento eram um anúncio público, diante de Deus e da humanidade, de que as
pessoas ainda eram pecadoras (Lv 14.12-28; Nm 5.15; Is 53.10).
Na nova aliança, Deus diz que "dos
seus pecados jamais me lembrarei" (8.12; veja 10.17). Esse esquecimento
ocorre com respeito às pessoas quando elas recebem a fé salvadora em Cristo, e
ocorrerá com o povo de Deus como um todo quando Cristo retornar em glória.
A impropriedade dos sacrifícios do Antigo
Testamento não era uma ideia nova, mas uma ideia que foi nitidamente expressa
em várias passagens do Antigo Testamento (p. ex., 1Sm 15.22; Is 1.10-17; Am
5.21-24; Mq 6.6-8). A função e a intenção da lei foram frustradas pelo pecado
do povo (8.8-12; Rm 8.3-4).
Em SI 40.6-8 é relatado o compromisso de
Davi em obedecer à lei de Deus. Jesus cumpriu perfeitamente esse compromisso.
Por essa razão, o autor de Hebreus entendeu que o salmo era uma indicação do
obediente autossacrifício de Cristo em substituição ao sistema sacrifical do
Antigo Testamento.
O texto em hebraico de SI 40.6 citado no
vs. 5 “um corpo me formaste” traz: "abriste os meus ouvidos" (ou
seja, "fizeste-me pronto a obedecer"; cf. Is 50.5).
Na Septuaginta (a tradução grega do AT), que
Hebreus segue, esse salmo fala da prontidão da pessoa como um todo ("o corpo"),
não somente de uma parte ("os ouvidos"). Assim, "um corpo me
formaste" refere-se à prontidão de Jesus para tornar-se humano e para
sofrer a morte em nosso favor (2.14; 5.8).
Então ele disse que ali estaria e no livro
estava escrito a seu respeito de que ele estava vindo fazer a vontade de Deus. Provavelmente
essa é uma referência aos livros da lei que os reis de Israel tinham de manter
para expressar sua submissão a Deus (Dt 17.18-20; 2Rs 11.12).
Primeiro ele disse: "Sacrifícios,
ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, nem deles te
agradaste" (os quais eram feitos conforme a Lei) – vs. 8. Esses termos resumem
todo o sistema sacrifical levítico. Em contraste com tudo isso (chamado "o
primeiro" no vs. 9), Cristo ofereceu outro sacrifício (chamado "o
segundo" no vs. 9).
Embora instituído por Deus na lei (2.2;
8.9; 12.18-21,25), o sistema levítico não era o modo desejado por Deus para
eliminar o pecado do seu povo.
Por isso que ele acrescentou que ali estaria
para fazer a sua vontade. Jesus teria de exercer a obediência por meio do
sofrimento (2.10; 5.8) para realizar o supremo ato de obediência: expiar o
pecado mediante a própria morte (vs. 10). Remove o primeiro. Ou seja, o sistema
sacrifical levítico do Antigo Testamento.
O propósito imutável de Deus, o qual Jesus
Cristo de maneira voluntária executou, nos trouxe a salvação (vs. 7-9). Por meio
do cumprimento de sua vontade, temos sido santificados. O termo
"santificado" significa "separado" ou
"consagrado".
Aqui e no vs. 14 o ponto principal não é o
processo de santificação que ocorre ao longo de toda a vida (como em 12.14),
mas que de uma vez por todas altera a nossa posição, que ocorre quando nos
unimos a Cristo pela fé e, desse modo, somos separados da poluição do pecado e
qualificados para adorar a Deus. Em Hebreus ser "purificado",
"feito santo" e "tornado perfeito" são virtualmente sinônimos.
Os sacrifícios diários, não menos que as
ofertas do Dia de Expiação, anunciavam, pela sua repetição, que eles não podiam
erradicar a culpa pelo pecado.
Um contraste adicional (estar em pé versus
assentar--se) é simbólico da diferença entre o sacerdócio levítico e o
sacerdócio de Cristo. Em contraste com os sacerdotes levitas, que permaneciam
em pé por causa dos atos sacrificais que nunca eram completados, Jesus terminou
o seu sacrifício e, por essa razão, "assentou-se à destra de Deus",
como profetizado em SI 110.1 (1.3,13; 8.1). Repare no vs. 12 que diz que quando
este sacerdote, perfeito, acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício
pelos pecados, assentou-se à direita de Deus.
Doravante, ele está esperando o tempo certo
de Deus até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque,
por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo
santificados – vs. 13 e 14. Não há mais necessidade de sacrifícios. A lei foi
cumprida em Cristo Jesus.
Agora que disso nos dá testemunho é o
próprio Espírito Santo. Como outros livros do Novo Testamento, Hebreus afirma
que o Espírito é o autor principal da Escritura (3.7; 9.8; At 4.25). Citações
de Jr 31 marcam o início (8.8-12) e o fim (10.16-17) do importante argumento
desenvolvido com base em Jr 31.
As citações de Jr 31 (8.8-12; 10.16-17)
demonstram que o sacrifício de uma vez por todas de Jesus resulta tanto em
transformação interior dos crentes (santificação; vs. 16) como em perdão dos
pecados (justificação; vs. 17).
V. CHAMADO A PERSEVERAR NA FÉ (10.19-12.29).
A responsabilidade de permanecer fiel até o
fim é intensificada na nova aliança, até mesmo nos tempos mais difíceis.
Dos vs. 10.19 ao 12.29, veremos esse chamado
a perseverar na fé. O autor voltou-se para o seu quinto interesse principal: exortar
a ser fiel até o fim.
Sua discussão se divide em quatro partes: a
responsabilidade maior da nova aliança (10.19-39), exemplos de fé (11.1-40),
disciplina divina para os filhos de Deus (12.1-17) e a Jerusalém celestial
(12.18-29). Elas formarão a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. A
aliança superior e a responsabilidade maior (10.19-39) – veremos agora; B. Exemplos de vida de fé (11.1-40); C. Os
verdadeiros filhos de Deus (12.1-17); e, D. A Jerusalém celestial (12.18-29).
A. A aliança superior e a responsabilidade maior (10.19-39).
A nova e superior aliança revela maior
graça divina, mas também requer mais responsabilidade. Mais graça, mais
responsabilidades!
Os vs., Hb 10. 18 e 19 dizem que, em função
do que acabara o autor de Hebreus de explicar, deveríamos ter agora plena
confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e
vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo.
O autor incluiu a si mesmo junto com os
leitores (veja o vs. 22) num apelo renovado pela confiança, ou intrepidez, para
se aproximar de Deus. Essa confiança não é baseada em qualquer mérito que
possuímos, mas na pessoa e na obra do nosso grande sumo sacerdote.
Pense nisso! Fazer obras é bom? Sim,
excelente, continue a fazê-las sempre e cada vez com mais amor e paciência. Podem
também me cobrar, pois sei que quanto mais faço, mais preciso dedicar-me; no
entanto, isso é a graça de Deus na minha vida e não créditos que acumulo para
ter vantagens e cobrar evoluções diante de Deus... Acorda, querido!
Não somente Jesus está em nosso favor (8.3;
9.12,24), mas também nós mesmos entramos no santuário celestial de Deus
mediante os méritos do sacrifício de Cristo.
Essa frase “pelo novo e vivo caminho...
pelo véu, isto é, pela sua carne” – vs. 20 - ou compara o corpo de Jesus ao
véu, ou declara que o seu corpo é o caminho para atravessar o véu.
Se o véu é uma metáfora para o corpo de
Cristo, a analogia encontra-se no fato de que, assim como o véu do templo foi
rasgado para abrir o caminho para o Santo dos Santos (6.19; 9.3; MT 27.51),
também o corpo de Cristo foi rasgado para que o seu sangue fosse derramado para
abrir o caminho para o santuário celeste (vs. 19).
O paralelo é figurativo e não deve ser forçado.
Se o corpo de Jesus for identificado como "o caminho... pelo véu", a
frase repete a ideia encontrada no vs. 19.
Agora, nós temos, pois, um grande sacerdote
sobre a casa de Deus – vs. 21 – e por sua causa e, como explicado, devemos nos
aproximar dele em plena certeza de fé. O chamado para a fé é o que sugere o
assunto do cap. 11, que veremos em seguida.
Que bênção de Deus, agora com o coração sincero
e em plena certeza de fé, tendo o coração sido purificado e o corpo lavado com
água pura, devemos nos apegar com firmeza à esperança que professamos, pois
quem nos prometeu é fiel.
A purificação interior da consciência que
torna a morte de Jesus superior aos sacrifícios sob a lei (9.13-14) é
claramente simbolizada no batismo (Ef 5.26). Como o sumo sacerdote lavava o seu
corpo com água em preparação para entrar no Santo dos Santos (Ex 29.4; Lv 16.4)
do mesmo modo os cristãos purificados por Cristo podem entrar agora como
sacerdotes na presença de Deus.
Se somente o sumo sacerdote poderia entrar
no Santo dos Santos uma vez por ano e uma única vez em toda a sua vida, para
dar lugar aos outros sacerdotes, agora, em Cristo, somos convidados pelo
Espírito Santo a entrar no Santo dos Santos a qualquer momento. A minha leitura
disso é que, em Cristo, agora também nós somos sacerdotes de Deus e como eles e
ele, devemos, não mais oferecer sacrifícios, mas interceder a Deus a favor de
seu povo.
Assim, guardemos firme a confissão da
esperança – vs. 23. Em 3.1-14, outra passagem que menciona a "casa de
Deus" (3.5; cf. v. 21), há uma exortação semelhante para "guardamos
firme" (3.14) e uma garantia semelhante de que Cristo é fiel (3.6; cf. v.
23).
"A confiança que, desde o princípio,
tivemos" (3.14), como a "confissão da esperança" (vs. 23),
provavelmente se refere ao tempo do nosso batismo (observe o termo
"água" no vs. 22) e a entrada na igreja (vs. 32).
O dever de encorajar um ao outro à prática
de boas obras – vs. 24 - pode encontrar expressão ao congregar-nos na igreja (vs.
25). O "amor" (vs. 24) completa a trindade familiar com a
"fé" (vs. 22) e "esperança" (vs. 23). Essa trindade parece
ter desempenhado um papel proeminente no ensinamento da igreja primitiva (1 Co
13.13; Cl 1.4-5; lTs 1.3).
A partir do momento que os cristãos foram
severamente perseguidos (vs. 32-34), eles podem ter sido tentados a abandonar
suas reuniões normais, por isso o autor os exorta a não deixarem de
congregarem, principalmente por causa do dia da vinda do Senhor, ou seja, o dia
do retorno de Jesus para trazer salvação para aqueles que por ele esperam
(9.28; 12.26-27).
Em função de tudo o que fora exposto e que
nos concede um tão grande privilégio de estarmos diante de Deus como
sacerdotes, ele adverte os crentes para terem muito cuidado com o pecado.
Os cristãos que dizem não ter pecado estão
iludindo a si mesmos (I Jo 1.8,10), mas aqueles que pecam não devem se
desesperar, porque a graça e o perdão são acessíveis (4.16; 1Jo 1.9; 2.1-2).
No entanto, aqui o autor advertiu toda a
igreja a não se desviar do evangelho (veja 6.4-8). Ele tinha em mente as formas
mais graves do pecado - atos feitos "deliberadamente" ou
"atrevidamente" (veja Nm 15.30) - bem como estilos de vida
inflexivelmente pecaminosos, como opostos aos deslizes temporários na dúvida ou
no pecado.
Portanto, se continuarmos a pecar
deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta
sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e
de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus – vs. 26,27. Essa palavra
deixa claro que o autor tinha mais do que a disciplina temporária em mente. Ele
estava pensando no castigo eterno de Deus.
Nós todos sabemos que quem rejeitava a lei
de Moisés (aqueles que se desviaram de Deus para os ídolos - Dt 17.2-7) morria
sem misericórdia pelo depoimento de duas ou três testemunhas. E agora, quão
mais severo castigo, julgam vocês – pergunta o escritor -, merece aquele que
pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele
foi santificado, e insultou o Espírito da graça? – vs. 28,29.
Nesse vs. 29 ele se referiu a calcar aos
pés o Filho de Deus (ou seja, tratar o seu sangue sacrifical como impuro e
insultar o Espírito gracioso de Deus), indicando que o pecado que ele tinha em
mente era, ou acompanhava, a rejeição do evangelho.
Já não resta sacrifício pelos pecados. Desde
que Deus anulou o sistema levítico de sacrifícios de animais (v. 9), aqueles
que abandonam sua confissão da verdade em Cristo não terão para onde se voltar
para receber o perdão.
Esse argumento – vs. 29 - do menor (a lei)
para o maior (o evangelho) também é encontrado em 2.2-3. Se a violação
insolente da lei dada por intermédio de Moisés o servo (3.5), autorizava a
punição pela morte, então o desprezo pelo Filho de Deus (1.2-3; 3.6; 6.6; 2Pe
2.1), pelo seu sangue sacrifical (9.20; cf. Êx 24.8; Mc 14.24) e pelo o
Espírito da graça mediante o qual ele ofereceu a si mesmo (9.14) merece nada
menos que "fogo vingador prestes a consumir os adversários" (vs. 27).
Essa descrição do sangue da aliança com o
qual foi santificado indicava que os apóstatas estavam incluídos entre as
pessoas da aliança (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu
excelente artigo teológico "A igreja visível e a invisível", em 1 Pe
4) e assim separados pelo sangue de Cristo - mas de uma maneira não salvadora.
Compare com descrições semelhantes em 6.4-6.
As duas citações da canção de Moisés no vs.
30 (Dt 32.35-36 - "A mim pertence a vingança; eu retribuirei"; e "O
Senhor julgará o seu povo") mostram que Deus está pronto para julgar
aqueles que estão na aliança com ele.
Esse princípio do Antigo Testamento se
aplica igualmente à nova aliança. Deus irá separar aqueles que são verdadeiramente
seus dos apóstatas (cf. 1 Pe 4.17). A BEG recomenda novamente seu excelente artigo
teológico "A igreja visível e a invisível”, em 1 Pe 4. É preciso muito
cuidado, pois terrível coisa é cair nas mãos do Deus Vivo – vs. 31.
Dos vs. 10.32-39, ele faz um apelo para o
passado e afirma que a recompensa não tarda. Como em 6.9-12, aqui o autor
equilibrou a sua severa advertência com um lembrete encorajador de que os seus
leitores originais tinham mostrado os frutos da graça, especialmente pela ajuda
mútua diante do sofrimento anterior.
Mesmo como cristãos recentes, esses
cristãos haviam sofrido perseguição e até foram expostos como em espetáculo. A
prisão e o confisco de propriedades (mas não o martírio; 12.4) estavam entre as
formas de perseguição que os leitores originais sofreram. Essas perseguições
podem ter refletido as condições após o decreto de Cláudio (49 d.C.) que
expulsou os judeus de Roma
Ao invés de se
esmorecerem, eles se compadeceram de seus colegas que estavam presos e
aceitaram alegremente o confisco de seus bens. Um incentivo para que os
leitores originais se lembrassem da solidariedade e da alegria que eles haviam
compartilhado apesar da perseguição.
Em comparação com essa
eterna herança (9.15), a propriedade perdida por causa de Deus não tem valor. E
você leitor aceitaria alegremente o confisco de seus bens por amor a Cristo? É preciso
ter uma consciência profunda de que não somos os donos das coisas, mas que elas
estão, ou não, em nosso poder por um tempo determinado, conforme os propósitos
de Deus.
Como Moisés – vs. 35 -,
os leitores deveriam fixar os olhos no futuro galardão (11.26) e não nas coisas
presentes.
As leis de Deus estavam
escritas no coração deles (8.10; 10.16), de modo que eles tinham de seguir os
passos de Jesus, que veio para fazer a vontade de Deus (vs. 9-10; 13.21). Seria
necessário perseverar, de modo que, quando tivermos feito a vontade de Deus,
recebamos o que ele nos prometeu – vs. 36 – e assim, alcancemos a promessa.
O autor fala que em
breve aquele que deve vir, virá! – vs. 37. O autor referiu-se a Hc 2.34, do
qual ele derivou princípios de uma vida fiel.
"Aquele que vem virá, e não demorará. Mas o
meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele". (Hb
10:37,38).
O cap. 11 indicará três
características que surgiram na vida do povo de fé no Antigo Testamento -
qualidades que devem aparecer na vida de todos os cristãos.
A fé salvadora
(1) Ela fixa o seu olhar naquele que
deve vir, tendo esperança em seu futuro aparecimento (11.1,7,10,13,20,22,27).
(2) Recebe a sentença da retidão de
Deus (11.4,7; 12.23).
(3) Não retrocede em face do
sofrimento (11.24-26,35-38).
Ele conclui essa parte
dizendo que nós não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem
e são salvos. A base desse encorajamento é como a de 6.9-10. Aqui o autor
inclui a si mesmo ao usar "nós" em vez de "vocês".
Hb 10:1 Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros,
não a imagem real
das coisas,
nunca
jamais pode tornar perfeitos os ofertantes,
com os mesmos
sacrifícios que, ano após ano,
perpetuamente,
eles oferecem.
Hb 10:2 Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos,
porquanto os que
prestam culto,
tendo
sido purificados uma vez por todas,
não
mais teriam consciência de pecados?
Hb 10:3 Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação
de pecados todos os anos,
Hb 10:4 porque é
impossível que
o sangue de touros e de bodes remova pecados.
Hb 10:5 Por isso, ao entrar no mundo, diz:
Sacrifício e oferta
não quiseste;
antes,
um corpo me formaste;
Hb 10:6 não te
deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado.
Hb
10:7 Então, eu disse:
Eis
aqui estou
(no rolo do livro está escrito a meu respeito),
para
fazer, ó Deus, a tua vontade.
Hb 10:8 Depois de dizer, como acima:
Sacrifícios e
ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações
pelo pecado,
nem
com isto te deleitaste (coisas que se oferecem
segundo a lei),
Hb
10:9 então, acrescentou:
Eis aqui estou para fazer,
ó Deus,
a tua vontade.
Remove o primeiro para estabelecer o segundo.
Hb 10:10 Nessa
vontade é que temos sido santificados,
mediante
a oferta do corpo de Jesus Cristo,
uma
vez por todas.
Hb 10:11 Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia,
a exercer o serviço
sagrado
e a oferecer muitas
vezes os mesmos sacrifícios,
que
nunca jamais podem remover pecados;
Hb 10:12 Jesus, porém, tendo oferecido,
para sempre, um
único sacrifício pelos pecados,
assentou-se
à destra de Deus,
Hb
10:13 aguardando, daí em diante,
até
que os seus inimigos sejam postos
por estrado dos seus pés.
Hb 10:14 Porque, com uma única oferta,
aperfeiçoou para
sempre
quantos
estão sendo santificados.
Hb 10:15 E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo;
porquanto, após ter
dito:
Hb
10:16 Esta é a aliança que farei com eles,
depois
daqueles dias, diz o Senhor:
Porei
no seu coração as minhas leis
e
sobre a sua mente as inscreverei,
Hb 10:17 acrescenta:
Também de nenhum
modo me lembrarei dos seus pecados
e das suas iniquidades,
para sempre.
Hb 10:18 Ora, onde há remissão destes,
já não há oferta
pelo pecado.
Hb 10:19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez
para entrar no
Santo dos Santos,
pelo
sangue de Jesus,
Hb
10:20 pelo novo e vivo caminho
que ele nos
consagrou pelo véu,
isto
é, pela sua carne,
Hb
10:21 e tendo grande sacerdote
sobre
a casa de Deus,
Hb
10:22 aproximemo-nos, com sincero coração,
em
plena certeza de fé,
tendo
o coração purificado
de
má consciência
e
lavado o corpo com água pura.
Hb
10:23 Guardemos firme a confissão da esperança,
sem
vacilar, pois
quem
fez a promessa é fiel.
Hb
10:24 Consideremo-nos também uns aos outros,
para
nos estimularmos
ao amor
e
às boas obras.
Hb
10:25 Não deixemos de congregar-nos,
como
é costume de alguns;
antes,
façamos admoestações
e
tanto mais quanto vedes
que o Dia se aproxima.
Hb 10:26 Porque, se vivermos deliberadamente em pecado,
depois de termos
recebido o pleno conhecimento da verdade,
já
não resta sacrifício pelos pecados;
Hb
10:27 pelo contrário, certa expectação horrível
de
juízo e fogo vingador prestes
a consumir os adversários.
Hb 10:28 Sem misericórdia morre pelo depoimento
de duas ou três testemunhas
quem tiver
rejeitado a lei de Moisés.
Hb 10:29 De quanto mais severo castigo julgais vós
será considerado
digno aquele que
calcou
aos pés o Filho de Deus,
e
profanou o sangue da aliança
com
o qual foi santificado,
e
ultrajou o Espírito da graça?
Hb 10:30 Ora, nós conhecemos aquele que disse:
A mim pertence a
vingança;
eu
retribuirei.
E outra vez:
O Senhor julgará o
seu povo.
Hb
10:31 Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.
Hb 10:32 Lembrai-vos, porém, dos dias anteriores,
em que, depois de
iluminados,
sustentastes
grande luta e sofrimentos;
Hb 10:33 ora expostos como em espetáculo,
tanto de opróbrio
quanto de
tribulações,
ora tornando-vos co-participantes
com aqueles que
desse modo foram tratados.
Hb 10:34 Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados,
como também
aceitastes com alegria o espólio dos vossos bens,
tendo
ciência de possuirdes vós mesmos patrimônio superior e durável.
Hb 10:35 Não abandoneis, portanto,
a vossa confiança;
ela
tem grande galardão.
Hb 10:36 Com efeito,
tendes necessidade
de perseverança,
para
que, havendo feito a vontade de Deus,
alcanceis
a promessa.
Hb 10:37 Porque, ainda dentro de pouco tempo,
aquele que vem virá
e não tardará;
Hb
10:38 todavia, o meu justo
viverá
pela fé; e:
Se
retroceder,
nele
não se compraz a minha alma.
Hb 10:39 Nós, porém,
não somos dos que
retrocedem
para
a perdição;
somos, entretanto,
da fé,
para
a conservação da alma.
Jesus está vindo como prometeu! E sabemos que será em breve por causa do
Espírito Santo que em nós testifica isso. Então, o escritor de Hebreus adverte
cada um para não retroceder e se retroceder, então não está nele o seu prazer.
Como devemos viver este momento de transição em que aguardamos a vinda do
Senhor: pela fé!
Ou você é de um ou de
outro (de qual você é?):
ü Dos que retrocedem e são
destruídos?
ü
Dos
que creem e são salvos?
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete.
...
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.