quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
quarta-feira, dezembro 30, 2015
Jamais Desista
I Coríntios 15 1-58 - SE CRISTO RESSUSCITOU (NÃO REENCARNOU), NÓS TAMBÉM RESSUSCITAREMOS.
Como já dissemos, Coríntios foi escrita
para, principalmente, combater a rebeldia, as divisões e a falta de amor que
tinham sido causadas pelo orgulho e pela presunção na igreja de Corinto.
Estamos vendo a parte II, cap. 15/16.
Breve
síntese do capítulo 15.
O capítulo 15 de I Coríntios é o capítulo em que Paulo fala da
ressurreição de Cristo como sendo o fundamento principal de nossa crença e
prática.
Ele até lembra Isaias que citou primeiramente “comamos e bebamos porque amanhã morreremos” para dizer que se
Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e seria então melhor que comêssemos e
bebêssemos uma vez que certa seria a nossa morte.
Foi assim que fez Senaqueribe quando cercou Israel e os israelitas
cercados não viam saída alguma por causa do poderoso exército inimigo e já
tinham por certa a morte no dia seguinte. Como irão todos morrerem, o que
disseram? Que seria melhor comer e beber.
Nós também éramos escravos do pecado por causa de nossa morte iminente e
a qualquer tempo. Por temor a ela, éramos escravos de nossos desejos e pecados,
mas Cristo, amados ressuscitou!
Agora a morte, morreu! Engraçado não é que a morte que antes prendia a
gente no pecado agora está morta!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A CARTA DOS CORÍNTIOS (7.1-16.12) - continuação.
Como dissemos, estamos
vendo que Paulo respondeu às questões levantadas na carta enviada pela igreja
de Corinto. Ele falou em detalhes sobre os desafios específicos enfrentados
pelos coríntios, que envolviam relacionamentos conjugais, divórcio e
virgindade. Como dissemos, depois de tratar das questões levantadas pelos da
casa de Cloe, Paulo se volta, então, para outras questões levantadas pela
igreja.
Dividimos essa parte, conforme a BEG, em
seis subpartes: A. Casamento e divórcio (7.1-40) – já vimos; B. Carne oferecida aos ídolos (8.1-11.1) – já vimos; C. Problemas no culto
(11.2-34) – já vimos; D. Os dons
espirituais (12.1-14.40) – já vimos;
E. Ressurreição (15.1-58) – veremos agora;
e, F. A coleta e outros assuntos (16.1-12).
E. Ressurreição (15.1-58).
O capítulo 15 de I Coríntios fala da ressurreição
de Cristo. Nesse ponto, Paulo muda de assunto e passa a abordar um tema que
considera muito importante: a integridade da mensagem do evangelho quanto à
doutrina da ressurreição.
Paulo responde a alguns membros da igreja
em Corinto que negavam a "ressurreição de mortos" (vs. 12). Essa
seção está dividida em quatro partes principais: argumentos sobre a
ressurreição de Cristo (vs. 1-11), a ressurreição dos cristãos no último dia
(vs. 12-34), a natureza do corpo ressurreto (vs. 35-49) e uma conclusão (vs.
50-58).
Elas formarão nossa divisão proposta,
seguindo a BEG: 1. A ressurreição de Cristo (15.1-11) – veremos agora; 2. A ressurreição dos crentes (15.12-34) – veremos agora; 3. O corpo da
ressurreição (15.50-58) – veremos agora;
e, 4. Conclusão (15.35-49) – veremos
agora.
1. A ressurreição de Cristo (15.1-11).
Paulo lembra aos coríntios que eles haviam
concordado com a ressurreição dos mortos quando creram na ressurreição de
Cristo. Portanto, não tinham base para negar a ressurreição dos cristãos.
Paulo não está pregando ensinamentos
diferentes aos coríntios, mas recordando um elemento básico central da mensagem
do evangelho que anunciara aos coríntios e que estes haviam aceitado.
Considerando que negar a ressurreição de
Cristo é negar a própria fé (vs. 14), Paulo chama a atenção dos coríntios para
a importância das considerações a seguir. Ou eles se apegavam firmemente ao que
ele pregou, ou teriam crido em vão.
Essas palavras – vs. 3 a 5 - não apenas
resumem a pregação de Paulo como também representam a confissão da igreja
primitiva em sua totalidade ("o que também recebi"):
·
A
morte vicária de Cristo e sua ressurreição são fatos provados por testemunhos
válidos (“Cefas... aos doze"), além de darem cumprimento à mensagem do
Antigo Testamento ("segundo as Escrituras").
A tripla repetição de "foi visto"
nos vs. 6 a 8 é indicação do tema central de Paulo nessa passagem, que tem por
objetivo comunicar a certeza de que Cristo foi ressuscitado dos mortos, um fato
que um grande número de testemunhas poderia confirmar.
A maioria das pessoas que testemunhou os
aparecimentos do Cristo ressurreto ainda estava viva ("sobrevive até
agora") na ocasião em que Paulo escrevia essa carta e, portanto, qualquer
um poderia verificar os fatos.
A primeira referência – vs. 6 - foi aos
"quinhentos irmãos de uma só vez" é de particular importância, pois
demonstra que os aparecimentos não podem ser explicados como alucinações ou
invenções.
A segunda referência – vs. 7 - foi a Tiago.
Não se refere ao apóstolo irmão de João (um dos doze) e que foi executado por
Herodes Agripa (At 12.2), mas ao irmão de Jesus, que creu em Cristo somente
depois da ressurreição (Jo 7.5; At 12.17; 15.13; Cl 1.19).
A terceira referência foi a ele mesmo – vs.
8 – “como por um nascido fora de tempo”.
Essa observação autodepreciativa pode indicar a falta de respeito com que
alguns coríntios tratavam Paulo (2.1), contudo, o que Paulo pretendia dizer com
isso fica sugerido por meio da frase "depois
de todos".
O vs. 9 acrescenta que Paulo havia
perseguido a igreja. Ninguém poderia imaginar que Paulo seria um dos
escolhidos.
Os aparecimentos do Cristo ressurreto
haviam cessado e Paulo se esforçava para destruir a igreja (Gl 1.13,23; Fp 3.6;
I Tm 1.13-16). Paulo era o único apóstolo com autoridade que não havia
participado do ministério terreno de Jesus.
Aqui, a maneira de Paulo se expressar
sugere que o ofício de apóstolo era um dom singular e fundamental para a igreja
(Ef 2.20) e que não haveria mais apóstolos depois dele.
Admitindo francamente o caráter irregular e
indigno de sua experiência, Paulo procura salientar que isso não era razão para
que os coríntios rejeitassem a sua mensagem.
Onde abundou o pecado, superabundou a graça
de Deus (Rm 5.20); quando os cristãos são fracos, ali a graça de Deus se revela
para demonstrar o seu poder (2 Co 12.9-10).
Observe, contudo, que a graça divina não é
desculpa para apatia. Pelo contrário, é poder e motivação para realizar boas obras
(Ef 2.8-10), e Paulo afirma que trabalhou "muito mais do que todos eles".
2. A ressurreição dos crentes (15.12-34).
Dos vs. 12 ao 34, Paulo falará da ressurreição
dos cristãos. Paulo é direto ao contestar o falso ensinamento que motivou essa
seção: a negação da ressurreição dos mortos.
Se está sendo pregado que Cristo
ressuscitou, como alguns diziam que não há ressurreição de mortos? – vs. 12. Alguns
coríntios, ainda que sem contestar diretamente a ressurreição de Jesus,
questionavam a doutrina da ressurreição porque não possuíam uma compreensão
bíblica a respeito do corpo humano.
Paulo precisava demonstrar que a
ressurreição de Jesus está diretamente relacionada à ressurreição daqueles que
lhe pertencem (vs. 20-21). Se esta última, não ocorre, então a primeira também
não. Portanto, as consequências de rejeitar a ressurreição de Jesus, mesmo que por
insinuação, são catastróficas para a mensagem do evangelho.
Se, de fato, Cristo não ressuscitou, é vã a
nossa pregação, e vã, a vossa fé. Compare com o vs. 17. A verdade da mensagem
cristã está inextricavelmente ligada à realidade histórica da morte e
ressurreição de Cristo.
Para o apóstolo, se a ressurreição não
fosse um fato histórico, a mensagem não teria qualquer valor espiritual. .
Paulo não nega que, num certo sentido, o
cristão desfruta uma vida melhor que o incrédulo, nem que esse versículo só
pode ser compreendido ao lembrarmos que tanto Paulo como a maioria dos cristãos
do século 1 pagaram um alto preço pela sua fé em Cristo (Fp 1.29-30; 2 Tm 3.10-12;
1Pe 4.12-19). Se cristãos que sofrem por Cristo descobrissem que ele não
ressuscitou dos mortos, de fato seriam os mais infelizes de todos os homens.
No entanto, Cristo ressuscitou e nós somos
as primícias. Essa metáfora se baseia na ordenança do Antigo Testamento, que
pedia aos israelitas para trazerem "um
molho das primícias da vossa messe ao sacerdote" (Lv 23.10). Essa
oferta indicava o reconhecimento, por parte do ofertante, de que toda a
colheita pertencia a Deus.
Assim, Paulo utilizou essa expressão para
enfatizar, um exemplo, que os cristãos, ao receberem o Espirito, recebiam a garantia
da sua ressurreição futura (Rm 8.23; cf. "penhor" em 2 Co 1.22; 5.5;
1.13-14).
A questão aqui é que a ressurreição de
Jesus e a ressurreição dos cristãos não são coisas separadas, desconectas. Pelo
contrário, Jesus foi "o primeiro da ressurreição dos mortos" (At
26.23), e é esse fato que torna possível a ressurreição dos cristãos.
Uma vez que Cristo, como representante do
seu povo, ressuscitou, assim também o cristão foi ressuscitado espiritualmente
(Rm 6.4-5; Ef 2.6) e será, com certeza, ressuscitado no corpo.
Esses versículos – vs. 21 e 22 - afirmam,
de modo sucinto, um dos ensinamentos paulinos mais profundos: a dupla união dos
cristãos com o primeiro homem (Adão) e com o último homem (Cristo).
Por causa da natureza humana, os cristãos
estão unidos a Adão numa existência natural de pecado e morte. Porém, em
virtude da fé, os cristãos estão unidos a Cristo numa existência espiritual de
retidão e vida (vs. 45-49; Rm 5.17-19).
Embora a argumentação de Paulo nessa seção –
vs. 24 a 28 - inclua alguns detalhes difíceis de compreender, o assunto principal
é claro e poderoso: os coríntios precisam entender que a ressurreição não foi um
acontecimento isolado, sem importância.
Antes, foi um estágio integral e culminante
do governo soberano de Deus sobre a história. A redenção não estará completa
"até que Cristo haja posto todos os
inimigos debaixo dos pés" (vs. 25) – uma alusão clara à profecia messiânica
em SI 110.1.
Uma vez que a morte é "o último
inimigo" (vs. 26), a obra de Cristo não se completará até que ela seja
destruída por completo. Nos vs. 27-28, depois de citar Sl 8.6, Paulo conclui
dizendo que no final "o próprio Filho
se sujeitará àquele... Deus”, o que sem dúvida representa outra maneira de
expressar a ideia do vs. 24 ("quando
ele entregar o reino ao Deus e Pai").
Paulo não está sugerindo que o Filho seja
inferior ao Pai em essência e dignidade, mas que o Filho, em sua obra messiânica,
está sujeito à vontade do Pai.
O clímax da incumbência do Messias é a
conquista total de seus inimigos, "para
que Deus seja tudo em todos" (vs. 28); ou seja, para que a supremacia absoluta
de Deus seja universalmente reconhecida.
O sentido aparente dessa declaração – vs.
29 “batizam pelos mortos” - é que
alguns coríntios estavam sendo batizados em favor de pessoas que já haviam
morrido. Não sabemos se, de fato, havia este costume, pois nem a Bíblia nem
qualquer outro documento antigo afirmam tal prática.
Tendo em vista as questões levantadas por
esse comentário, vários pontos de vista foram propostos, todos especulativos e
nenhum persuasivo. Devemos observar que esse versículo é o primeiro de uma
série de questões retóricas que prosseguem por vários parágrafos.
Essa passagem não constitui um argumento teológico
propriamente dito, mas uma tentativa de mostrar o absurdo da atitude dos coríntios,
independentemente do costume que tivessem adotado.
Possivelmente, é um argumento ad hominem por meio do qual Paulo
procura demonstrar a inconsistência lógica do posicionamento dos seus
oponentes.
Paulo, então, passa a falar dos perigos que
tem enfrentado por acreditar piamente nisso. Ele estava exposto a perigos o
tempo todo; enfrentava a morte e até com feras já lutou. Provavelmente uma referência
aos inimigos de Paulo em Éfeso (onde essa carta foi escrita), que procuravam
condená-lo (cf., o comentário sobre a "boca
do leão" em 2 Tm 4.17). Foi somente por meio da esperança na ressurreição
que Paulo conseguiu suportar julgamentos e perseguições implacáveis.
A esperança de Paulo e de todos os cristãos
é que nem a morte pode nos deter, por que ela não podemos mesmo por causa da
ressurreição! Se os mortos não ressuscitam, "comamos e bebamos, porque amanhã morreremos" – vs. 32.
Como
todos sabemos, a ressurreição de Cristo é o pilar de sustentação do
cristianismo. Sem ressurreição, diz Paulo, “comamos e bebamos, porque amanhã
morreremos” (I Co 15:32). Ele disse isso no capítulo 15 de Primeira aos
Coríntios que fala, justamente, da ressurreição de Cristo.
Isaias
também fala em “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (Is 22:13), mas
referindo-se ao povo de Jerusalém, por parte de alguns deles, que ao invés de
se humilharem como pedia o Senhor, diante do exército de Senaqueribe que os
ameaçava, resolveram fazer uma espécie de banquete de despedida, já que iriam
morrer mesmo.
A
sentença de morte estava sobre eles e por medo da morte ou para recepcioná-la
uma vez que seria inevitável, resolveram banquetearem-se até a morte.
Do
mesmo modo, Paulo, pelo Espírito Santo captou isso no povo que estava escravo
do pecado por medo da morte. Já que vamos mesmo morrer, por que conservarmos
nossa fidelidade a Deus? Vamos comer! Vamos beber! Que venha a morte!
Paulo
no capítulo 15 de I Coríntios destaca a importância vital da ressurreição de
Cristo. Sem ela, não há cristianismo. Sem ela, do que adiantou eles lutarem
contra as bestas feras e enfrentarem a sentença de morte dia após dia?
O
medo da morte os escravizava à morte pelo fim da esperança, mas a ressurreição
de Cristo nos liberta da morte para uma nova esperança em Cristo Jesus.
Eles
estavam sem esperança e não criam numa saída, por isso se desesperaram da vida
a ponto de quer se entregar à morte como uma espécie de despedida, mas havia um
socorro da parte de Deus para eles![1]
Esse provérbio "as más companhias corrompem os bons costumes" – vs. 33 -,
derivado de uma comédia (escrita pelo autor grego Menandro (342-292 d.C.), era
bastante conhecido no mundo antigo (observe um provérbio judaico semelhante em
5.6).
Os cristãos de Corinto tinham uma doutrina
deficiente sobre a ressurreição por causa da influência de más companhias. Além
disso, estavam corrompendo o restante da congregação com essa doutrina falsa.
Alguns membros da igreja de Corinto se
orgulhavam de sua sabedoria, mas ao negar a ressurreição, revelavam profunda
ignorância quanto às coisas de Deus.
3. O corpo da ressurreição (15.35-49).
Aqui – vs. 35 ao 49 -, o apóstolo passa a
argumentar diretamente contra a objeção da ressurreição de mortos (vs. 12).
Alguns coríntios não estavam entendendo a importância do corpo físico.
Parece que os coríntios estavam sendo influenciados
por um dualismo pagão que contrastava o espiritual com o físico, argumentando
que o primeiro era bom, porém o último era sem importância, se não mau.
Como resultado, esses cristãos
desenvolveram indiferença e até mesmo desprezo pelo corpo humano, acreditando
que o corpo era intrinsecamente mau e, portanto, que a doutrina da ressurreição
implicava a ressurreição de corpos indignos.
Percebe-se claramente a importância dessa
questão para Paulo a partir do debate que se segue: ele considerou essa posição
como insensatez (vs. 36) e argumentou extensivamente sobre o assunto (vs.
36-49).
Uma vez que Deus é o criador do universo,
os processos naturais do mundo revelam, de diversos modos, a maneira como Deus
trabalha. Portanto, em certos aspectos a natureza reflete a obra da salvação
divina (Is 55.10-11).
Nesse particular, Jesus empregou a imagem
da semente para demonstrar uma verdade espiritual ("se morrer, produz muito fruto", Jo 12.24).
Aqui, Paulo faz uso da mesma imagem para
ilustrar a extraordinária diferença entre a semente plantada e a planta que
dela nasce (vs. 37). O mesmo tipo de analogia ocorre na obra dialética de
Platão, intitulada “O Banquete (Symposium)”.
A cada uma das sementes é dado o seu corpo
apropriado. O apóstolo altera a ilustração para enfatizar as variações entre as
plantas. No próximo versículo ele desenvolve essa ideia ao aplicá-la às
criaturas (vs. 39) e aos corpos celestes (vs. 40-41).
Assim como a planta surge diretamente da
semente, do mesmo modo o corpo ressurreto é essencialmente o mesmo corpo que
foi "semeado". Contudo, Paulo coloca ênfase na extraordinária
transformação que ocorrerá: da "corrupção", "desonra" e
"fraqueza", para a "incorrupção", "glória" e
"poder" – vs. 42 e 43.
Esse último contraste – vs. 44 corpo
natural... corpo espiritual - é um tanto difícil de compreender, porém muito
importante. Por isso, Paulo dedica vários versículos (vs. 45-49) para explicar
o que significa.
Sem dúvida, a sua ideia não é propor um
contraste entre o físico (material) e o espiritual (imaterial).
As pessoas naturais pertencem a este mundo
(1.20), ao passo que os cristãos são cidadãos do céu (Fp 3.20; 1Co 15.20). Os
cristãos já receberam o Espírito Santo e, portanto, podem ser descritos como
"espirituais"; porém, ainda falta receber um "corpo
espiritual" (isto é, um corpo que será plenamente compatível com a nossa
existência na vida porvir, com o Espírito Santo; veja Rm 8.22-25).
Por essa razão, é correto dizer que Paulo
está contrastando o corpo físico natural, este que recebemos quando viemos ao
mundo, com o corpo físico espiritual, renovado pelo Espírito Santo.
Paulo cita Gn 2.7 para esclarecer o
significado que pretende transmitir ao fazer um contraste entre o primeiro e o
último homem. Como parte de sua obra messiânica de natureza humana, Jesus se
tornou o "espírito vivificante" por ocasião de sua ressurreição.
Isto é, ele recebeu um corpo espiritual, ou
glorificado, e se tornou inseparável da obra e existência do Espírito Santo
(sem prejuízo da sua identidade pessoal como Filho). Observe em Rm 8.9-11; 2Co
3.6,17-18, a forte ligação entre Cristo, o Espírito Santo e a vida.
Aqui, quando ele contrasta o terreno com o
celestial – vs. 48 - temos um último e esclarecedor contraste, sugerindo que os
vs. 42-44 se referem à distinção entre o corpo humano terreno e o corpo celestial.
Essa distinção, contudo, não se refere
tanto ao espaço, mas principalmente ao tempo (isto é, o mundo perverso atual,
contrastado com a era celestial vindoura).
Os cristãos já desfrutam algumas bênçãos
dessa era, porém ainda aguardam a consumação. Nesse ponto, torna-se óbvio o
sentido mais importante da preocupação de Paulo: enquanto não vier a ressurreição
corporal, a obra da redenção de Deus estará incompleta.
Assim como o cristão traz consigo a imagem
do primeiro Adão, do mesmo modo receberá a imagem do último Adão (isto é,
Cristo; vs. 49). É de fato muita glória, tanta mesmo, que se pudéssemos
concebê-la, jamais acharíamos o caminho de volta para esta vida atual.
4. Conclusão (15.50-58).
Dos vs. 50 ao 58, ele faz a sua conclusão
do assunto. Fundamentado nessas argumentações, Paulo passa a extrair várias
conclusões quanto à ressurreição de mortos.
Essa expressão – vs. 58, a carne e o sangue
- não equivale ao corpo físico do homem (como em Mt 16.17 e GI 1.16, em que os
mesmos termos gregos são traduzidos de modo a transmitir o sentido de
"homens").
Ao contrário, salienta a condição da
existência humana terrena e, por isso, equivale à "corrupção". Nesse
versículo, Paulo adverte os coríntios que, sem um corpo novo,
"incorruptível", não há como "herdar a incorrupção".
Portanto, como era possível que negassem a doutrina da ressurreição?
Paulo diz – vs. 51 - que uma geração
específica de cristãos estará viva quando Jesus voltar. Conquanto esses
cristãos não irão ressuscitar da morte, serão transformados e receberão um corpo
imortal e incorruptível (veja 1 Ts 4.13-18).
Quem serão os cristãos que estarão vivos
quando Jesus Cristo voltar e que não passarão pela morte de jeito nenhum, mas serão
transformados e receberão um corpo imortal e incorruptível – I Ts 4.13-18?
Esses versículos – 54 a 57 - constituem uma
das passagens mais eloquentes e poderosas das Escrituras. Parafraseando Isaías
e Oseias (baseado na Septuaginta, a tradução grega do AT), Paulo alude ao seu
argumento anterior, nos vs. 24-28, e insiste veementemente na destruição
definitiva da morte quando vier a ressurreição.
Um tanto inesperadamente, prossegue indicando
que esse acontecimento também representará a destruição do "pecado" e
da "lei". Em outras passagens, Paulo explica em detalhes como o
pecado é o veneno que transmite a morte para todas as pessoas (Rm 5.12) e como a
lei, que é santa em si mesma, se tornou o instrumento pelo qual o pecado nos
engana e mata (Rm 7.7-11).
Em vista dos falsos ensinos e das muitas
tentações que assolavam a igreja de Corinto, a certeza da esperança da
ressurreição deveria servir de encorajamento para esses cristãos permanecerem
na fé.
A exortação para manterem-se firmes – vs.
58 - não implica passividade. Pelo contrário, os coríntios deveriam ser
"abundantes na obra do Senhor". Embora alguns cristãos desanimem com
facilidade quando pensam que seus esforços podem não trazer resultados (GI 2.2;
Fp 2.16; 1Ts 3.5), basta que eles se lembrem da promessa de que quando Deus
criar os novos céus e a nova terra, o seu povo viverá alegre, desfrutando
eternamente dos frutos do seu esforço, pois "no Senhor, o vosso trabalho
não é vão" (veja Is 65.17-25).
I Co 15:1 Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei,
o qual recebestes
e no qual ainda
perseverais;
I Co 15:2 por ele
também sois salvos,
se
retiverdes a palavra tal como vo-la preguei,
a
menos que tenhais crido em vão.
I Co 15:3 Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi:
que Cristo morreu
pelos nossos pecados,
segundo
as Escrituras,
I Co 15:4 e que foi
sepultado e ressuscitou ao terceiro dia,
segundo
as Escrituras.
I Co 15:5 E
apareceu a Cefas e, depois, aos doze.
I Co 15:6 Depois,
foi visto por mais de quinhentos irmãos
de uma só vez,
dos
quais a maioria sobrevive até agora;
porém alguns já dormem.
I Co 15:7 Depois,
foi visto por Tiago,
mais tarde, por
todos os apóstolos
I Co 15:8 e,
afinal, depois de todos,
foi
visto também por mim,
como
por um nascido fora de tempo.
I Co 15:9 Porque eu sou o menor dos apóstolos,
que mesmo não sou
digno de ser chamado apóstolo,
pois
persegui a igreja de Deus.
I Co 15:10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou;
e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã;
antes, trabalhei
muito mais do que todos eles;
todavia,
não eu, mas a graça de Deus comigo.
I Co 15:11 Portanto, seja eu ou sejam eles,
assim pregamos e
assim crestes.
I Co 15:12 Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou
dentre os mortos,
como, pois, afirmam
alguns dentre vós que
não há ressurreição de
mortos?
I Co 15:13 E, se
não há ressurreição de mortos,
então,
Cristo não ressuscitou.
I Co 15:14 E, se Cristo não ressuscitou,
é vã
a nossa pregação,
e
vã, a vossa fé;
I Co
15:15 e somos tidos por falsas testemunhas de Deus,
porque
temos asseverado contra Deus
que ele ressuscitou a
Cristo,
ao
qual ele não ressuscitou,
se
é certo que os mortos não ressuscitam.
I Co 15:16 Porque, se os mortos não ressuscitam,
também Cristo não
ressuscitou.
I Co
15:17 E, se Cristo não ressuscitou,
é
vã a vossa fé,
e
ainda permaneceis nos vossos pecados.
I
Co 15:18 E ainda mais:
os
que dormiram em Cristo pereceram.
I Co 15:19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida,
somos os mais
infelizes de todos os homens.
I Co
15:20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos,
sendo
ele as primícias dos que dormem.
I Co 15:21 Visto que a morte veio por um homem,
também por um homem
veio a ressurreição dos mortos.
I Co 15:22 Porque, assim como, em Adão, todos morrem,
assim também todos
serão vivificados em Cristo.
I Co 15:23 Cada um, porém, por sua própria ordem:
Cristo, as primícias;
depois,
os que são de Cristo, na sua vinda.
I Co 15:24 E, então, virá o fim,
quando ele entregar
o reino ao Deus e Pai,
quando houver
destruído todo principado,
bem como toda
potestade e poder.
I Co 15:25 Porque convém que ele reine
até que haja posto
todos os inimigos debaixo dos pés.
I Co 15:26 O último inimigo a ser destruído
é a morte.
I Co 15:27 Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés.
E, quando diz que
todas as coisas lhe estão sujeitas,
certamente,
exclui aquele que tudo lhe subordinou.
I Co 15:28 Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas,
então, o próprio
Filho também se sujeitará
àquele que todas as coisas
lhe sujeitou,
para
que Deus seja tudo em todos.
I Co 15:29 Doutra maneira, que farão os que se batizam
por causa dos mortos?
Se, absolutamente,
os mortos não ressuscitam,
por
que se batizam por causa deles?
I Co 15:30 E por que também nós nos expomos a perigos a toda hora?
I Co 15:31 Dia após dia, morro!
Eu o protesto, irmãos,
pela glória que
tenho em vós outros, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
I Co 15:32 Se, como homem, lutei em Éfeso com feras,
que me aproveita
isso?
Se os mortos não ressuscitam,
comamos e bebamos,
que
amanhã morreremos.
I Co 15:33 Não vos enganeis:
as más conversações
corrompem os bons costumes.
I Co 15:34 Tornai-vos à sobriedade,
como é justo, e não
pequeis;
porque
alguns ainda não têm conhecimento de Deus;
isto
digo para vergonha vossa.
I Co 15:35 Mas alguém dirá:
Como ressuscitam os
mortos?
E em que corpo vêm?
I Co 15:36 Insensato!
O que semeias não
nasce,
se
primeiro não morrer;
I Co 15:37 e,
quando semeias,
não
semeias o corpo que há de ser,
mas
o simples grão,
como
de trigo
ou de qualquer outra
semente.
I Co 15:38 Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar
e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado.
I Co 15:39 Nem toda carne é a mesma;
porém uma é a carne
dos homens,
outra, a dos
animais,
outra, a das aves,
e outra, a dos
peixes.
I Co 15:40 Também há corpos celestiais
e corpos terrestres;
e, sem dúvida,
uma é a glória dos
celestiais,
e outra, a dos
terrestres.
I Co 15:41 Uma é a
glória do sol,
outra, a glória da
lua,
e outra, a das
estrelas;
porque
até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor.
I Co 15:42 Pois assim também é a ressurreição dos mortos.
Semeia-se o corpo
na corrupção,
ressuscita
na incorrupção.
Semeia-se em
desonra,
ressuscita
em glória.
I Co 15:43
Semeia-se em fraqueza,
ressuscita
em poder.
I Co 15:44
Semeia-se corpo natural,
ressuscita
corpo espiritual.
Se há corpo natural,
há também corpo
espiritual.
I Co 15:45 Pois assim está escrito:
O primeiro homem,
Adão,
foi
feito alma vivente.
O último Adão,
porém,
é
espírito vivificante.
I Co 15:46 Mas não
é primeiro o espiritual,
e
sim o natural;
depois,
o espiritual.
I Co 15:47 O primeiro homem,
formado da terra, é
terreno;
o segundo homem
é do céu.
I Co 15:48 Como foi o primeiro homem, o terreno,
tais são também os
demais homens terrenos;
e, como é o homem celestial,
tais também os
celestiais.
I Co 15:49 E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno,
devemos trazer
também a imagem do celestial.
I Co 15:50 Isto afirmo, irmãos,
que a carne e o
sangue não podem herdar o reino de Deus,
nem a corrupção
herdar a incorrupção.
I Co 15:51 Eis que vos digo um mistério:
nem todos
dormiremos,
mas
transformados seremos todos,
I
Co 15:52 num momento,
num
abrir e fechar de olhos,
ao
ressoar da última trombeta. A trombeta soará,
os
mortos ressuscitarão incorruptíveis,
e
nós seremos transformados.
I Co 15:53 Porque é necessário que este corpo corruptível
se revista da
incorruptibilidade,
e que o corpo mortal
se revista da
imortalidade.
I Co 15:54 E, quando este corpo corruptível
se revestir de
incorruptibilidade,
e o que é mortal
se revestir de
imortalidade,
então,
se cumprirá a palavra que está escrita:
Tragada
foi a morte pela vitória.
I
Co 15:55 Onde está, ó morte, a tua vitória?
Onde
está, ó morte, o teu aguilhão?
I
Co 15:56 O aguilhão da morte é o pecado,
e
a força do pecado é a lei.
I Co 15:57 Graças a Deus,
que nos dá a
vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
I Co 15:58 Portanto, meus amados irmãos,
sede firmes,
inabaláveis
e sempre abundantes
na obra do Senhor,
sabendo
que, no Senhor,
o
vosso trabalho não é vão.
Nem de longe eu arranho, com meus parcos comentários (méritos totais e
exclusivos da BEG), as pretensões de Paulo nos ensinos transmitidos. Há muito o
que estudar e aprender. Ao concluir o capítulo, ele nos pede firmeza, para
sermos inabaláveis e sempre abundantes... sabem aonde? Na obra do Senhor!
Em complemento sugiro a leitura e reflexão no seguinte texto: https://pt.scribd.com/doc/46870291/Pregacao-A-Ressurreicao-de-Cristo-Jo-20-1-18
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
[1]
Do livro “SUPERAÇÃO – Como passei da morte para uma
nova vida” – de Daniel Deusdete e João Paulo monteiro – Ed. Os Semeadores. Na AgBook
Ou Clube dos Autores: https://agbook.com.br/book/176933--SUPERACAO;
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1 comentários:
Excelente estudo, glórias a Deus :)
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.