Provai
e vede que o Senhor é bom! É disto que fala este belo salmo de Davi. O Senhor é
bom em todo o tempo e em todo o tempo, o Senhor é bom. Você tem tido a
experiência de saber que Deus é bom demais da conta para todos os que vivem
sobre a terra? Da sua graça, misericórdia e longanimidade temos vivido e ainda
viveremos até o dia em que ele tem determinado para isso.
Antes de entrarmos
especificamente no teor deste salmos maravilhoso, escrito por volta de 1012
antes de Cristo, vamos contextualizá-lo para entendermos como e porque foi ele
escrito.
Iremos agora meditar na palavra
de Deus que se encontra em I Samuel 21: 10 a 15.
10 Levantou-se Davi, naquele dia, e fugiu de diante de Saul, e foi a
Aquis, rei de Gate.
11 Porém os servos de Aquis lhe disseram: Este não é Davi, o rei da sua
terra? Não é a este que se cantava nas danças, dizendo: Saul feriu os seus
milhares, porém Davi, os seus dez milhares?
12 Davi guardou estas palavras, considerando-as consigo mesmo, e teve
muito medo de Aquis, rei de Gate.
13 Pelo que se contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia doido,
esgravatava nos postigos das portas e deixava correr saliva pela barba.
14 Então, disse Aquis aos seus servos: Bem vedes que este homem está
louco; por que mo trouxestes a mim?
15 Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis este para fazer doidices
diante de mim? Há de entrar este na minha casa?
No primeiro versículo, deste capítulo 21 de I Samuel,
veremos que Davi foi a Nobe, lugar próximo a Jerusalém, a procura de Aimeleque
ou Aís, sumo sacerdote, bisneto de Eli e filho de Aitube. Davi estava fugindo
de Saul que o perseguia injustamente e por temor ao Senhor não o enfrentava.
Quem lhe deu a dica de que deveria fugir porque o rei Saul tinha determinado em
seu coração ferí-lo de morte foi seu amigo Jonatas, filho do rei Saul.
Então ao chegar em Nobe,
mente ao sumo sacerdote quando disse que o rei Saul lhe tinha dado uma ordem
específica. Consegue alimentar-se com o pão sagrado, os pães da proposição que
eram renovados aos sábados e em número de 12, dos quais serviam somente os
sacerdotes (Ex 25:30; Lv 24:5-9). Aimeleque tranquiliza Davi dizendo que
poderiam comer dos pães se não se tivessem chegado a mulheres. Também Davi
tomou da espada de Golias que estava ali guardada como memorial no santuário.
O vs 7 nos revela que estava ali detido, talvez por causa
de lepra (Lv 14:4, 11, 21) Doegue que significa tímido que seria posteriormente
o carrasco de Nobe, pois a mentira de Davi iria custar a vida desses sacerdotes
de Nobe (I Sm 22:18-19) executados não pela guarda real, que se recusou a
cometer este crime, mas pelas mãos desse Idumeu, Doegue. A degola foi tão
grande que não pouparam nem animais, nem crianças, nem mulheres. Flávio Josefo
diz que eram ao todo 385 pessoas, sendo 85 sacerdotes e 300 familiares! Que
barbaridade! Que crueldade! Que diferença entre o Saul quando ungido rei de
Israel e agora rejeitado pelo Senhor.
Para
saciar a nossa curiosidade lembramos aos amados irmãos que o Salmo 34 é mais um
dos salmos acrósticos em que cada versículo se inicia com uma letra do alfabeto
hebraico que tem 22 letras. A letra, no
hebraico, a 8ª, que inicia o versículo que nos escolhemos para nosso tema é o
Heth (ח), numericamente equivale ao 8 (cada letra no hebraico
corresponde a um número). O som corresponde ao som de “ch alemão”. Também cada
letra do alfabeto hebraico corresponde a um símbolo e o heth representa “tufo”
(tu.fo = s. m. 1. Porção de lã aberta. 2.
Porção de plantas, flores, penas etc., juntas. 3. Proeminência, montículo. 4.
Saliência formada pelo tecido de um vestuário. – Dicionário Digital Michaelis
UOL).
Outros exemplos: Aleph (boi) , Beit (casa)
, Guimel (camelo) , Dalet
(porta) , He (grito) , Vav (Gancho) , Zayin (arma) , Heth (tufo), Thet (cobra) , Yod (mão)
, Kaph (palma) , Lamed
(laço) , Meim (água) , Nun (peixe)
, Samech (apoio) , Ayin
(olho) , Pei (boca) , Tsadey (gafanhoto) , Koph (macaco) , Reish (cabeça) , Sin
, Shin (dente) , Tav ou tau
(cruz).
Como estávamos falando,
Davi, apesar dos pesares, resolve que deve mais do que bendizer e ter o louvor
continuamente entre os seus lábios (vs. 1). Do vs. 2 até o 10, ele está orando,
louvando e se encorajando a confiar nele.
vs
Ação do salmista
Promessa Condicionada/Comentário
1
Bendirei o SENHOR em todo o
tempo,
o seu louvor estará sempre nos meus lábios.
Não há nenhuma promessa condicionada,
prometida.
Davi foi certamente visitado pelo Senhor,
por isso exulta, conclama, exorta. Nos três primeiros versículos, ele prepara
o ouvinte/leitor para citar os vs. 4 a 7. Percebe-se que ele está alegre, feliz,
contente e cheio do Espírito Santo. Ele está aqui adorando ao Senhor:
bendizendo, gloriando-se, engrandecendo e exaltando ao Senhor.
2
Gloriar-se-á no SENHOR a minha
alma;
os humildes o ouvirão e se alegrarão.
3
Engrandecei o SENHOR comigo,
e todos, à uma, lhe exaltemos o nome.
4
Busquei o SENHOR,
e ele me acolheu;
livrou-me de todos os meus temores.
Davi que se encontrava numa situação
complexa, buscou o Senhor e este tanto o acolheu como o livrou de todos os
seus temores.
A partir de sua experiência e de seu
resultado, ele exorta a buscarmos ao Senhor em todo o tempo. Ele usa os
verbos:
·BUSCAR,
CONTEMPLAR, CLAMAR. TEMER.
Ele estabelece condições e afirma, garante,
os resultados:
·busque a Deus e você será acolhido e ele te
livrará de seus temores;
·contemple ao Senhor e você será iluminado;
·clame-o nas aflições e o Senhor te ouvirá e
ainda te livrará de todas as suas tribulações;
·tema ao Senhor, sempre, e ele te livrará,
pois o anjo do Senhor acampam-se ao nosso redor.
Há no livro de Salmos somente três
ocorrências do termo “Anjo do Senhor”. Aqui e no Salmos 35: 5 e 6.
5
Contemplai-o
e sereis iluminados,
e o vosso rosto jamais sofrerá vexame.
6
Clamou este aflito,
e o SENHOR o ouviu e o livrou de todas as
suas tribulações.
7
dos que o temem...
O anjo do SENHOR acampa-se ao redor... e os
livra
8
Oh! Provai e vede que o SENHOR
é bom;
bem-aventurado o homem que nele se refugia.
Aqui está a essência do Salmo 34. Para mim é
a chave, o ponto central e nevrálgico deste lindo salmo inspirado pelo
Espírito Santo. O seu verso 8 resume todos os versículos que o antecederam e
ainda os versos 9 e 10. por isso há dois fortes verbos no imperativo: PROVAI!
e VEDE! A certeza do salmista, de Davi, é esta: DEUS É BOM! Como
eu sei que Deus é bom?
9
Temei o SENHOR, vós os seus santos,
pois nada falta aos que o temem.
Este versículo é um reforço do que está no
vs. 7 que fala de proteção e livramento e neste de provisões e bens que
também não faltarão.
10
Os leõezinhos sofrem necessidade e passam
fome, porém aos que buscam o SENHOR
bem nenhum lhes faltará.
Este versículo também é um reforço do
versículo 4 que fala da acolhida do Senhor e do livramento de todos os seus
temores. Aqui, o reforço enfatiza que bem algum faltará aos que o buscam (nem
alimento, nem bem algum, nem acolhida do Senhor, nem livramento de temores,
nada faltará aos que o buscam).
Eu tinha falado que para mim a essência do salmo 34
está no versículo 8 que resume todos os versículos que o antecederam e ainda os
versos 9 e 10. Dois verbos no imperativo: PROVAI e VEDE! Realmente Deus é muito
bom, bem acima do que sonha nossa vã teologia.
Um pedreiro foi chamado para consertar o telhado de
nosso templo[1].
Homem experiente, de mais ou menos 1,65m, uns 70 kg, mas descuidou-se e ao
pisar nas telhas em determinado lugar, caiu sem a mínima chance de conseguir se
segurar em
qualquer lugar. Simplesmente despencou! A altura do vão da
igreja é de uns 10m de altura. O resultado mais óbvio e esperado é que o mesmo
tenha morrido ou que tenha se arrebentado todinho. No entanto, Deus é bom! Ele
apenas quebrou seu pulso.
Em sua queda, caiu exatamente sobre um banco da
igreja e o banco suportou seu peso ao ponto de se flexionar, quebrando e
descartando ele no chão, com apenas seu pulso trincado, não quebrado. Qualquer
outro lugar que tivesse caído ou no próprio banco, sem ser em seu assento, seu
corpo teria se arrebentado. Ele caiu na posição certa, no ponto certo do banco,
da forma certa. Um milagre! Estima-se que sua velocidade ao atingir o banco era
de 14m/s, ou seja, uns 50
km/h e o seu peso equivalente a uns 980 kg, quase uma tonelada!
Alguns diriam: que coincidência! Mas os crentes no Deus que criou os céus e a
terra diriam: que cristoincidência! Realmente, Deus é muito bom.
Davi, no versículo 8, parece desafiar-nos. É como se
o Espírito Santo estivesse nos querendo dizer: - “olhem, vejam o quanto eu sou bom e ajudo cada um de vocês. Meu servo
Davi estava triste, assustado, sendo perseguido e desesperançado da vida, mas
me buscou, clamou por mim, inclinou-se a mim e eu o ajudei. Vocês também podem
vir a mim que eu os ajudarei. Provem isso e vejam!”
No versículo 7 e no 9, a ênfase é para o temor do
Senhor o qual é prometido livramento com o socorre de anjos e provisão para os
que o possuem. Em minhas pregações anteriores, eu tinha ressaltado que o
segredo para todas as coisas é o temor do Senhor. Você quer mais intimidade com
Deus? A intimidade de Deus pertence aos que o temem (Sl 25:14). Você quer ter
as promessas de Deus confirmadas em sua vida? Incline-se ao temor do Senhor (Sl
119:38).
Antes de mergulharmos na análise dos versículos de
11 ao 14, onde o Espírito Santo irá nos ensinar o que é o temor do Senhor, não
podemos deixar de ressaltar a parte “b” do versículo 8, ao qual eu estou
elegendo-o como o principal versículo desse salmo. Diz-nos o verso 8: “Oh! Provai e vede que o SENHOR
é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.”.
Bem-aventurado é quem? Aquele que se refugia no
Senhor. Algumas versões trazem a palavra “confia” (Versão Almeida corrigida,
revisada e fiel), no lugar de “se refugia”. A seguir, o versículo 8 na Bíblia
Interlinear com os respectivos números da cadeia de Strong’s (siga os links da
cadeia Strong’s para navegar e descobrir o significado palavra por palavra
sugeridos).
Refugiar-se
ou confiar nele têm ambos o mesmo sentido. Primeiramente, o Espírito Santo está
a nos ensinar e até a desafiar-nos, como dantes já falamos, a prová-lo e ver,
isto é, experimentar, passar pela experiência, comprovar depois disso que em
todas as circunstâncias, sejam elas o que forem, que o Senhor é bom e
completando a frase em conclusão nos diz: bem-aventurados, felizes, os que nele
buscam refúgio ou nele confiam, isto é, não serão jamais decepcionados.
A confiança no Senhor requer uma entrega total e
absoluta a Deus de que ele está no controle de tudo e de todas as coisas, tanto
as visíveis quanto as invisíveis. Quando confiamos no homem, mesmo no amigo,
poderemos nos decepcionarmos ou nos frustrarmos, mas em Deus, certamente isso
não ocorrerá. O “provai” e o “vede” são apelativos, próprios de quem está
querendo desafiar, provocar, instigar a pessoa a fazer aquilo que estamos
propondo. A parte “b” do versículo é o reforço da idéia sugerida na parte “a”,
mostrando que serão bem felizes quem acreditar.
E você, acredita que Deus é bom e que são felizes os
que nele se refugiam ou nele confiam? Quem confia no Senhor e tem a sua vida
nas mãos de Deus, descansam das preocupações, conforme prega o Pr. Sabino, das
“pré” ocupações, isto é, ocupar-se com algo que ainda nem existe, por isso que
é “pré”. Aprenda a descansar no Senhor, pois ele é o seu refúgio. O que é
refúgio a não ser um esconderijo, um abrigo seguro? O Senhor é o teu abrigo
seguro nas tempestades! Aleluias!
Quero ainda ressaltar algo sobre a bondade de Deus,
pois afinal de contas, o tema de nossa reflexão é PROVAI E VEDE QUE O SENHOR É
BOM. Provai e vede o quê? Ora, que o Senhor é bom!
Eu gosto de destacar a bondade de Deus e amo falar
disso. Eu já disse outras vezes e até já preguei sobre isso. Que a bondade de
Deus é algo tão espetacular que se pudéssemos trazer à existência a bondade e
personificá-la diante de nós de forma que conseguíssemos ver a sua forma e
apalpá-la, nós estaríamos diante do próprio Deus. A sua bondade é a sua pessoa.
Eu também sempre gosto de destacar em sua pessoa duas outras características
que abuso de falar e de pregar: a sua soberania e a sua sabedoria. No entanto,
a sua bondade, o seu amor, é algo que mais forte fala ao meu coração. Deus é
bom! Deus é muito bom!
Lendo Gerard Van Groningen (altamente recomendado)
vi ele narrando em suas páginas de CRIAÇÃO E CONSUMAÇÃO o episódio em que
Moisés está diante de Deus no Sinai e atrevidamente, ousadamente, lhe dirige
uma oração, um pedido, um clamor que só mesmo uma pessoa do caráter de Moisés
poderia ter feito: “hare enima
et-kebodeka” (Faça-me ver, por favor,
a sua glória – Ex 33:18).
“Moisés foi assegurado por Yahweh de que ele se
revelaria fazendo passar kal-tûbî (toda a minha bondade) diante dele. O termo
"bondade" descreve o que Yahweh é: ele é precisamente o que diz ser.
"Bom" transmite a idéia de alguém ser o que diz ser, fazer o que diz
que fará no contexto de produzir a satisfação perfeita do outro. E Yahweh
prosseguiu assegurando a Moisés de que sua bondade seria exibida através da
demonstração da sua misericórdia e compaixão de acordo com a sua vontade
soberana (Ex 33.19).”[3]
Moisés, como falado, pediu a Deus esse pedido ousado
e atrevido. Deus não atendeu plenamente, pois lhe disse que não poderia ver a
sua face porque ninguém poderia vê-lo e viver. Foi-lhe então concedido vê-lo
pelas costas e assim lhe deu garantias de sua presença (Moisés buscava isso!).
No entanto, Yahweh, ali, naquele momento verbalizou uma série de virtudes (7+1)
declarações incluídas em sua auto proclamação que deram a Moisés garantia
poderosa de Deus Yahweh era, de fato, o Senhor pactual.
Deus então passou toda a sua bondade diante dele “kal-tubi” (toda a minha bondade) o termo
bondade revela o que ele é “Bom”. Na análise de Gerard Van Groningen “O que se segue à repetição do seu nome é a
explicação de Yahweh do seu amor, que é a característica abrangente do seu
próprio ser (1 Jo 4.16). O termo "amor" (âheb, verbo; 'ahabâ,
substantivo) não está no texto. Sua qualidade essencial está expressa em várias
declarações (Ex 34.6-7).”
“'el rahûm (Deus de compaixão NIV).
O termo traduzido como "compaixão" não aparece na forma qal do
verbo. Como um verbo denominativo, aparece no piel, e fala de um amor intenso.
Yahweh ama intensamente; ele ama como uma mãe ama o filho que foi formado no
seu ventre (rehem, raham). A idéia transmitida é a de suavidade, ternura e
gentileza motivadas por uma afeição profunda. A palavra em português
"compaixão", derivada do latin cum (com) passus (particípio passado
do verbo significando suportar sofrimento) não transmite totalmente o que o
termo hebraico diz; ele expressa o pensamento de que Yahweh, em sua ternura e
gentileza, sente e suporta com seus filhos suas dores, sofrimentos e mágoas.
wehannûn (um adjetivo
derivado do termo hanan, mostrar favor ou ser gracioso).
A idéia é a de que Deus Yahweh ama o culpado que é indigno de amor.
'erek 'appîm (literalmente, de fôlego longo).
A idéia transmitida é a de paciência. Yahweh respira longa e
profundamente quando é ofendido; quando provocado, ele não reage imediata,
veemente, violentamente. Ele tem e exercita auto controle sem ser
"acomodado" ou preparado para negligenciar ou desculpar.
werab-hesed (e grande bondade).
O termo hebraico expressa um conceito que é traduzido como benevolência,
benignidade, fidelidade, misericórdia. Um pensamento básico é o de que Yahweh,
sem obrigação, revela seu amor ao necessitado, ferido, sofredor.”[4]
we'emet (e fidelidade).
O modificador rab (grande) deve ser entendido como qualificador de ambos,
hesed e 'emet. Yahweh é absolutamente confiável na manutenção e demonstração do
seu amor pelo seu povo. O termo 'emet também pode conotar o pensamento de
verdade; Yahweh é completa e inteiramente fiel a si mesmo, à sua palavra, e ao
seu pacto com seu povo.
Os primeiros cinco conceitos acima enfatizaram o
caráter de Yahweh; isto é seguido pelo que ele faz.
noser hesed la'alapîm (mantém bondade a milhares).
O verbo, um qal ativo particípio, enfatiza pela sua forma assim como pelo
pensamento básico que Yahweh nunca para de demonstrar sua bondade, seu amor
pelo necessitado, ferido e sofredor. Yahweh não disse "a todos"; ele
sempre revelará sua benignidade e misericórdia a muitas, muitas pessoas. Esta
bondade e misericórdia é particularmente demonstrada através da remoção da fonte
da necessidade, da dor e do sofrimento.
nose' awôn wapesa'wehatta'â (remover a culpa, transgressão e o pecado).
Yahweh suspende e leva para longe, isto é, ele perdoa o povo. awôn pode
ser traduzido como maldade, corrupção ou culpa. O termo aponta para a condição
ou natureza da pessoa que se afastou de Yahweh e se rebelou contra ele
exibindo, assim, a condição enganosa, rebelde e corrupta do pecador. pesa'
aponta para "ultrapassar os limites" para a vida pactual. Ele fala da
rebelião contra o modo de vida que Yahweh expôs para o povo pactual. hatta nos
informa que Yahweh estabeleceu uma meta mas o pecador erra o alvo
intencionalmente.
wenaqqeh lo'yenaqqeh (e absolver, ele não absolverá; o piel infinitivo absoluto com o
piel imperfeito e a negativa adicionada apresentam uma negativa muito
forte).
Yahweh absolutamente não absolverá, inocentará ou deixará impune o 'awôn
(culpado) devido à transgressão e pecado. A retidão e justiça de Yahweh serão
demonstradas.
As oito declarações
incluídas na auto proclamação de Yahweh indicam que seu amor, graça e
misericórdia por seu povo, declarados nas sete primeiras, são o desejo mais
profundo de Yahweh. Sua retidão e justiça, no entanto, declaradas por último,
mas enfaticamente e em declarações em justaposição, nunca serão anuladas pelo
seu amor.
Até a ira de Deus é tão santa quanto é o seu amor, a sua verdade e a sua
bondade!
Mas, ao declarar as
positivas primeiramente, Yahweh lembrou Moisés e o povo que, assim como havia
feito, iria continuar a deter a realização da sua retidão e julgamentos justos
àqueles que se submetessem, fossem humilhados e renovados pelo amor de Yahweh
exercido em seu favor. A
auto proclamação de Yahweh descreve, em foco brilhante, o caráter do Deus
elaborador e mantenedor do pacto.
Vejamos agora o que nos diz os versos de 11 a 14 onde o Espírito Santo
irá nos ensinar o que é o temor do Senhor:
“11 Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR.
12 Quem é o homem que ama a vida e quer longevidade para ver o bem?
13 Refreia a língua do mal e os lábios de falarem dolosamente.
14 Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por
alcançá-la.”
Antes mesmo de começar o ensino, faz-nos um apelo
irresistível e que certamente somente terá uma resposta, ou melhor três (vs.
12):
- eu amo a vida!
- eu quero longevidade!
- eu quero ver o bem!
Deus é o Deus de compromisso com a vida e não com a
morte! Você já reparou que ele colocou em teu coração a eternidade e que jamais
você imagina nem lhe passa pela cabeça que você vai morrer? É como eu digo (às
vezes, tenho de tomar cuidado para não
ser mal interpretado): “eu não morro,
quem morre é você!” Calma, muita calma nesta hora, que eu explico: “eu não moro” no sentido de que não serei
jamais testemunha de minha morte com meu corpo físico. Isto é impossível! Logo,
somente poderei testemunhar a morte dos outros, mas jamais a minha própria
morte. Então, eu vejo que as pessoas morrem e concluo daí que eu também
passarei por isso, mas eu mesmo não terei essa experiência, entenderam?
Tem um ditado que diz: “jamais morrerei porque jamais saberei que morri, mas se um dia eu vier
a sabê-lo, então não estou morto, mas vivo” (autor: DDAB). Isso significa
que da testemunha é exigida consciência, mas esta consciência somente está
presente nos vivos e não nos que morrem. Quando Deus colocou no coração do
homem a eternidade, ele deu a este homem a sensação de que jamais ele morrerá.
Podem reparar: ninguém imagina que morre ou que morrerá, por isso estamos
sempre fazendo planos para a vida.
Deus é Deus de vida e de amor, nos diz com muita
propriedade Gerard Van Groningen quando faz suas narrativas espetaculares em Criação e Consumação
(altamente recomendado: leia e você irá se deliciar com uma leitura profunda e
de um homem que teme ao Senhor). Não está presente nos planos de Deus a morte,
mas a vida, por isso ela é eterna e tudo quanto Deus faz, faz para durar
eternamente, sustentado apenas pela sua palavra e pelo seu poder, pois para ele
são todas as coisas.
Vocês se lembram quando Jesus conversava com os
saduceus: “E que os mortos hão de
ressuscitar, Moisés o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao
Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é
Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem.” (Lc
20:37,38). Isto mesmo, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, pois para Deus
todos vivem! Aleluias! Eu jamais morrerei! Sempre estarei vivo para a glória de
Deus!
Pois bem, todos nós amamos a vida, queremos
longevidade e queremos ver o bem. E você? Ama a vida? Quer longevidade? Quer
ver o bem? Então segue o ensino sobre o temor do Senhor:
1.Refreia a língua do mal e
os lábios de falarem dolosamente.
2.Aparta-te do mal e pratica
o que é bom;
3.Procura a paz e empenha-te
por alcançá-la.
Refrear a língua significa dizer que ela precisa ser
freada! Isso é importante! Diz o ditado que “os passarinhos voam nos céus e não podemos impedi-los, mas podemos
impedir de que eles façam ninhos em nossas cabeças”. Antes que a palavra
venha a nossa boca, ela transitou pelos nossos céus e nós podemos enxotá-las. Isso
ainda me lembra do Sl 19.14 que diz que sejam agradáveis diante de Deus as
palavras de minha boca e o meditar de meu coração.
Apartar-se do mal e praticar o que é bom significa
que não basta afastar-se do mal, mas também exercitar-se na prática do que é
bom. Tem gente que pratica o que é bem, mas não se afasta do mal e tem gente
que se afasta do mal, mas não pratica o que é bom e acaba se machucando. Se
você está em situações complexas e que sabe que elas poderão gerar o mal, o
melhor caminho, às vezes, é a fuga.
Por exemplo, tem gente que adora flertar o outro
naqueles instantes quase infinitesimais quando nossos carros se cruzam e os
olhares se encontram. Se você é casado ou casada: foge deste vício, pois poderá
ser que em um dado momento desses uma flecha transpasse o teu coração e você
ficará fisgado, como um peixe num anzol. Resultado: queda! Você poderia me
dizer: - Mas eu sou forte... - Mentira! Fuja do mal! Não dê a outros a tua
honra! Leia Pv 5.1-23.
Procurar a paz e empenhar-se por alcançá-la requer
comprometimento e disposição mental pacífica, mansa. Nas nossas decisões e
negócios não devemos provocar o nosso irmão ou trazer-lhe aborrecimentos
simplesmente por não concordarmos com ele. A Bíblia é clara no ensino de que
devemos procurar e nos esforçarmos pela paz. Às vezes, isso é tão difícil e
custa o sacrifício de vidas, mas nosso Deus nos perdoou e nos amou para que com
nossos irmãos tenhamos comunhão. A paz requer unidade de propósitos,
principalmente se somos da mesma igreja.
Em seguida, já finalizando o salmo, dos versos de 15 a 22, o salmista nos faz
lembrar do cuidado que o Senhor tem conosco em todos os detalhes. Fala de seus
olhos, de seu rosto, de seus ouvidos, de sua proximidade, de seu livramento,
cuidado e resgate. É todo o ser de Deus envolvido conosco nos dando garantias
de cuidado, dedicação e atenção.
Será que restam dúvidas em teu coração da bondade do
Senhor? Provai! Este é o desafio que ele nos faz: vamos prová-lo e não somente
aprová-lo, mas comprovar, ver (PROVAR e VER) que o Senhor é bom. Há uma
profecia aqui neste salmos que se aplicou a Cristo e se encontra no vs 20. “Dela nada deixarão até à manhã, e dela não
quebrarão osso algum; segundo todo o estatuto da páscoa a celebrarão.” e “Porque isto aconteceu para que se cumprisse
a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado. “ (Nm 9:12 e Jo
19:36).
“15 Os
olhos do SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao
seu clamor.
16 O rosto do SENHOR está contra os que praticam o mal, para lhes
extirpar da terra a memória.
17 Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas
tribulações.
18 Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de
espírito oprimido.
19 Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra.
20 Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer será quebrado.
21 O infortúnio matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados.
22 O SENHOR resgata a
alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado.”
Calvino comenta a respeito somente da introdução
deste salmo:
Um salmo de Davi, quando mudou seu semblante diante de
Abimeleque, que o baniu da presença dele, e ele se afastou dele.
Davi agradece a Deus por sua libertação e toma ocasião
dela para celebrar sua graça perpétua em relação a todos os santos, e para
exortá-los a confiar nele e dedicarem-se à piedade; afirmando que a única
maneira de passar pela vida com alegria é caminhar sadia e inofensivamente no
mundo, no serviço e no temor de Deus. É óbvio, a partir do título, que esse exemplo
específico do favor de Deus ele aqui celebra. Quando ele foi conduzido ao rei
Aquis, conforme registrado em 1 Samuel 27: 2, quem, com exceção de Saul,
representou o mais mortal de todos os seus inimigos, não era provável que ele
pudesse fazer o seu fugir dele. O único meio, portanto, ele tinha de salvar sua
vida era fingir-se louco por espuma na boca, olhando ferozmente e desfigurando
seu semblante. Nem é isso que se pergunta; para Achish, ficando desapontado com
a esperança confiante da vitória que ele teve, e atribuindo a Davi sozinho,
tanto a perda que ele havia sofrido quanto o desonra que recebeu, queimaram com
implacável ódio contra ele. Ao permitir que ele escape, portanto, ao contrário
de sua própria expectativa, e a expectativa de todos os outros homens, Davi
reconhece que foi exibido um exemplo memorável do favor de Deus para com ele,
que pode ser útil para a instrução geral de toda a Igreja . Em vez de Aquis, Abimelech
está aqui empregado; e é provável que este último nome tenha sido a designação
comum dos monarcas dos filisteus, como Faraó era o nome comum dos monarcas do
Egito e César, aquele dos imperadores romanos, que foi emprestado do nome de
Júlio César, que primeiro conquistou o poder imperial entre os romanos. Sabemos
que muitas eras antes de nascer de Davi, os reis que reinavam em Gerar na época
de Abraão chamavam-se Abimeleque. Não é, portanto, que se pergunte, que este
nome deve ser transmitido de idade em idade entre sua posteridade e tornar-se o
nome comum de todos os reis da Palestina. A palavra hebraica tm, ta? M, que
traduzi o semblante, significa também gosto, compreensão, e, portanto, pode ser
pertinentemente interpretada dessa maneira, que ele pareceu insensato e sem
gosto. O verbo do qual é derivado adequadamente significa provar e, portanto, é
freqüentemente transferido para razão, compreensão e todos os sentidos. Por
conseguinte, David tendo fingido-se louco, o termo entendimento é muito
apropriado. Agora, embora ele tenha escapado por este dispositivo sutil, ele
não duvida que ele tenha sido entregue pela mão de Deus; nem atribui o louvor
de sua segurança ao pretexto da loucura, mas sim reconhece que a crueldade de
seu inimigo tinha sido suavizada pela influência secreta de Deus, de modo que
aquele que anteriormente queimava de raiva contra ele havia sido pacificado por
um artifício. Certamente, não era de se esperar que Aquis teria afugentado com
desprezo por ele um homem tão corajoso, a quem ele havia encontrado um inimigo
perigoso para todo o seu reino e de quem ele sofreu perdas tão graves. Isso dá
origem à questão: se Davi se fingiu louco sob a orientação do Espírito Santo?
Pois, ao parecer que se conecta essas duas coisas - a pretensão da loucura e o
resultado feliz desta pretensão, pode-se inferir que o mesmo Espírito por quem
este salmo foi ditado sugeriu esse estratagema à mente de Davi, e dirigiu-o a
enganar o rei Aquis. Eu respondo que, embora Deus às vezes entregue seu povo,
enquanto, ao mesmo tempo, erram em escolher os meios, ou mesmo cair em pecado
ao adotá-los, mas não há nada inconsistente nisso. A libertação, portanto, foi
a obra de Deus, mas o pecado intermediário, que não deve ser desculpado, deve
ser atribuído a Davi. Desta forma, Jacob obteve a benção pelo favor e o bom
prazer de Deus; e, no entanto, a sutileza da mãe, com a qual a sua obtenção foi
misturada, era, nós sabemos, pecadora da parte dela. Pode acontecer, às vezes,
que o evento seja realizado pelo Espírito de Deus, e, no entanto, os santos a
quem ele possa empregar como instrumentos devem se desviar do caminho do dever.
Seria, portanto, uma tarefa supérflua se esforçar para exultar David, que deve
ser culpado, porque, ao não ter cometido sua vida inteiramente a Deus, expôs-se
a si mesmo e a graça do Espírito, por quem foi governado, à escárnio dos
ímpios. Eu não o afirmaria positivamente, mas parece nessa decepção algum sinal
de enfermidade. Se se dissesse que Davi aqui magnifica a graça de Deus, porque
mudando o seu semblante e o seu discurso, escapou da morte, respondo novamente,
que Davi expressamente menciona esta circunstância, para tornar a graça de Deus
ainda mais ilustre, em que sua culpa não foi imposta a sua acusação.
Sl 34:1
Bendirei o SENHOR
em
todo o tempo,
o seu
louvor
estará
sempre nos meus lábios.
Sl 34:2
Gloriar-se-á no SENHOR
a
minha alma;
os humildes o ouvirão e se alegrarão.
Sl 34:3
Engrandecei o SENHOR comigo,
e
todos, à uma, lhe exaltemos o nome.
Sl 34:4
Busquei o SENHOR,
e
ele me acolheu;
livrou-me de todos os meus temores.
Sl 34:5
Contemplai-o
e
sereis iluminados,
e o vosso rosto jamais sofrerá vexame.
Sl
34:6 Clamou este aflito,
e
o SENHOR o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações.
Sl 34:7 O anjo do SENHOR acampa-se
ao redor dos que o temem e os livra.
Sl 34:8 Oh! Provai e vede que o SENHOR é
bom;
bem-aventurado o homem que nele se
refugia.
Sl 34:9
Temei o SENHOR,
vós
os seus santos,
pois nada falta aos que o temem.
Sl
34:10 Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome,
porém aos que buscam o SENHOR bem nenhum
lhes faltará.
Sl
34:11 Vinde, filhos, e escutai-me;
eu vos ensinarei o temor do SENHOR.
Sl 34:12 Quem é o homem que ama a vida
e quer longevidade para ver o bem?
Sl
34:13 Refreia a língua do mal
e os lábios de falarem dolosamente.
Sl
34:14 Aparta-te do mal
e pratica o que é bom;
procura
a paz
e empenha-te por alcançá-la.
Sl 34:15
Os olhos do SENHOR
repousam
sobre os justos,
e os seus
ouvidos
estão
abertos ao seu clamor.
Sl 34:16
O rosto do SENHOR
está
contra os que praticam o mal,
para lhes extirpar da terra a memória.
Sl 34:17
Clamam os justos,
e
o SENHOR os escuta
e
os livra de todas as suas tribulações.
Sl 34:18
Perto está o SENHOR
dos
que têm o coração quebrantado
e
salva os de espírito oprimido.
Sl 34:19 Muitas são as aflições do justo,
mas o SENHOR de todas o livra.
Sl
34:20 Preserva-lhe todos os ossos,
nem um deles sequer será quebrado.
Sl 34:21
O infortúnio
matará
o ímpio,
e os que odeiam o justo
serão condenados.
Sl 34:22
O SENHOR resgata a alma dos seus servos,
e
dos que nele confiam
nenhum será condenado.
Ainda tentaram achar defeitos em Jesus com fortes acusações e
testemunhas da mentira, mas não foram bem sucedidos. Como está escrito no vs.
22, o Senhor resgata a alma dos seus servos e dos que nele se refugiam.
[1]À época, da Primeira Igreja Presbiteriana de
Taguatinga
[3]
Pág. 408. CRIAÇÃO E CONSUMAÇÃO. Groningen, G. V. Ed. Cultura Cristã. Para
melhor entendimento do termo “Bom”, o autor nos remete ao capítulo 2, do mesmo
livro. Recomendo a leitura!
[4]
Groningen, G. V. CRIAÇÃO E CONSUMAÇÃO – vol. 1. Ed. Cultura Cristã – vocês
deveriam ler, estudar este livro!
Fique à vontade para tecer seus comentários. No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 : devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.
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