terça-feira, 2 de dezembro de 2014
terça-feira, dezembro 02, 2014
Jamais Desista
Isaías 5:1-30 - ISAÍAS E OS SEIS AI CONTRA OS PERVERSOS DO POVO DE DEUS
Parte II – A MENSAGEM DE JULGAMENTO E
RESTAURAÇÃO PREGADA POR ISAÍAS – 1:2 a 6:13.
Como já falamos, esses capítulos – do 1 ao
6 - fornecem um resumo das profecias de Isaías. Ele proferiu palavras de
julgamento contra Israel e Judá, mas também forneceu a esperança de restauração
após o exílio.
Também já dividimos essa segunda parte em
três blocos:
A.
Julgamento
e restauração à retidão e à justiça (1:2-2.5) – com suas subdivisões: 1.
Demanda contra a impiedade e a injustiça (1:2-31) – já vista. 2. A justiça e a retidão futuras de Sião (2:1-5) – já vista.
B.
Julgamento
e restauração naquele dia (2:6-4.6) – com suas subdivisões: 1. Orgulho e sincretismo naquele dia (2:6-22) –
já vista. 2. Os lideres de Jerusalém
naquele dia (3:1-15) – já vista. 3.
As mulheres altivas naquele dia (3:16-4.1) – já vista.4. O Renovo do Senhor naquele dia (4:2-6) – já vista.
C.
Julgamento
que leva à restauração (5:1-6:13) – com suas subdivisões: 1. O cântico da vinha (5:1-7) – veremos agora. 2. Os ais contra o povo
de Deus (5:8-30) – veremos agora. 3. A missão de Isaías de julgamento e
restauração (6:1-13)
C. Julgamento que leva à restauração (5.1-6.13).
Nesses versículos, esse resumo de abertura
da mensagem de condenação e esperança proferida por Isaías concentra-se na
questão de como o julgamento de Deus tinha de ser levado a cabo (5:1-30) até
que a destruição prevista acontecesse (6:1-13).
Esse material divide-se, como já vimos
acima, entre a parábola ou o cântico da vinha (5:1-7), uma série de ais contra
o povo de Deus (5:8-30) e o chamado de Isaías para a sua missão profética difícil
de julgamento e restauração (6:1-13).
1. O cântico da vinha (5.1-7).
Uma bela ilustração da vinha do Senhor na
qual Deus desejou e esperou que desse frutos bons, mas que na verdade
produziram frutos maus.
Aqui, Isaías cantou sobre as maneiras como
Judá se rebelara contra Deus, usando as imagens de uma vinha e de um agricultor
(veja Mt 21:33-44; Jo 15:1-6).
Tudo foi feito a favor da vinha para que
sarasse e produzisse o esperado, com grande atenção, Deus tinha preparado e
estabelecido o seu povo para as gerações que se seguiriam, mas de nada adiantou
os esforços e aplicação de recursos. No entanto, essas imagens – vs 2 - da
torre, de uvas boas, reforçam a expectativa de que a redenção do povo de Deus
resultará em colheita abundante em Cristo Jesus.
O que faria, então, o dono da vinha? Então veio
a palavra de julgamento de que ali se tornaria algo terrível e a vinha serviria
de pasto, onde seria pisada e depois tornada em deserto.
Não mais seria podada, nem sachada, antes
nela cresceriam espinheiros e abrolhos, sementes essas que representam a
maldição de Deus (7:23-25; 9:18; 10:17; 27:4; 32:13).
O verso 7 explica a parábola da vinha e o
que era esperado em Deus: justiça e juízo. Israel era essa vinha que se
corrompeu totalmente nos dias da visitação de Deus e Cristo Jesus a vinha que o
Agricultor plantou, naquela época, e dela cuida para sempre a fim de que
produza frutos para a honra e a glória de Deus!
2. Os ais contra o povo de Deus (5.8-30).
São seis os “Ai” desse capítulo, que
representam uma terrível ameaça, todos eles contra os perversos do povo de Deus.
1.
O
primeiro Ai condena a ganância.
2.
O
segundo Ai condena a corrupção social.
3.
O
terceiro Ai condena a corrupção teológica.
4.
O
quarto Ai condena o orgulho e a corrupção moral.
5.
O
quinto Ai condena a corrupção espiritual.
6.
O
sexto Ai condena a corrupção social.
1.
O primeiro Ai condena a ganância.
A Terra Prometida sempre pertenceu a Deus –
Lv 25:23 - que a deu para os filhos de Israel conforme tinha prometido – Nm 33:54
– para ser a base da sobrevivência de qualquer família da aliança. Nela habitavam
povos de costumes estranhos que já tinham sido julgados por Deus e que deveriam
ser exterminados ou expulsos de sua habitação.
No entanto, negligenciaram a Palavra de
Deus e com os povos fizeram alianças e os imitaram pelo que o juízo que tinha
vindo sobre os povos, agora vinha sobre Israel também.
Quando os israelitas foram privados da
terra que tinham recebido em herança, os seus cidadãos se tornaram operários
diaristas ou escravos de outros povos.
Por conta disso, haviam os que se
aproveitavam da ocasião como uma oportunidade de grande negócio e com ela
oprimia o povo fazendo da terra dada por Deus objeto de suas ganâncias para
ajuntarem terras e casas e campos e serem os senhores da terra.
A terrível consequência disso seria a
maldição de Deus sobre os bens adquiridos com a ganancia e o fruto disso seria
o deserto, a fome, a escassez e a produção fraca.
2. O segundo Ai condena a corrupção social.
Aqui o ai está sobre todos os que não estão
nem ai com a causa de ninguém, antes querem se banquetearem com o vinho forte e
de dia e de noite se entregam aos vícios somente para passarem o tempo de forma
totalmente irresponsável.
Eles não se preocupam com nada, pois também
não são nada diante de ninguém. Com frequência, abusar do consumo de bebidas
alcoólicas ou se entregar aos vícios caracteriza depravação social e frouxidão
moral (caps. 22, 28; Am 4:1-3; 6:6-7) pelo extremo do egoísmo.
Depois das acusações dos versículos
anteriores, é apresentada a sentença. Assim serão levado cativos por falta de
conhecimento e dessa forma seus nobres passarão fome e a multidão se secará de
sede. Verdadeiramente não consideram os feitos do SENHOR, nem olham para as
obras das suas mãos.
O próprio exílio está ligado à própria
morte. A morte devoraria com feroz apetite todo aquele que tivesse se afastado
de Deus, tanto os "nobres" (v. 13) quanto as pessoas comuns
("multidão", vs. 13-14).
Os
versos 16-17 concluem dizendo que o Senhor dos Exércitos é exaltado em
juízo e santificado em justiça que proverá pasto para os cordeiros e campos
nutridos para os nômades dos ricos lá abandonados.
3. O terceiro Ai condena a corrupção teológica.
O terceiro ai condena a corrupção teológica
intencional e danosa daqueles que se vestem da iniquidade e que se cobrem com o
pecado, para em seguida, desaforadamente, usarem o nome do Senhor como
demonstrando grande santidade e temor a Deus para o povo.
4. O quarto Ai condena o orgulho e a corrupção moral.
Aqui os papeis são invertidos e a teologia
usada é a reversa. O mal é que o bem e o bem que é o mal. Ficaram tão cheios de
si mesmos que agora são capazes de inverterem as coisas e confundirem o
inocente.
A corrupção moral está tão impregnada em
seus poros que já respiram o próprio ar do orgulho e da vaidade.
5. O quinto Ai condena a corrupção espiritual.
Os sábios a seus próprios olhos é uma
expressão que indica uma autoconfiança arrogante. A revelação de Deus - ele é o único que sabe todas as coisas -, é
o único fundamento firme para todo conhecimento verdadeiro (veja Pv 3:7; 26:5,12;
28:11).
6. O sexto Ai condena a corrupção social.
O sexto ai condena os que rejeitam a lei do
Senhor e desprezam a palavra do Santo de Israel – vs 24. Quem são esses?
Os heróis e valentes da bebida forte! Os que
se enriquecem com o suborno e com as falcatruas; os que não estão nem ai para a
justiça ou para a situação social do povo; os que justificam os perversos e
negam justiça aos justos!
Muitos desses são aplaudidos de pé e nas
festas são a referência do que não presta e são rodeados também de mulheres e
daqueles que querem rir um pouco da desgraça alheia. Não respeitam nada e não
estão nem ai com quem quer que seja.
São eles a laranja podre do cesto que irão
estragar todo o conteúdo e contaminarem todas as outras laranjas.
É por isso que a ira do Senhor se acende!
Se acende contra eles e contra o povo todo que os aplaude e querem ser como
eles, igualmente podres.
Que o homem não brinque com Deus que é fogo
consumidor para destruir o ímpio da face da terra para sempre. Diante da
revelação da ira de Deus, a natureza treme – 2:19-21; 13:4,13; 24:18,19. E o
homem? O que é ele e toda a sua arrogância diante do juízo de Deus?
Essa descrição detalhada e pormenorizada dos
vs 26 ao 30, corroboradas por escavações
arqueológicas de material assírio que encontraram obras de arte relativa ao exercito
da Assíria, indicam que Isaías esteve muito próximo com essas atrocidades
assírias.
O estandarte anunciado no verso 26 é uma
bandeira de sinalização (11:10,12; 18:3; 49:22; 62:10) que o guerreiro divino
indicou os gentios para executarem o seu julgamento (10:5) para as nações
distantes - uma referência ao fato de que o exército assírio era composto por
mercenários contratados por todo o império assírio.
Is 5:1 Agora cantarei ao meu amado o
cântico do meu querido
a
respeito da sua vinha.
O
meu amado tem uma vinha num outeiro fértil.
Is
5:2 E cercou-a, e limpando-a das pedras,
plantou-a
de excelentes vides;
e
edificou no meio dela uma torre,
e
também construiu nela um lagar;
e
esperava que desse uvas boas,
porém
deu uvas bravas.
Is
5:3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá,
julgai,
vos peço, entre mim e a minha vinha.
Is
5:4 Que mais se podia fazer à minha vinha,
que
eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse
uvas
boas, veio a dar uvas bravas?
Is
5:5 Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha:
tirarei
a sua sebe, para que sirva de pasto;
derrubarei
a sua parede, para que seja pisada;
Is
5:6 E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada;
porém
crescerão nela sarças e espinheiros;
e
às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela.
Is
5:7 Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de Israel,
e
os homens de Judá são a planta das suas delícias;
e
esperou que exercesse
juízo,
e eis aqui opressão;
justiça, e eis
aqui clamor.
Is
5:8 Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo,
até
que não haja mais lugar,
e
fiquem como únicos moradores no meio da terra!
Is
5:9 A meus ouvidos disse o SENHOR dos Exércitos:
Em
verdade que muitas casas ficarão desertas,
e
até as grandes e excelentes sem moradores.
Is
5:10 E dez jeiras de vinha não darão mais do que um bato;
e
um ômer de semente não dará mais do que um efa.
Is
5:11 Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice;
e
continuam até à noite, até que o vinho os esquente!
Is
5:12 E harpas e alaúdes, tamboris e gaitas,
e
vinho há nos seus banquetes;
e
não olham para a obra do SENHOR,
nem
consideram as obras das suas mãos.
Is
5:13 Portanto o meu povo será levado cativo,
por
falta de entendimento; e os seus nobres terão fome,
e
a sua multidão se secará de sede.
Is
5:14 Portanto o inferno grandemente se alargou,
e
se abriu a sua boca desmesuradamente;
e
para lá descerão o seu esplendor, e a sua multidão,
e
a sua pompa, e os que entre eles se alegram.
Is
5:15 Então o plebeu se abaterá, e o nobre se humilhará;
e
os olhos dos altivos se humilharão.
Is
5:16 Porém o SENHOR dos Exércitos será exaltado em juízo;
e
Deus, o Santo, será santificado em justiça.
Is
5:17 Então os cordeiros pastarão como de costume,
e
os estranhos comerão dos lugares devastados pelos gordos.
Is
5:18 Ai dos que puxam a iniquidade com cordas de vaidade,
e
o pecado com tirantes de carro!
Is
5:19 E dizem:
Avie-se,
e acabe a sua obra, para que a vejamos;
e
aproxime-se e venha o conselho do Santo de Israel,
para
que o conheçamos.
Is
5:20 Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal;
que
fazem das trevas luz, e da luz trevas;
e
fazem do amargo doce, e do doce amargo!
Is
5:21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos,
e
prudentes diante de si mesmos!
Is
5:22 Ai dos que são poderosos para beber vinho,
e
homens de poder para misturar bebida forte;
Is
5:23 Dos que justificam ao ímpio por suborno,
e
aos justos negam a justiça!
Is
5:24 Por isso, como a língua de fogo consome a palha,
e
o restolho se desfaz pela chama,
assim
será a sua raiz como podridão,
e
a sua flor se esvaecerá como pó;
porquanto
rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos,
e
desprezaram a palavra do Santo de Israel.
Is
5:25 Por isso se acendeu a ira do SENHOR contra o seu povo,
e
estendeu a sua mão contra ele, e o feriu, de modo que as
montanhas
tremeram, e os seus cadáveres se fizeram
como
lixo no meio das ruas;
com
tudo isto não tornou atrás a sua ira,
mas
a sua mão ainda está estendida.
Is
5:26 E ele arvorará o estandarte para as nações de longe,
e
lhes assobiará para que venham desde
a
extremidade da terra; e eis que virão apressurada
e
ligeiramente.
Is
5:27 Não haverá entre eles cansado, nem quem tropece;
ninguém
tosquenejará nem dormirá; não se lhe desatará
o
cinto dos seus lombos, nem se lhe quebrará
a
correia dos seus sapatos.
Is
5:28 As suas flechas serão agudas, e todos os seus arcos retesados;
os
cascos dos seus cavalos são reputados como pederneiras,
e
as rodas dos seus carros como redemoinho.
Is
5:29 O seu rugido será como o do leão;
rugirão
como filhos de leão; sim, rugirão
e
arrebatarão a presa, e a levarão,
e
não haverá quem a livre.
Is
5:30 E bramarão contra eles naquele dia, como o bramido do mar;
então
olharão para a terra, e eis que só verão trevas e ânsia,
e
a luz se escurecerá nos céus.
As trevas e as angústias – vs 30 – são uma metáfora
de julgamento (5:20; 8:22; 29:15; 42:7;
47:5; 60:2) e, conforme ainda a BEG, todos os que perverteram a justiça ao
viverem nas trevas (5:20; 29:15; 47:5) sofreriam as trevas do julgamento de
Deus. A luz de Deus, porém, resplandeceria sobre os humildes (9.2; 29.18; 42.7;
49.9; 58.10; 60.1-2). O Senhor é soberano sobre ambos (45,7).
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.