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sábado, 24 de outubro de 2015

João 13.1-38 - JESUS, JUDAS E PEDRO!

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 13, da parte III.
Breve síntese do capítulo 13
Aqui encontramos uma palavra poderosa de Jesus que amou os seus até o fim. Foi assim com Judas, ele o amou até o fim, mas apesar de todo amor, escolheu outro caminho que não conduz à vida, indo por fim, dar na morte com seu suicídio.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26).
Em seus últimos dias, Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua partida; eles os serviu, os confortou e orou por eles.
Desde o primeiro versículo, deste capítulo, até o último, do capítulo 17, estaremos vendo com maior profundidade o ministério de Jesus aos seus discípulos. Esses capítulos registram o ministério de Jesus aos seus discípulos no cenáculo: onde ocorreu a ceia.
Os outros Evangelhos registram que a ceia do Senhor foi instituída nesse ponto da narrativa, porém João não traz essa informação, talvez porque considerasse que esse tema já havia sido suficientemente abordado nos Evangelhos sinóticos.
Esses sinóticos indicam explicitamente que essa ceia era a refeição de Páscoa (Mt 26.17-30; Mc 14.12-26; Lc 22.7-23). João, por outro lado, inclui uma série de declarações que sugerem que essa refeição aconteceu na véspera da Páscoa, e que a morte de Jesus ocorreu no exato momento em que as pessoas matavam os cordeiros pascais para prepararem a refeição (13.1,29;18.28; 19.14, 31, 42.
Para uma sessão mais aprofundada sobre esse assunto, veja Mt 26.17; Jo 19.4. Também entendemos que pode ter havido duas comemorações da páscoa, conforme eram os calendários deles.  
Havia dois sistemas de contagem dos dias na época de Jesus. Os galileus, os fariseus e os do norte contavam os dias do nascer do sol ao outro. Já os de Jerusalém, os saduceus e os dos distritos circunvizinhos, a contagem do dia era do por do sol ao outro. Os discípulos de Jesus eram galileus, exceto Judas.
Essa terceira parte foi dividida em três seções principais: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – veremos agora; B. O discurso de despedida (14.1-16.33); e, C. A oração intercessória (17.1-26).
A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38).
Jesus demonstrou na prática o tipo de serviço ministerial que seus discípulos deveriam executar após a sua partida, e contou a eles sobre a traição que Judas Iscariotes estava para cometer.
Jesus sabia que sua hora havia chegado e iria para o Pai e assim pode preparar seus discípulos para esse momento tão difícil. Ele sempre os amou e os amou até ao fim. Nos caps. 13-17 João dá muita ênfase ao amor de Jesus, cuja extensão é demonstrada na disposição do Filho em encarnar e sofrer a morte substitutiva pelos que lhe pertencem.
A cerimónia do lava-pés exemplifica o fato de que o Filho de Deus não menosprezou a prática da tarefa mais servil (Fp 2.7-8).
O contraste entre Judas, que servia apenas a si mesmo, e Jesus, que servia aos outros, é enfatizado de modo vívido. Jesus era de Deus e do Pai, Judas, do diabo.
A humildade de Jesus não era devida a um esquecimento da parte dele quanto à sua dignidade e posição; pelo contrário, ele escolheu assumir a posição mais baixa que um escravo poderia ter com total percepção de sua origem e destino.
Lavar os pés era uma parte essencial da hospitalidade numa terra onde as pessoas usavam sandálias sem meias (cf. Lc 7.44). Essa tarefa, que não exige nenhuma habilidade especial era realizada geralmente pelos empregados de menor posição.
Pedro, com sua característica impulsividade, contestou a iniciativa de Jesus, pois não compreendeu o simbolismo oculto na ação: era uma antecipação da cruz, mediante a qual a purificação do perdão de Deus seria finalizada.
Com efeito, Pedro disse: “Nunca me lavarás". Jesus respondeu salientando que a purificação espiritual da alma, que é muito mais importante do que a limpeza física, só pode ser obtida mediante o derramamento de seu sangue. Isso era algo que Pedro compreenderia 'perfeitamente mais tarde (cf. At 4.12; 1Pe 1.18-19).
A traição de Judas não foi um acidente imprevisto, e mesmo assim Jesus prosseguiu, plenamente consciente dos acontecimentos que estavam para acontecer e do papel que Judas desempenharia nesse processo.
Aqui temos um nítido caso da providência divina fazendo uso das decisões livres e responsáveis do indivíduo.
Jesus acabara de lavar aos pés aos seus discípulos e em seguida se levanta e lhes pergunta se entenderam o que havia sido feito, sendo ele o Mestre e o Senhor. Esse título duplo fornece a importância especial da autoridade de Cristo sobre a vida dos discípulos. Posteriormente, a palavra "Senhor" foi utilizada por eles como uni reconhecimento da divindade de Jesus (20.28).  
Ele tinha acabado de lhes dar o exemplo para que fosse copiada a sua postura. A humildade de Jesus deve ser o padrão de seus discípulos e o serviço de Cristo deve se refletir na vida cristã; em vez de desejar ter o controle, os cristãos devem ansiar por servir (Mt 20.26-28; Fp 2.5-8; I Pe 2.21).
Não é suficiente ter apenas uma percepção intelectual; é necessário um comprometimento de vida. Porém, isso não significa que as nossas obras sejam a base da nossa aceitação diante de Deus, mas sim que elas são manifestações da fé verdadeira alicerçada num compromisso com a obediência.
Jesus escolheu Judas para ser um dos doze apóstolos, mas não o escolheu para a salvação. Judas não era um dos eleitos (Mt 26.24); contudo, ele não foi forçado a trair Jesus.
Jesus compreendeu o cumprimento da Escritura em muitos aspectos de sua vida, e sua preocupação em cumprir as Escrituras se deve à sua percepção do que as Escrituras são na verdade: a própria palavra de Deus.
O texto do SI 41.9, que Jesus citou, pode se referir ao comportamento traidor de Aitofel (2Sm 15.31). Caso seja isso mesmo, então Aitofel é um tipo de Judas.
Ele estava falando dos fatos que ainda não haviam se concretizado para que cressem quando lembrados e conferidos que ele estava falando do futuro. A profecia que se cumpre é a marca de um verdadeiro profeta, do EU SOU.
A missão de Jesus, que teve origem no Pai, é mencionada com frequência nesse Evangelho, e a missão de seus seguidores está ligada à obra de Cristo (cf. 15.20-21).
Novamente uma angústia subiu ao coração de Jesus – vs. 21 – e ele, novamente, declara que será traído por um deles. Compare com 11.33; 12.27. Ainda que o Senhor estivesse ciente da traição de Judas, a chegada do momento desse ato perverso causou uma repulsão na alma de Jesus.
Judas havia dissimulado tão bem as suas verdadeiras intenções que os outros discípulos não perceberam nada; cada um deles temia que fosse o próprio traidor e perguntavam, consternados: 'Porventura, sou eu, Senhor? (Mt 26.22). Judas também fez a mesma pergunta (Mt 26.25), mas aparentemente os outros discípulos não ouviram a resposta de Jesus.
Eles estavam se entreolhando sem saberem de quem Jesus estaria falando. Um deles estava mais aconchegado a Jesus. Era aquele conhecido como a quem ele amava. Essa designação também ocorre em 19.26; 20.2; 21.7,20. Geralmente tem sido entendida como uma referência a João, o autor deste Evangelho. Contudo, isso não implica que Jesus não amava os outros discípulos (cf. 13.1), mas indica que existia uma afinidade especial entre Jesus e João (cf. 19.26-27).
Pedro fazia sinais para que, aproveitando o ensejo, obtivesse mais detalhes sobre o traidor e ele perguntou ao Senhor quem era esse traidor e Jesus respondeu, mas eles não entenderam.
Jesus disse que era aquele que receberia de suas mãos o pão molhado. Aparentemente, isso era um privilégio reservado ao convidado de honra. O fato de Jesus passar o pão pode sugerir que Judas ocupava um lugar de honra próximo a Jesus. Judas permaneceu insensível a essas benevolências e continuou inflexível em seu propósito maligno.
No entanto, quando Judas comeu do pão dado por Jesus, em amor e comunhão, em amizade e na esperança de sua conversão, entrou nele Satanás.
A recusa de Judas em responder aos apelos de Jesus abriu o seu coração ao controle de Satanás. Judas ainda era um agente responsável, mas havia se entregado ao domínio do mal (cf. 8.34).
Jesus, percebendo, ordenou-lhe que tudo o fizesse depressa. Jesus ainda estava no controle dos acontecimentos e não faz mais nenhuma tentativa para impedir as ações de Judas.
Os discípulos ainda não compreendiam com clareza a traição de Judas. Bem que o Senhor poderia ter desmascarado ele, ali na frente de todos, mas não o fez. Jesus andava com o Pai e cria na soberania de Deus. E se fôssemos um de nós?
Judas participou do pão. Comeu e logo saiu para cumprir o propósito maligno. E era noite – vs. 30.
Esperar-se-ia, ao invés de glorificado – vs. 31 - uma palavra oposta – “humilhado” - pois, nas palavras do apóstolo Paulo, Jesus chegou às profundezas de sua humilhação em sua morte substitutiva na cruz, debaixo da maldição divina (Cl 3.13).
Contudo, o objetivo de João era focalizar a revelação da glória de Deus por meio da morte de Jesus Cristo na cruz.
Pouco tempo restava de comunhão com eles e Jesus já se despedia. Essa restrição era temporária, pois, no tempo devido, os discípulos de Jesus iriam se alegrar com ele - depois que Cristo tivesse preparado um lugar para eles. No entanto, num futuro imediato, entre a crucificação e a ressurreição, os discípulos não poderiam acompanhá-lo.
Eram seus últimos momentos com eles com os quais andou por três anos e meio. Ele então aproveita para lhes dar um novo mandamento, o qual não era novo.
Não havia nada de novo a respeito do mandamento para amar, uma vez que Lv 19.18 nos ensina: "amarás o teu próximo como a ti mesmo".
O elemento novo aqui é composto de duas partes:
(1)   A mudança do termo “próximo” para “uns aos outros".
(2)   A mudança da expressão "a ti mesmo” para "como eu vos amei”.
O amor cristão segue o modelo do sacrifício amoroso de Cristo e a comunidade dos cristãos é o contexto principal no qual esse amor é expresso (cf. Mt 25.40; Ef 5.25).
Pedro ficou curioso e quis saber para onde iria Jesus e ele lhe respondeu que por hora, eles não iriam, mas depois, ou seja, mais tarde, porém, me seguirás – vs. 36. Essa é uma profecia sobre o martírio de Pedro (21.18-19).
Pedro, sempre explosivo, exclama que por ele daria a sua própria vida. Sem dúvida, Pedro foi muito sincero, mas ainda não sabia o que a sua própria covardia o levaria a fazer.
Jesus anunciou a ele que ele o negaria. A negação de Pedro ocorreu em três instancias, e não foi simplesmente uma negação única que foi repetida três vezes.
Jo 13:1 Ora, antes da Festa da Páscoa,
sabendo Jesus que era chegada a sua hora
de passar deste mundo para o Pai,
tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os até ao fim.
Jo 13:2 Durante a ceia,
tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes,
filho de Simão, que traísse a Jesus,
Jo 13:3 sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos,
e que ele viera de Deus,
e voltava para Deus,
Jo 13:4 levantou-se da ceia,
tirou a vestimenta de cima
e, tomando uma toalha,
cingiu-se com ela.
Jo 13:5 Depois,
deitou água na bacia
e passou a lavar os pés aos discípulos
e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
Jo 13:6 Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, e este lhe disse:
Senhor, tu me lavas os pés a mim?
Jo 13:7 Respondeu-lhe Jesus:
O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois.
Jo 13:8 Disse-lhe Pedro:
Nunca me lavarás os pés.
Respondeu-lhe Jesus:
Se eu não te lavar,
não tens parte comigo.
Jo 13:9 Então, Pedro lhe pediu:
Senhor, não somente os pés,
mas também as mãos e a cabeça.
Jo 13:10 Declarou-lhe Jesus:
Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés;
quanto ao mais, está todo limpo.
Ora, vós estais limpos, mas não todos.
Jo 13:11 Pois ele sabia quem era o traidor.
Foi por isso que disse:
Nem todos estais limpos.
Jo 13:12 Depois de lhes ter lavado os pés,
tomou as vestes
e, voltando à mesa, perguntou-lhes:
Compreendeis o que vos fiz?
Jo 13:13 Vós me chamais o Mestre e o Senhor
e dizeis bem; porque eu o sou.
Jo 13:14 Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre,
vos lavei os pés,
também vós deveis lavar os pés uns dos outros.
Jo 13:15 Porque eu vos dei o exemplo,
para que, como eu vos fiz,
façais vós também.
Jo 13:16 Em verdade, em verdade vos digo
que o servo não é maior do que seu senhor,
nem o enviado, maior do que aquele que o enviou.
Jo 13:17 Ora, se sabeis estas coisas,
bem-aventurados sois se as praticardes.
Jo 13:18 Não falo a respeito de todos vós,
pois eu conheço aqueles que escolhi;
é, antes, para que se cumpra a Escritura:
Aquele que come do meu pão
levantou contra mim seu calcanhar.
Jo 13:19 Desde já vos digo, antes que aconteça,
para que, quando acontecer, creiais que EU SOU.
Jo 13:20 Em verdade, em verdade vos digo:
quem recebe aquele que eu enviar,
a mim me recebe;
e quem me recebe
recebe aquele que me enviou.
Jo 13:21 Ditas estas coisas,
angustiou-se Jesus em espírito e afirmou:
Em verdade, em verdade vos digo
que um dentre vós me trairá.
Jo 13:22 Então, os discípulos olharam uns para os outros,
sem saber a quem ele se referia.
Jo 13:23 Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos,
aquele a quem ele amava;
Jo 13:24 a esse fez Simão Pedro sinal, dizendo-lhe:
Pergunta a quem ele se refere.
Jo 13:25 Então, aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus,
perguntou-lhe: Senhor, quem é?
Jo 13:26 Respondeu Jesus:
É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado.
Tomou, pois, um pedaço de pão
e, tendo-o molhado,
deu-o a Judas,
filho de Simão Iscariotes.
Jo 13:27 E, após o bocado,
imediatamente,
entrou nele Satanás.
Então, disse Jesus:
O que pretendes fazer,
faze-o depressa.
Jo 13:28 Nenhum, porém, dos que estavam à mesa
percebeu a que fim lhe dissera isto.
Jo 13:29 Pois, como Judas era quem trazia a bolsa,
pensaram alguns que Jesus lhe dissera:
Compra o que precisamos para a festa
ou lhe ordenara que desse alguma coisa
aos pobres.
Jo 13:30 Ele, tendo recebido o bocado,
saiu logo.
E era noite.
Jo 13:31 Quando ele saiu, disse Jesus:
Agora, foi glorificado o Filho do Homem,
e Deus foi glorificado nele;
Jo 13:32 se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará nele mesmo;
e glorificá-lo-á imediatamente.
Jo 13:33 Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco;
buscar-me-eis,
e o que eu disse aos judeus
também agora vos digo a vós outros:
para onde eu vou,
vós não podeis ir.
Jo 13:34 Novo mandamento vos dou:
que vos ameis uns aos outros;
assim como eu vos amei,
que também vos ameis uns aos outros.
Jo 13:35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos:
se tiverdes amor uns aos outros.
Jo 13:36 Perguntou-lhe Simão Pedro:
Senhor, para onde vais?
Respondeu Jesus:
Para onde vou, não me podes seguir agora;
mais tarde, porém,
me seguirás.
Jo 13:37 Replicou Pedro:
Senhor, por que não posso seguir-te agora?
Por ti darei a própria vida.
Jo 13:38 Respondeu Jesus:
Darás a vida por mim?
Em verdade, em verdade te digo
que jamais cantará o galo
antes que me negues três vezes.
Jesus anunciou a sua morte e Pedro afirma que irá segui-lo e dar-lhe a própria vida, se necessário; mas recebe de Jesus a advertência e por fim, nega-o três vezes. Assim como Judas, foi Pedro. Ambos, ao seu modo, negaram ao Senhor e o traíram, mas Judas não se arrependeu, ficando preso ao remorso e Pedro, sim, não ficou com remorsos, mas logo, se arrependeu.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.